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A LINGUAGEM GEOZINE: DEFINIÇÕES, CONSTRUÇÕES, COMPETÊNCIAS

5 EXPERIMENTANDO O GEOZINE SOB A PERSPECTIVA DA PRÁXIS

5.2 A LINGUAGEM GEOZINE: DEFINIÇÕES, CONSTRUÇÕES, COMPETÊNCIAS

O Geozine surge como proposta voltada para a formação docente, a partir da experenciação da estratégia para o processo do ensino e da aprendizagem. Ao propor a oficina didática ao público docente, trouxe possibilidades ao campo metodológico, uma vez que, ao conceber o produtor, provocam-se novas formas de pensar e agir na aplicabilidade de novos horizontes empíricos.

Nesta perspectiva, ao observar a professora Adriana na sua práxis didática, tendo o Geozine como uma estratégia pedagógica, abriram-se também novos horizontes ao ensino da Geografia. Nas palavras da educadora, fazer uso da linguagem Geozine possibilitou “repensar

minha prática enquanto professora de Geografia, acostumada com as práticas tradicionais, muito por conta do contexto que nós, educadores, estamos inseridos na realidade brasileira”.

O Geozine, enquanto campo de aplicação, comportou-se como uma metodologia que vai de desencontro com as práticas tradicionais por trabalhar com a liberdade de expressão na materialização do produto. Ao decorrer da sua aplicação, percorre por via de habilidades, competências e intencionalidades, uma vez que o professor está presente em todos momentos de aberturas e fechamentos das lacunas.

Ao refletir o Geozine como um produto aplicável ao ensino da Geografia, mostrou-se que funciona como um fio condutor durante a proposta temática. Para a professora Adriana, foram momentos bastante significativos, pois “pude vislumbrar o Geozine enquanto um

produto experenciado por mim e aplicado como uma estratégia em planejamento pedagógico”,

isto é, a ponte entre aprender e aplicar traz consigo novos vieses didáticos.

A educadora também descreve sua percepção sobre o Geozine e seus aspectos para Ensinar Geografia e compreender o lugar e a paisagem de Taipu. Para ela, houve duas perspectivas, sendo a “primeira percepção como um objeto teoricamente complicado, mas, ao

experenciar, mostrou-se como um produto de fácil construção, e que dá liberdade para quem o faz, algo que não é normal ao observar o ensino regular. Ainda assim, o Geozine dá possibilidade de entender uma temática através de vários olhares. Isso foi bastante perceptível ao olhamos os Geozines dos alunos, pois nenhum era igual ao outro, mesmo todos dentro da mesma proposta temática.

Após as observações da professora Adriana, adentrou-se em outro campo metodológico do Geozine, relacionado à estratégia e sua práxis no fazer pedagógico da educadora, delimitando alguns aspectos que foram identificados na aplicação do Geozine com seu aluno:

I. O Geozine promove concentração e atenção dos educandos durante a sua produção, bem como consegue unir a coletividade em torno de um tema em comum, mas com diferentes olhares;

II. É possível, com esta estratégia, desenvolver a liberdade artística, imagética, criativa, ações, sentimentos e emoções. Enfim, tudo aquilo que o autor, ao elaborar, consegue abarcar;

III. O lugar e a paisagem podem ser trabalhados através de vivências. Com o Geozine, isto se amplifica, aliado a outras linguagens (fotografias, figuras, desenhos, músicas, poemas, lendas e outros);

IV. O Geozine é uma metodologia ativa que proporciona ao professor um feedback sobre algum tema ou temática da ciência geográfica escolar. É uma forma didática customizada com materiais simples e de fácil condução na aprendizagem.

A estratégia Geozine propiciou novos olhares ao produto didático que está em processo contínuo de restruturação, pois não há um Geozine “definido e acabado”, mas uma linguagem que está constantemente aberta a novas significações. É importante ressaltar que a linguagem Geozine, no âmbito da aplicação na práxis da professora Adriana Andrade, conseguiu relacionar e contextualizar este produto didático.

