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9 Actividades de comunicação Gráfica

9.6 A Indústria

À semelhança do que se passa nos outros países europeus, a indústria gráfica portuguesa é constituida por pequenas e médias empresas.

É junto dos grandes centros urbanos que se concentram as unidades desta indústria, sobretudo nas regiões metropolitanas de Lisboa e Porto, onde se encontram 60% das empresas. As restantes distribuem-se sobretudo pelo litoral.

Segundo um documento do INETI, datado de Novembro de 2000, “Guia Técnico — sector das Indústrias Gráficas e Transformadoras de papel” [INETI], o sector das Indústrias Gráficas e

Transformadoras de Papel incluído na CAE-222 engloba a Impressão e Actividades dos Serviços Relacionados com a Impressão e divide-se nos seguintes sub-sectores:

• 222 10 - Impressão de Jornais; • 222 20 - Impressão não especificada; • 222 30 - Encadernação e Acabamento;

• 222 40 - Composição e outras Preparações de Impressão;

• 222 50 - Actividades relacionadas com a Impressão não especificada;

Estima-se que o numero de empresas que se dedicam a estas actividades industriais ascenda a cerca de 3 360, das quais cerca de 1400 empresas estão filiadas na Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras de Papel - APIGTP. Este sector emprega 29 832 trabalhadores, o que, naturalmente, faz pressupor que a esmagadora maioria das empresas são dc pequena e média dimensão. O volume de negócios total do sector, em 1997, foi 241 milhões de contos.

Não existem cm Portugal infracstruturas tecnológicas específicas para o sector. No entanto, o progresso tecnológico acelerou nos últimos anos, o que conduziu à introdução de inovação tecnológica como a composição por laser, fotocomposição informatizada, etc. Os fornecedores de equipamento desta indústria, limitam-se a importar tecnologias, uma vez que, em Portugal, não existe qualquer tradição de fabricação deste tipo de equipamentos.

Nos anos mais recentes, algumas empresas efectuaram investimentos no sentido dc acompanhar a rápida evolução tecnológica da indústria a nível mundial, contribuindo assim, para a modernização do parque de equipamento gráfico nacional, maioritariamente ainda obsoleto.

A Indústria Gráfica nacional tem como pontos fortes a tradição e as pequenas tiragens especializadas juntamente com urna produção muito flexível. No entanto, existem vários aspectos amelhorar tais como, o nível de qualificação profissional da mão de obra, as tecnologias, a gestão, o parque de máquinas maioritariamente obsoleto e a excessiva concentração no mercado português. Os clientes mais importantes deste sector industrial são as editoras, que absorvem de 40 a 50% do volume de produção. Os restantes clientes podem ser serviços públicos, associações, empresas comerciais e industriais, etc.

Grupos de Actividades

As actividades de Impressão e Actividades dos Serviços Relacionados com a Impressão,CAE 222 distribuem-se nos seguintes sub-sectores:

• 222 10 - Impressão de Jornais; • 222 20 - Impressão não especificada; • 222 30; Encadernação e Acabamento;

• 222 40 - Composição e outras Preparações dc Impressão;

• 222 50 - Actividades relacionadas com a Impressão não especificada.

Indicadores de caracterização do sector (Quadro 19)

Quadro 20 - Indicadores de caracterização do sector: distribuição das empresas dentro do sector,

dados do INE para o ano de 1997 [INETI].

CAE 222 10 222 20 222 30 225 40 225 40 Total Nº de Empresas 61 1 576 362 599 760 3 358 Nº de Trabalhadores 912 18 499 1 297 4 020 5 104 29 832 Volume de negócios106 Esc. 8 302 51 4531 5 867 30 214 45 171 241 007 Estrutura de emprego

Segundo dados do INE, relativos ao ano de 1997, o sector emprega 29 832 trabalhadores em 3 358 empresas. A Associação do sector, a APIGTP, apresenta no seu Anuário para 1998 dados sobre os seus mais de 1 400 associados. Partindo desta amostra, que inclui mais de 40% das empresas do sector também podemos apresentar alguma informação sobre a estrutura de emprego global para o sector.

