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Para iniciar os conteúdos dessa abordagem foi realizada a dinâmica de grupo “presenteando um amigo que teve como objetivos: 1 - integração do grupo; 2 - expressão dos sentimentos por parte dos membros do grupo; 3 - reflexão sobre a representação emocional que os artefatos apresentam, bem como o valor (representação simbólica) que eles adquirem devido à representação emocional do mesmo.

Procedimentos da dinâmica: é realizado um aquecimento do grupo com exercícios focando no contato entre os membros do mesmo, após o aquecimento forma-se um circulo, de maneira que todos possam se entreolhar. O facilitador fala que cada um dos componentes do grupo terá que escolher um artefato (seja da natureza ou não) e uma pessoa do grupo para ser presenteada com o mesmo. São dados 10 minutos para que os membros do grupo possam ir a busca do presente. Ao retornar, todos do grupo sentam, e cada um irá dizer quem escolheu para presentear, porque escolheu aquele presente e aquela pessoa.

[ Comentários ]

À medida que as pessoas vão apresentando o escolhido, seu presente e justificativa vão percebendo e vivenciando o quanto os artefatos são utilizados para expressarem os sentimentos e também como estes adquirem significados diversos de acordo com a pessoa escolhida, de maneira de o artefato adquire um significado simbólico o qual só tem sentido quando associado a pessoa escolhida para receber. Por exemplo, teve quem escolhesse uma caneta para presentear uma determinada amiga porque essa é muito estudiosa e escreve muito bem, isso demonstra como os artefatos podem ganhar significado específico e expressar a personalidade de uma pessoa.

na turma 2007.2) para que os estudantes pudessem associar aos conteúdos estudados, sendo registrada essa associação através de resenha escrita.

[ Comentários ]

Com os filmes, os estudantes perceberam que os artefatos expressam as emoções das

pessoas, bem como as emoções influenciam na escolha dos mesmos e na maneira como as pessoas vão se relacionar com este mundo artificial.

A importância dessa informação para o design é bem expressada no seguinte comentário: “Numa época em que os produtos estão cada vez mais nivelados em termos de funcionalidade e tecnologia, o designer precisa criar de maneira que consiga efetivamente atrair o consumidor. E é exatamente neste ponto onde entram as emoções no pensar Design, ou seja, além de útil, os produtos/artefatos precisam mexer com a mente do usuário, com as sensações, aspirações, desejos para que possam se tornar atrativos. Assim, conhecendo o público-alvo, tenta-se fazer com que o consumidor se apaixone pela compra. Muitas vezes é tão trabalhada a maneira de fazer o consumidor desejar e criar uma série de expectativas sobre um produto e seu funcionamento, que isso se sobrepõe à função real do artefato”.

5.1.2.2 | Psidesign sobre níveis de consciência

[ Descrição e objetivos ]

Por se tratar de um conteúdo muito específico de psicologia, este conteúdo foi abordado através da exibição de slides e explicação dos assuntos. Além do conhecimento básico sobre os níveis de consciência, teve também como objetivo a identificação de como os artefatos podem mudar o comportamento daqueles que o utilizam, bem como expressam a personalidade da pessoa. O trabalho realizado para correlacionar o conteúdo com design foi através da análise do filme O Diabo Veste Prada, sendo este apresentado através de resenha escrita.

[ Comentários ]

As explanações dos conteúdos serviram como base para os assuntos sobre sistemas simbólicos, uma vez que a linguagem usada pelo inconsciente é o simbolismo. Na relação com o design foi percebido que os artefatos satisfazem desejos inconscientes e conscientes, ou mesmo expressam a personalidade das pessoas. Esta compreensão pode ser identificada no comentário sobre o filme:

“Alguns artefatos do dia-a-dia podem representar uma extensão do corpo daqueles que os usam e são como se a pessoa que os manuseia passasse a ser uma outra pessoa sem eles. Por exemplo: o Efeito Cinderela que toma conta da protagonista. Inicialmente a jornalista Andy Sachs é bastante desengonçada e sem a menor noção sobre como se arrumar. Mas tudo muda quando ela entra no cotidiano da revista Runway e, ajudada por seu amigo Nigel, decide mudar drasticamente de visual. Tanto que em um dos diálogos Emily, sua colega e concorrente no trabalho, afirma: “você vendeu sua alma quando pôs aqueles sapatos Jimmy Choo. O mais interessante é que não fica explícito se os novos acessórios foram a causa ou uma das conseqüências da mudança de comportamento da jovem”.

5.1.2.3 | Psidesign sobre simbolismo

[ Descrição e objetivos ]

Por se tratar de um conteúdo bastante ligado aos significados que se dá aos artefatos e estes significados têm total relação com as pessoas que com os artefatos interagem, para transmitir essa construção dos sistemas simbólicos, este conteúdo foi abordado através da exibição de slides e explicação dos assuntos. Em se tratando do exercício realizado pelos estudantes, o objetivo foi a identificação dos significados simbólicos que os artefatos tem e como estes significados podem variar de acordo com os valores de cada pessoa. Esta reflexão foi através do filme O Diabo Veste Prada e foi expressa através de resenha escrita.

[ Comentários ]

Foi identificado pelos estudantes o quanto o artefato pode influenciar no comportamento das pessoas, a partir do significado simbólico que o mesmo possui e que a partir destes significados que os artefatos adquirem, servem para comunicar algo sobre quem o usa. Conclui-se assim que é possível induzir comportamentos através dos artefatos, principalmente através dos usos dos affordances, que segundo Norman (2006) são todos as propriedades que o objeto possui e que podem ser percebidos nele, através dos materiais que compõem o objeto, como peso, texturas e formatos. Estas propriedades transmitem indicações do modo como o produto deve ser operado, pois são captados diretamente pelos esquemas mentais.

O significado simbólico dos artefatos é bem expresso no seguinte comentário do filme: “Andy, a assistente de Miranda, antes mal notada pela chefe é agora sua a número um e ganha o respeito de todos que antes tentavam impedir seu sucesso, passando a ser aceita num meio que antes a rejeitava, isso porque ela passa a se comunicar com essa realidade. Notoriamente essa “comunicação” é feita graças à radical mudança de artefatos usados pela personagem”.

“A relação de Andy e seu celular. O aparelho representa o elo de domínio entre a recém-contratada e sua chefe. A primeira vez que o telefone surge é quando Andréa - paga apenas para ser secretária de um escritório - sai às ruas de Manhattam pra comprar café para Miranda. Vale também lembrar que o fim da escravidão consentida de Andy se dá quando ela joga o objeto fora. Não deixando dúvidas de que dali em diante ela seria uma outra pessoa”.