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CAPÍTULO IV METODOLOGIA

5. Caracterização da escola secundária com 3º ciclo das Tílias

5.3. O ambiente interno

O Projecto Educativo de Escola constituiu-se como documento orientador dos rumos significativos dos estabelecimentos de ensino. Nele se encontram delineadas as linhas estratégicas que orientaram a escola tanto a nível de actividades internas como no seu relacionamento com a comunidade educativa.

Foi reflectindo estas nuances que, durante estes seis últimos anos, a estratégia da Escola se norteou por quatro objectivos definidos como prioritários, os quais se foram constituindo em outros tantos pilares da sua prática. Hoje, são reconhecidos como traços identificadores da sua especificidade e acredita-se que sejam importantes contributos para a formação integral dos seus alunos. São eles:

1. Flexibilização crescente na oferta formativa. 2. Reforço constante na qualidade das aprendizagens.

3. Aperfeiçoamento anual nos critérios, métodos e técnicas de avaliação, com vista à total transparência.

4. Dinamização entusiasta de projectos potenciadores de experiências de Cidadania Activa. No respeito pela Constituição da República Portuguesa e pela Lei de Bases do sistema Educativo, no Projecto Educativo são afirmados os seguintes princípios: a democraticidade, a cidadania, o humanismo, a liberdade, a autonomia, a responsabilidade e a inovação.

As principais finalidades a que a escola se propõe são:

 Promover uma cultura de qualidade e de rigor que assegure a todos os alunos as condições adequadas à obtenção do sucesso educativo;

A dinamização entusiasta de projectos potenciadores de experiências de Cidadania foi a resposta da escola às exigências de uma sociedade fragmentada, que tende a empurrar muitos dos nossos adolescentes para uma triste solidão interior, tantas vezes escondida sob a capa de ruidosa irreverência.

135  Formar cidadãos capazes de julgar com espírito crítico e criativo, livres,

responsáveis, autónomos e solidários;

 Interligar o saber e o saber fazer, a teoria e a prática, a cultura escolar e a cultura do quotidiano;

 Promover a educação para a cidadania nas suas diversas dimensões;  Promover a multiculturalidade;

 Desenvolver o conhecimento e o apreço pelos valores característicos da Identidade, Língua, História e Cultura portuguesas;

 Promover uma escola inclusiva;

 Contrariar a exclusão social gerada pelos insucessos repetidos;  Diversificar a oferta formativa e educativa da escola;

 Promover cursos de educação e formação que contribuam para a inserção na vida activa, por um lado, e para a certificação da escolaridade básica, por outro;

 Promover a melhoria da imagem da escola;

 Promover uma cultura de trabalho e persistência para a consecução doa objectivos propostos;

 Promover a educação para a saúde;

 Envolver os Encarregados de Educação, a Associação de Pais e a comunidade envolvente;

 Promover a formação contínua do pessoal docente e não docente;  Envolver a Associação de Estudantes no quotidiano da escola;

 Cultivar o espírito de cooperação na partilha de experiências, realizações e projectos;

 Valorizar a afectividade, o respeito e a dignidade a fim de promover as relações interpessoais e a auto-imagem;

 Criar condições pedagógicas e de avaliação que permitam aos alunos a consecução dos seus objectivos educacionais.

No respeitante à formação académica, a escola oferece, no ensino básico, as áreas e disciplinas que compõem o currículo nacional, oferecendo como áreas de formação opcional o Teatro, Artes e Educação Tecnológica. Nas línguas estrangeiras os alunos podem optar entre o Inglês, Francês e Espanhol.

136 No ensino secundário diurno, uma panóplia variada de cursos abre um amplo leque de opções profissionais aos alunos, tanto para a vida activa, como para o prosseguimento de estudos. O quadro XIII mostra-nos essa realidade.

