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Questões de Investigação e Objectivos

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9. Estudo 2 – Da Vida Laboral à Reforma: Expectativas de Ocupação

9.1. Questões de Investigação e Objectivos

O objectivo principal traçado para este estudo foi conhecer como

profissionais das áreas de saúde e de educação, que estejam próximos da reforma, pretendem ocupar seu tempo disponível quando chegarem à reforma.

Para este estudo foram formulados os seguintes objectivos específicos:

 Avaliar os factores de stress laboral que porventura desencorajam

os profissionais a pensar em futuras ocupações.

 Conhecer antigas aspirações que os profissionais próximos da

reforma pretendem resgatar e/ou novos desejos de ocupação.

 Analisar e compreender os argumentos daquelas pessoas que

preferem não planear suas vidas para o período de reforma.

 Verificar como os profissionais que se aproximam da reforma

pretendem exercer outras actividades profissionais após sua chegada à reforma.

Para estes objectivos estiveram subjacentes as seguintes questões de

investigações:

 O que passa na mente das pessoas sobre a reforma quando o desligamento

da vida laboral se avizinha?

 Há preocupações, medos, desejos de vivenciar a reforma?

 Será a reforma uma oportunidade para a realização de sonhos antigos?  Haverá menos dificuldades ou, pelo contrário, a vida tornar-se-á mais

complexa e problemática?

 Surgirá uma nova oportunidade profissional? Haverá mais tempo para si

próprio e para a família?

9.2. Método

9.2.1. Participantes do Estudo

Este estudo contou com vinte participantes, de ambos os géneros, profissionais das áreas da Educação e/ou da Saúde e na faixa etária compreendida entre os cinquenta e cinco anos e os sessenta e dois anos de idade.

Todos os sujeitos que responderam ao referido questionário residiam em Portugal Continental, sendo que a maior parte dos participantes viviam no Distrito do Porto e os restantes nos Distritos de Braga, Lisboa e Aveiro.

Os participantes foram escolhidos de maneira aleatória nos seus locais de trabalho, estando, portanto, no exercício pleno de suas actividades laborais. Além de receberem as informações relativas aos objectivos e finalidades do preenchimento do questionário, bem como a garantia da manutenção do anonimato de cada um, foi pedido aos sujeitos respondentes que lessem e assinassem o «Consentimento Informado» (Anexo Nº 03)

Tabela Nº 17 - Caracterização Sócio-Demográfica da Amostra Frequencia % Idade 55 anos 3 15,00 56 anos 1 5,00 57 anos 4 20,00 58 anos 4 20,00 60 anos 5 25,00 61 anos 2 10,00 62 anos 1 5,00 Média Desvio Padrão Estado Civil Solteiro 5 25,00 Casado 10 50,00 Viúvo 3 15,00 Divorciado 2 10,00 Género Masculino 4 20,00 Feminino 16 80,00 Filhos Sim 17 85,00 Não 3 15,00 Número de filhos Nenhum 3 15,00 1 filho 4 20,00 2 filhos 10 50,00 3 filhos 1 5,00 4 filhos 1 5,00 5 filhos 1 5,00 Média Desvio Padrão 58,25 2,149 1,80 1,240

9.2.2. Material

Tendo por base a revisão da bibliografia e os objectivos traçados para este estudo, elaborámos um questionário, contendo dezanove perguntas de respostas

abertas (Anexo nº 05), que visava sobretudo conhecer as expectativas e pretensões de ocupação no período pós-reforma, assim como, sondar as preocupações, possíveis inseguranças receios actuais daqueles sujeitos que se aproximavam do período da reforma.

Embora as entrevistas semidirectivas ou semi-estruturadas sejam os instrumentos de recolha de dados preferencialmente utilizados nas investigações qualitativas, nomeadamente aquelas relacionadas às Ciências Humanas e Sociais, os

questionários de perguntas abertas também estão incluídos nos métodos

complementares «mais frequentemente associados à análise de conteúdo», segundo Quivy & Campenhoudt (2008, pp. 231-232).

