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ACUMULAÇÃO POR ESPOLIAÇÃO E DINÂMICAS ESPACIAIS

Hoje, sob a influência do dinheiro, o conteúdo do território escapa a toda regulação interna, trazendo aos agentes um sentimento de instabilidade, essa produção sistemática de medo, que é um dos produtos da globalização perversa dentro da qual vivemos, esse medo que paralisa, esse medo que convoca a apoiar aquilo em que não cremos apenas pelo receio de perder ainda mais (Milton Santos, 1999). O espaço configura-se como uma produção social que envolve uma diversidade de processos e agentes sociais, bem como suas formas de atuação – ou não atuação – no meio social (BRANDÃO, 2007; LEFEBVRE, 2006). Lefebvre (2006) entende que o espaço é fundamentalmente atado à realidade social. Para Carlos (2007), a produção da sociedade se realiza como apropriação/produção do espaço, compreendida como condição, meio e produto da realização da sociedade. O espaço e o tempo aparecem através da ação humana em sua indissociabilidade, uma ação que se realiza enquanto modo de apropriação.

Sob influência do capitalismo, as práticas espaciais ficam imbuídas de significados de classe, mas isso não significa que sejam geradas pelo capitalismo; elas assumem seus sentidos sob relações sociais específicas de classe, gênero, etnicidade, entre outros (HARVEY, 1996a). Todas essas perspectivas, que não se excluem entre si, se fazem presente, ainda que subjetivamente, quando se analisa um conflito – socioambiental ou não – que tem como uma de suas características mais recorrentes um uso hegemônico10 que se sobrepõe a outro uso pré-existente, de modo a atrapalhar ou impedir o funcionamento deste (DEUTSCH, 2003).

Nesse contexto, impõe-se uma racionalidade instrumental ao território, especialmente por subsistemas técnicos hegemônicos que se superpõem e competem vantajosamente com os subsistemas técnicos instalados, hegemonizados, conforme observa Santos (2006). Segundo esse autor, também as ações, ou usos, são envolvidas por uma racionalidade que, na maioria das vezes, está a serviço dos agentes hegemônicos, sendo assim uma ação pragmática e intencional, às vezes estranha ao local.

Destarte, se produz o espaço a partir de uma ordem externa. A presença fragmentária e contraditória desse agente externo, ‘aquele que não deveria estar ali’, cujos interesses projetam o espaço para outras finalidades, gera tensões e conflitos de menor ou maior

10 Cabe salientar, no entanto, que um conflito pode se evidenciar mediante outras práticas, como políticas restritivas à extração de bens naturais, implantações de Unidades de Conservação (UCs), entre outros.

intensidade. Para Pereira e Penido (2017, p. 255), “os efeitos da produção do espaço manifestam em cada configuração do modelo de desenvolvimento, modalidades específicas de conflitos ambientais predominantes”. Assim, os autores indagam: “quais territórios têm sido constituídos face à autoridade e ao confronto entre grupos sociais com interesses distintos?” (2017, p. 255).

Uma das teses de Lefebvre (2006) é a de que o modo de produção capitalista produz seu espaço e seu tempo.

O novo modo de produção (a sociedade nova) se apropria, ou seja, organiza para seus fins, o espaço preexistente, modelado anteriormente. Modificações lentas penetram uma espacialidade já consolidada, mas às vezes a subvertem com brutalidade (caso dos campos e paisagens rurais no século XIX) (LEFEBVRE, 2006, p. 8-9).