É percebido que a metalinguagem que o Geozine consegue abarcar apresenta uma relação efetiva, pois o elo produzido dentro deste objeto promove o encontro comunicacional e que dará sentido à narrativa a ser construída. No mesmo sentido, há a contextualização que – com as ferramentas em mãos e os conhecimentos adquiridos, vividos e sentidos – dá sentido a possibilidade de criar meios didáticos. O Geozine acaba colocando as linguagens em uma teia aberta e criativa que envolve o fazer experimentado e a Geografia.

Ainda é necessário voltar na relação adaptativa do Geozine com a BNCC, seus objetos do conhecimento e habilidades explanadas durante a “Oficina Geozine”, ressignificada durante todo o processo de elaboração desde produto. A partir de todo o processo de reconstruções, chega-se ao Quadro 7, estruturado por três objetos do conhecimento e suas habilidades, ou seja, aquilo que o Geozine consegue abarcar dentro do processo da aprendizagem.

A estruturação adaptativa entre o Geozine e a Base Nacional Comum Curricular tem como foco central o 6° ano do fundamental, a unidade temática “Geozine: Lugar e Paisagem”, os objetos do conhecimento e habilidades, seja para o professor no processo da experimentação, seja para o aluno no processo da aprendizagem. A principal diferença entre os quadros 5 e 7 está relacionada às aquisições observadas durante todo o processo teórico e empírico do

produto, através das diferentes interpretações a respeito da relação com a BNCC e das funções dos professores e dos alunos ao proporem novos olhares à linguagem Geozine.

Na estruturação do Quadro 7, estão delimitados os três objetos do conhecimento, tendo o “Geozine: Lugar e Paisagem” como unidade temática central, uma vez que se propõe trabalhar com a linguagem e sua transitividade entre estes conceitos que também estão presentes nas competências gerais da BNCC.

Quadro 7 – O Geozine: objetos de conhecimento e habilidades. UNIDADE TEMÁTICA OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES GEOZINE: LUGAR E PAISAGEM Estabelecer conexões entre diferentes temas

do conhecimento geográfico

Utilizar os saberes interdisciplinares das variadas áreas de conhecimento das ciências escolares.

Relacionar o Geozine como uma linguagem transitiva, uma vez, que pode ser utilizado como

uma estratégia pedagógica em todo e qualquer tema, conteúdo ou princípios geográficos.

Compreender diversos elementos linguísticos

e metalinguísticos didáticos- pedagógicos.

Interpretar o uso e ativação de diferentes signos, códigos e sentidos metodológicos.

Identificar as características do “elo” como uma pluralidade metalinguística, desde os sons, imagens, desenhos, escritas e dentre outros.

Comparar os diferentes conectivos que se afloram na medida em que as novas descobertas

surgem, ampliando e materializando continuamente o produto. Entender as

transformações técnicas e tecnológicas, seu impacto nos processos

de produção e no desenvolvimento do

conhecimento.

Reconhecer o Geozine na perspectiva da materialização manual, e nos processos didáticos

de sua elaboração, uma vez que, constrói algo inédito, manual e com poucos recursos. Incentivar a escrita, a leitura, no uso da criatividade, coordenação motora, reflexão

referente ao tema, descobrindo as transformações do espaço-tempo. Fonte: Elaborado pelo o autor (2019).

No primeiro objeto do conhecimento, suas habilidades estão em evidenciar o Geozine como um conectivo transitivo entre diferentes conteúdos geográficos e não-geográficos. No segundo, busca compreender como o Geozine consegue abarcar diferentes símbolos e signos comunicativos através da metalinguagem. No terceiro, está em colocar o Geozine diante do cenário das TICs e suas funções pedagógicas durante a sua execução.

Em um perfil comparativo entre as narrativas produzidas pelos professores e pelos alunos, percebe-se aspectos importantes a serem elencados, pois a forma dialogal e os olhares

sob os espaços taipuenses apresentam teores de sentimentos e relação com os lugares e as paisagens com sentidos diversos e, ao mesmo tempo, pertencentes a um mesmo espaço geográfico.

Ao analisar a produção dos professores, é perceptível que sua relação com o lugar é algo maturado de uma conjuntura social e vivenciada pelas diversas paisagens do espaço-tempo geográfico. Em geral, ao lembrarem de um local, simbólico e de pertencimento, acabam atrelando-o a condicionantes que denotam tempo para sua construção afetiva. Além disso, a forma construtiva dos Geozines apresenta uma inter-relação com diferentes territórios e setores da vida. Por isto, suas narrativas têm um teor entre o passado vivido e aquele vivenciado em seu cotidiano.