Hill & Hill (2009, p. 94) referem que os questionários de perguntas abertas «requerem uma resposta construída e escrita pelo respondente, ou seja, a pessoa

responde com as suas próprias palavras». Os mesmos autores apontam três vantagens da sua utilização: «podem dar mais informação; muitas vezes dão informação mais rica e detalhada; por vezes, dão informação inesperada», além de

ressaltarem que o questionário de perguntas abertas é especialmente útil na

obtenção de informação qualitativa (idem, p. 95).

Sendo o nosso segundo de cariz qualitativo, utilizámos o questionário de administração directa, já que cada inquirido respondeu, por escrito, seu próprio questionário de perguntas abertas com as suas próprias palavras.

Após os principais dados sócio-demográficos, nossa primeira pergunta de resposta aberta indagou o número de anos trabalhados pelos inquiridos. A seguir, quisemos conhecer a idade considerada ideal para a reforma pró parte de cada participante. Na terceira questão, foi nossa intenção saber quantos anos cada participante acreditava que faltavam para o início da sua reforma. Na questão de número quatro, o objectivo era sondar se havia desejo/interesse pela antecipação da reforma.

Na quinta pergunta, nossa indagação foi sobre a prática regular de actividades físicas, desportivas e/ou artísticas dos sujeitos que se aproximavam da reforma. Na sexta questão, nosso interesse era perceber a prática de actividades voluntárias, religiosas e/ou socioculturais por parte dos futuros reformados.

Na sétima questão, tentámos sondar sobre a satisfação profissional de cada sujeito que participou do estudo.

Nas três questões seguintes, de 8 a 10, nosso interesse foi perceber a respeito das amizades, do relacionamento entre os pares, seja no local de trabalho seja fora dele.

Na décima-primeira pergunta, nossa indagação foi acerca das actividades porventura realizadas com a família no pós-laboral. A seguir, na décima-segunda

questão, o objectivo era um dos principais do estudo: conhecer as pretensões ocupacionais dos inquiridos para o período em que estiverem na reforma.

Na pergunta décima-terceira, quisemos conhecer tanto as paixões antigas dos sujeitos assim como seus novos desejos, em se tratando de possíveis ocupações a partir da reforma.

Na décima-quarta questão, nosso objectivo foi saber se os sujeitos utilizam estratégias de preparação para a reforma e/ou se julgam importante o apoio de algum instituição para o seu auxílio. A seguir, na questão décima-quinta, nossa indagação foi sobre os tipos de ajudas que poderiam ser necessárias na preparação para a reforma.

Na décima-sexta pergunta, quisemos perceber que preocupações tinham os futuros reformados em relação ao período da reforma. A seguir, nossa intenção foi saber se os sujeitos consideravam a reforma como «libertação» ou «pesadelo».

Nossa penúltima questão versou acerca da existência ou não de discriminação das pessoas idosas e/ou por conta do envelhecimento. Qual a percepção dos futuros reformados a esse respeito. E, por último, nossa décima-nona pergunta teve como objectivo indagar se os pré-reformados acreditavam que a reforma beneficiaria ou não a sua saúde.

9.2.3. Procedimentos

Os referidos questionários foram distribuídos a trinta sujeitos, sendo dez a profissionais da área da Saúde e vinte a profissionais da área da Educação, para que eles próprios os preenchessem (questionários de administração directa). Todos foram devidamente informados dos objectivos do estudo, do tratamento sigiloso dos dados e assinaram o consentimento informado, manifestando a concordância na participação no estudo. Do total entregue, apenas vinte participantes entregaram os questionários preenchidos, sendo 15 sujeitos que actuavam na área da Educação, 4 na área da

Saúde e 1 que actuava em ambas as áreas.

Os vinte questionários foram recolhidos após dez dias da sua entrega, pelo que todos os participantes receberam o nosso agradecimento pelo grande contributo dado ao estudo.