O desenvolvimento capitalista teria engendrado uma nova forma de acumulação, com a utilização crescente e o aumento de poder das formas fluídas e voláteis do capital, implicando em transformações nas formas de ordenação espaço-temporais, como destaca Harvey (2004b). Esses ajustes espaço-temporais são, conforme esse autor, estratégias utilizadas pelo capital para enfrentar as recorrentes crises de sobreacumulação, que supõem excedente de trabalho (crescente desemprego) e excedente de capital. Esses excedentes podem ser absorvidos pelo deslocamento temporal por meio dos investimentos de capital em projetos de longo prazo ou gastos sociais (tais como educação e pesquisa), os quais jogam para o futuro a entrada em circulação dos excedentes de capital atual; pelos deslocamentos espaciais por meio da abertura de novos mercados, novas capacidades produtivas e novas possibilidades de recursos e trabalho em outros lugares; ou por meio de alguma combinação das duas anteriores.

Embora o espaço dominado e o espaço apropriado possam coincidir, a história da acumulação do capital é também é a história de sua separação, de sua contradição (LEFEBVRE, 2006). A apropriação configura-se, então, como um processo mais simbólico, com base no valor de uso do espaço, enquanto a dominação se ampara no valor de troca, no espaço visto desde uma perspectiva funcional. Esta leva à redução extrema da apropriação.

Sobre a apropriação e dominação do espaço, um ponto expressivo da acumulação extensiva é o aproveitamento de situações geográficas e ecológicas favoráveis para o desenvolvimento de infraestruturas, no qual o Estado entra como apoiador e peça fundamental (HARVEY, 2004b; 2011; FOLADORI; MELAZZI, 2009). Pode-se trazer como exemplo

dessa situação o que tem ocorrido nas zonas costeiras, locais privilegiados ou únicos que acabam circunscrevendo um monopólio espacial de certas atividades, tais como portos, instalações industriais, turismo e a própria urbanização (ANDRIGUETTO FILHO, 2004; NAKANO, 2006; MORAES, 2007), recebendo, assim, altos montantes de investimentos públicos e privados (NAKANO, 2006).

A zona costeira é dotada de

[...] especificidades e vantagens locacionais, um espaço finito e relativamente escasso. Em outros termos, do ponto de vista global, os terrenos à beira-mar constituem uma pequena fração dos estoques territoriais disponíveis, e abrigam um amplo conjunto de funções especializadas e quase exclusivas, como visto. A conjunção de tais características qualifica o espaço litorâneo como raro, e a localização litorânea como privilegiada, dotando a zona costeira de qualidades geográficas particulares (MORAES, 2007, p. 22).

Junto aos ajustes espaço-temporais, que ampliam as fronteiras do capitalismo, tem-se mecanismos que condizem com a acumulação por espoliação e que são centrais para o desenvolvimento do capitalismo moderno, como é o caso da depredação dos bens ambientais globais (terra, ar, água) e a proliferação da degradação ambiental; além da onda de privatização da água e outros serviços públicos, constituindo um ‘cerceamento dos bens comuns’ (HARVEY, 2004b).

Nessa conjuntura, o Estado usa seus poderes para orientar a dinâmica regional, tanto pelo seu domínio sobre investimentos em infraestrutura quanto pelo aparato administrativo, mas também mediante sua atribuição nas formulações de leis e sua consequente imposição (HARVEY, 2004b).

A deslocalização do capital não apenas cria “oportunidades” nos territórios “de fora” – os que queiram abrigar capital excedente, as fronteiras de expansão –, mas também deixa os territórios que estavam “dentro” sob ameaça de se tornarem um território no “exterior” (ACSELRAD; BEZERRA, 2010). Cada ciclo de acumulação desenvolve uma territorialidade própria, a qual implica que atividades econômicas funcionais a um determinado ciclo de acumulação sejam articuladas e se consolidem de acordo com as particularidades desse ciclo, construindo ‘geografias a sua medida’ (CAÑADA, 2016). O capitalismo é heterogêneo e excludente ao requerer áreas de investimento que priorizem seus interesses (HARVEY, 2011). Nesse contexto, as zonas costeiras apresentam-se como espaço privilegiado, incluindo aqui o setor do turismo.

