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Emigrações planetárias e juízos pe riódicos

No documento Gestação da Terra (Robson Pinheiro) - PDF (páginas 39-43)

“Homens, por que lamentais as calamidades que vós mesmos amontoastes sobre a vossa cabeça?" Adolfo (espírito), em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 7, item 12

MUNDOS E sóis, com seus sistemas que desfilam na família universal, funcionam como educandários, escolas de ascese espiritual para as consciências em estado de evolução. Considerando o vocabulário humano, pode-se afirmar que os planetas, com suas humanidades, representam estágios e campos de aprimoramento da consciência espiritual que se lança no grande caudal cósmico da evolução. Esses mundos dispersos no espaço são o palco de dramas, poemas de amor, universidades siderais, oficinas de trabalho, templos da sa- bedoria. Desempenham funções que estais longe de compre- ender, e, apesar das observações de vossos cientistas, não guardais a idéia verdadeira a respeito da natureza sideral ou espiritual dessa família cósmica.

Iniciando-se nas primeiras manifestações da inteligência, após eras de aperfeiçoamento nas expressões primitivas, o espírito elabora a consciência através de mil formas e mil vidas, no palco amplo dos mundos que a Sabedoria Infinita localizou no seio do cosmos.

Cada mundo, cada planeta do universo guarda em si pos- sibilidades de crescimento que serão exploradas pelas huma- nidades siderais. Muitas vezes, quando observais certos mundos que vos parecem um astro morto ou que não ofere- cem condições para o desenvolvimento da vida como a co- nheceis, esquecei-vos de que a mesma vida que prodigaliza muitas formas de expressões em vosso próprio mundo pode se manifestar de formas e com bases diferentes daquelas que caracterizam as espécies observadas em vosso plano.

Assim sendo, podeis utilizar vosso pensamento para ima- ginar outras formas de expressão da consciência manifesta- rem-se em vibrações ou campos diferentes daquele em que ora existis.

A vida16 não se manifesta no universo sobre as mesmas bases que são observadas em vosso mundo. Outras formas, outros campos energéticos se desdobram além da vossa di- mensão e servem de base para a vida no universo. Nem mesmo podeis afirmar que o mesmo ar, a mesma composi- ção química respirável por vossa humanidade terá que ser a mesma para outras manifestações da consciência, em outros corpos, em outros mundos. A variedade infinita de mundos e seres, campos e dimensões não tem como base o acanhado modelo terrestre.

Essas escolas siderais, como as vossas escolas terrestres, passam periodicamente por processos seletivos que definem o padrão evolutivo de cada mundo, visando a um maior a- proveitamento daqueles que fizeram jus a um estágio mais elevado, em virtude do próprio esforço e dedicação.

Aquelas consciências que não alcançaram a média evolu- tiva exigida para a permanência na escola sideral, por se mostrarem incompatíveis com o estado evolutivo dessa hu- manidade, são transferidas de escola planetária, reiniciando o seu aprendizado em outros mundos, outros orbes do espa- ço, em que possam encontrar clima propício para o seu cres- cimento, sempre de acordo com a lei das afinidades.

O vosso mundo, igualmente, passa por um desses perío-

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Vida – As formas de vida que conhecemos na natureza são baseadas em cadeias carbônicas, e tudo aquilo que conhecemos é composto pelos elementos dispostos na tabela periódica. Aquilo que para nós é letal pode ser meio fértil de vida para outros seres, regidos por outro modelo ou organização biológica. Um bom exemplo se dá com os seres anaeróbicos, para os quais o oxigênio — gás vital para a maior parte dos seres vivos na Terra — chega a ser fatal, em alguns casos. Portanto, enquanto o homem buscar vida com instrumentação elaborada a partir da vida orgânica tal qual a conhecemos, somente será possível diagnosticar vida dentro desses mesmos padrões. Rubem Alves compara as hipóteses, teorias e modelos científicos a redes e anzóis: o peixe apanhado será somente aquele que se encaixar nos padrões estabe- lecidos por esses instrumentos — todos os outros animais escaparão. O anzol escolhe o seu peixe (ALVES. 1996.cap.6,p.86-100)

dos, que denominais juízo e que, para nós, significa apenas uma adequação a novas etapas evolutivas.

