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A formação de sujeitos autônomos e da educação emancipatória: inferências no

3. ANÁLISE INSTRUMENTAL REFERENCIAL: ANÁLISE CONCEITUAL

3.3 A formação de sujeitos autônomos e da educação emancipatória: inferências no

O pensamento de educação frankfurtiana tem sido levado em conta quanto à discussão do ensino de filosofia no Brasil. Podemos destacar o professor Horn, 2009, e Ghedin, 2009, ambos, professores e pesquisadores do ensino de filosofia no Brasil. Horn destaca o pensamento frankfurtiano quando expõe sua análise sobre o ensino de filosofia na dimensão da função social e Ghedin, analisa esse o ensino de filosofia na dimensão, tanto pessoal, quanto na dimensão social, em que o ensino de filosofia pode contribuir como modelo de educação do ensino de filosofia no Brasil.

Horn, 2009, comenta sobre o pensamento frankfurtiano levando em consideração que esse pode contribuir para o ensino de filosofia no Brasil, assim expõe, que o ensino da filosofia coexiste com a função social da filosofia, no sentido da crítica das regras e valores

que a cultura social capitalista cada vez mais é associada ao lazer e ao entretenimento, o que torna as pessoas reprodutoras de tal cultura, sem que haja alguma reflexão sobre sua condição, assim, Horn, analisa Adorno e Horkheimer:

Esse entendimento é, praticamente, unânime entre os frankfurtianos, o que os levou a fazer a defesa da alta cultura como antítodo à industria cultural que tudo transforma em mercadoria, que tudo pasteuriza, que apenas investe naquele mundo artístico vinculado ao sistema de mercado, dificultando novos valores. Sob a perspectiva marxista é preciso que se evite esse caráter afirmativo da cultura de massa, introduzindo, por oposição, um caráter negativo. Em outras palavras, fazer com que os valores morais e espirituais contribuam para a transformação do mundo real, para mexer com estes valores que norteiam a existência de cada um. (HORN, 2009, p. 82)

Neste sentido, corroborando também para o ensino de filosofia no Brasil na perspectiva da educação emancipatória e a formação de sujeitos autônomos, Ghedin, 2009, expõe seu pensamento referente às dimensões formativas do ensino de filosofia, focando, do que ele mesmo irá chamar de dimensões do desenvolvimento humano. Importa-nos abordarmos a dimensão pessoal e a dimensão social do modelo educacional do ensino de filosofia para crianças, portanto iniciamos com a seguinte citação, a fim explicitarmos, em primeiro, a dimensão pessoal e seu objetivo, a seguir:

Em sua dimensão pessoal, formá-la para conhecer-se e compreender a si mesma, as demais pessoas, a sociedade e o mundo em que vive, capacitando- a para exercer, responsável e criticamente, a autonomia, a cooperação, a criatividade e a liberdade. (GHEDIN, 2009, p. 106)

A dimensão pessoal na formação educativa tem sua importância perante as transformações ocorridas na contemporaneidade, diante da grande quantidade de informações produzidas, que modificam o sentido do saber, vale a pena repensar o modelo educacional vigente, que carece de um modelo que priorize a formação da dimensão pessoal humana, assim mediante a complexidade das transformações ocorridas em nosso tempo vigente podemos tomar uso da formação em vista da autonomia conforme lemos a seguir:

Para o indivíduo fazer frente à complexidade dos fenômenos mundiais e poder dominar o sentimento de incerteza, é preciso que ela promova um processo que consista tanto na aquisição do conhecimento quanto a sua relativização e análise crítica. O sistema educativo deve formar cidadãos autônomos, capazes de compreender o mundo social e natural em que vivem e participar de sua gestão de melhoria com base em exposições esclarecidas, criativas e solidárias. (GHEDIN, 2009, p. 106)

A dimensão da formação do sujeito autônomo carece de um modelo de escola que favoreça a dimensão formativa pessoal que ensine a refletir criticamente a realidade, que ensine a pensar por si, possibilitando estratégias de ensino-aprendizagem nessa direção, conforme expressa a seguir:

Para o indivíduo fazer frente à complexidade dos fenômenos mundiais e poder dominar o sentimento de incerteza, é preciso que ela promova um processo que consista tanto na aquisição do conhecimento quanto a sua relativização e análise crítica. O sistema educativo deve formar cidadãos autônomos, capazes de compreender o mundo social e natural em que vivem e participar de sua gestão de melhoria com base em exposições esclarecidas, criativas e solidárias. (GHEDIN, 2009, p. 106)

Apresentamos também, como sendo de grande relevância no âmbito da educação, o segundo aspecto intrinsecamente ligado a dimensão pessoal, a saber: a dimensão social. Segundo Ghedin, 2009, “A finalidade principal da educação consiste no pleno desenvolvimento do ser humano em sua dimensão social” (p.105), sendo assim, destacamos o objetivo da dimensão social, a seguir:

[...] Sua função deve dirigir-se ao aperfeiçoamento contínuo da pessoa e da sociedade como uma via a serviço de uma existência, mais harmoniosa, mais autêntica, para fazer retroceder a pobreza, a exclusão, as incompreensões, as opressões, as guerras. (GHEDIN, 2009, p. 105).

Podemos inferir que a formação do sujeito autônomo e a educação emancipatória trazem as marcar de um projeto de ensino político de sociedade democrática, que carece de um modelo educacional que leva em consideração um ensino de filosofia para crianças que tenha sua função social pautada na formação do sujeito autônomo, consciente, reflexivo critico, orientada para resistências de formas de assujeitamento da indústria cultural. Nessa perspectiva, como o programa de ensino de filosofia para crianças, em Lipman, contempla marcas de uma educação que forme sujeitos autônomos e emancipados?

A seguir apresentamos as influências filosóficas da educação que Matthew Lipman obteve para construção de seu programa de filosofia para crianças e sua metodologia e em que medida elas podem ou não abarcar o sentido de uma educação emancipatória e a formação de sujeitos autônomos.

4. AS INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO NA PROPOSTA DE ENSINO