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4. Enquadramento Operacional

4.2 Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade

4.2.4 Acompanhamento da Direção de Turma

A direção de turma é uma das funções que está diretamente associada à profissão de docente. Como tal, de modo a ter um EP que realmente representasse o contexto real de escola e da prática docente, esta foi uma das áreas, na qual tive uma formação específica. Onde a partir do 2º período letivo, passei a acompanhar e auxiliar a diretora de turma (DT) da minha turma residente, no desempenho das suas funções. De modo a compreender as obrigações de um DT e adquirir as competências necessárias, para a execução deste cargo.

Assim, o DT carateriza-se por assumir um encargo de gestor pedagógico, através da relação estabelecida com os alunos, com os encarregados de educação (Enc. Ed.) e com os restantes professores da turma (Boavista &

Sousa, 2013). Segundo os mesmos autores, o DT posiciona-se numa estrutura pedagógica de gestão intermédia da escola, maioritariamente centrada nos alunos e na sua gestão. Sendo um elemento fulcral na mediação de conflitos, tanto no recinto escolar, como em toda a comunidade educativa. Para além deste papel, o DT comporta ainda bastantes funções burocráticas.

Quanto ao acompanhamento da DT, esta foi uma etapa bastante proveitosa a nível da aquisição de conhecimentos específicos. Pois a DT permitiu que assumisse um papel relevante neste processo. Através da execução de diversas tarefas, apenas inerentes aos diretores de turma, da partilha de experiências como DT e sobre os acontecimentos, que ocorreram ao longo do ano letivo com a turma. As tarefas executadas dentro deste contexto foram maioritariamente: a justificação de faltas; a comunicação das mesmas aos Enc. Ed., quer por correspondência, quer por via telefónica; a organização do dossier de turma, arquivando todos documentos relativos aos alunos e à turma; as receções particulares dos Enc. Ed.; a preparação das reuniões de Enc. Ed. e dos conselhos de turma.

“ No que respeita ao acompanhamento da D.T. nesta semana, as atividades realizadas consistiram novamente na justificação e comunicação de faltas. Onde o maior relevo desta sessão, vai para a comunicação de faltas aos encarregados de educação. Processo que também já começo a dominar. Mas que é bastante importante para os e.e tomarem conhecimento do número de faltas dos seus encarregandos. Ao mesmo tempo que, têm noção de como o processo de aprendizagem está a decorrer. Pois as faltas às aulas são um fator que influencia diretamente esse processo. Esta comunicação torna-se assim numa ferramenta que os diretores de turma poderão usar para chamar a atenção dos e.e, relativamente à existência de situações que necessitam de ser corrigidas. (…) “

(Relatório/Reflexão da participação na escola 3ª semana – 05/02/2019)

A maioria destas tarefas é de teor burocrático e de fácil compreensão. No entanto, a receção de Enc. Ed. foi a que se destacou, como mais relevante para mim. Pois este é um meio de excelência, para estreitar relações entre o DT e os Enc. Ed., onde as informações transmitidas nestes momentos são de importância acentuada. Permitindo ao DT e ao Enc. Ed. cruzar informações, de maneira a compreenderem o estado, em que o aluno em questão, se encontra.

Tanto a nível do contexto escolar, como do extraescolar. O que possibilita ao DT adquirir um entendimento aprofundado de cada um dos alunos. Para que consiga garantir que o processo de E/A e as condições de aprendizagem, de todas as disciplinas, estejam devidamente adaptadas aos alunos em questão, em todos os momentos. Através de uma articulação com os professores das restantes disciplinas. Acentuando-se desta forma, o papel que o DT assume enquanto gestor pedagógico e a importância adjacente às relações que estabelece, com os vários intervenientes da comunidade educativa.

“ (…) Sem dúvida, que a reunião com os e.e consistiu num maior momento de aprendizagem. Destacando-se também como uma das tarefas de maior relevo, enquanto diretores de turma. Assim como, de maior influência no processo de acompanhamento dos alunos. Pois os e.e são os seus responsáveis e quem os conhece intimamente. Através deste momento com os e.e foi possível observar, como o diálogo com os mesmos é importante. De modo a existir um acompanhamento do estado de situação dos alunos e se necessário, se produzirem as mudanças pretendidas. Este é também um exemplo de como se produzem algumas das relações e contactos, entre os diferentes membros da comunidade educativa. Mas também da significância de um bom funcionamento de toda a comunidade, para que o sucesso escolar seja alcançado e os alunos sejam devidamente auxiliados por todas as estruturas, para que tal aconteça. (…) “

(Relatório/Reflexão da participação na escola 2ª semana – 29/01/2019) “ (…) A tarefa mais relevante foi claramente, o atendimento de um encarregado de educação. Onde foi possível aprofundar o conhecimento acerca do encarregando em questão e do contexto, onde o mesmo está inserido, para além do escolar.

O que é sempre uma excelente oportunidade para compreender melhor, determinadas atitudes e comportamentos, por parte dos mesmos. Algo que ocorreu e permitiu-me obter um entendimento, que não tinha em relação ao mesmo. O que leva sempre a uma reflexão das nossas práticas e atitudes enquanto docentes, perante determinados alunos. Que por vezes poderemos estar a esquecer-nos, despropositadamente, que os alunos têm muitas mais variáveis na sua vida para além da escola e da nossa disciplina. As quais os poderão afetar em determinados momentos e conduzir a atitudes/ações fora do normal. Portanto é sempre importante relembrarmo-nos de tal.

Para além deste fator, esta também foi uma oportunidade para exprimir ao encarregado de educação certas preocupações em relação ao seu encarregando. O que é muito mais proveitoso, para os mesmos

tomarem conhecimento e poderem assistir os encarregandos no seu processo de melhoria constante. Porque são as pessoas mais próximas dos mesmos, que convivem diariamente com eles e poderão ter uma grande preponderância nas alterações que necessitam de ser efetuadas.”

(Relatório/Reflexão da participação na escola 7ª semana – 12/03/2019)

Devido ao período extenso de tempo dedicado ao acompanhamento da direção de turma, consegui assimilar a maioria das funções que o cargo de DT acarreta. Para além de me permitir acessar a informações, que possibilitaram uma adaptação do processo de E/A e das minhas práticas, de acordo com as situações que foram ocorrendo dentro do contexto da turma e em casos particulares. Esta função também facilitou o meu entendimento, relativo às diversas funções que os professores assumem no contexto escolar, para além da lecionação das aulas. Sendo o cargo de DT um dos mais comuns e recorrentes, que a maioria dos professores assume em todos os anos letivos. Para a execução desta função são necessárias qualidades pessoais como a dedicação, a capacidade de comunicação e a de negociação, onde os indivíduos com caraterísticas de liderança se destacam (Sá, 1996). A reflexão sobre as capacidades de coordenação e de relacionamento também são fundamentais, tanto para nortear consistentemente o processo de E/A; como para promover a determinação uníssona de processos pedagógicos que visem a aprendizagem; e para garantir o sucesso da intervenção pedagógica (Clemente & Mendes, 2013).