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mento e supervisão dos re- re-cursos naturais

No documento REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU (páginas 76-81)

Salvaguardar a qualidade do seu meio ambiente requer conhecer melhor o seu biótipo e os

compo-nentes da sua biodiversidade. Para isto as autoridades públicas farão inventários dos ecossistemas e da sua biodiversidade a começar pe-lo inventário e pela caracteriza-ção dos recursos haliêuticos. O conhecimento dos ecossistemas aquáticos (cartografia dos

recur-77 sos hídricos e inventário dos

recur-sos haliêuticos) permitirá compre-ender melhor as modalidades de preservação e/ou de valorização do meio ambiente guineense. Este inventário permitirá identificar os hábitats e as espécies ameaça-das. Para além disto, um sistema de acompanhamento da vegeta-ção florestal da Guiné-Bissau (SI-MOFLOR) será implementado para conhecer melhor os ecossistemas florestais.

Este conhecimento será comple-tado por um conhecimento dos fluxos de extracção. No caso dos recursos haliêuticos, um observató-rio da pesca recenseará a infor-mação sobre os níveis de captura.

Este observatório produzirá uma análise actualizada do seguinte: i.

rendimentos equilibrados máximos;

ii. limites de mortalidade da pesca e nível de resiliência das espécies sensíveis; e iii. periodicidade e nível máximo de capturas a ser aplica-do nas diferentes zonas de pesca.

Uma supervisão e controlo rigoro-sos do território marítimo permitirão à Guiné-Bissau assegurar uma ex-ploração sustentável dos seus re-cursos haliêuticos. As autoridades guineenses implementaram um dispositivo completo de vigilância e controlo para enfrentar o saque dos recursos e a pesca ilícita, não declarada e não regulamentar. Este reforço adopta

especialmen-te a implementação da vigilância de barcos por satélite que fornece a intervalos regulares dados sobre a sua posição, a rota e a de controlo e vigilância, para con-trolo no mar e ao longo das costas (meios de navegação, radares, rádios, estações de vigilância da pesca, cooperação regional, etc.).

Programa 15: Gestão de áreas protegidas (Imple-mentação do SNAP).

O IBAP definiu um Plano Estratégi-co para 2014-2020 cujos pilares II e III tratam respectivamente da ges-tão das Áreas Protegidas e da mo-nitorização, conhecimento e valo-rização das Áreas Protegidas (Bio-diversidade e Serviços Ecossisté-micos). Quanto aos parques exis-tentes, o Sistema Nacional de Áreas Protegidas será ampliado com a criação de dois novos par-ques nacionais e de três corredo-res da fauna. Esta ampliação das áreas protegidas incluirá princi-palmente o Arquipélago dos Bija-gós. Em 2012 a Guiné-Bissau sub-meteu à UNESCO uma proposta de inscrição do Arquipélago

Bo-78 lama-Bijagós na lista do património mundial da humanidade. A can-didatura já foi aprovada na primei-ra fase. Em 15 de Abril de 1996 a UNESCO reconheceu o Arquipéla-go dos Bijagós como Reserva da im-portância para a conservação da vida permitiu ao Estado criar nesta Reserva de Biosfera dois parques naicionais marinhos – João Viera-Poilão e Orango – e uma Área Ma-rinha Protegida Comunitária nas Ilhas de Formosa, Nago e Tchediã (Urok). Estes esforços serão ampli-ados com a criação duma enti-dade para a conservação de fi-lhotes de tartaruga marinha em Unhocomo e Unhocomozinho.

A missão do IBAP no Plano Guiné-Bissau 2025 será assegurar a ges-tão das áreas protegidas e a pro-moção da biodiversidade para as transformar em fundamentos do desenvolvimento sustentável a serviço das gerações futuras. O seu papel não é investir directa-mente no desenvolvimento das áreas protegidas, mas facilitar e coordenar a intervenção dos sec-tores, assegurar o acompanha-mento e a avaliação contínuos de projectos nelas desenvolvidos e ajudar a fazer respeitar as leis per-tinentes. A estas responsabilidades

acrescentam-se os projectos de promoção do desenvolvimento sustentável. Por exemplo, o IBAP poderá pôr à prova práticas de desenvolvimento sustentável des-tinadas a serem replicadas fora das áreas protegidas.

No intuito de reforçar a participa-ção no longo prazo do IBAP no desenvolvimento sustentável na Guiné-Bissau, uma parte importan-te a estratégia será a sua pereni-zação institucional. Tratar-se-á de manter a autonomia administrati-va e financeira, bem como preser-var a liderança nas questões de biodiversidade. O fortalecimento da autonomia institucional incluirá uma adesão rigorosa dos melhores padrões de transparências e de responsabilidade. A diversificação das parcerias e das fontes de fi-nanciamento e a obtenção duma parte dos fundos da FBG permiti-rão aumentar a resiliência do IBAP.