QUADRO XIII- Áreas e cursos de oferta da escola no ensino secundário

ÁREAS CURSOS

Científico-Humanísticos

Ciências e Tecnologias Ciências Sociais e Humanas Ciências Socioeconómicas Cursos Tecnológicos Curso Tecnológico de Desporto

Curso Tecnológico de Informática

Cursos Profissionais Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão Curso Profissional Técnico de Instalações Eléctricas Curso Profissional Técnico de Instalações

Eléctricas CEF – Tipo IV - Curso Práticas Administrativas –Assistente Administrativo

Os alunos têm ao seu dispor uma enorme variedade de actividades desenvolvidas em projectos e clubes, que podem frequentar nos tempos não lectivos ou nos tempos livres em que permanecem na escola. Refiram-se: Desporto Escolar; Casa Ecológica; Coralima; Clube de Teatro; Clube de Holografia; Clube de Artes; Clube Europeu; Clube de Cinema; Clube de Espanhol; Clube de Línguas Germânicas; Clube de Xadrez; Clubeuropeu- Cidadania; Clube Corte, Costura e Confecção; Clube de Electrotecnia, Electrónica e Robótica; Clube de Educação Ambiental; Projecto CRIE; Projecto da Biblioteca Escolar; RIA.EDU; Prof 2000; Sócrates / Comenius; Projecto de Educação Sexual.

Para melhor alcançar os objectivos a que se propõe, a escola realizou uma série de protocolos e parcerias. Entre os seus parceiros contam-se: Universidade de Aveiro; Universidade de Coimbra; Universidade do Porto; Unidade industrial da Vulcano; C:A:C:I:A:; Centro de Recursos da CERCIAV; PRODEP; Centro de Formação José Pereira Tavares

No respeitante aos recursos humanos, a maioria do corpo docente pertence ao quadro da escola. Como podemos ver no quadro XIV.

QUADRO XIV - Pessoal docente da escola (Ano Lectivo de 2007/2008)

Pessoal Docente

PQND PQZP Contratados Destacados Destacados Fora da escola

106 10 18 13 2

137 Estes docentes distribuem-se pelos seguintes departamentos: Departamento de Ciências Humanas e Sociais; Departamento de Ciências Matemáticas; Departamento de Tecnologias; Departamento de Expressões; Departamento de Línguas Românicas; Departamento de Línguas Germânicas; Departamento de Ciências Físicas e Naturais; Departamento de Ciências Sócio-Económicas.

O pessoal administrativo é em número suficiente, o mesmo não acontecendo com o pessoal auxiliar da acção educativa, que, atendendo às características físicas da escola que tem muitos espaços dispersos, internos e externos, para supervisionar, é insuficiente. Possui uma psicóloga e uma responsável pelo ensino especial. Tem um técnico de manutenção e um jardineiro, como observamos no quadro XV.

QUADRO XV - Pessoal não docente da escola (Ano Lectivo de 2007/2008)

Pessoal não Docente Técnicos Especializados Serviços

administrativos

Pessoal indiferenciado

Psicóloga Ensino especial Tecn. Laboratório AAE Cozinha Tecn. Manut. Jardineiro

1 1 1 12 27 4 1 1

TOTAL = 48

No ano lectivo de 2007/2008 a escola, no ensino diurno, sobre o qual incidiu o nosso estudo, era constituída por 47 turmas, e frequentada por 1009 alunos, distribuídos como nos mostra o quadro XVI.

QUADRO XVI - População escolar (Ano Lectivo de 2007/2008)

Ano de Escolaridade Turmas Nº Alunos Média de Idades Repetentes Totais M F F M % ciclo % ano 7º 6 75 71 12,3 7 15 11,9 15,1 146 8º 6 58 63 13,25 1 7 6,6 121 9º 4 57 37 14,5 3 10 13,8 94 10º 8 121 83 15,3 3 13 9,01 7,8 204 11º 7 94 92 16,6 6 8 7,5 186 12º 7 80 61 17,6 7 11 12,8 141 8º CEF34 1 10 6 15,1 2 4 10,3 37,5 16 34 Curso de Educação e Formação

