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A Revolução Francesa

No documento Gestação da Terra (Robson Pinheiro) - PDF (páginas 113-118)

"E iraram-se as nações; então veio a tua ira, e o tempo de se- rem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos pro- fetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pe- quenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a

Terra." Apocalipse 11:18

NESTE MOMENTO de transição, em que as sombras de final de milênio e início de outro ameaçam tingir os céus do vosso planeta com os tons cinzentos do pessimismo, não podemos nos furtar à necessidade de retornar ao vosso pas- sado para aprendermos com os insucessos dos filhos da Ter- ra. Tentemos visualizar a vossa história preparando-nos para dias melhores. Ante as perspectivas sombrias das guerras que se desenharam nos horizontes da humanidade, o nosso espírito não pode fugir à necessidade imperiosa de estabele- cer parâmetros consentâneos com a necessidade de evolução do planeta que habitais.

O século XVI terminou, e as sementes lançadas pelos re- formadores produziram frutos. Por toda parte o povo tinha acesso às letras do Evangelho, e surgia agrupamento de cris- tãos em todo lugar. Certo que houve abusos, como em quase todo empreendimento humano, entretanto pode-se notar que por toda a Europa surgiam almas valorosas que defendiam os princípios da liberdade religiosa.

A França, no entanto, conservava-se presa ainda aos princípios papais, embora muitos de seu povo aspirassem a se libertar das amarras que os detinham, no que diz respeito às questões religiosas.

As cenas da Noite de São Bartolomeu87 ainda estavam

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Noite de São Bartolomeu. Em 24 de agosto de 1572 tem início, em Paris, um dos maiores massacres religiosos da história. Centenas de milhares de huguenotes (nome dado aos protestantes franceses) foram assassinados, evento que se estendeu a todo o território francês após a morte do principal líder huguenote, sire de Co- ligny.

vívidas na memória do povo. A união do rei de França com os emissários do Papa Gregório XIII, espírito da falange dos Dragões, fez com que a Terra presenciasse uma das mais sombrias noites de sua história. Pode-se dizer que a união da Igreja com o estado francês, naquela época, produziu o mais negro catálogo de crimes hediondos de que a história tem notícia.

Durante a revolução de 179388, o povo francês, tendo à frente os representantes do governo e os príncipes da Igreja, elegeram uma dançarina como a deusa Razão, elevando-a a um pedestal, onde todo o povo a adorava. Nesse período, a assembléia francesa renunciou publicamente à mais solene verdade revelada aos habitantes da Terra: a crença na Divin- dade. A assembleia legislativa declarou não haver Deus, e, na capital das luzes, as trevas morais se fizeram sentir em toda a sua intensidade.

A Revolução Francesa ainda não lograra alcançar as me- tas almejadas. Havia ainda muitas feridas no organismo so- cial do país. Uma revolução ideológica natural chamava os homens a uma mudança de valores. A Universidade de Paris estava reunindo os seus maiores líderes para uma análise do comportamento do homem. Os dias que precederam a última década do século XVIII não apenas derrubaram a Casa dos

Até os dias atuais, relatam-nos os espíritos através da mediunidade, caravanas de benfeitores procuram despertar almas ainda presas às cenas tristes daquele verão francês. A Noite de São Bartolomeu foi o ápice sangrento de uma década de guer- ras civis, saques e homicídios, os quais tiveram início no Massacre de Wassy — conflito entre huguenotes e católicos no ano de 1562. Envolvendo questões políti- cas, sucessórias e papais, as disputas duraram mais de 36 anos e encontraram termo somente com a publicação do Edito de Nantes, em 1598.

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Revolução de 1793. A Revolução Francesa, processo histórico cujo marco inicial é a tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, é geralmente subdividida em 4 fases ou revoluções, dado seu caráter dinâmico e singular, cada uma havendo elaborado uma Constituição diferente.

A terceira revolução (1793) põe fim ao reinado e é caracteriza-da por violentas batalhas em todo o solo francês, instaurando a república. Em meio ao cenário turbulento daqueles anos e aos combates fronteiriços e contra-revoludonários, institui-se o chamado Terror (1792-1794), regime que atingiria seu ápice ao extin- guir a defesa e a audição de testemunhas no processo judicial, e ao admitir somente a pena de morte. Milhares foram guilhotinados em nome da lei, entre eles o rei Luís XVI, a rainha Maria Antonieta e o líder jacobino Danton.

Bourbons como abriram espaço para uma visão mais apro- fundada da realidade humana. A França acabara com o privi- légio das chamadas classes abastadas, e todos os franceses eram agora chamados de cidadãos.

