• Nenhum resultado encontrado

AJUDAS JULGADAS NECESSÁRIAS NA PREPARAÇÃO DA REFORMA

Estou desejoso de me reformar 0,362 0,

9.3.13. AJUDAS JULGADAS NECESSÁRIAS NA PREPARAÇÃO DA REFORMA

Na 15ª questão, solicitámos aos sujeitos estudados que nos indicassem quais as ajudas julgavam necessárias na preparação da própria reforma (Quadro Nº 17).

Quadro Nº 17 – Ajudas Necessárias, segundo os Inquiridos, na Preparação da Reforma

Ajudas Respostas Divulgação de Ocupações Diversificadas Auto-Preparação e Instituições com Preços Acessíveis Auto-Ajuda, Apoio Familiar e dos Amigos. Orientação Económico- Financeira dos Bancos,

da Segurança Social e/ou da Caixa Geral de

Aposentações. ONGs

«Indicarem-me ocupações de tempos livres»

Antero.

«Divulgação de oportunidades profissionais»

Amélia.

«Divulgação da actividade que decidir pôr em prática»

Eva.

«Depende da pessoa. Penso que a auto preparação é o primeiro passo. O segundo é haver instituições com actividades para tal, mas a preços compatíveis com as reformas actuais»

Luísa.

«A ajuda que vem de mim mesma e a da família e amigos, com carinho»

Eufrásia.

«Ajuda familiar e bancária»

Leopoldina.

«Se o que vou receber é o suficiente para manter o mesmo padrão de vida que tenho hoje»

Basílio.

«Informação das acima referidas ONGs»

Maria Eduarda.

Negação por: Desconhecimento,

Falta de Reflexão e/ou Opção pela

Auto-Ajuda. Determinação para Cumprimento de Metas Nenhuma; Auto-Suficiência «Não sei» Amaro.

«Não pensei nisso»

Ágata.

«Não penso nisso; a decisão é minha»

Afonso.

«Não vejo necessidade de qualquer ajuda externa na preparação da reforma»

Gracinha.

«Auto-ajuda. Convicção para cumprir objectivos pré- definidos»

Virgínia.

«Não necessito de qualquer tipo de ajuda. Se a reforma chegar amanhã, estou preparada para a aceitar perfeitamente»

Josefa.

Nenhuma, se houver CuidadosNutricionais,

Físicos e Mentais Nenhuma Injustificada

«Nenhuma, excepto ter mais cuidado na alimentação, actividades física… e fazer exercícios de “destreza mental”» Joana. «Nenhuma» Angelina. Ausência de Respostas Gertrudes Juliana Manuela

Algumas respostas (15%) evidenciaram que há um certo desconhecimento

daquilo que poderá ser feito durante a reforma, tanto no que refere às actividades

consideradas de tempo livre como de outras actividades profissionais que poderão ser desenvolvidas na pós-carreira.

Alguns inquiridos (25%), além de referirem a auto-preparação, sugeriram a importância do auxílio de instituições que ajudassem na preparação para a reforma mediante preços acessíveis, o apoio familiar e dos amigos. O apoio e o suporte dado pela família são de fundamental importância para uma transição da vida laboral para a reforma. E quando não se pode contar com os familiares ou se o apoio deles não bastar, o papel dos amigos será de grande valia aos futuros reformados (Chapman, 2002; Stuart-Hamilton, 2002; Scortegagna, 2005; Sousa, 2006).

Dois inquiridos (10%) sugeriram alguma ajuda económico-financeira dos

Bancos e/ou da Segurança Social sobre questões relativas aos valores que receberão mensalmente durante a reforma. Num mundo movido em grande parte

pelo poder de compras é natural que os futuros reformados tenham muitas dúvidas sobre como ficarão as suas finanças a partir da reforma. Também poderão ser interessantes informações sobre as penalizações sofridas pela reforma antecipada. Com as recentes alterações legais sobre a concessão da reforma, os sujeitos que se aproximam da reforma precisam ser esclarecidos.

Dos inquiridos que responderam não precisar de nenhuma ajuda na preparação de sua reforma, somente a Angelina não apresentou justificação. Todos os restantes mencionaram diferentes razões para terem respondido «nenhuma», destacando-se a auto-ajuda ou auto-preparação do sujeito para a sua reforma. A Joana inclusive acrescentou os cuidados alimentares, o treino físico e mental à sua resposta.

Sobre a questão nutricional, ressaltada pela Joana, devemos destacar que, nas pessoas idosas, a desnutrição e desidratação são habituais, além de haver uma alteração nas necessidades calóricas e de nutrientes à medida que envelhecemos (Azeredo, 2002). Nossa necessidade de nutrientes cresce enquanto diminui a necessidade calórica (Zal, 1993). A redução calórica nas pessoas idosas deverá ser feita cuidadosamente e com supervisão médica ou de nutricionista, variando com as actividades físicas realizadas (Jacob, 2004; Saldanha, 2009).

Sobre o exercício físico, Azeredo (ibidem) adverte que embora traga benefícios, pode ter contra-indicações e até oferecer riscos, pelo que seja recomendável um exame clínico, caso o idoso não tenha praticado anteriormente a actividade física.

Para alcançar a «destreza mental» referida na resposta da Joana, indicamos a educação. Aprender algo novo, seja de que forma for, permite uma renovação de conhecimentos, um exercício das funções mentais e um sentido de continuidade. Aprender ao longo da vida, através da educação formal, informal ou não formal, pode ser e, normalmente, é altamente estimulante para a mente humana. Ler um livro, um jornal ou qualquer texto que seja do nosso interesse; visitar um museu ou outro espaço cultural/artístico; viajar e (re) conhecer um lugar aprazível; escutar uma música; ver um filme em casa ou no cinema; assistir a uma peça teatral são bons exemplos do uso estimulante e benéfico da mente durante a velhice (Roizen, 1999).

A Josefa julgou que já estava preparada e a Rosa já estava com alguma actividade em mente, demonstrando uma certa prontidão ou auto-suficiência. Embora muita gente sinta necessidade de alguma ajuda específica, há pessoas que conseguem de maneira mais autónoma planear e organizar a sua preparação para a reforma.

Gertrudes, Juliana e Manuela não responderam à pergunta, deixando-nos sem saber se pelo facto de não julgarem necessárias quaisquer ajudas na preparação de suas reformas ou se pelo facto de não contarem com tal auxílio. Por vezes, a ausência pode sugerir um desejo secreto (Bardin, 2008). Nem sempre assumimos aquilo que pretendemos ou queremos. A transição para a reforma pode e traz, nalguns casos, constrangimento, insegurança ou até mesmo um receio do futuro (Giardino & Cardoso,