Outro fato a ser destacado é que, no capitalismo globalizado, especialmente em decorrência das reformas neoliberais, geraram-se condições para que as localidades passassem a competir entre si pela atração de capitais a qualquer custo. No Fordismo, as empresas competiam pelas localizações mais favoráveis; atualmente, com a acumulação flexível, além da busca pela redução de custos pelas empresas, os governos locais, regionais e nacionais passaram a competir para atrair investimentos, utilizando várias artimanhas, como a flexibilização das leis urbanísticas e ambientais (ACSELRAD; MELLO; BEZERRA, 2009; ACSELRAD; BEZERRA, 2010).

Conforme destaca Ianni (1998, p. 29), “o neoliberalismo está transformando os Estados em amortecedores situados entre as forças econômicas externas e a economia nacional; isto é, agências destinadas à adaptação das economias nacionais às exigências da economia global”. Entra em jogo a denominada ‘vantagem comparativa’, e a competitividade se estabelece como regra, tomando o espaço da concorrência, que era a regra de outrora (SANTOS, 2017).

Sobre isso, Milton Santos (2006) aponta que as condições naturais e artificialmente criadas, aplicadas a um lugar em torno de um produto ou conjunto de atividades, passam a oferecer melhores vantagens comparativas de localização. Por vezes, isso cria um ‘mosaico geográfico da competitividade’, com base em áreas especializadas em certas atividades. A competitividade, ou vantagem competitiva, é apontada como intrínseca ao território. Não obstante, cabe refletir se ela é um elemento intrínseco ou é um elemento externo, introjetado com vista à exploração da natureza e de elementos que interessam à lucratividade.

O neoliberalismo enraíza-se diretamente no mercado mundial, no fluxo de capital, na tecnologia, na força de trabalho, na mercadoria, no lucro, na mais-valia, sob a égide de multinacionais, corporações, conglomerados, organizações pouco localizáveis, atravessando os territórios e as fronteiras. Essa dinâmica baseia-se nos princípios do livre mercado, da competitividade, da produtividade, das economias de escala, das vantagens comparativas, da divisão internacional do trabalho, entre diversas outras características intrínsecas a essa abordagem econômica (IANNI, 1998).

Nessa conjuntura, o território é alienado – e alienado se torna individualista (SANTOS, 2017) –, voltado para os nexos com o mercado externo, que, numa organização extravertida respondem, quase que exclusivamente, a interesses de agentes internacionais, portadores dos discursos da ‘modernização necessária’, do ‘crescimento e desenvolvimento’

para o bem da nação, fazendo com que se confundam interesses e projetos particulares com necessidades e projetos coletivos. Pode ocorrer também nos casos onde há uma adaptação técnica, ou seja, a criação de infraestrutura, e normativa, por meio de regulações especiais, isenções fiscais, com vista à atração de investimentos (PEREIRA, 2011). Sobre isso, Santos (2006) destaca que a necessidade de competitividade não vem da técnica, mas da política. Não é a técnica que exige competitividade aos países, às empresas, aos lugares, mas a política produzida por agentes globais.

Esse processo está relacionado à chantagem locacional, ou chantagem de deslocalização, bem como as ‘alternativas infernais’. No contexto da acumulação flexível do capital, a disciplina (a sociedade aceita o investimento a qualquer custo) e a regulação (dumping11 regulatório) têm suas bases na competição entre diferentes locais pela atração do capital, no âmbito da chantagem de localização (ACSELRAD, 2013). A chantagem de localização empodera os grandes empreendimentos, que acabam se tornando ‘quase-sujeitos’ das políticas de regulação do território e ‘quase-sujeitos’ dos limites de aceitabilidade dos riscos de determinada obra ou empreendimento por parte da população(ACSELRAD, 2013). Nesse aspecto, Acselrad (2010, p. 114-115) questiona:

Como identificar a pressão predatória exercida sobre os mais fracos? Ora, a “chantagem locacional dos investimentos” é o mecanismo central, nas condições de liberalização hoje prevalecentes, para a imposição de riscos ambientais e de trabalho às populações destituídas. Pois, em ausência de políticas ambientais de licenciamento e fiscalização de atividades apropriadas e sem políticas sociais e de emprego consistentes, as populações mais pobres e desorganizadas tenderiam a sucumbir às promessas de emprego “quaisquer que sejam seus custos". A dinâmica desses movimentos sugere, portanto, que a condição de destituição de certos grupos sociais é um elemento-chave a favorecer a rentabilização de investimentos em processos poluentes e perigosos.