A partir dos dados recolhidos através de contratos de adaptação ambiental, inquéritos e visitas técnicas às empresas calculámos que 4 303 trabalhadores estão distribuídos por 51 empresas. Sabendo que estas 51 empresas incluem as maiores empresas do sector e que as restantes 131 empresas empregam 806 trabalhadores, pode assumir-se que todas estas são empresas de pequena dimensão, isto é, com menos de 20 trabalhadores.

Segundo os dados do INE para 1997, os cerca de 30 mil trabalhadores da indústria gráfica distribuem-se pelos vários subsectores da seguinte forma:

• 222 10 - Impressão de Jornais 3,0%

• 222 20 - Impressão N.E 62,0 %

• 222 30 - Encadernação e Acabamento 4,3%

• 22240 - Composição e outras Preparações de Impressão 13,5% • 222 50 - Actividades relacionadas com a Impressão N.E. 17,2%

Os associados da APIGTP, à semelhança do que se verifica a nível global no sector, são pequenas e médias empresas na sua maioria. Mais de 97% das empresas associadas da APIGTP têm menos de 100 trabalhadores. O gráfico apresentado na Figura 3 representa a estrutura dc emprego /mão-de-obra para o universo das empresas filiadas na associação do sector.

Volume de negócios

Em termos de volume de negócios verifica-se que as empresas que se dedicam às actividades de impressão são responsáveis por mais de 60% do volume de negócios do sector.

Distribuição geográfica

As empresas deste sector estão predominantemente localizadas na região de Lisboa e Vale do Tejo. Pode-se acrescentar ainda que, na região Norte e região Centro, existe também um número significativo de empresas de artes gráficas. No entanto, a soma do número de empresas existentes nas regiões do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores representa pouco mais de 6% do número total de empresas do sector

Produtos da Indústria Gráfica

A quantidade e variedade dos produtos da indústria gráfica é enorme, pode-se dizer que, na vida quotidiana, o material impresso é omnipresente.

No teclado com que escrevo, os caracteres que identificam as teclas foram estampados por qualquer processo de tampografia ou de serigrafia. Do mesmo modo, o mostrador e a marca do despertador, bem como a dos utensílios de higiéne, as marcas do dentífrico, do sabonete e do champô, e também a do café e dos outros alimentos do pequeno-almoço, são impressos.

Pense num dos seus dias...

Se a carta, o livrete e os documentos do seguro ficarem sossegados em casa porque, sabiamente, resolveu apanhar um transporte colectivo e, ainda que não tenha consultado horários e mapas, terá que utilizar impressos, bilhete ou passe.

Enquanto espera na paragem ou na estação, deparará com cartazes publicitários ou com autocolantes. Durante o percurso, se não imergir na leitura do jornal, observará que muitos dos seus companheiros de viagem lêem livros, jornais ou revistas.

Em seguida, trabalhará com envelopes comerciais, cartões de visita, cabeçalhos de cartas, agendas, calendários, formulários, guias, circulares, catálogos, ordens técnicas, prospectos, etc.

A ementa do restaurante, a própria toalha, os pratos, a factura ou o ticket com que paga a refeição, são impressos. Já agora, repare na cor que tudo isso tem (o consumidor começa a suportar mal o preto e branco, talvez por influência da TV a cores).

Aproveitará ainda a hora do almoço para comprar uma camisa ou uma gravata, provavelmente confeccionadas com tecido estampado.

No fim da tarde, antes do regresso, também o rótulo da cerveja ou do refrigerante e, esperemos que não seja o caso, da embalagem de aspirinas, são impressos.

E, no mínimo dos mínimos, dará uma vista de olhos pela calendarização dos programas de televisão ou pelos rótulos das embalagens dos vídeos que tem em casa, isto, depois de ter deitado para o saco do lixo (também impresso) eucaliptos de “mailings” e recolhido, eventualmente, impressos de caracter sério, como multas, facturas, letras, etc.

Mas porque também consome mercadorias de natureza cultural, como livros e manuais, quotidianos e semanários, revistas de carácter profissional ou relacionadas com qualquer desporto ou hobby, etc., poderá finalmente, antes de adormecer, ter encontrado os produtos que o vulgo considera como a globalidade da produção gráfica [PAN III].