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Alíquotas

No documento Joao Bosco de Santana (páginas 136-139)

2.4 Tributos Indiretos

2.4.3 Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

2.4.3.2 O ICMS Contexto Atual

2.4.3.2.5 Alíquotas

Por meio da alíquota que se estatui o valor do tributo que pode ser exigido pelo sujeito ativo, é utilizada como diretriz ao respeito à capacidade contributiva e, por decorrência, a implementação da igualdade. É pelo seu adequado manejo que o legislador evita os detrimentos do confisco e se atinge os objetivos extrafiscais do Estado.(CARVALHO, 2008)

O Código Tributário Nacional – CTN, por meio do artigo 142, ao se referir ao lançamento do crédito tributário, destaca, dentre outros procedimentos, o de calcular o montante do tributo devido, que obviamente se dará por meio da aplicação da alíquota.

O próprio texto constitucional, por meio do artigo 155, § 2.º, após mencionar, no inciso III, que o Imposto Sobre Operações Relativas À Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS “poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços” dedicou dos incisos IV ao VIII para tratar da alíquota:

“Constituição Federal de 1988, artigo 155, § 2º

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;

VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual” (Art. 155, CF, 1988).

Observa-se que o tratamento constitucional dispensado à alíquota, corrobora para a afirmativa do caráter nacional do ICMS, sendo estas estabelecidas não por lei complementar, mas sim por meio de resolução do Senado Federal, que estabelece as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação, facultando-lhe o estabelecimento de alíquotas mínimas nas operações internas e fixação das alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados.

Nas operações interestaduais, as alíquotas foram definidas por meio da resolução n.º 22, de 19 de maio de 1989, sendo em regra de 12%, exceto as operações e prestações realizadas pelas regiões Sul e Sudeste com destino às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo que é de 7% e, por fim, 13% nas operações de exportação para o exterior. Segundo Oliveira (2005 p. 83), “com o objetivo de evitar exageros por parte dos governantes, podem ser fixadas pelo senado federal alíquotas máximas nas operações internas. Todavia, atualmente não há limite definido”.

Nota-se que, por meio do inciso VI, as alíquotas internas nos Estados e Distrito Federal não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais, salvo a existência dos famosos convênios disciplinados pela Lei Complementar n.º 24 de 07/01/1975.

Dos incisos VII e VIII, depreende-se que o Imposto Sobre Operações Relativas À Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – pertence tanto ao Estado de origem quanto ao de destino por meio da aplicação da alíquota interestadual, “operações interestaduais relativas à energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados,

quando destinados à industrialização ou à comercialização, conforme previsto no inciso III do artigo 3.º da Lei Complementar n.º 87 de 13 de setembro de 1996.

Em razão do princípio da seletividade dentro de um Estado, é comum uma variedade de alíquotas conforme o tipo de mercadorias até mesmo de seu destinatário. No Estado de Minas Gerais, no Imposto Sobre Operações Relativas À Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – as alíquotas estão elencadas por meio do artigo 42 do Decreto 43.080 de 2002 – Regulamento do ICMS –, em regra a alíquota aplicável é de 18% (dezoito por cento). As demais são exceção à regra, referem-se às mercadorias específicas.

Assim, as alíquotas aplicáveis no Estado mineiro são de 30% (trinta por cento), a maior de todas, na operações de fornecimento de energia elétrica para consumo residencial, 27% (vinte

e sete por cento) é para as operações com gasolina para fins carburantes, 22% (vinte e dois

por cento) nas operações com álcool para fins carburantes e, por derradeiro, 4% (quatro por cento) nas prestações de serviço de transporte aéreo de carga e mala postal, quando o tomador e o destinatário forem contribuintes do imposto.

Observa-se que as alíquotas de 30% (trinta por cento), 27% (vinte e sete por cento), 22% (vinte e dois por cento) e 4% (quatro por cento) são aplicadas às situações específicas. Já as alíquotas de 25%, 12% e 7% abarcam um número maior de mercadorias, sendo a de 12% a mais expressiva.

A alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) aplica-se às operações de prestações de serviço de comunicação, cigarros e produtos de tabacaria, bebidas alcoólicas, exceto cervejas, chopes e aguardentes de cana ou de melaço e refrigerantes importados de países não-membros do GATT, armas e munições, fogos de artifício, embarcações de esporte e recreação, inclusive seus motores, alguns perfumes, cosméticos e produtos de toucador, artefatos de joalheira ou ourivesaria, combustíveis para aviação e solvente para consumo.

A alíquota de 7% (sete por cento) aplica-se às operações com as mercadorias: tijolos cerâmicos, tijoleiras, complemento de tijoleira, peças ocas para tetos e pavimentos, telhas cerâmicas, tapa-vistas de cerâmica, manilhas, conexões cerâmicas, areia, brita, blocos pré- fabricados, ardósia, granito, mármore, quartzito e outras pedras ornamentais, até 31 de dezembro de 2011; mel, própolis, geléia real, cera de abelha e demais produtos da apicultura, até 31 de dezembro de 2011; energia elétrica destinada a produtor rural e utilizada na atividade de irrigação no período noturno, nos termos definidos pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL); solução parenteral classificada na subposição 3004.90.99 da NBM/SH, promovidas pelo estabelecimento industrial fabricante; bucha vegetal in natura; produtos alimentícios fornecidos a órgãos da Administração Pública, destinados à merenda escolar, identificados em edital de licitação pública.

A alíquota de 12% (doze por cento) aplica-se normalmente aos gêneros alimentícios, medicamento genérico, máquinas, aparelhos e equipamentos industriais, equipamentos e ferramentas agrícolas, produtos da indústria de informática e automação, produtos destinados à indústria do vestuário, ferros, aços e materiais de construção e outros.

Ressalta-se ainda que há mercadorias isentas e outras que para a aplicação da alíquota tem suas bases de cálculo reduzidas.

No documento Joao Bosco de Santana (páginas 136-139)