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A imagem da constelação A imagem da constelação

No documento A Pratica Das CF Jakob Schneider (páginas 75-77)

A imagem da constelação

Com toda pessoa constelada cria-se uma imagem e um campo de força. Não pretendo falar aqui do caso extremo da “constelação invisível”, na qual o cliente e o terapeuta se sentam lado a lado em silêncio, e o terapeuta percebe mentalmente no cliente a realidade de uma relação, por exemplo, de uma mãe com seu filho abortado e, através de palavras tranquilas ou de imagens internas liberadoras, exerce um influxo salutar sobre a realidade dessa relação.

O momento talvez mais importante do trabalho com as constelações é quando o cliente, o terapeuta e os membros do grupo se expõem a essa imagem e ao campo de força associado a ela - o cliente, o terapeuta e o grupo, do lado de fora, e os representantes no interior do campo relacional.

Jakob Robert Schneider Jakob Robert Schneider

entram em sintonia e se concentram nos impulsos que lhes acorrem: em sentimentos, sintomas físicos, impulsos de movimentos, palavras. O terapeuta deixa que a imagem constelada atue sobre ele. Mais precisamente, ele deixa que atue sobre ele esse campo ou a alma da realidade relacionai constelada. Sem prender-se a detalhes, observa as primeiras reações físicas dos representantes, frequentemente muito sutis, seus impulsos de movimento, os movimentos inquietos, as modificações da postura corporal e a direção do olhar, que talvez se fixe no chão, volte-se para o alto ou se perca no infinito. Ao mesmo tempo ele observa as suas próprias reações internas, sentimentos, sensações, as “imagens” que emergem nele ou ainda suas hipóteses em relação à realidade relacionai constelada - as quais, de resto, frequentemente se exprimem através de imagens, portanto, de uma forma sensível.

Talvez fulgure nele uma primeira “verdade” no antigo significado do grego a-létheia,a-létheia, como algo “não- oculto”. O terapeuta deixa-se tocar pelo sistema configurado, pela alma familiar ou pela grande alma. grande alma.

Na medida do possível, ele o faz num estado (relativamente) “vazio”, deixando-se mover e tocar pelo que ali se manifesta. Ao mesmo tempo, ele permanece na maior abertura possível, conectado com o cliente e com a percepção do cliente com respeito à imagem constelada.

Este é frequentemente o momento mais difícil para o terapeuta, pois ainda não pode agir e não sabe para onde se voltará a dinâmica da constelação. Com isso é tentado a refletir, a conciliar a constelação com as informações existentes, a ponderar como deverá agir. Talvez se coloque também sob pressão, como se dele dependesse o sucesso ou o insucesso da constelação. Talvez se assuste com o que se mostra nas reações iniciais dos representantes e queira achar rapidamente um terreno seguro para a solução.

Nesse ponto tem especial importância o que Bert Hellinger chama de “intuição fenomenológica”: um olhar “sem saber”, “sem intenções”, “sem medo”, no sentido de um cuidado amoroso pela vida. Com isso começa a participação no que toca mais intimamente uma família. A contemplação e a percepção do terapeuta e também as vivências dos representantes devem ser acompanhadas por uma espécie de reverência e de gratidão pela oportunidade de participar. Esse primeiro momento silencioso, muitas vezes bem breve, é de grande importância para o restante decurso da constelação e atua como um embrião, que já indica, mas ainda não deixa reconhecer o que se desenvolve a partir dele. Esse momento constrói o reconhecimento do que a alma do cliente ou a alma de sua família está disposta a revelar de si.

Alguns leitores podem achar isso excessivamente místico. Fiquem descansados, pois esse primeiro deixar-atuar da constelação não está sempre associado a uma dinâmica “profunda”, poderosa e mobilizante. Às vezes, ao contrário, parece que nada acontece aí. Muitas constelações só desenvolvem sua força e dinâmica a partir dos próximos passos. Isso ocorre sobretudo quando ainda não foram colocadas as pessoas decisivas para a dinâmica da alma ou quando faltam informações importantes. Muitas imagens de constelações não se aprofundam imediatamente, e a percepção de todos os envolvidos ainda permanece “vazia”. Embora pareça aconselhável interromper, depois de alguns momentos de espera, a imagem sem força e sem movimento de uma constelação, geralmente “compensa” perseverar no processo da constelação, confiando noseu êxito.

Às vezes os representantes exibem reações estranhas desde o início de uma constelação.

