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O ambiente de negócios na Guiné-Bissau é percebido como um dos menos favoráveis do mundo

No documento REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU (páginas 121-125)

Um ambiente de negócios favorá-vel ao desenvolvimento do sector privado é essencial para a criação de riquezas e emprego. Os países que oferecem os melhores climas de negócios alcançam os melho-res níveis de produtividade, inves-timento, desenvolvimento do em-presariado e das pequenas e mé-dias empresas (PMEs) e, por con-seguinte, mais emprego, mais ri-quezas e menos pobreza. Na Gui-né-Bissau o longo período de ins-tabilidade e a situação de fragili-dade decorrentes não permitiram

a criação dum ambiente de ne-gócios atraente. Portanto, a ima-gem da Guiné-Bissau nas classifi-caçõse internacionais é pouco favorável. Figura no fim da lista do Doing Business 2015 (179º entwre 189 países). Até mesmo os serviços básicos como electricidade, água ou transporte são deficientes e caros. A Guiné-Bissau está atrasa-da na reestruturação atrasa-das suas empresas públicas (telecomuni-cações, portos e electricidade).

No final, a economia é dominada 70% pelo sector informal e

somen-122 te 166 empresas privadas

constitu-em o repertório do país. A adminis-tração pública é o principal em-pregador do sector formal. Para além disto, a parte dos

investimen-tos estrangeiros directors na eco-nomia é especialmente fraca (2%), bem abaixo da média dos países da África Subsariana.

Figura 11 : Parte dos investimentos estrangeiros directos na economia de vários paí-ses da África Subsariana (como percentagem do PÍB).

Fonte: Dados do Banco Mundial 2012.

Reformas arrojadas serão imple-mentadas para atrair o investimen-to privado e dinamizar as fontes de crescimento da Guiné-Bissau.

As primeiras reformas foram feitas com o objectivo claro de diminuir o tempo de criação de empresas.

Foi estabelecido um guiché único de formalidades das empresas, a permitir a criação duma empresa em 24 horas. Na perspectiva de

desenvolver as parcerias público-privadas, foi também adoptada uma lei sobre as BOT. Outras re-formas estão planeadas, a saber:

adopção dum novo código de investimentos; actualização do código mobiliário e de proprieda-de pública; criação dum tribunal e dum centro de arbitragem co-mercial; e criação dum fundo de apoio à promoção das PMEs. Mas o Governo guineense deseja ir

123 muito mais longe e criar um

ambi-ente de negócios realmambi-ente favo-rável ao sector privado, à altura das novas metas de desenvolvi-mento e da valorização dos recur-sos do país. A meta é doravante conseguir até 2020 uma classifica-ção mínima entre os primeiros 50 lugares do Doing Business. Neste sentido, três programas de grande envergadura serão implementa-dos: i. elaboração dum quadro normativo nacional propício e co-erente; ii. implementação duma dinâmica arrojada e direccionada a reformas no âmbito do diálogo público-privado; iii. implementa-ção de plataformas económicas integradas (zonas económicas especiais).

Programa 36 : Elaboração duma estrutura jurídica na-cional propícia e coerente.

Será implementado um quadro normativo especialmente propício para atrair o investimento privado na Guiné-Bissau. Para valorizar as suas riquezas, a Guiné-Bissau dese-ja incentivar os investimentos pri-vados, tanto nacionais como es-trangeiros, e a primeira alavanca será a criação dum quadro jurídi-co favorável ao influexo de inves-timentos privados. Neste sentido, um quadro normativo alinhado aos novos planos sectoriais será

elaborado na agricultura e na agro-indústria, na pesca, no turis-mo e nas minas. Será actualizado o conjunto de textos e códigos nos respectivos sectores. Como este empreendimento constitui uma premissa, será realizado no âmbito dum programa integrado, a fim de dispor duma metodologia comum e proorcioanr o máximo de siner-gias no apoio aos ministérios en-carregados de elaborar novos có-digos sectoriais. Este procedimento permitirá também optimizar os cus-tos do programa e aumentar a visibilidade da acçã governamen-tal.

Programa 37: Reforma do âmbito de negócios.

A dinâmica de reformas será con-tinuada no âmbito dum diálogo público-privado, a fim de abordar o conjunto dos principais obstácu-los à instauração dum ambiente de negócios competitivo. As re-formas abordarão em carácter prioritário as questões relativas ao seguinte: serviços de administra-ção relacionados com as empre-sas; implementação de incentivos fiscais; redução de custos dos fac-tores de produção (particularmen-te da electricidade); actualização do código de trabalho; promulga-ção da lsita das parcerias público-privadas (PPP); e implementação

124 dum dispositivo eficaz de apoio ao

sector privado. Neste âmbito, o Governo criará um Agência de Promoção de Investimentos, a in-tegrar o centro de facilitaçaõ das empresas existente. Esta Agência terá como missão promover a Guiné-Bissau como destino atraen-te de investimentos. O apoio às PMEs será igualmente reforçado com a implementação duma in-cubadora de PMEs; desenvolvi-mento de produtos e serviços fi-nanceiros inclusivos e inovadores;

e melhoria da estruturação o sec-tor Comércio. O diálogo abordará igualmente questões específicas dos sectores prioritários, como, por exemplo, para o sector do caju a definição de restrições e de sobre-taxas da exportação da casta-nha-de-caju bruta ou o reinvesti-mento das receitas fiscais geradas com o apoio do sector industrial local.

Programa 38: Plataformas económicas integradas para adelerar o investi-mento privado.

A implementação de plataformas económicas integradas visa a co-locar à disposição dos investidores um ambiente competitivo e espa-ços de acolhimento adaptados para o lançamento rápido das su-as actividades. Neste âmbito

pre-vê-se numa primeira etapa uma Zona Turística Especial (ZTE) nas Ilhas Bijagós e uma Zona Económi-ca Especial (ZEE) mujltissectorial em Bissau. A ZTE das Bigajós permi-tirá criar condições para um de-senvolvimento rápido mais en-quadrado na oferta turística das Bigajós em sintonia com a meta de fazer dela até 2020 um destino de referência mundial para a pes-ca desportiva e o ecoturismo de primeira classe. A ZEE de Bissau permitirá contornar os inúmeros obstáculos actuais ao investimento industrial e oferecer num só lugar toda a infra-estrutura, os serviços, instalações e vantagens fiscais de que necessitam as indústrias para transformar localmente o caju e os produtos a pesca ou fabricar ou-tros produto industrial. Uma oferta logística óptima será assegurada com uma conectividade aos grandes eixos de transporte do país. Os centros de formação pro-fissional nas proximidades da ZEE permitirão actualizar as compe-tências do pessoal das empresas (agentes de execução e técni-cos). Um guiché único que rea-grupe os serviços descentralizados da administração serã instalado na ZEE para facilitar os procedi-mentos dos investidores. Serviços gerais (telecomunicações, ban-cos, restauração, serviços de saú-de) e serviços de apoio aos indus-triais (assistência técnica e

manu-125 tenção, bem como engenharia)

serão também disponibilizados na zona. Será promovida uma

parce-ria público-privada (PPP) para a construção e gestão da ZEE de Bissau.

No documento REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU (páginas 121-125)