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Centros urbanos pouco desenvolvidos e deteriorados

No documento REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU (páginas 98-102)

As infra-estruturas urbanas da Gui-né-Bissau são estruturalmente insu-ficientes. Enquanto o êxodo rural se intensifica e a população de Bissau aumenta consideravelmen-te, a atingir quase 25% da popula-ção nacional, tanto a capital co-mo os principais centros urbanos continuam a carecer de equipa-mentos funcionais. As infra-estruturas urbanas são com fre-quência precariamente mantidas e a qualidade e quantidade das habitações continuam a ser noto-riamente insuficientes. Em 2009 a cidade de Bissau tinha cerca de 222.000 habitações, a maior parte precária, com instalações sanitá-rias em grande parte deficientes.

Para uma população de 375.000 habitantes, estima-se o défice de habitações em Bissau de 20.000 a 30.000.

Após a independência a falta de investimentos nas infra-estruturas acarretou a deterioração contínua dos centros urbanos. Poucas políti-cas urbanas foram implementa-das, quer no nível cadastral, de concepção ou de realização de

planos directores de urbanização.

As entidades culturais – tais como bibliotecas, cinemas, centros cultu-rais e museus – deixaram de existir e as actividades culturais do país estão acantonadas em locais im-provisados, equipados com mate-rial precário. A reabilitação e ma-nutenção das estruturas datam da época colonial, tais como o Palá-cio de Bolama, o Hospital 3 de Agosto ou o Monumento aos Már-tires de Pindjiguite requerem or-çamentos à altura. Os monumen-tos, praças ou jardins famosos do património cultural guineense – tais como a Granja de Pessubé – co-nhecidos como os “pulmões de Bissau” – desparecem progressi-vamente, substituídos por constru-ções modernas. O país perde as-sim um património cultural precio-so para a sua identidade. O pla-neamento do desenvolvimento das cidades; a classificação do património imobiliário em monu-mentos históricos; a construção de redes de infra-estruturas urbanas e de hotelaria e o convite ao inves-timento serão outros eixos-chave

99 da política de urbanização e transformação do país.

O Plano Estratégico Bissau 2025 prevê até 2020 quatro programas para reactivar o desenvolvimento urbano, a saber: i. reformas e re-forço institucional do sector de urbanização e da habitação; ii.

programa de urgência do desen-volvimento integral do Arquipéla-go de Bijagós; iii. elaboração de esquemas directores da gestão urbana dos cinco principais cen-tros urbanos; e iv. promoção de programas de habitação e cons-trução, especialmente para o sec-tor privado.

Programa 26: Reformas e fortalecimento institucional

Uma estrutura jurídica e normativa precisa será implementada para proporcionar um desenvolvimento urbano ao mesmo tempo dinâmi-co e dinâmi-coerente, principalmente por meio dos códigos da propriedade pública, mobiliário, de urbanismo e da habitação. Para além disto, os procedimentos de construção e atribuição de títulos mobiliários serão racionalizados com recurso adicional à informática e sector digital. Será também criado um fundo autónomo de apoio ao de-senvolvimento regional.

Programa 27: Programa de urgência de desenvolvi-mento integral do Arquipé-lago de Bijagós

O Arquipélago de Bijagós será ob-jecto dum programa de desenvol-vimento urgente das suas estrutu-ras. Isso permitirá até 2017 oferecer aos investidores hoteleiros e aos turistas os serviços de saúde, segu-rança, transporte, energia ou tele-comunicações de que têm neces-sidade. Nesta perspectiva o aero-porto de Bubaque será moder-nizddo e adaptado às normas e poderá receber directamente vo-os regionais, juntamente com vovo-os de Bissau, Praia, Dakar, Cap Skir-ring e Banjul, os quais facilitarão o acesso à clientela internacional.

Para além disto, um transporte in-tra-insular e exin-tra-insular será de-senvolvido em parceria com os sítios hoteleiros. O acesso a um serviço de electricidade de quali-dade necessitará de investimentos específicos com a implementação de sistemas híbridos descentraliza-dos em cada ilha. Estes sistemas poderão combinar instalações individuais privadas e públicas (grupos electrógenos) e sistemas solares, eólicos ou térmicos com base na energia de biomassa. Po-derão também ser lucrativos para apoiar o desenvolvimento das in-fra-estruturas de

telecomunica-100 ções. O acesso aos serviços de

saúde serão igualmente reforça-dos. Serão implementadas plata-formas médicas de qualidade, a permitir assumir os cuidados de emergência. Um centro de forma-ção profissional no ramo do turis-mo a ser aí criado permitirá pro-porcionar mão-de-obra qualifica-da aos hotéis, restaurantes e outros serviços turísticos a serem instala-dos nas Ilhas Bijagós. Est centro possibilitará igualmente a inserção profissional das populações locais no sector. Ademais, Bolama, anti-ga capital da Guiné Portuguesa e candidato à inscrição no Patrimó-nio da Humanidade da UNESCO, será objecto duma redinamização económica (turismo, pesca arte-sanal, caju) e duma verdadeira renovação urbana, arquitetural e cultural.

Programa 28: Esquema di-rector de gestão urbana.

Estes esquemas directores deter-minarão as orientações estratégi-cas para as cidades de Bissau, Cacheu, Bolama, Bafatá e Buba (prioritárias nesta primeira fase) e determinarão, no longo prazo, o destino geral dos solos. Permitirão também coordenar os programas locais de urbanização com a polí-tica nacional de gestão do territó-rio. Estes esquemas directores

in-cluirão especialmente disposições para a implementação de infra-estruturas da habitação, circula-ção urbana, conectividade digital e transporte; iniciativas que pro-movem a educação, formação, turismo, implantação do sector terciário e actividades comerciais urbanas; espaços dedicados aos serviços administrativos e aos eventos urganos, bem como par-ques industriais nos pólos econó-micos.

Programa 29: Habitação e construção.

O Estado guineense incentivará fortemente o desenvolvimento, por parte do sector privado, de pro-gramas de habitação para aten-der às necessidades das diferentes categorias da população. Neste âmbito, serão propostas soluções de financiamento no longo prazo para a habitação social, a fim de facilitar o acesso à habitação dal-gumas camadas da população com rendimento médio ou baixo.

Para além disto, um programa de obras públicas com uso intenso da mão-de-obra (HIMO)/AGETIP permitirá acelerar a renovação urbana e criar empego para os jovens. O conjunto destas iniciati-vas deverá incentivar a implemen-tação dum sector habitacional e

101 construção dinâmica, capaz de

acompanhar a reconstrução do

país e proporcionar emprego e rendimento.

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V. V REFORÇAR O CAPITAL HUMANO E MELHO-RAR A QUALIDADE DE VIDA DE CADA CI-DADÃO

A Visão 2025 não terá valor real se não transformar o quotidiano dos cida-dãos guineenses. Como? Este capítulo mostra isso por meio das políticas so-ciais que serão implementadas em matéria de educação, saúde, emprego, juventude, desportos, cultura e protecção social.

a. Construir um sistema educacional de qualidade orienta-do para o emprego

No último decénio progressos importantes foram freados

No documento REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU (páginas 98-102)