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CAPÍTULO 3 | SOCIAL MEDIA

4. A EVOLUÇÃO DOS SOCIAL MEDIA

A evolução dos Social Media deve ser analisada à luz dos conceitos de Web 2.0. Assim, há algumas marcos relevantes a considerar, nomeadamente a troca do primeiro e-mail em 1971, a troca de dados através de telefone e a distribuição das primeiras cópias de web browsers em 1978 e ainda o lançamento do GeoCities, do TheGlobe.com e das mensagens instantâneas da AOL entre 1994 e 1997. Estes factos demonstram que já nessa altura havia soluções que permitiam interagir online e em tempo real com outros utilizadores, ainda que sem a flexibilidade e facilidade que as actuais ferramentas da Web 2.0 permitem (figura 3).

Mas foi em 1997, com a experiência do Six Degrees que o fenómeno dos Social

Media e das Redes Sociais Online arrancou em força. O Six Degrees permitia aos

utilizadores criar perfis personalizados, listar os seus amigos e, posteriormente, até navegar pela lista de amigos (Boyd e Ellison, 2007). Estes recursos já existiam de alguma forma antes do SixDegrees, pois existiam perfis em quase todos os principais sites de encontros e em muitos sites de comunidades: “Classmates.com

allowed people to affiliate with their high school or college and surf the network for others who were also affiliated, but users could not create profiles or list friends until years later. SixDegrees was the first to combine these features.” (Boyd e Ellison,

2007: p.214).

O verdadeiro boom deu-se com o lançamento do Friendster em 2002, ao qual se seguiram diversos lançamentos, nomeadamente do LinkedIn, Hi5 e My Space em 2003, do Facebook em 2004 (ainda que apenas na sua versão restrita a alunos de Harvard), do YouTube em 2005 e do Twitter em 2006, entre outras redes sociais

FIGURA 3 | Infografia sobre a História das Redes Sociais

FIGURA 4 | Cronologia das principais Redes Sociais online

Fonte: Boyd e Ellison (2007)

No fundo, ao nível de Social Media temos várias ferramentas com propósitos diversos, desde redes profissionais (ex: LinkedIn), redes de amigos (ex: Facebook), espaços de partilha de conteúdos específicos como vídeos (ex: YouTube), fotos (ex.:

Flickr), diários e blogues (ex: LiveJournal) e até mensagens curtas ao minuto (ex.: Twitter).

Conforme dados de Fevereiro de 2011 (anexo 4), o Facebook é a plataforma de suporte a redes sociais online com maior número de utilizadores, com mais de 640 milhões de utilizadores registados. O Twitter ocupa a quarta posição, com mais de 200 milhões de utilizadores. Interessa realçar que, considerando o número de utilizadores, o Facebook é líder em praticamente todo o mundo, destacando-se as excepções da China (onde ainda é proibido), Rússia, Japão e Brasil, entre outros países. Nos EUA – Estados Unidos da América, Alemanha, Reino Unido, Espanha, África do Sul, Egipto, Austrália e Japão, o Twitter aparece em segundo lugar (www.rian.ru, 2011).

Interessa ainda referir que tem havido um aspecto particularmente relevante na evolução dos Social Media: a sua utilização por parte de empresas, entidades e outras organizações públicas e políticas. Se, inicialmente, a maior parte destas ferramentas foram criadas com um objectivo de carácter mais pessoal e particular, as suas funcionalidades e forma de interacção começaram cedo a suscitar o interesse das empresas e outras entidades como uma forma adicional de interacção com os seus públicos.

Conforme refere Qualman (2008), a questão-chave é estar onde as conversas têm lugar e, de facto, as pessoas parecem estar a comunicar mais online do que offline. No fundo, o Social Media permite saber de forma mais rápida e única aquilo que as pessoas realmente pensam sobre marcas, produtos e/ou serviços.

Destacando alguns exemplos: no YouTube, muitas marcas e entidades dispõem de canais específicos para carregamento e divulgação de filmes. São conhecidos os

case studies da Nike (Greene, 2008) e também da Old Spice, com a sua recente

campanha “The Old Spice Man”, onde o canal da empresa no YouTube foi a principal impulsionadora de todo o word-of-mouth e da propagação da sua campanha de Marketing Viral, ainda que também o Facebook, Twitter e outras ferramentas tenham potenciado ainda mais esta campanha (Borden, 2010).

Ao nível do Facebook, a criação das páginas de Fãs tem também permitido uma utilização crescente desta ferramenta por empresas, marcas e entidades diversas (figura 5). Já em Maio de 2011 estão indexadas mais de um milhão destas páginas (1.231.496 páginas de Fãs) entre categorias de Artistas, Bandas e Figuras Públicas; Marcas e Produtos; Companhias, Organizações ou Instituições; Negócio Local ou Local; Outros (www.socialbakers.com, 2011).

FIGURA 5 | Top 10 de Marcas no Facebook

Fonte: SocialBakers.com (Fevereiro, 2011)

Há também várias empresas que utilizam o Twitter para divulgação de produtos, serviços, notícias, apoio ao cliente, interacção, promoção de blogues ou sites corporativos e até para entretenimento dos clientes. Por exemplo, a Dell possui vários perfis no Twitter, cada um para um determinado tipo de promoções; a Starbucks divulga ofertas e aproveita para criar conversas sobre os produtos com os seus seguidores; a JetBlue presta apoio de customer care, disponibilizando no perfil do Twitter o nome do funcionário que está de serviço; a ComCast também faz apoio ao Cliente e no perfil coloca sempre a fotografia do colaborador de serviço; a Whole Foods Market pergunta o que os clientes gostam de ler e ver, recomendam receitas

e convida os seguidores para eventos; a Samsung dedica os seus posts a notícias sobre a empresa, mas também sobre novos produtos (Smarty, 2008).

É também relevante observar como as empresas fazem parte da interacção no

Social Media. Em Abril de 2011, nas 50 marcas mais mencionadas no Twitter

considerando o número de tweets (figura 6), aparecem referências à Iphone, CNN, BP, Gucci, Adidas, Disney, McDonalds, BMW, Coca-Cola, Mercedes, IKEA, entre outras.

FIGURA 6 | 50 marcas mais mencionados no Twitter em Abril de 2011

Fonte: www.tweetedbrands.com (Maio, 2011)