Programa 16: Preservação dos ecossistemas (não li-gada à gestão das áreas protegidas e ecossistemas agro-pecuários )

Para além das áreas protegidas, a extracção de recursos será estrei-tamente regulada. Com base no conhecimento adquirido dos re-cursos naturais serão determinadas

79 quotas limites da pesca, caça,

exploração florestal, ocupação do solo pela agricultura e frequência dos sítios protegidos pelo sector do ecoturismo. Nesta perspectiva vá-rios projectos serão implementa-dos, a saber: i. um projecto de ges-tão de recursos naturais; ii. um pro-jecto de conservação da biodiver-sidade financiado pelo Banco Mundial que desempenha um pa-pel determinante na conservação de ecossistemas e espécies de importância mundial; iii. um projec-to de gestão sustentável de recur-sos florestais e da fauna; e iv. pro-jectos de co-gestão da pesca nos rios da Guiné-Bissau. Esta regula-mentação traduzir-se-á em limita-ções dos períodos de extracção, dos volumes a serem extraídos por um determinado recurso e períme-tro autorizado de exploração. Por-tanto, não será permitido pescar em qualquer lugar e certas zonas de reprodução deverão ser cons-tantemente protegidas. A regula-mentação especificará medidas para que as pressões antrópicas não impeçam a renovação dos recursos. No caso da pesca o Es-tado definirá, em função da resili-ência das diferentes espécies ha-liêuticas, as quotas anuais de cap-tura, os períodos de autorização da pesca, espécie por espécie, a repartir em função do estoque existente, da migração, dos perío-dos de reprodução e do número

de explorações recenseadas. Estes projectos contribuirão para dotar a Guiné-Bissau de medidas e mei-os para combater a poluição e preservar os seus ecossistemas vul-neráveis.

Os recursos naturais são objecto de usos diversificados, às vezes contraditórios, que podem levar a situações conflitantes. Num con-texto de economia de penúria e de situação pós-conflito é indis-pensável empenhar-se em neutra-lizar estas situações conflitantes, dando preferência à conscienti-zação e reforço das capacidades locais na gestão dos recursos natu-rais. Neste sentido os parceiros in-ternacionais apoiarão o fortaleci-mento das capacidades da soci-edade civil a fim de que ela assu-ma plenamente o seu papel neste processo.

Esta iniciativa será especialmente expressa no quadro de acção da compreensão dos desafios vincu-lados à conservação dos patrimó-nios da zona costeira da África Ocidental.

Por outro lado, serão implementa-dos programas nacionais de

parti-80 cipação das comunidades rurais em actividades de agricultura bio-lógica, pesca sustentável e ecotu-rismo a fim de que estas comuni-dades rurais sejam actores inte-grais da dinâmica de desenvolvi-mento sustentável por meio dos principais motores de crescimento identificados.

Programa 17: Elaboração e implementação dum Plano Climático.

“A beleza dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento re-side na engenhosidade dos seus povos, no seu espírito de empre-endimento, na sua capacidade de enfrentar inúmeros desafios oriun-dos da mudança climática, de se reinventar e recuperar a resiliência das suas instituições, dos vínculos sociais, dos recursos e das parceri-as de reciprocidade.” Carlos Lo-pes, Secretário Executivo da Co-missão Económica das Nações Unidas para África.

A mudança climática impõe à humanidade restrições económi-cas e materiais. Para e adaptar a este contexto, a comunidade in-ternacional empenhou-se, por meio da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, num processo de adap-tação do território à mudança

climática e à atenuação das emis-sões de gás de efeito estufa. A vul-nerabilidade do território e de ges-tão dos perigos climáticos.

Neste âmbito a protecção do lito-ral desempenhará um papel de-terminante no fortalecimento da resiliência do território aos perigos climáticos. Esta protecção inclui: 1.

uma questão económica porque contribuirá para manter e reforçar as instalações de diferentes activi-dades económicas concentradas em mais de 80% do litoral; ii. uma questão social, porque reafirma a mobilidade da população e con-tribui proativamente para a segu-rança alimentar; e iii. uma questão ecológica, porque favorece a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas costeiros e marinhos.

Para responder a estes desafios, o plano de protecção do litoral de-finirá inicialmente o quadro jurídico de protecção e gestão da zona costeira, a interditar certas activi-dades prejudiciais, tais como pe-dreiras de areia nas zonas vulnerá-veis ou corte de madeira para de-fumação de peixe.

Por outro lado, um projecto espe-cífico permitirá reforçar as

capa-81 cidades de adaptação das

comu-nidades e a resiliência dos ecossis-temas costeiros guineenses face às mudanças climáticas. As ac-ções de adaptação à mudança climática serão igualmente desen-volvidas nos diferentes sectores de actividade, notadamente na

agri-cultura e na pesca. Os serviços de dessalinização do solo e do reser-vatório hidrográfico continental contribuirão, por exemplo, a com-bater os impactos mais negativos dos perigos climáticos sobre as populações rurais.

IV. IV. CONSTRUIR UMA REDE NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURAS MODERNA E COMPETITIVA

A ausência de infra-estruturas críti-cas, a começar pela energia, im-pede a decolagem da economia guineense. Actualizar estas infra-estruturas é um imperativo. Mas será necessário ir mais longe. A ambição da Guiné-Bissau 2025 necessita implementar um vasto programa de desenvolvimento das infra-estruturas em todo o terri-tório tanto em termos de água, electricidade, rodovias, portos e

aeroportos, hábitat e desenvolvi-mento urbano e conectividade digital. Quais são as necessidades?

Quais serão mais críticas para os motores do crescimento e para o desenvolvimento social?

Este capítulo identifica as grandes necessidades das infra-estruturas previstas para 2025 e o processo para as priorizar e as implementar.

a. Construir uma rede nacional moderna de transporte mul-timodal.

Infra-estruturas e um sector de transportes pouco

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