Um holandês estava constelando sua família de srcem. Antes que pudesse posicionar os representantes, Um holandês estava constelando sua família de srcem. Antes que pudesse posicionar os representantes, eles começaram a cochichar e a rir às gargalhadas

eles começaram a cochichar e a rir às gargalhadas e não houve como contê-los. O homem ficou surpreso ee não houve como contê-los. O homem ficou surpreso e totalmente confuso. O terapeuta estava a ponto de interromper a constelação, mas um impulso interior totalmente confuso. O terapeuta estava a ponto de interromper a constelação, mas um impulso interior levou-o a observar as risadas por mais algum tempo. Então lhe ocorreu a imagem dos convidados de um levou-o a observar as risadas por mais algum tempo. Então lhe ocorreu a imagem dos convidados de um casamen

casamento, e ele perguntou ao homem: “O que aconteceu no casamento de seus pais?" Ele respondeu:to, e ele perguntou ao homem: “O que aconteceu no casamento de seus pais?" Ele respondeu: “Uma tia me contou que durante a festa de casamento apareceu uma mulher com uma filha de vinte anos “Uma tia me contou que durante a festa de casamento apareceu uma mulher com uma filha de vinte anos e diante de todos os convidados caminhou até minha mãe. Mostrando-lhe um anel na mão de sua filha, e diante de todos os convidados caminhou até minha mãe. Mostrando-lhe um anel na mão de sua filha, afirmou que ele lhe fora presenteado por meu pai, com a promessa de desposá-

afirmou que ele lhe fora presenteado por meu pai, com a promessa de desposá-la. ” Ouvindo isso, osla. ” Ouvindo isso, os representantes imediatame

representantes imediatamente silenciaram. Então nte silenciaram. Então o terapeuta escolheu representantes para o terapeuta escolheu representantes para essa mulheressa mulher e sua

e sua filha e as colocou diante dos representantes da família. As duas mulheres, que provavelmente foramfilha e as colocou diante dos representantes da família. As duas mulheres, que provavelmente foram ridicularizadas por todos naquela ocasião, puderam agora ser olhadas com emoção e respeito. Foram ridicularizadas por todos naquela ocasião, puderam agora ser olhadas com emoção e respeito. Foram honradas em sua raiva, em sua dor e em sua vergonha, e reconhecidas como pertencentes à família. honradas em sua raiva, em sua dor e em sua vergonha, e reconhecidas como pertencentes à família. Um outro homem, conhecido como “cabeça

Um outro homem, conhecido como “cabeça-de--de-vento”, constelou seus pais e todos os cinco irmãos. Emvento”, constelou seus pais e todos os cinco irmãos. Em acréscimo foi incluída desde o princípio uma antiga noiva do pai. O pai, que era um aprendiz de padeiro, acréscimo foi incluída desde o princípio uma antiga noiva do pai. O pai, que era um aprendiz de padeiro,

A Práticas

A Práticas das Consteladas Constelações Familiações Familiaresres–– Bases e Bases e ProcedimentoProcedimentoss

nômade e sem recursos, tinha procurado uma mulher para se casar e encontrado uma que lhe trouxe nômade e sem recursos, tinha procurado uma mulher para se casar e encontrado uma que lhe trouxe uma padaria. Entretanto, depois do noivado o pai foi embora. O homem não sabia mais nada. Na uma padaria. Entretanto, depois do noivado o pai foi embora. O homem não sabia mais nada. Na conversa inicial sobre as informações familiares, perguntado sobre seus contos de fadas prediletos na conversa inicial sobre as informações familiares, perguntado sobre seus contos de fadas prediletos na infância, ele tinha citado “A esperta Elza”

infância, ele tinha citado “A esperta Elza” 1212. Com base nessa história, o terapeuta perguntou por. Com base nessa história, o terapeuta perguntou por

relacionamentos anterio

relacionamentos anteriores do pai res do pai e, assim, chegaram a essa e, assim, chegaram a essa noiva.noiva.

O homem posicionou sua família numa linha, lado a lado, e diante dela essa noiva. Logo que os O homem posicionou sua família numa linha, lado a lado, e diante dela essa noiva. Logo que os representantes se postaram, começa

representantes se postaram, começam a curvarm a curvar- se de tanto rir. Pr- se de tanto rir. Principalmente a representante da noivaincipalmente a representante da noiva caiu de tal maneira no riso que logo teve de sair da sala e correr para o banheiro. O terapeuta sentiu-se caiu de tal maneira no riso que logo teve de sair da sala e correr para o banheiro. O terapeuta sentiu-se forçado a

forçado a desfazer aquela mulher se revelara como “totalmente louca”, o que levou o pai a fugir precipitadamente.aquela mulher se revelara como “totalmente louca”, o que levou o pai a fugir precipitadamente. desfazer a a constelação. Através constelação. Através de de uma uma ligação telefônica ligação telefônica para para seu seu pai, pai, o o homem homem soube soube queque

São raras tais reações extremas de todos os representantes. Individualmente, eles costumam mostrar outras reações, geralmente logo que são posicionados. Caem ao chão, viram-se de costas ou se afastam alguns passos, cerram os punhos, olham para cima ou escondem o rosto entre as mãos. Geralmente essas primeiras reações são muito importantes. Habitualmente, porém, o terapeuta procura que os representantes contenham no início os movimentos maiores, para que haja tempo de contemplar a imagem da constelação e deixar que se desenvolvam as forças em ação.

No documento A Pratica Das CF Jakob Schneider (páginas 75-77)