138

9º CEF 3 20 12 16,5 0 0 0 32

10º CEF 2 39 3 17,2 0 0 0 42

11º CEF 3 18 9 19,1 5 1 22,2 27

TOTAIS: 47 572 437 34 69 10,2 1009

Uma análise rápida aos dados do quadro, mostra-nos que o número de repetências é bastante elevado, sobretudo no sexo masculino, sobressaindo ainda a percentagem referente ao 3º ciclo e aos cursos CEF (Cursos de Educação e Formação). Neste caso, a percentagem é bastante elevada porque os alunos que frequentam estes cursos geralmente já repetiram várias vezes no ensino “normal”, sendo depois encaminhados para cursos mais profissionalizantes que lhe dão correspondência ao 9º ano de escolaridade, tratando-se de cursos nível II ou ao 12º ano de escolaridade, quando se trate de cursos nível V.

Os alunos que integram o 3º ciclo do ensino básico, de onde extraímos os dados da nossa investigação, distribuem-se pelas turmas que se apresentam no quadro XVII. Procurámos saber junto do órgão de gestão quais os mecanismos de formação das turmas. Ficámos a saber que relativamente às turmas do 7º ano de escolaridade, cujos alunos provêm de outras escolas, tentam manter-se juntos os alunos que já frequentavam a mesma turma da escola de origem, apenas se separando os que vão frequentar áreas opcionais ou línguas estrangeiras diferentes. Nos anos seguintes, dentro do mesmo ciclo de estudos, mantêm-se as turmas, que apenas sofrem alterações resultantes da introdução de alunos repetentes e de alunos que eventualmente venham transferidos de outras escolas. No tocante aos alunos repetentes é política da escola, na medida do possível, distribuí-los para não concentrar muitos alunos repetentes na mesma turma.

QUADRO XVII – Caracterização dos alunos do 3º ciclo do ensino básico

ANO / TURMA Nº DE ALUNOS MÉDIA DE IDADES Nº DE REPETENTES %

7º A 22 11,9 1 25 146 B 21 12,3 5 C 28 12,4 5 D 29 12,1 4 E 27 12,4 4 F 19 12,7 6 PARCIAL 146 12,3 25 = 17,1 8º A 15 13,5 2 8 120 B 23 12,9 0 C 24 13,1 1 D 23 13,3 1 E 20 12,8 0 F 15 13,9 4 PARCIAL 120 13,25 8 = 6,7

139 9º A 22 14,5 2 12 92 B 25 14,7 7 C 26 14,2 3 D 19 14,7 0 PARCIAL 92 14,53 12 = 13,04 TOTAL GERAL = 358 45 12,6

Média de reprovações do 3º Ciclo = 15

No quadro, observamos que a média de reprovações no 3º ciclo é de 15 alunos. Podemos verificar, ainda, que num total de 45 alunos retidos, correspondente a uma percentagem de reprovações no 3º ciclo de 12,6%, a maior percentagem de retenções incidiu sobre os alunos do 7º ano de escolaridade, 25 alunos, o que dá uma percentagem de 17,1% e a menor sobre os alunos do 8º ano de escolaridade, 8 alunos, o que corresponde a uma percentagem de 6,7%. No 9º ano, em 92 alunos reprovaram 12, o que corresponde a uma percentagem de 13,4%. Salienta-se o facto de haver duas turmas no 8º ano e uma no 9º sem alunos repetentes.

No respeitante ao número de alunos por turma, à excepção das turmas A e F do 8º ano (15 alunos) e das turmas F do 7º ano e D do 9º ano (19 alunos cada) as restantes turmas têm 20 ou mais alunos, salientando-se as turmas C, D e E do 7º ano com um número de alunos mais elevado.

Na média de idades dos alunos, por ano, salientam-se as turmas F do 7º e 8º ano por apresentarem um desvio mais significativo relativamente às médias gerais dos respectivos anos.