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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007, apesar dos esforços realizados no País para a melhoria da situação educacional da população, o Brasil possui ainda 14,1 milhões de pessoas analfabetas na faixa etária de 15 anos ou mais de idade, indicador, em números percentuais, corresponde a uma taxa de 10,0%.

A PNAD 2007 aponta que o Nordeste ainda é a região com o maior número de analfabetos, apresentando um índice de 52% - o dobro da média brasileira. Analisando os dados pela faixa etária, a PNAD 2007 mostra que, do total de analfabetos, 40,1% do total são

pessoas que têm mais de 60 anos de idade, enquanto que, na faixa entre 40 e 59 anos, o percentual é um pouco mais baixo 36,5%.

De acordo com o IBGE, o fenômeno do analfabetismo está bastante relacionado às áreas rurais do País: a taxa rural é três vezes maior do que a urbana, ou seja, 23,3% da rural contra 7,6% da urbana.

Apesar de os números ainda serem altos, há uma redução significativa em comparação com a PNAD 1997. Em 10 anos, a taxa de analfabetismo nacional, que era de 14,7%, caiu quase cinco pontos percentuais, ou seja, 4,7% - o que, segundo o IBGE, corresponde a uma melhora de mais de 30%.

Um dos resultados apresentados pela pesquisa realizada pelo IBOPE e divulgada em setembro durante o lançamento do Projeto Educar para Crescer, da Fundação Victor Civita, foram entrevistados mil homens e mulheres, entre 16 e 69 anos, de todas as classes sociais e residentes nas regiões metropolitanas de Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, mostrando que os brasileiros não priorizam educação.

E 70% dos brasileiros entrevistados estão satisfeitos com a qualidade de ensino no País, enquanto 68% dos entrevistados afirmam que a Educação é de responsabilidade total dos governantes. A pesquisa apontou ainda que 63% não fazem nada pela educação, ou seja, não chamam para si a responsabilidade pela qualidade de ensino no País.

Mesmo achando que a educação é responsabilidade dos governantes, e que o tema é um dos principais setores nos quais o governo deveria investir (69% dos entrevistados), apenas 1% dos brasileiros leva em conta as propostas para a educação na hora de escolher em quem votar para prefeito.

Quase 90% dos entrevistados situam a educação em quinto lugar na lista dos principais problemas do País, superada apenas pela segurança (30% das menções), atuação dos governantes (17%), trabalho (13%) e saúde (11%). Os entrevistados também apontaram duas medidas que deveriam ser tomadas pelos governantes: para 46%, o salário deve ser melhorado e os professores devem ser capacitados (37%).

A Alfabetização Solidária contribui para o crescimento da oferta de Educação de Jovens e Adultos - EJA na rede municipal em que o programa atua, tanto da 1ª a 4ª séries, quanto no segundo segmento, ou seja, da 5ª a 8ª séries - segundo dados dos Censos Escolares do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) de 2000 a 2005.

O impacto da atuação da AlfaSol no âmbito das matrículas de jovens e adultos no Brasil (2000 a 2005) mostra que da 1ª a 4ª séries nos municípios atendidos pela Organização representavam 105.145, ou seja, 21% do total de matrículas da rede municipal desse segmento EJA no Brasil; já em 2005 esse número aumentou para 548.870 ou 46,5%. No segundo segmento, os resultados são ainda mais significativos: no mesmo período, o total de matrículas subiu de 26.610 para 229.433, representando um aumento de 762%.

Comparando com os municípios não atendidos pela AlfaSol , as 202.036 matrículas efetuadas no segundo segmento da rede municipal em 2003 e 415, 099 em 2005, apesar do aumento de 105 %, ainda assim é inferior ao segmento atendido pela Organização.

No que diz respeito às consolidações das políticas públicas educacionais, houve uma evolução no número de matrículas da rede municipal em relação ao sistema estadual. Em 2000, as matrículas no segmento da rede estadual eram 168% maiores do que as da rede municipal, sendo o número de matrículas na rede municipal 355.873 e na rede estadual 953.439. Em 2005, esta diferença é de apenas 21% a mais de matrículas, sendo 843.518 na rede municipal e 1.017.609 na rede estadual.

Com relação ao segmento sustentado das matrículas no segundo segmento da rede municipal nas cidades atendidas pelo Programa, existe outro fator relevante: em 2000, 30.700 alunos estavam matriculados nesse sistema de ensino, e em 2005 esse número chegou a 163.300. Segundo dados da AlfaSol, o aluno egresso das aulas de alfabetização gerou a procura por uma vaga que, consequentemente, foi suprida pela rede municipal.

Para o programa, o aumento da oferta de educação de jovens e adultos no País também merece ser destacado; em 2000, apenas 33,8% dos municípios brasileiros ofereciam a modalidade de ensino na rede municipal, em 2005 esse número subiu para 61,1% e analisando os municípios atendidos pela AlfaSol, que no mesmo período aumentou de 46,9% para 88,1%.

Uma das formas de captar as alterações e a progressiva extensão do conceito de alfabetização é acompanhar os critérios adotados no Censo Demográfico para distinguir, no conjunto da população, as pessoas alfabetizadas e não alfabetizadas. Até 1940, era considerado alfabetizado aquele que simplesmente declarasse que sabia ler e escrever, entendido como a capacidade de escrever o próprio nome. A de1950 até o momento atual, a obtenção de informações sobre o analfabetismo da população acontece por meio da aplicação

de duas perguntas, uma delas de auto avaliação (sabe ler e escrever?) e a outra de determinação da série ou ciclo escolar concluído (o tempo de estudo).

Ser alfabetizado passou, então, a abarcar a capacidade de ler e escrever um bilhete simples, ou seja, exercer uma prática de leitura e escrita comum em nossa sociedade. Implícita ao critério do tempo de estudo, subjaz a consideração de que, após alguns anos de aprendizagens escolares, as pessoas não só terão aprendido a ler e a escrever como também a fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, consolidando tais habilidades, de modo a afastar o risco de regressão ao analfabetismo.