Quando então se cultivavam as ciências e as artes flores- ciam, quando a Igreja apresentava teólogos para a corte francesa, os quais desafiavam a sabedoria de muitos que se diziam esclarecidos, a noite de trevas morais se abateu sobre a nação.

A deusa Razão, simbolizada pela dançarina da ópera, es- colhida pelo povo, foi então conduzida à Catedral de Notre Dame para tomar o lugar da Divindade.

Com a fuga dos protestantes chamados huguenotes, após a trágica noite de matança de São Bartolomeu, a nação en- trou em lento declínio. As cidades manufatureiras foram aos poucos sendo abandonadas. Paris se transformava num de- pósito de mendigos, pois todos procuravam a capital para salvar-se da situação reinante. A corte achava-se entregue aos abusos do luxo e dos prazeres. Luiz XV foi um gover- nante indolente e desleixado com os compromissos assumi- dos perante a nação e recebia influência direta de espíritos vândalos que se utilizavam dele para estabelecer o caos. Durante mais de cinqüenta anos governara a nação francesa com desrespeito à situação e negligenciara os mais simples deveres para com o seu povo.

Foi então que rompeu a revolução, instigada por cardeais e padres, que tentavam a todo custo disfarçar a sua participa- ção nos bastidores. E, por trás do véu da vida, inteligências sombrias preparavam os crimes, as matanças e a guerra. Mas o resultado não foi exata-mente o esperado. Onde a França, no passado, acendeu a sua primeira fogueira contra os defen- sores da Reforma, agora se erguia a primeira guilhotina; depois, haveria outras centenas para espalhar a dor e a morte pelo território francês.

O povo, excitado pelo desespero e pela guilhotina, insur- giu-se contra o rei, os representantes da Igreja e os homens

de poder, a ponto de executar o rei, juntamente com muitos nobres. Loucuras foram perpetradas sob o domínio do Ter- ror, quando se baniu a religião.

Na verdade, os homens se rebelavam contra a religião a- presentada por Roma e seu clero, pois ela não convencia, nem atendia mais às necessidades do coração. Os abusos de poder praticados pelo papa foram tão grandes que inspiraram entidades das trevas, neste estranho período da Revolução. Em alguns anos, ela provocou a destruição de milhares de pessoas. Longas fileiras de prisioneiros eram mortos a me- tralha, e os que escapavam tinham suas vidas ceifadas na guilhotina. Nesse período, espíritos trevosos se aproveitaram da fraqueza dos homens, e terríveis obsessões então se inici- aram. Certas cenas permaneceram na memória de muitos espíritos, que haveriam de carregar tais lembranças por mui- tas encarnações. Reencarnariam por inúmeras vezes a fim de se libertarem dos compromissos assumidos no passado.

Das cinzas da Revolução, entretanto, restaram os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, que mais tarde seriam melhor explicados e defendidos de maneira digna. A Revo- lução Francesa, as guerras de toda espécie, as batalhas san- grentas e as investidas das trevas provam por si sós a situa- ção calamitosa do homem. Apesar dessas demonstrações de força bruta no passado, o século XX ainda presenciou cenas de terror, nas duas grandes guerras, nos conflitos do Golfo Pérsico, no Vietnã, nas disputas do Sudeste Asiático e nas diversas lutas sangrentas patrocinadas pela insensatez huma- na.

O homem é violento e espalha a sua violência na morada planetária. Os resíduos de seus conflitos internos espoucam nas batalhas e nos conflitos de todas as nações.

Se nos reportarmos à ferocidade das nações, que tentam mascarar a guerra e a violência com tratados de paz, fortale- cidos pelas armas, podemos ver como o homem do final do século XX não é capaz ainda de ser verdadeiramente feliz.

se desenham no panorama de vossa civilização, que demons- tra, nesta hora difícil, a falência dos valores éticos.

Na paisagem triste deste momento psicológico de vossa humanidade, a psicologia, a antropologia e a sociologia ten- tam entender a carência dos valores internos e a impotência da tecnologia. Esta proporciona o conforto desmedido a alguns e promove a derrocada da civilização, pelas lamentá- veis guerras que desencadeia em vosso mundo.

O homem viaja no bólide que se chama Terra, em direção à constelação de Hércules, nos braços da Via Láctea. Entre- tanto, ainda não logrou alcançar a paz em sua morada e, dentro de si, também não conseguiu estabelecer as bases definitivas para a sua felicidade.

Nunca o homem viveu tão necessitado de Jesus como na atualidade. E é para ele, o Mestre dos desvalidos, que deve- mos retornar, nas lembranças difíceis que evocamos, pedin- do-lhe o amparo para o planeta Terra.

No documento Gestação da Terra (Robson Pinheiro) - PDF (páginas 113-118)