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IV. INVESTIGANDO COM AS CRIANÇAS SOBRE AS ABELHAS

2. PROJETO: DESCOBRINDO AS ABELHAS

2.2. ABELHAS

As abelhas são insetos “da ordem dos Himenópteros” (Lima, 1996, p.6). O seu corpo divide-se em três partes: “a cabeça, onde se encontram as antenas; o tórax, no qual se inserem as patas, e o abdómen, que abriga quase todos os órgãos” (Bourdial, 2004, p.76). O corpo da abelha é coberto por “pêlos castanho-avermelhados, tem quatro asas e seis patas e (…) está armada de um ferrão muito agudo, com o qual injeta veneno, quando luta” (Lima, 1996, p.6). A sua boca está adaptada à sua forma de alimentação, possui uma tromba com a qual extrai o pólen e o néctar das flores. Ao retirarem estes dois componentes a umas flores permitem que estes se disseminem quando pousam noutras flores e, por isso, contribuem para a “reprodução das plantas” (Bourdial, 2004, p.76). O sistema visual destes insetos é complexo, pois possuem “dois tipos de olhos: olhos simples, sensíveis apenas à claridade e à sombra, e olhos compostos, formados por várias centenas de minúsculas lentes” (Bourdial, 2004, p.76). Concretamente, o

47 sistema visual da abelha é constituído por cinco olhos: dois olhos grandes localizados nas laterais da cabeça e três olhos simples e mais pequenos na zona frontal da cabeça. Este tipo de visão permite-lhe visualizar a luz ultravioleta (Pacievicht, s.d.). As abelhas possuem ainda outros órgãos sensoriais como as antenas e os pelos, que lhes permitem percecionar “os sons, os odores, as vibrações” (Bourdial, 2004, p.76).

Estes insetos sociais vivem em colmeias. Segundo Lima (1996, p.6), estas “são constituídas por favos, que se subdividem em alvéolos hexagonais feitos de cera (…)”. De acordo com o mesmo autor, estes servem como abrigo aos ovos, mas também ao mel e ao pólen que alimenta o enxame da respetiva colmeia. Numa colónia de abelhas existem três espécies de indivíduos: a rainha ou abelha-mestra, as obreiras e os zangões. A abelha rainha é a “única fêmea verdadeiramente fértil”, esta coloca os ovos de modo a garantir a continuidade da espécie (Lima, 1996, p.6). A rainha é a única que põe ovos, pois segrega às obreiras uma substância química, denominada feromona, que as impede de serem férteis (Pavilhão do Conhecimento, s.d.). Apenas pode haver uma abelha rainha em cada colmeia, por isso se nascerem duas novas abelhas rainhas, “estas lutam entre si até à morte de uma delas, usando o seu poderoso ferrão” (Lima, 1996, p.6). Após ter assegurado o seu território, a abelha-mestra parte para o seu voo nupcial, no qual é fecundada por um ou vários machos, que logo de seguida “ficam mutilados e morrem”, sendo que o esperma libertado pelo zangão é armazenado “numa bola do aparelho genital da rainha” que esta utilizará para fertilizar todos os seus ovos que colocará “durante os seus quatro a cinco anos de vida”, cerca de 1500 por dia (Lima, 1996, p.6). Segundo o autor anteriormente referido, os zangões são mais largos do que as obreiras, “mas mais curtos que as rainhas” e, se sobreviveram “à época de reprodução, por não terem fecundado nenhuma rainha, são expulsos da colmeia e mortos pelas obreiras”. As obreiras são as mais pequenas da colmeia, mas também existem em maior quantidade. Estas têm como função “recolher o pólen e fabricar o mel e a cera”, e para tal realizam “cerca de 25 a 50 viagens por dia entre a colmeia e os campos, em voos cansativos, durante os quais batem as asas a um ritmo de 2500 vezes por segundo, pelo que a sua vida não costuma durar mais de seis semanas, na Primavera” (Lima, 1996, p.6). Estas possuem ainda outras funções, como cuidar da rainha, pois a maior parte do seu tempo e energia são despendidos a pôr ovos, e como tal não lhes sobra tempo para comer e voar, necessitando do auxílio das obreiras; alimentar as larvas; “ mudar larvas para o favo real para criar uma nova rainha; fazer os

48 favos produzindo cera; limpar a colmeia; recolher o néctar; evaporar o néctar para fazer o mel; selar os favos; defender a colmeia; deixar os zangões à fome no Outono” (Pavilhão do Conhecimento, s.d.).

PRODUTOS DAS ABELHAS

As abelhas têm como produtos do seu trabalho o mel, o pólen, o propólis, a cera e a geleia real.

O mel produzido pelas abelhas resulta da recolha do néctar das flores, por parte das obreiras. O néctar recolhido é constituído por “5 a 80% de açúcar (sacarose) e menos de 0,2% de proteína”. Assim que recolhido, este é armazenado no seu estômago “que converte a sacarose em glicose e frutose”. Depois na colmeia, este é colocado nos favos “e ventilado com as asas para evaporar a água. Quando resta menos de 18% de água, passa a chamar-se mel e a abelha sela o favo”. A sua cor e sabor dependem da planta de onde é extraído o néctar (Pavilhão do Conhecimento, s.d.).

De acordo com a fonte citada anteriormente, o pólen que as obreiras recolhem, guardam-no nas patas traseiras e este fica também agarrado ao seu pelo. Juntamente ao pólen, a obreira “regurgita néctar para formar uma massa que armazena em favos”. Segundo o Pavilhão do Conhecimento (s.d.) o propólis é produzido pelas obreiras a partir da resina das árvores que estas recolhem. Com ele, as obreiras “”envernizam” as células e calafetam o interior da colmeia” de modo a combater os inimigos e o mau tempo, como vento e a chuva. Segundo a mesma fonte, a cera, separada no abdómen das obreiras, “serve para construir e selar os favos do mel, do pólen, e onde nascem as larvas”. Para que as obreiras consigam produzir “1 kg de cera têm que consumir 7 a 10 kg de mel” (Pavilhão do Conhecimento, s.d.).

Por último, a geleia real, também intitulada “pão de abelha” é “rico em mel e secreções das abelhas jovens” (Pavilhão do Conhecimento, s.d.). Segundo Louredo (s.d.) a geleia real é produzida pelas glândulas das obreiras jovens, e esta é dada como alimento “a todas as larvas que saem dos ovos. Depois de alguns dias de vida, as larvas que se tornarão operárias e zangões passam a ser alimentadas com mel e pólen, enquanto que as larvas que se irão tornar em rainhas continuam alimentadas com geleia real” (Louredo, s.d.).

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