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"Hoje, a humanidade está madura para lançar suas vistas mais alto que nunca, para assimilar idéias mais amplas e compre-

ender o que antes não pudera." Allan Kardec, em A Gênese, cap. 18, item 20 “Quando se abre um quarto escuro, as sombras nunca inva- dem a luz, fazendo trevas. O contrário acontece, a luz dilui a es- curidão, fazendo claridade." Alex Zarthú, espírito (SANTOS,

1999, p. 115)

MESMO DIANTE de tantos dissabores produzidos pelos excessos à época da Revolução Francesa, não se pode negar que, a partir desse evento histórico, a humanidade recebeu novas contribuições para o seu progresso. Em geral, após épocas conturbadas, períodos de guerra ou epidemias, o mundo se une mais, procurando estabelecer novos parâme- tros para a vida das nações.

Com a revolução de 1789, estabeleceu-se o fim da Basti- lha e a conquista da liberdade, com a Declaração dos Direi- tos do Homem e do Cidadão89. Inspirados nas idéias revolu- cionárias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, vários homens, de diversos países, promoveram a independência de suas nações. Os Estados Unidos, alguns anos antes, foram emancipados e criaram a sua Constituição, cujo texto inspi- rou outras nações a prosseguirem em busca de sua liberdade. Os espíritos dirigentes do cosmos a tudo assistiam, inspiran- do o homem terrestre rumo ao caminho da luz e da expansão da consciência. A partir da Revolução Francesa, vários paí-

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Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Aprovada pela Assembléia Nacional francesa em agosto de 1789, a Declaração é pioneira em seu conteúdo. Fazendo afirmações positivas e contundentes acerca da igualdade jurídica de todo cidadão, institui garantias sob uma nova perspectiva no direito público da época: de forma não classista ou corporativista. Além disso, a elaboração filosófica dos direitos humanos nela contida é inédita e marcaria a humanidade de forma indelé- vel. Embora grande parte dos movimentos de independência colonial da época tenham sido influenciados pela Constituição norte-americana. de 1787, o Bill of Rights e as emendas constitucionais acrescentadas ao texto primordial instituíram direitos individuais e coletivos inspirados na argumentação francesa.

ses do orbe promoveram a sua carta de independência90, naturalmente inspirados por eméritas entidades responsáveis por cada povo.

No surto de progresso91 desencadeado pelas forças sobe- ranas do bem, o próximo passo foi a abolição da escravatura, resíduo da barbárie e do primitivismo.

Jesus trabalhava com suas falanges na proximidade da atmosfera terrestre, a fim de sanear o ambiente espiritual do planeta, abrindo caminho para as hostes do Consolador.

Falanges de espíritos esclarecidos e inspirados pelos ide- ais superiores iam e vinham entre as nações, obedecendo ao comando do Mestre. Ora encarnados, ora desencarnados, auxiliavam-no na renovação das bases da civilização.

Inglaterra, Rússia, França, Estados Unidos e Brasil abo- lem oficialmente a escravidão92, pondo fim a um capítulo

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Independência. Marcando a consolidação do sistema capitalista, tendo como pano de fundo a Revolução Industrial na Inglaterra (desde 1750) e seus conflitos com a Fiança napoleônica, dá-se, na primeira metade do séc. XIX, a crise do siste- ma colonial. A independência pioneira das 13 Colônias exerce influência crucial nos processos das Américas portuguesa e espanhola. À exceção de México e Brasil, que constituem regimes monárquicos (em breve abolido naquele país), nas demais colônias assiste-se à formação de repúblicas, conforme o modelo norte-americano. Cuba, Porto Rico e Haiti (que daria origem também à República Dominicana) são os únicos casos que escapam a esse contexto, apresentando emancipações tardias. É interessante notar a proximidade do desenrolar dos processos de emancipação política dos países das Américas, por exemplo:

1776 — Estados Unidos 1816 — Argentina 1818 —Chile 1820 — Peru 1821 — México 1822 — Brasil 91

O surto de progresso assinalado por Zarthú é decorrência dos abalos morais sentidos durante os turbulentos períodos da Revolução Francesa. Para uma argu- mentação mais detalhada, veja O Livro dos Espíritos, nos capítulos dedicados à lei de destruição e à lei do progresso.

Apesar da memória belicosa e ditatorial deixada por Napoleão, a história acadêmica o aponta como o grande responsável pela extinção do regime absolutista da paisa- gem terrena, inviável após a marcha das tropas revolucionárias pelo solo europeu.

92 Escravidão

Ao longo do séc. XIX, verifica-se a implantação de políticas que desestimulam a escravidão em todo o mundo; todavia, inovações como a abolição são processos culturais, que não se impõem apenas por força de lei, especialmente em países com

negro da história dos povos. O império do mal é abalado profundamente em seus alicerces, e a luz do bem começa a irradiar-se pela morada dos homens.

A era gloriosa do espírito imortal, do reino de Deus na Terra, pôde ser vislumbrada. O mundo renovava-se apesar das ofensivas e dos esforços das trevas por manter seus pos- tos de combate tenebrosos.

Existe uma realidade única, o bem. Só Jesus é o legítimo governador e legislador dos destinos humanos. Por mais que as lutas sangrentas estabeleçam a guerra em derredor, a paz pode ser antevista nos dias de glória espiritual que se dese- nham no panorama do mundo, sob a égide de Jesus. O bem triunfa sempre.

história de dominação colonial.

A maior parte dos países europeus promulga leis abolicionistas até 1850, com a explícita liderança da Inglaterra no combate à escravidão. Em 1845, com o Bill Aberdeen, os ingleses outorgam a si próprios o direito de intervir no tráfico negrei- ro em águas internacionais.

Brasil, Cuba e Estados Unidos, os três maiores pólos escravagistas da segunda metade do séc. XIX, decretam a abolição nesse período. Apenas a escravidão árabe e mulçumana, que se dá em escala bem menor, perdura até a segunda metade do séc. XX, por mais que sejam desumanas as condições mediante as quais se dá o trabalho durante o neo-colonialismo africano e asiático.

Merece destaque, entretanto, o fato de que a prática escravagista é reprovada por quase a totalidade das sociedades contemporâneas.

Nota do autor espiritual Abolição da escravatura

1833 — A Inglaterra abole a escravidão.

1848 — A França elimina a escravidão em suas terras. 1861 — A Rússia se define contra a escravidão.

1865 — Após trágica guerra, os Estados Unidos libertam os escravos.

1888 — O Brasil estabelece os alicerces da fraternidade, com a promulgação da Lei Áurea.

Assim, Jesus trabalhava com as falanges de entidades espirituais que orientavam os destinos do orbe terrestre, a fim de promover o despertamento das consciências humanas e o estabelecimento definitivo da paz no mundo.

Os povos do planeta respiram mais aliviados. As entidades diretoras da Terra passam a trabalhar, agora, para a consolidação da mensagem consoladora que liberta as consciências da escravidão interior. O Evangelho refulge como estrela polar nas vidas dos homens.

No documento Gestação da Terra (Robson Pinheiro) - PDF (páginas 118-121)