• Nenhum resultado encontrado

A população desta pesquisa foi composta, na data de sua realização, de 74 grupos econômicos ativos,16 distribuídos em 8 agências de um grande banco nacional privado, dispersa em 6 cidades de 2 Estados (Minas Gerais e Rio de Janeiro), conforme a Tabela 12, a seguir:

TABELA 12

Distribuição da base de grupos econômicos

Cidade Agência Quantidade de Grupos Econômicos % Grupos % Cidades

Juiz de Fora – MG 0192 26 35,14 7169 10 13,51 51,35 7366 02 02,71 Itaperuna – RJ 0296 08 10,81 10,81 Cataguases – MG 0737 10 13,51 13,51 Além Paraíba – MG 0873 04 05,40 05,40 Muriaé – MG 0878 07 09,46 09,46 Leopoldina – MG 0937 07 09,46 09,46

FONTE: Dados secundários.

As cidades do Estado de Minas Gerais fazem parte da região conhecida como “Zona da Mata”, que engloba também outras cidades. Já a cidade fluminense de Itaperuna faz parte da região dos “Lagos” (norte do Estado), situando-se próxima à divisa desses dois Estados.

TABELA 13

Características da população

Setor Econômico Número Funcionários Quantidade % Quantidade % Primário 0 - Até 50 12 16% Secundário 26 35% 51 a 250 44 59% Terciário 48 65% 251 a 500 13 18% Acima 501 5 7% TOTAL 74 100% 74 100%

FONTE: Dados secundários.

16 Por grupo econômico ativo entende-se: a) empresas isoladas ou grupos compostos por duas ou

mais empresas com vinculação societária – controladas e coligadas; b) ativas: possuam relacionamento comercial com a instituição financeira, não sendo válida renegociação e/ou confissão de dívidas, e que tenham quatro ou mais produtos e/ou serviços na data da pesquisa.

Na apresentação da população, percebe-se que em bancos privados inexistem empresas médias pertencentes ao setor eminentemente primário da economia. Não há estudos específicos sobre esse motivo (hipóteses podem ser encontradas, de forma sutil, em Wildimann17). Uma das teorias é que, no setor primário, há grandes extremos em questão de porte: ou há pequenos produtores – geralmente pessoas físicas – ou grandes empresas – normalmente controladas/coligadas de algum outro grupo econômico.

Uma segunda teoria é que, por demandarem recursos oriundos de crédito rural, o setor público torna-se o principal ofertante. A Tabela 6,18 no capítulo 2, demonstrou-se em números essa teoria, quando se verificou que 6,9% da carteira de crédito dos bancos comerciais privados estava direcionada a financiamentos rurais e agroindustriais, conquanto nos bancos públicos esse percentual era de 19,5% (2,83 vezes maior).

Relativamente à quantidade de funcionários, verifica-se concentração na escala de 51 a 250 funcionários. Esse resultado tem estrita ligação com os fatores levantados (setor econômico, faturamento e situação). Empresas médias dos setores secundários e terciários concentram um grande número de pessoas empregadas.

TABELA 14

Distribuição de freqüência da população pesquisada em relação ao faturamento

Faturamento Anual Freqüência % cumulativo 3.600 2 2,70% 9.150 22 32,43% 14.700 27 68,92% 20.250 11 83,78% 25.800 6 91,89% 31.350 0 91,89% 36.900 3 95,95% 42.450 0 95,95% Acima de 42,451 3 100,00%

FONTE: Dados secundários.

17 WILDMANN, Igor Pantuzza. Crédito rural. Belo Horizonte: Del Rey. 2001. 18 ANDIMA. O novo perfil do sistema financeiro. 2001, p. 24.

Outro fator a considerar – sendo este o divisor deste estudo – é o faturamento médio anual das empresas. Na população pesquisada, o valor anual mínimo de faturamento foi de R$ 3.600 m e o máximo de R$ 48.000 m. A média foi de R$ 14.193 m. Esse critério de porte não é rígido. Pequenas variações (para cima e para baixo) acontecem em praticamente todas as instituições financeiras, e não há parâmetros acadêmicos que os enquadrem cientificamente.

Percebe-se que a maior parte encontra-se com faturamento acima de R$3.600 mil e menor que R$ 31.350 mil (89,19%). Também não há, ao menos na população analisada, relação entre o setor de atividade, a quantidade de funcionários e o faturamento médio anual. Não é motivo deste trabalho fazer essa correlação, mas pode-se deduzir que ela depende muito do segmento de atuação de cada média empresa.