As pressões do capital em busca de investimentos podem se dar de duas formas: pela ameaça de retirada do investimento para outro local ou b) pela ameaça de que, caso o empreendimento não seja aceito no local, nenhuma outra atividade econômica se estabelecerá. Assim, a população local precisa “escolher” entre uma situação de degradação ambiental e social ou a inexistência de fonte de renda e trabalho; por isso, a alocação dos empreendimentos é dada tendo por base o consentimento dessas populações (ACSELRAD; BEZERRA, 2010). Mediante o discurso oficial, tais empresas são apresentadas como

salvadoras das localidades em que se instalam e são apontadas como credoras do reconhecimento por seu aporte de emprego e modernidade.

Esse processo tem relação direta com o termo “Please in my backyard (Pimby)”, utilizado para se referir aos casos em que determinada instalação ou obra é vista positivamente pela população como fonte de renda (BRINKMAN; HIRSH, 2017). “Daí a crença de sua indispensabilidade, fator da presente guerra entre lugares e, em muitos casos, de sua atitude de chantagem frente ao poder público, ameaçando ir embora quando não atendidas em seus reclamos” (SANTOS, 2017, p. 68).

Não apenas o emprego e a renda entram em jogo, mas também a própria concepção de “desenvolvimento”. Assim, a falsa escolha se dá entre ‘sem emprego, sem desenvolvimento’ versus ‘baixos salários e poluição’ (BULLARD, 2001). Pignarre e Stengers (2005), ao dissertarem sobre a ‘feitiçaria’ capitalista, denominam ‘alternativas infernais’ as “situações que não parecem deixar outra escolha senão a resignação ou a denúncia, que são um pouco vazias, como se fossem impotentes” (PIGNARRE; STENGERS, 2005, p. 40, tradução nossa).

De acordo com o que é destacado por esses autores, as alternativas infernais vão muito além da implantação de empreendimentos e instalações públicas ou privadas, incluindo também medidas do governo “em prol da nação”, os “sacrifícios necessários”, como medidas trabalhistas, por exemplo. Um dos sinais da força das alternativas infernais é o fato de os afetados consideram o feito daquilo (ou de sua ausência) como algo meritocrático, de igualdade de chances, no sentido de que, caso a oportunidade não seja aproveitada, não há como reclamar futuramente (PIGNARRE; STENGERS, 2005, p. 40, tradução nossa): “se você não aproveitar a sua sorte, não venha reclamar, você terá merecido o que vai acontecer com você”.

Tais alternativas não ocorrem repentinamente, mas, na maior parte das vezes, são articuladas com planos arquitetados e implantados de forma lenta e gradual, dando a impressão de ser algo natural, não imposto (PIGNARRE; STENGERS, 2005). É o que Acselrad e Bezerra (2010) denominam ‘livre escolha – infernal’.

Cabe destacar o exposto por Bullard (2001, p. 165, tradução nossa):

[...] no mundo real, todas as pessoas, comunidades e nações não são concebidas iguais. Algumas populações e interesses são mais iguais que outras. Interesses desiguais e arranjos de poder permitiram que venenos dos ricos fossem oferecidos como remédios de curto prazo para a pobreza dos pobres.

