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O EP da FADEUP rege-se por diferentes orientações. No que respeita ao enquadramento legal do mesmo, este regula-se segundo o Decreto-Lei 74/2006, de 24 de março, presente na redação dada pelo Decreto-Lei 65/2018, de 16 de agosto e também de acordo com o Decreto-Lei nº 43/2007, de 22 de fevereiro. Os quais objetivam a obtenção da habilitação profissional para o desempenho da docência e para o grau de Mestre. Relativamente à vertente institucional do EP, este integra-se no 2º ano do 2º ciclo de estudos, conducente ao grau de Mestre em Ensino da EF nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP. Quanto ao 1º ano deste mesmo ciclo de estudos, este constitui-se por um conjunto de unidades curriculares teóricas e práticas. As quais visam o desenvolvimento de conteúdos na área do ensino e no ensino específico da EF. Assim como, promover uma formação inicial dos estudantes nesta área, de maneira a preparar os mesmos para o processo de EP a realizar no 2º ano deste ciclo de estudos.

O processo de EP é viabilizado através de protocolos que a FADEUP estabelece com diversas escolas cooperantes. Nas quais a prática de ensino supervisionada é operacionalizada através de um conjunto de elementos. De onde se destacam um PC e um PO, os quais prestam um auxílio e supervisão constante aos EE e ainda uma comunidade de prática de EE, denominada de NE. Nesta conjuntura do EP, o EE é responsável por conduzir todo o processo de E/A de uma turma – a turma residente - e de lecionar a uma outra turma em

conjunto com os colegas de NE – a turma partilhada. Preferencialmente, de maneira a que abranjam ciclos de ensino distintos. Proporcionando assim uma formação mais completa. No entanto, o processo de conclusão deste ciclo de estudos apenas fica completo com a realização do RE e a sua respetiva defesa perante um júri.

No que concerne ao entendimento mais funcional do EP, esta é a etapa de conclusão da formação inicial. A qual pretende dar a oportunidade aos EE, de desenvolverem em contexto real, as aprendizagens e capacidades adquiridas. Condensando e direcionando as suas experiências pessoais, desportivas, académicas e do primeiro ano de formação, para uma atividade específica. Como está expresso nas Normas Orientadoras do EP1, este “visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão.” (p.3).

É assim uma fase de extrema importância no processo de formação de professores. Pois transita-se de uma fase “incubadora” e bastante controlada, para o contexto real. O que credita o EP, devido à conjuntura onde o mesmo se desenvolve e à possibilidade de cooperar com professores mais experientes, que transmitam conhecimentos relevantes para a nossa prática (Batista & Queirós, 2013). O EP também nos permite formular uma crítica e reflexão pessoal. Quanto ao contraste da teoria com a sua aplicação prática. O que de acordo com as autoras supracitadas, não invalida o conhecimento teórico, pois é nele que fundamentamos as nossas ações.

Em adição, o EP também é uma excelente forma de testar a potencialidade real, que os modelos e estratégias de ensino possuem. Isto é explicitado no estudo de Curtner-Smith e Sofo (2004), onde os EE puderam comparar e aplicar diferentes modelos de ensino nas suas práticas, de modo a refletirem sobre as vantagens de cada um para o processo de E/A. O que

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In Regulamento da unidade curricular estágio profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de educação física nos ensinos básicos e secundário da faculdade dedesporto da universidade do porto. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Comissão Científica do ciclo de estudos.

apenas nos é possibilitado neste ano de EP, onde estamos “protegidos” e supervisionados por um PC. Portanto é um ano onde se desenvolve e consolida, uma conceção de ensino e identidade profissional própria, como futuros docentes (Almeida, 2009). As quais são fortemente influenciadas, pelo contexto onde estamos inseridos. Mas também pela profundidade do trabalho desenvolvido, ao longo deste período de aprendizagem.

Assume-se desta forma como uma etapa que testa os nossos conhecimentos e capacidades. Pois teremos de conjugar os conhecimentos teóricos, práticos, pessoais e profissionais. Ao mesmo tempo que, nos inserimos na prática profissional. É uma etapa que nos providencia experiências que permitem observar a realidade atual, do que é ser professor. Que têm igualmente um grande impacto na nossa formação e que nos fazem crescer e desenvolver como EE e futuros docentes. Neste ponto, concordo totalmente com a perspetiva de Nóvoa (2009), que refere que a formação dos professores também se constrói dento da profissão e que a indução profissional é uma etapa muito importante tanto para a formação, como para a integração dos professores no contexto escolar.

As tarefas desenvolvidas ao longo deste ano enquadram-se naquilo que se considera o trabalho que um profissional competente deverá executar. Permitindo-nos ter uma ideia clara dos diferentes níveis de planeamento e da sua importância para todo o processo de E/A. Cada um, fulcral para momentos e etapas diferenciadas. Mas sem os quais, não existe uma linha condutora da partilha de conhecimentos, ou seja, uma intencionalidade nas ações direcionadas aos alunos.

O EP também se destaca pela possibilidade de um desenvolvimento permanente, registado através da dimensão reflexiva. Pois um professor deverá ser um profissional que examina as suas práticas e conceções de forma ativa, voluntária e rigorosa, de modo a justificar as mesmas e considerar as consequências a que elas conduzem, ou seja, ter capacidade de utilizar o pensamento como reivindicador de sentido e orientação (Alarcão, 1996). Tornando-se assim importante a existência de um sentido crítico por parte dos professores em relação aos seus problemas, as suas ações e consequências.

Investigando as mesmas e tornando-se capacitados para intervir de eficazmente no contexto escolar. Deixando-se conduzir pela procura de uma inovação e melhoria constante.