• Nenhum resultado encontrado

A escola: dados sobre o ambiente físico, a organização administrativa e

2.3 CONSTITUIÇÃO DO GRUPO COLABORATIVO

2.3.4 A escola: dados sobre o ambiente físico, a organização administrativa e

A escola campo de estudo possui uma história recente. Foi criada no ano de 1988 pelo decreto 691/88, começando a funcionar no dia 13 de fevereiro de 1989. Ao longo da sua história, abrigou, em suas dependências, outras instituições de ensino da mesma rede, porém nunca deixando de ofertar turmas com os níveis de ensino a que se destinava, garantindo assim a sua existência de fato e de direito.

Localizada em um conjunto habitacional, próximo ao campus da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, essa escola recebe alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. No início da pesquisa, atendia a cerca de 240 alunos. Embora situada em uma área residencial constituída, em sua maioria, por trabalhadores do comércio e funcionários públicos, os alunos que frequentam essa escola são oriundos de outros bairros periféricos e das comunidades rurais, quais sejam: Arizona, Manoel Deodato e comunidades rurais dos Grossos e Barragem, menos abastadas socioeconomicamente.

Podemos dizer que a escola campo de estudo, por sua estrutura física e número de alunos que atende, é de pequeno porte. Entretanto, desenvolve atividades nos três turnos (matutino, vespertino e noturno), embora, no turno matutino, haja uma maior procura pela matrícula para a pré-escola e anos iniciais do ensino fundamental.

O espaço físico estava assim dividido: duas salas de aula onde funcionava a pré-escola; outra determinada para aulas com o vídeo, mas que funcionava o 4o ano; uma secretaria que já no final do ano deu lugar à sala de aula do 4o ano, pois onde esta funcionava necessitou ser preparada para se transformar no laboratório de informática; mais duas salas amplas, onde funcionavam o primeiro e segundo anos, entretanto, a do primeiro ano por ter um grande número de alunos ficava bastante apertada; em uma outra área, ficavam mais dois espaços de aulas, também amplos, onde funcionavam o 3o e o 5o ano. Compõe ainda o espaço físico da escola banheiros, uma cozinha, um pequeno depósito, a sala da direção e a sala de professores. Nas visitas que fizemos, observamos que, embora a sala dos professores seja o espaço habitual onde se encontram no intervalo, alguns professores preferem ficar em suas próprias salas de aula ou conversando nas áreas próximas. No pátio que dá acesso à escola, há algumas árvores e uma pequena área livre; é nesse espaço que as crianças brincam na hora do recreio de corre-corre, de pega-pega e de subir nas árvores, pois não há brinquedos ou parque em que elas possam brincar. No aspecto geral, a escola aparenta ter uma estrutura física razoável, porém não há espaço organizado de sala de leitura ou biblioteca, recreação, sala de jogos ou brinquedoteca. Nas salas de aula, observamos que havia, além das carteiras, outros móveis, como uma pequena mesa utilizada pelas professoras para apoio dos seus objetos de trabalho e estantes onde eram guardados livros didáticos e alguns poucos livros de literatura infantil (parte trazida

pelas próprias professoras). No ambiente das salas, observamos cartazes com normas/combinados para o dia a dia, bem como trabalhos expostos dos alunos.

Quanto à organização administrativo-pedagógica, a escola possui um projeto político-pedagógico elaborado no ano de 2002, no contexto em que funcionava conjuntamente outra escola destinada à educação infantil. A análise desse documento apontou que não estava, até aquele momento, havendo uma atualização dos seus objetivos, metas ou conteúdos curriculares. Até mesmo dados como a caracterização da escola, mesmo em se tratando de uma escola com outro nome funcionando no mesmo espaço físico, demonstraram que a sua realidade pouco mudou ao longo de todos esses anos no que se refere à estrutura física, bem como à origem da clientela atendida, uma vez que, embora esteja localizada em uma área residencial constituída, em sua maioria, por trabalhadores do comércio e funcionários públicos, como já mencionado, os alunos que a frequentam são oriundos de outros bairros periféricos e das comunidades rurais.

Não houve também alterações na proposta curricular, pois não encontramos, nesse documento ou nas conversas que mantivemos com a equipe pedagógica e administrativa da escola, registros de discussões entre a comunidade escolar sobre as necessidades da escola, o que nos faz compreender que o projeto político-pedagógico dessa escola ainda não assumiu de fato o papel de instrumento político de transformação da realidade educativa, o que possivelmente reflete nos índices de rendimento da educação básica, tanto em nível do município como da própria escola, conforme podemos observar nas informações abaixo.

TABELA 1 - IDEBs observados em 2005 e 2007 e metas para a rede Municipal – Pau dos Ferros

Ensino Fundamental

IDEB

Observado Metas Projetadas

2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Anos Iniciais 3,1 2,8 3,2 3,5 4,0 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4 Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.

TABELA 2 - IDEBs observados em 2005 e 2007 e metas para a Escola – E. M. Profa. Nila Rego

Ensino Fundamental

IDEB

Observado Metas Projetadas

2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 Anos Iniciais 2,5 2,6 2,6 2,9 3,3 3,6 3,8 4,1 4,5 4,8 Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.

Esses dados possibilitam traçar um quadro geral da escola, cujos desdobramentos poderão ser percebidos ao longo do processo investigativo, seja através dos depoimentos das professoras sobre o seu local de trabalho, seja pelas nossas observações e reflexões desenvolvidas. Esses dados, tomados não por uma lógica do processo-produto, mas por uma perspectiva de entendimento da realidade em suas múltiplas dimensões, demonstram a importância de compreendermos como vêm se dando as relações de ensino-aprendizagem e como os saberes mobilizados pelos professores na organização desse processo ajudam a entender essa realidade.