Tais investimentos, os ‘venenos dos ricos’, são oferecidos como ‘remédios’ aos mais pobres economicamente, como solução para problemas em curto prazo (BULLARD, 2001), aceitos, em grande parte das vezes, por desespero diante da precariedade de vida. Assim, conforme ressalta Bullard (2001), os empreendimentos, em especial, os de resíduos perigosos e as indústrias “sujas”, seguiram o “caminho de menor resistência”. Essa menor resistência diz respeito ao panorama de baixa qualidade de vida e perspectivas das populações afetadas. Dessa mesma forma criam-se as denominadas zonas de sacrifício, certas localidades onde a desregulação ambiental favorece o interesse econômico (FASE; IPPUR, 2004), as quais se destacam por concentrarem empreendimentos e instalações de alto risco ou que ocasionam danos ambientais (VIEGAS, 2006; FASE; IPPUR, 2004). A elas se associa a concentração de males ambientais do desenvolvimento a um processo mais amplo de desigualdade social e racial (VÍÉGAS, 2006).

Uma característica marcante da constituição de zonas de sacrifício são as características físico-naturais, como, por exemplo, características geológicas, geomorfológicas, climáticas, entre outras, que viabilizam a implantação de determinados empreendimentos ou instalações (OLIVEIRA; MELLO; PEIXOTO, 2017). Em geral, essas áreas são espaços onde o valor da terra é baixo, ocupados por populações de baixa renda e que têm um menor acesso aos processos de decisão, ou seja, baixo poder de pressão política, de mobilização e de judicialização (FASE; IPPUR, 2004; VIÉGAS, 2009; OLIVEIRA; MELLO; PEIXOTO, 2017). Trata-se de territórios de obedecer, ou territórios opacos. O discurso do desenvolvimento escolhe quais grupos sociais são passíveis de serem sacrificados (ACSELRAD; BEZERRA, 2010).

Oliveira, Mello e Peixoto (2017) destacam que a formação dessas zonas é mediada por uma visão territorial hegemônica, embora contribua para a produção de novas dinâmicas locais, novos modos de vida, alguns contra hegemônicos. Elas promovem a reconfiguração da territorialidade existente, vinculadas a grupos que habitam a área e alteram a forma como tais grupos usam o meio ambiente e com ele se relacionam, em especial no que tange à terra. É o caso de pescadores artesanais que são removidos ou convivem diariamente com a possibilidade de remoção de seu território tradicional para dar lugar a empreendimentos privados, o que gera complicações a essa população, dada a importância de morar e trabalhar em um mesmo local.

Nessas zonas, observa-se a conjunção de decisões de localização das instalações de alto risco ambiental, com presença de agentes políticos e econômicos empenhados em atrair investimentos a qualquer custo social ou ambiental (FASE; IPPUR, 2004). Assim, os mais pobres são penalizados, os que teriam “menos a perder”, uma vez que pouco possuem, permitindo, assim, a reprodução do capital em um padrão de “fuga para frente”. Nesse contexto, o Estado flexibiliza leis e normas ambientais e urbanísticas para que o empreendimento se estabeleça em determinada localidade. O capital é soberano e orienta o Estado, que impõe sua visão hegemônica de mundo, utilizando como instrumentos as leis e normas deliberativas, mas também intervindo no mundo por meio da implementação de políticas e leis, com o propósito de atingir o bem comum (HARVEY, 2004b; ZHOURI;

LASCHEFSKI; PAIVA, 2014). .

Assim, desde a concepção dos instrumentos de planejamento e ordenamento território, como os Zoneamentos Ecológico-Econômicos (ZEE), aos Planos Diretores, leis de uso do solo, passando pela facilitação dos processos de licenciamento ambiental, o Estado orienta as leis de modo a viabilizar com maior facilidade possível determinados empreendimentos ou obras. Zhouri e Laschefski (2017) apontam que os conflitos socioambientais têm sua origem na concepção do planejamento para viabilização de determinadas atividades, o que pode se evidenciar somente com o decorrer do tempo.

Por meio da chantagem locacional, as populações onde os empreendimentos se instalam os aceitam e até mesmo os incentivam, por temor de não terem emprego e renda (ACSELRAD; BEZERRA, 2010).