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A graça que permanesse

No documento CAMINHO VERDADE VIDA (páginas 154-156)

Há alguns anos atrás, um pastor na Pensilvânia viu um homem depois do culto com um broche com a imagem de um buldogue na lapela do seu terno. Sem saber que o homem trabalhava para uma empresa de caminhões cujo logotipo comercial era um buldogue, per- guntou ingenuamente: “O que esse buldogue simboliza?”

Com um brilho nos olhos, o homem respondeu maliciosamente: “Bem, pastor, o buldogue simboliza a tenacidade com que me agarro a Jesus Cristo.”

O pastor respondeu: “É um símbolo maravilhoso, mas uma má teologia.” Surpreendido, o homem perguntou: “Como assim?”

“Isso nunca deve representar a tenacidade com que você se apega a Jesus Cristo”, observou o pastor. “Deve representar a tenacidade com que Jesus Cristo se apega a você.”

Em tempos difíceis, a fé não é uma questão de quão forte somos ou quanta fé temos. Nos momentos mais sombrios, a fé é realmente uma questão de quão forte Deus é. Não importa o que encontremos na jornada, a graça de Deus é suficiente para nos sustentar e Seu amor é forte o suficiente para nos fazer passar por isso. Vamos lembrar que “não importa o que aconteça” na vida significa que Jesus Cristo está se apegando a nós com a tenacidade de um buldogue e nunca nos deixará partir.

Uma mulher de uma igreja que eu estava pastoreando ficou de re- pente muito doente. Os médicos fizeram uma série de exames para ver o que estava acontecendo. Eles descobriram que ela tinha uma condi- ção rara que fazia com que seu corpo tivesse graves reações alérgicas a qualquer alimento que comesse. Tornou-se muito sério, até mesmo com risco de vida. Durante esse período, seu marido foi enviado para o Afeganistão em serviço militar. Ela foi finalmente hospitalizada e enfrentou um exame médico que esperavam que a levasse a uma vio- lenta reação alérgica que a faria parar de respirar temporariamente.

Ninguém espera uma reação tão violenta, especialmente quando se sabe que ela está chegando. Ela me disse: “Pastor, eu estava com muito medo, a ponto de entrar em pânico. Estava deitada na cama do hospi- tal, com pena de mim mesma pelo que estava prestes a suportar e me perguntando por que tudo isso estava acontecendo comigo. Ainda por cima, estava chateada por meu marido estar a milhares de qui- lômetros de distância. Estava com medo e me senti muito sozinha.”

Chegou a hora do exame. Ela estava apavorada: “Agora sei o que significa o termo ‘assustada’. Eu literalmente não conseguia me mexer e descobri que nem conseguia orar. Nunca antes tinha sido incapaz de orar. A única oração que pude fazer foi: ‘Deus, ajuda-me por favor’”.

Ela virou-se para a enfermeira que iria administrar o exame e per- guntou: “Você é cristã?”

“Sim, sou”, respondeu a enfermeira. “Você pode orar por mim?”

A enfermeira respondeu sem hesitar: “Claro”, e começou a fazer uma simples oração por conforto e cura.

Mais tarde, essa amiga disse-me: “Enquanto a enfermeira orava, senti uma paz incrível. Era quase como se Deus colocasse Suas mãos em mim e me levasse à Sua presença” (sim, ela usou essa frase). “Eu sabia que Deus estava comigo, e de repente o medo se foi.”

Eles administraram o exame e, para surpresa de todos, ela não teve uma reação violenta. “Pastor, de repente senti uma fonte de ale- gria surgindo em mim. Era uma alegria exuberante. Se eu pudesse ter dançado na sala, teria dançado!”

Naquele exato momento, a enfermeira tirou o colete de radiação que usava e tinha pendurada no pescoço uma grande cruz.

Agora, com lágrimas nos olhos por causa daquela vívida lembran- ça, minha amiga me disse: “Foi aí que percebi que Deus tinha estado comigo o tempo todo — eu simplesmente não O conseguia ver. Não pude sentir a Sua presença, mas Ele estava lá. Ele esteve lá o tempo

todo. Embora meu marido estivesse no Afeganistão, eu ainda era a noiva de Cristo. Jesus era meu marido naquele momento, ao meu lado, me carregando”.

Ao longo da jornada da graça, a graça suficiente de Deus apega-se a nós de várias maneiras, mas uma das maneiras mais importantes é através do corpo de Cristo. Não devemos nos surpreender que, quan- do oramos para que Deus Se revele em nossa dor, Ele vem na forma de um cartão ou um telefonema de uma pessoa de nossa igreja que diz: “Eu te amo. Estou orando por você. O Senhor está contigo.” Às vezes, entramos na comunhão da igreja carregando o que parece ser um fardo insuportável, e um irmão ou irmã em Cristo nos abraça e diz: “Tenho pensado muito em você ultimamente. Quero que saiba que você é amado e que tenho orado por você.” E, milagre dos milagres, a presença encarnada de Jesus nos rodeia, quase como se Ele estivesse nos carregando naquele momento com a tenacidade de um buldogue, nos carregando pelos momentos mais desafiadores de nossas vidas.

Quando uma das minhas filhas era pequena, ela tinha medo do escuro. Eu e a minha esposa sentávamos na cama dela e dizíamos: “Não tenha medo. Jesus está aqui com você”.

Ela respondia: “Ok, mamãe e papai. Não vou ter medo.” No en- tanto, não demorava muito para ouvirmos alguém batendo na porta do nosso quarto. “Mamãe e papai, eu sei que Jesus está comigo, mas preciso de alguém que seja parecido com vocês”.

Ela estava certa. Às vezes precisamos de alguém que se pareça conosco. É isso que o corpo de Cristo é — a comunidade cristã é Jesus em pele e osso. Através do calor humano das pessoas, cheios da ilimitada compaixão e amor duradouro, somos abraçados e sustenta- dos por Deus.

No documento CAMINHO VERDADE VIDA (páginas 154-156)