Tratando-se dos Geozines dos alunos, observa-se um olhar real e atualizado dos acontecimentos que estão em sua volta, como uma casa nave incomum para a realidade dos moradores da cidade ou uma festa cultural que movimenta a cidade. Os lugares e as paisagens estão espalhados pelos espaços afetivos, permanecendo vivos e construídos na medida que suas percepções são ressignificadas com o passar do tempo, ou seja, seus horizontes são espacializados. Ao relacionar com suas narrativas, nota-se vivências reais, paisagens inéditas que são sentidas de forma única e moldadas na medida em que as inter-relações no espaço geográfico ocorrem, mudam e se transformam em um mesmo lugar, mas com cheiros, sentidos e pertencimentos que abarcam mais sentidos geográficos.

Ainda assim, é importante destacar como o lugar e a paisagem, dois importantes conceitos utilizados nesta dissertação, apresentam-se nos Geozines. Percebe-se, portanto, que, ao vislumbrar a cidade de Taipu como plano de fundo para produção temática dos Geozines, as percepções dos professores e alunos foram bastante diversificas. A afetividade e a relação com o lugar se tornaram ponto central dessa contextualização entre o Geozine e Taipu (Lugar e Paisagem).

Em outras palavras, o lugar e a paisagem estão inseridas em todas as narrativas a cada figura selecionada, pois a escolha parte de uma intencionalidade, existe um porquê, como também da organização das ideias ao pensar na temática envolvendo os dois conceitos. Por fim, parte também das opções das linguagens mobilizadas na construção dos Geozines, pois, através delas, que darão as cores necessárias na tela em branco para a materialização do produto didático.

Dessa forma, os dois lados da “moeda” com relação ao Geozine são notados. No primeiro momento, há o desenvolvimento, a partir da formação de professores, de suas perspectivas da experimentação e dos olhares didático para trabalhar com o ensino da

Geografia. Da outra perspectiva, há o Geozine em uma trama, onde a professora Adriana, ao aplicar a estratégia em sua práxis com seus alunos, produziu diversas narrativas sobre os lugares e as paisagens de Taipu. Em suma, todas essas facetas que foram propostas tiveram o objetivo de ampliar a linguagem Geozine, dando uma maior densidade teórica em situá-lo como um objeto didático, linguístico, empírico e suas possibilidades para o ensino da Geografia.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a caminhada desta pesquisa, houve diversos momentos cruciais na busca de preencher lacunas, propor caminhos, construir percepções e desenvolver aplicações na práxis docente, pautadas nas vivências sobre lugares, nas inspirações das paisagens, nas descobertas e nas emoções sobre uma cidade chamada Taipu e um produto linguístico denominado Geozine.

Contudo, é preciso pontuar e responder algumas questões que, ao decorrer da pesquisa, surgiram e que precisam ser expostas nesta parte final, uma vez que a realização desta dissertação se deu através da junção de diferentes atores sociais, sejam professores, alunos, fontes primárias e secundárias, visitas às instituições e passeios fotográficos pela cidade de Taipu.

Diante disto, nas sequências a seguir, pode-se ver os momentos ímpares que possibilitaram a construção desta pesquisa, bem como as resoluções (respostas) aos objetivos e delineamentos propostos. Primeiramente, é preciso elucidar a importância do desenvolvimento desta pesquisa para a cidade de Taipu e, principalmente, para o pesquisador, filho da terra, que passou por diversas instituições de ensino do local, como aluno e como professor. Deste modo, evidenciar um lugar de vivência sempre traz consigo o sentimento de “felicidade”, uma forma de devolver a esta terra taipuense as sementes, plantadas por diversos professores, e os frutos colhidos.

