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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

3.3 AMBIENTE DE PESQUISA

Essa tese tem como ambiente de pesquisa o contexto da educação superior no Brasil e, mais especificamente, no Estado do Rio Grande do Sul, procedendo-se este recorte geográfico no sentido de realizar a pesquisa em um conjunto que congrega características semelhantes. Entendendo-se educação superior como aquela que congrega os cursos de graduação (direcionados aos candidatos que tenham terminado o ensino médio ou equivalente com aprovação em processo seletivo) e pós-graduação (cursos de especialização, mestrado e doutorado) nas diferentes áreas de formação profissional.

De acordo com as informações do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul

(SECRETARIA DA COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO, 2017) em todo o mundo a

educação superior sofreu um grande aumento no número de matrículas nos últimos anos, no entanto, os jovens brasileiros ainda têm pouco acesso à educação superior, pois no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio do IBGE o percentual da população de 18 a 24 anos que frequenta a Educação Superior para 2016 foi de apenas 23,8% e no Rio Grande do Sul este valor foi de 27,6%, longe ainda das metas do Plano Nacional de Educação que prevê a elevação da taxa líquida para 33% até o final da vigência do plano em 2024.

A caracterização da educação superior, de acordo com o Censo da Educação Superior do Ministério de Educação para o ano de 2017 (BRASIL, 2018), em termos de Brasil, configurou-se pela existência de 2.448 Instituições de Ensino Superior (IES) sendo 87,91%

privadas (2.152) e 12,09% públicas (296). Do total de IES, 199 são universidades o que corresponde a 8,13%. Havendo no Brasil 8.286.663 matrículas em cursos de graduação (presenciais e a distância), sendo 4.439.917 em universidades o que significa 53,58% do total. Destaca-se, ainda, no contexto brasileiro, a oferta de 35.380 cursos de graduação no ano de 2017 (BRASIL, 2018).

De acordo com o Censo da Educação Superior (BRASIL, 2018) o perfil docente é composto em sua maioria por doutores na rede pública, enquanto que o mestrado é o grau de formação mais frequente na rede privada. São em maior número os docentes homens tanto da rede pública quanto privada, sendo 34 anos a idade mais frequente dos docentes em instituições públicas, enquanto em instituições privadas a moda de idade é de 36. Considerando o regime de trabalho, enquanto a moda dos docentes da rede pública é o regime em tempo integral, na rede privada a maior parte possui tempo parcial.

A caracterização da educação superior no Estado do Rio Grande do Sul, ambiente foco desta tese, conforme o Censo da Educação Superior do ano de 2017, compõe-se pela existência de 123 Instituições de Ensino Superior (IES) sendo 91,87% privadas (113) e 8,13% públicas (10). Do total de IES, 19 são universidades o que corresponde a 15,57%. Havendo no Estado 510.238 matrículas em cursos de graduação (presenciais e a distância), sendo 327.279 em universidades o que significa 64,14% do total (BRASIL, 2018). No Rio Grande do Sul ofertaram-se de 1.933 cursos de graduação no ano de 2017 (BRASIL, 2018).

O perfil docente, por sua vez, é composto por 26.269 professores, sendo 11.003 alocados na rede pública e 15.266 na rede privada. Assim como no contexto brasileiro, em sua maioria são doutores na rede pública (8.128 docentes com grau de doutor), enquanto que o mestrado é o grau deformação mais frequente na rede privada (8.507 docentes com grau de mestre). São mais frequentes docentes homens tanto da rede pública quanto privada. Considerando o regime de trabalho, enquanto a moda dos docentes da rede pública é o regime em tempo integral, na rede privada a maior parte possui tempo parcial seguindo o contexto nacional (BRASIL, 2018).

Importante ressaltar que a escolha por se desenvolver esta pesquisa no ensino superior deve-se ao fato desta profissão ser uma das mais propensas ao desenvolvimento de burnout visto a intensa interação com outras pessoas, ademais, os pesquisadores atuam nesta área propiciando o acesso ao público alvo. Não houve a pretensão dos autores em realizar um estudo de caso com aprofundamento e destaque de aspectos singulares da docência no ensino superior.

3.3.1 População Alvo e Amostra

De acordo com Lopes (2018) a definição da população a ser pesquisada refere-se ao conjunto de todos os elementos de um determinado fenômeno enquanto que a amostra revela- se como um subconjunto da população devendo ser considerada finita e selecionada seguindo determinados critérios de forma que represente as características da população.

Assim, para o presente trabalho definiu-se como população os docentes delimitando-se aqueles que atuam na educação superior em instituições públicas e privadas com recorte geográfico para o Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o Censo da Educação Superior no ano de 2017 haviam 26.269 docentes em exercício em instituições públicas (11.003) e privadas (15.266) no Rio Grande do Sul (BRASIL, 2018). A escolha deste público- alvo deve-se ao fato de que o burnout é uma patologia que atinge profissionais que atuam em proximidade com outras pessoas e possuem uma intensa inter-relação e, também, deve-se ao fato da pesquisadora atuar nesta área.

A definição da amostra deve seguir os passos do plano de amostragem que inicia com a definição dos objetivos da pesquisa, definição da população a ser amostrada (parâmetros), definição da unidade amostral, forma de seleção dos elementos que fazem parte da amostra e, por fim definição do tamanho da amostra (LOPES, 2018). Para fins desta pesquisa foi utilizado o método de amostragem não probabilístico explicado por HAIR Jr. et al. (2005) como aquele baseado na premissa de que cada elemento da população alvo tem probabilidade conhecida mas não necessariamente igual de ser selecionado configurando-se como amostragem por conveniência, uma vez que envolve a seleção de elementos mais disponíveis para fazer parte do estudo.

O tamanho da amostra seguiu a indicação de Hair Jr. et al. (2005) que sugerem um mínimo de 5 vezes mais observações que o número de variáveis a serem analisadas, sendo ainda mais adequado uma proporção de 10 para 1. Os autores reforçam que o tamanho da amostra não deve ser inferior a 100 observações. Assim, como serão aplicados dois questionários, Areas of Worklife Scale – AWS com 28 itens e o Maslach Burnout Inventory General Survey – MBI-GS como 16 itens depreende-se que o tamanho da amostra deva ser de no mínimo 440 observações.

Como critério de inclusão para participação no presente estudo, definiu-se a necessidade do(a) docente estar em exercício laboral. Enquanto o critério de exclusão diz

respeito aqueles(as) que estiverem afastados de suas funções por laudo, atestado ou em licença de qualquer natureza.