TABELA 15 Situação da empresas Situação Quantidade Percentual Tomador 58 78.38% Doador 6 8.11% Neutro 10 13.51%

FONTE: Dados secundários.

Outro aspecto importante neste estudo é a característica da situação da empresa, aqui dividida em três aspectos: tomadora (de recursos), aplicadora (doadora de recursos) e neutra (nenhuma das duas anteriores – normalmente só utiliza o banco para movimentação de conta corrente). Verifica-se, para as seis cidades constantes nos setores econômicos existentes, que a maioria das médias empresas necessita de recursos bancários. Essa necessidade foi comentada no capítulo 2 e deve-se, primeiramente, ao fato de serem empresas em constante processo de mudanças, quer estejam crescendo (recursos para investimentos em expansão) ou atravessando períodos recessivos, como a queda do volume de vendas ou a entrada de novos concorrentes, quando, então, utilizam os bancos como “apoio”. Não é objetivo, neste trabalho, analisar tais aspectos.

3.2 PERFIL DAS CIDADES PESQUISADAS

Com o objetivo de proporcionar maior entendimento quanto ao universo pesquisado, acredita-se ser importante apresentar alguns dados básicos sobre as cidades que fizeram parte da pesquisa.

TABELA 16

População residente e distribuição percentual urbana, rural, homens e mulheres

População %

Cidade Urbana Rural Homens Mulheres

Juiz de Fora 99 01 48 52 Itaperuna 85 15 49 51 Cataguases 94 06 49 51 Além Paraíba 88 12 48 52 Muriaé 89 11 49 51 Leopoldina 85 15 49 51 FONTE: IBGE (1998).

Pela Tabela 16 pode-se verificar que todas as cidades da população possuem características eminentemente urbana, sendo Juiz de Fora a que concentra maior parte desse tipo. Com exceção de Cataguases as demais cidades mantêm uma média de 13% de população rural. Isso tem impacto na existência de médias empresas, uma vez que esse tipo de empresa está concentrada nos setores secundários e terciários, e que há predominância de mulheres.

Como o objeto da pesquisa são as médias empresas, será apresentada a distribuição de unidades locais (pessoas jurídicas devidamente registradas), com quantidades de pessoas ocupadas:

TABELA 17

Unidades locais – Quantidade de pessoas ocupadas

Unidades Locais – quantidade de pessoas ocupadas

Cidade Até 50 51 - 250 251 - 500 mais 500 Universo Pop Universo Pop Universo Pop Universo Pop Juiz de Fora 98,33 15,79 1,45 50,00 0,13 28,94 0,09 5,27 Itaperuna 98,47 12,50 1,28 75,00 0,13 12,50 0,12 - Cataguases 98,63 - 1,00 70,00 0,11 - 0,26 30,00 Além Paraíba 98,71 75,00 1,09 25,00 0,10 - 0,10 - Muriaé 98,95 - 0,95 85,71 0,07 14,29 0,03 - Leopoldina 98,55 28,57 1,38 71,43 - - 0,07 -

A Tabela 17 mostra que a maioria das empresas possui até 50 pessoas ocupadas. Na população esta distribuição concentra-se na segunda escala (de 51 a 250), pelas razões já explicadas.

Da população deste trabalho, 44 médias empresas (59,46%) ocupam de 51 a 250 pessoas, enquanto, pelos dados do IBGE, a maior parte (98,47%) ocupa até 50 pessoas.

Prosseguindo no mapeamento da população, apresenta-se, a seguir, na Tabela 18 a quantidade de agências bancárias que cada cidade possui e um paralelo entre esta quantidade e o número total de unidades locais que cada cidade possui.

TABELA 18

Proporção de agências bancárias por unidades locais

Cidade Quantidade de agências bancárias Quantidade de Unidades Locais Proporção Juiz de Fora 42 14.733 1:0,29 Itaperuna 7 1.639 1:0,43 Cataguases 7 1.899 1:0,37 Além Paraíba 5 1.007 1:0,50 Muriaé 7 3.055 1:0,23 Leopoldina 6 1.450 1:0,41 Total 74 23.783 1:0,31

FONTE: IBGE (1998) e dados secundários.

Verifica-se que a cidade proporcionalmente mais bem atendida por agências bancárias é Além Paraíba e a que tem menos agências por unidades locais é Muriaé.

Essa relação traz profundos impactos na relação entre médias empresas e bancos, como será explicado ao longo desta pesquisa.