Falar dos estabelecimentos de ensino da cidade é elucidar as escolas que foram centrais para esta dissertação, a saber: Escola Estadual Joaquim Nabuco; Escola Estadual Professora Clotilde de Moura Lima; e Escola Municipal Professora Francisca Avelino. As referidas instituições possibilitaram conhecer suas realidades educacionais, mesmo diante de cenários improváveis, tais como a falta de professores, os desvios de funções e a insuficiência de materiais didáticos e paradidáticos. Mesmo diante de um cenário permeado por dificuldades, as instituições mencionadas buscam fazer a diferença no ensino, em especial o da Geografia.

Ainda assim, é importante destacar as barreiras iniciais de acesso a essas instituições, especificamente aos professores em que a reciprocidade não foi sempre unânime. Porém, ao decorrer das visitas, percebeu-se um cenário que requer avaliar todo um contexto situacional em que estes atores estão inseridos e nem sempre a reciprocidade surge do indivíduo, mas de uma ação macro institucional que leva o docente à incerteza e à dúvida sobre sua figura e postura enquanto educador.

Em um segundo momento, é necessário pensar como ampliar os horizontes docentes em relação às suas práticas. Em outras palavras, é fundamental pensar em construir momentos de

formação, um dos principais pontos elencados tanto pelos professores quanto pela avaliação do perfil didático. Por esse motivo, a pesquisa se debruçou no desenvolvimento do Geozine a partir da perspectiva do professor, haja visto que ele é a figura central de todo o processo de ensino. É através dele que se dá as escolhas e os caminhos a se seguir e, junto ao planejamento semanal, quinzenal ou mensal deste ator, que todo o conjunto de ensino se desenvolve. Diante disto, nada melhor que iniciar o processo de construção do Geozine a partir de sua experimentação prévia, criando acepções e “diminuindo” os entraves para desenvolver novas metodologias.

Por conseguinte, iniciar o processo de construção do Geozine, por meio do professor, trouxe novos olhares ao educador. Aproximar uma estratégia, antes da sua aplicação na práxis didática, possibilitou ressurgir a figura do pesquisador, aquele ator que está sempre em processo de novas descobertas e que é movido por questionamentos na busca de um fazer pedagógico significativo para o aluno.

Por isso, o fato do Geozine ser introduzido diretamente ao professor destaca a figura do docente como responsável pelas delimitações de sua ação pedagógica em sala de aula. Além disso, tanto a oficina desenvolvida com o professorado como a análise da práxis da professora Adriana evidenciaram que é um caminho plausível a seguir e que traz consigo uma gama de ressignificações nos “achismos” que todo docente carrega (falta de tempo, falta de iniciativa em criar, falta de pesquisar, etc.), mas mostraram, durante toda a caminhada, um “despertar” e que, sim, é possível. No entanto, requer esforços em não deixar apagar uma das principais marcar de ser professor: a buscar incessante pelo conhecimento.

No terceiro momento, foram expostas as ações desenvolvidas através da oficina Geozine com os professores das três instituições da cidade de Taipu, na busca de compreender como um objetivo didático, experenciado a partir das acepções e vivências da cidade (isto é, utilizando a noção do lugar e a leitura da paisagem taipuense). Essa experenciação trouxe ganhos importantes para todos os autores envolvidos, pois, embora o objetivo tivesse a conotação de propiciar a apreciação de uma nova metodologia, estava muito além disso, tendo em vista que possibilita o desenvolvimento de um espaço de trocas, de professor para professores, em que o conhecimento geográfico de vivências era a principal similaridade.

A Oficina Geozine, ministrada em uma pequena sala da Escola Francisca Avelino, com quase 15 professores, edificou um local onde todos estavam no mesmo patamar, abertos a conhecer uma nova proposta didática, debater sobre a situação escolar e reconhecer o seu papel no cenário educacional atual. Nesta construção didática de professor para professores, estes indivíduos conseguiram expor seus sentimentos e significações sobre a sua própria realidade, em que o Geozine e sua materialização serviram não apenas como uma ferramenta para sua

utilização didática, mas para evidenciar a identidade dos educadores e suas vivências enquanto cidadãos taipuenses.

Os Geozines produzidos por estes autores mostraram o quanto o lugar e a paisagem são muito além de um conceito geográfico, mas, sobretudo, dois aspectos de vivências, simbologias e lembranças, por meio das quais a cidade de Taipu, que serviu de inspiração, propiciou momentos de nostalgia e pertencimento a lugares e instituições. As paisagens se mostraram como pontos referenciais de vivências citadinas que marcam memórias e fases da vida do homem.

