• Nenhum resultado encontrado

Nesta 11.ª semana de PES, ficou a meu encargo a atuação. Em termos de atividades e do desenrolar das mesmas considero que foi uma semana muito mais positiva e que correu nitidamente melhor em relação à última semana em que intervim. Ao longo da reflexão irei abordar a minha postura durante a semana, que permitiu que a minha atuação corresse melhor. Também irei referir-me à visita ao agromuseu rural da D. Julinha na Ortigosa, que foi uma boa experiência para nós, enquanto estagiárias e sobretudo para as crianças.

Depois das últimas recomendações recebidas pela educadora cooperante e pela professora supervisora, percebi que tinha de mudar a minha atitude e a postura perante as crianças, assim como também o modo de planificar, nomeadamente a diversidade de propostas educativas. Assim sendo, ao longo da semana fui tentando agir de uma maneira mais descontraída com as crianças, envolver-me mais com elas, brincar, sorrir, ou seja, interagir de uma maneira mais afável, divertida, que fosse mais próxima das mesmas. E senti durante os dias de atuação, várias demonstrações de afeto espontâneas por parte de alguns elementos do grupo, como levantarem-se do tapete e virem-me dar um beijo no rosto ou pedirem se podiam dar-me um beijo. Este tipo de afetos não existia anteriormente. Noto que a partir do momento em que comecei a brincar mais com as crianças, a envolver-me nas suas brincadeiras, fez com que elas também começassem a construir laços e a ganharem mais confiança em mim, acabando por mostrarem isso nas pequenas demonstrações de afeto. Esta estreita relação é defendida nas OCEPE (1997) quando é referido que “A relação que o educador estabelece com cada criança, a forma como a valoriza e respeita, estimula e encoraja os seus progressos, contribuem para a auto-estima da criança (…) ”. Assim sendo, a relação que o educador estabelece com a criança é fundamental para o seu desenvolvimento interior e para a sua construção do “Eu”. À medida que iniciava novas propostas, tive o cuidado de incluir nelas, todas as crianças. No tapete, fiz uma breve explicação e por vezes também demonstrei uma maneira de desenvolver a proposta, exemplificando, de modo a que as crianças quando se dirigissem para os locais de trabalho soubessem o que iam fazer e, portanto, já estivessem despertas. Agi desta forma, pois na minha última semana de intervenção tinha agido de forma incorreta.

84 Em relação às atividades desenvolvidas, estas sofreram alterações em relação às da última vez que intervim, no sentido em que devia existir maior diversidade de experiências para as crianças. Não podia estar a dinamizar as propostas sempre da mesma forma, pois estava a cair numa rotina que não estava a cativar as crianças e havia ainda tantas vivências que estas ainda não tinham experienciado. Como é referido nas OCEPE (1997) “é condição que a educação pré-escolar proporcione um ambiente estimulante de desenvolvimento e promova aprendizagens significativas e diversificadas (…)”. Assim, as crianças não estavam a formar aprendizagens significativas, pois as experiências que lhes proporcionava eram para elas já habituais e não algo novo e desafiante. As OCEPE realçam estas ideias, afirmando que (1997, p.26) “Cabe (…) ao educador planear situações de aprendizagem que sejam suficientemente desafiadoras, de modo a interessar e a estimular cada criança (…)”. Desta forma, esta semana resolvemos permitir às crianças que assistissem ao conto de uma história através do flanelógrafo, assim como tiveram a oportunidade de recontar essa mesma história ouvida e de construir um pictograma sobre qual era o animal favorito das crianças da sala. A partir destas atividades podemos trabalhar as várias áreas de conteúdo do pré- escolar, mas de uma maneira mais diversificada.

Contudo, aquando da construção da planificação tive muitas dificuldades, no sentido em que não conseguia organizar da melhor maneira as propostas ao longo do dia. Neste sentido, se não fosse o feedback da educadora cooperante, se esta não tivesse dado a sua opinião em relação à planificação, de certeza que as atividades que até correram bem, não iriam ter acontecido da forma mais positiva. Ainda sinto muita dificuldade em organizar a planificação, eu sei que posso estar a colocar muitas atividades numa tarde, o que implica as crianças passarem muito tempo no tapete, e sei que isso não pode acontecer porque elas rapidamente se cansam e começam a ficar agitadas. Como na minha cabeça as histórias são sempre contadas no período da tarde, e todas as outras propostas partiam da história, embora sabendo que era demasiado tempo seguido para as crianças, eu não conseguia desconstruir essa minha ideia. Em conversa com a minha parceira também não conseguimos arranjar solução, por isso mantivemos tudo da parte da tarde, ficando muitas atividades seguidas no tapete. Ou seja, o que tinha ficado planeado era contar a história “Todos no sofá” a seguir ao almoço, depois explorar a história, de seguida as crianças recontavam-na, depois faziam o pictograma e se desse tempo iriam experimentar novas técnicas de pintura. Para quem, como eu, tem bastante

85 dificuldade em manter o grupo organizado no tapete, esta planificação não seria viável. Assim sendo, foi fundamental o feedback da educadora cooperante, pois permitiu-me compreender que a história podia ser contada no período da manhã e umas atividades se podiam fazer de manhã e outras à tarde.

Na terça-feira, dia 19 de maio, realizamos uma visita ao agromuseu da D. Julinha na Ortigosa. As crianças estavam bastante entusiasmadas com o passeio, sobretudo porque iam deslocar-se de autocarro. Na minha opinião, esta visita foi muito importante para nós estagiárias, porque apesar de ser perto de Leiria, mostrou-nos e permitiu-nos contactar com as burocracias que uma visita implica. Desde as autorizações dos pais, ao transporte nos autocarros, à segurança das crianças, aos adultos necessários para acompanhar o grupo, etc. Esta saída também permitiu às crianças contactarem com o meio rural e com a natureza, nomeadamente com os animais e algumas plantas. Embora tivessem ouvido e seguido as diversas explicações da guia que os orientou, nas várias partes da quinta, para as crianças, aquilo que referiram como sendo mais significativo para elas, foi mesmo o facto de terem visto vários animais. Gostaram ainda mais quando puderam dar “festinhas” no burro que havia lá na quinta. Na minha opinião esta saída de campo, foi muito importante para as crianças devido às vivências que puderam experimentar.

Referências bibliográficas:

Silva, M. (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação.

86

ANEXO 5 – 13.ª REFLEXÃO JARDIM-DE-INFÂNCIA