A consciência cósmica começa a se realçar em vossa hu- manidade. Conceitos cada vez mais universais, holísticos, cósmicos manifestam-se em vossos pensamentos, inaugu- rando um período diferente na mentalidade de vosso mundo, preparando-vos para a era de amor universal, para a consci- ência cósmico-sideral. Assim, estareis aptos a entrar em contato com outras formas de vida, outros irmãos vossos mais experientes, que mais tarde influirão na futura civiliza- ção do vosso mundo.

O velho sistema, com seus representantes e aqueles que se sintonizam com ele, está passan¬do, por se demonstrar falho, limitado e não servir mais à necessidade evolutiva do planeta. Outra mentalidade, outra proposta, mais universalis- ta, está agora surgindo do meio do caos aparente onde se sepulta o velho mundo, as velhas e acanhadas concepções que determinam o fim de um processo evolutivo de vosso planeta.

Junto com esse mundo velho, essas consciências que não amadureceram, finda um período sideral, e essas almas não encontram mais guarida no solo abençoado do planeta Terra. E necessária a mudança de escola. Que continuem seu a- prendizado em mundos compatíveis com o grau evolutivo íntimo, que decide a localização geográfica ou dimensional de cada espírito, nesse processo seletivo geral. E aqueles que receberam o aval de suas consciências, quanto ao seu pró- prio desenvolvimento espiritual, cósmico, permanecerão na escola planetária, em melhores condições, para inaugurarem a nova civilização, sob uma atmosfera mais espiritualizada.

Essa hora seletiva é muito importante para todos vós, pois todos os esforços, todas as potências adormecidas ou apenas manifestadas isoladamente em outras épocas eclo- dem em conjunto, em vosso tempo, formando um clima psíquico, social, espiritual que faculta a manifestação da verdadeira realidade íntima de cada um.

Epidemias, enfermidades, guerras, a sede de poder, o domínio das consciências, a prolifera ação de seitas e religi- ões estranhas, as filosofias absurdas e os conflitos sócio- econômicos de vossa geração formam a atmosfera fervente na qual se manifestará a condição interior de cada indivíduo, assim como das coletividades terrestres. É um processo ne- cessário para a definição dos valores e a afirmação dos prin- cípios que marcarão a partida de uma parte de vossa huma- nidade e a permanência de outra parcela de vosso povo. So- bre as cinzas das tristes realidades humanas, erguer-se-á a nova civilização planetária, mais madura, mais experiente, mais universalista e moralizada, pois, sob o fogo dessas ex- periências dolorosas que marcam a hora presente de vosso mundo, forja-se um novo homem, uma nova raça, um novo tempo. Podemos considerar que o drama evolutivo pelo qual passa o vosso mundo funciona como o parto de um novo ser, a gestação da nova Terra17, renovada e integrada à comuni- dade de mundos mais felizes.

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Nova Terra – Em A Gênese (cap. 17, itens 62 a 67), Kardec demonstra com propriedade a teoria dos juízos periódicos e, logo a seguir (cap. 18), analisa, apesar de encontrar-se ainda em 1868, os lances na Idade Contemporânea que apontam para o momento de transição ao qual se refere Zarthú. Estêvão, companheiro espiri- tual de Zarthú, igualmente analisa esses aspectos a partir do livro Apocalipse, de João (SANTOS, 2000), bem como o espírito Emmanuel, que discorre acerca do momento de emergência da humanidade, ainda às portas da Segunda Guerra Mun- dial (XAVIER, 1939).

No documento Gestação da Terra (Robson Pinheiro) - PDF (páginas 39-43)