A experimentação do Geozine apresentou, dentre tantos fatores positivos, a possibilidade do próprio professor ser o autor de suas metodologias em despertar o pesquisador que há em cada educador. Logo, o Geozine compreendeu uma estratégia para o professor que dá diferentes possibilidades na sua aplicação na práxis docente, levando em consideração que tudo depende da intencionalidade e dos direcionamentos do educador no processo da aprendizagem.

O quarto momento está relacionado ao Geozine na práxis da professora Adriana. Esta professora abriu as portas da turma de 6° ano para aplicar o produto como uma estratégia didática, utilizando a mesma base temática, os lugares e as paisagens de Taipu. O que se observou, durante esta ação didática, foram as trocas entre um professor e seu alunado, com um bom direcionamento pautado em um planejamento prévio com todos os recursos necessários por perto. Com isto, conseguiu delimitar uma aula eficiente, produtiva e significativa para aprendizagem do educando, uma vez que suas vivências sob o espaço taipuense é o grande aporte que direciona todo o desenvolvimento do Geozine.

Por fim, observou-se como se deu o processo empírico-prático do Geozine com professores e alunos, o que ajudou o processo de pontuação de como se deu a compreensão do Geozine enquanto uma linguagem para o ensino da Geografia. Pode-se dizer que se traduziu na busca por diversos aportes teóricos que oferecem sustentação em afirmar “o Geozine é uma linguagem”, pois é uma terminologia que, como já mencionado, apresenta diferentes sentidos para distintos contextos.

Nesta perspectiva, o Geozine se mostrou como um objeto didático capaz de ser categorizado como uma linguagem pelo fato de apresentar diversas características que o coloca como tal, sejam nos aspectos comunicacionais ou simbólicos que têm entranhado na materialização deste produto didático, bem como na sua função de ser um sistema de signos organizativo e composto pela eclosão de diversas outras linguagens e, por isso, ser caracterizado agora como uma metalinguagem.

Mas, afinal, o que é o Geozine? Enquanto definição, o Geozine é uma linguagem dotada de signos e símbolos que se ligam com outros aspectos comunicacionais por meio da metalinguagem. O Geozine é destinado ao ensino da Geografia e possui como público-alvo os professores desta ciência e sua aplicação na práxis com seus educandos. No entanto, a linguagem Geozine permite e dá total liberdade de ser verticalizada e transitiva pelas mais variadas ciências escolares.

Dentre seus principais objetivos, destacam-se a proposição construtiva de um novo objeto educacional para os conteúdos geográficos escolares, a promoção do desenvolvimento de um produto didático que seja construído de forma manual e artesanal por quem o elabora e, por fim, a compreensão do processo de construção linguísticas e os inputs comunicacionais entre as diversas linguagens mobilizadas durante a elaboração do Geozine.

Na relação Professor-Geozine, o produto se comporta como um instrumento dotado de uma gama de ferramentas didáticas, por meio das quais o educador consegue extrair diversos questionamentos acerca de uma temática, do feedback de uma pós-aula ou uma forma de condensar o conhecimento aprendido a partir de uma metodologia que consiga promover “pontes” de compreensão de um determinado tema. Com o Geozine enquanto uma estratégia didática, o professor consegue ditar as regras e os caminhos a seguir, ou seja, sua intencionalidade é central para a pré-execução do produto.

Referente à relação Aluno-Geozine, o objeto se direciona para um campo da aprendizagem significativa e proximal, isto é, durante a construção de um Geozine, o educando consegue criar meios “próprios e inéditos” que saem através da sua percepção, ou seja, na narrativa, ele é o autor que tem em mãos toda a liberdade criativa e artística em sua confecção. Em suma, tem-se, aqui, narrativas que foram capazes de ampliar a visão do Geozine, uma estratégia desenvolvida por Silva (2018) e persistida pelo o autor desta dissertação, na buscar de abrir o leque de possibilidades que a linguagem Geozine tem entranhada dentro de sua concepção teórica e empírica, após perpassar por diferentes autores bibliográficos, atores