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A mais forte e duradoira fonte de amor que Torga encontrou em S. Martinho estava no «solar da família», descrito pelo autor nos seguintes termos: «O solar da família, térreo, de telha-vã, encimado pelo seu brasão de armas esquartelado, com enxadões em todos os campos... Foi desta realidade que parti, e é a esta realidade que regresso sempre, por mais voltas que dê nos caminhos da vida.» (Torga, 1999: 809)

Aqui passou Torga a sua infância, com os pais, o avô paterno, a irmã, um irmão (a quem nunca se refere), uma ama e – não como moradora, mas como visita assídua – a «Ti Maria Ambrósia».

Importa explicitar o conceito de Torga de casa/lar, que é certamente uma consequência da mentalidade que prevalecia no mundo rural no início do século vinte e, principalmente, das vivências do autor. O conceito torguiano de casa/lar é também fundamental para entendermos a perplexidade de Torga em relação às alterações da organização familiar a que ele assistiu ao longo da sua longa vida.

Há no Diário três entradas particularmente esclarecedoras:

- «Nenhum símbolo de permanência nos é dado com mais lonjura do que a velha habitação dos nossos bisavós. [Ali] nascemos [e ali] hão-de nascer (pensamos nós) netos dos nossos bisnetos.» (Torga, 1999: 180)

Falando das casas de veraneio, o autor do Diário escreveu:

- « Em nenhuma a gente se pode refugiar para ter febre, gemer ou esperar pela morte. O sofrimento e a agonia perderiam lá dentro toda a dignidade.» (Torga, 1999: 829)

- «O culto rendido prestado à juventude faz com que este tempo seja o do inferno da velhice. O que foi outrora uma dignidade, é hoje um opróbrio. Há pouco, num congresso de sábios, um deles (…) chegou ao extremo de pedir a eutanásia voluntária aos que entram no último quartel da vida. O que, convenhamos, constituiria uma solução ideal para quem, à falta de melhor, tem de se resignar ao expediente de asilar os progenitores.» (Torga, 1999: 1394-5)

As ideias de «permanência» e «dignidade», que Torga inclui no seu conceito de casa/lar atribuem a esta entidade um carácter quase sagrado. E, ao entrarmos em contacto com os moradores do «solar da família», compreendemos facilmente que o «quase» caia e a casa da família do poeta seja um espaço eminentemente sagrado. Sendo assim, compreende-se o que Torga disse a Claire Cayron quando lhe emprestou a chave de casa de S. Martinho: «Dou-lhe a minha alma» ( in Rocha, 2000: 212).

Olhemos agora para os retratos de família realizados por Torga ao longo de muitos anos:

S. Martinho de Anta, 2 de Julho de 1982 - Chego, e adeus solidão. Fico logo acompanhado por todos os meus penates. Presenças virtuais mas agentes, estimulam-me o entendimento, pacificam-me o coração, corrigem-me a pauta dos versos. Ninguém

como eu continua a padecer no mundo mais amparado. Até quando cavo o quintal, e começo a abafar, sinto que as suas mãos invisíveis seguram também o cabo do enxadão. (Torga, 1999: 1461)

Colocado perante a pergunta se ia à sua terra natal para se inspirar, o poeta respondeu: «Não. Venho receber ordens... – De quem? – Dos antepassados.» (Torga, 1999: 1620). Torga tinha o precioso sentimento de que nos momentos importantes nunca estamos sozinhos. Quando esteve preso, por questões políticas, escreveu: «(...) no plano dos valores humanos, ninguém está sozinho no mundo, por mais isolado que pareça. Que sempre uma legião de sombras vem solícita em nosso socorro dos confins da memória, nas horas de aflição.» (Torga 1974a: 119).

Os «meus penates» são todos os seus antepassados, mas principalmente o avô paterno e os pais.

É «no solar de família» que o poeta convive até aos nove anos com o avô paterno. Torga dormiu no quarto do avô até à morte deste e, diariamente, à noite, ouvia o avô rezar em poesia improvisada. O poeta diria também, sobre este avô (e sobre «Ti Maria Ambrósia»): «ninguém encantou tanto a minha meninice» (Torga, 1994: 104)

Pais

Ambos certos no mundo, que parecia ter ali o centro físico e metafísico.

(Torga, 1981: 24) No «centro físico e metafísico», que era S. Martinho, os pais de Torga constituíam uma elite moral e intelectual e um paradigma de harmonia conjugal: «Ficava-me a pensar na coesão daquelas almas, encostadas uma à outra como castanhas no mesmo ouriço. Que força misteriosa as unia?» (Torga, 1974a: 32).

É na adolescência, durante uma dolorosa experiência de emigrante no Brasil, que Torga tem pela primeira vez consciência do que significavam para ele as palavras «Pai e Mãe». Já em adulto, escrevendo sobre a sua vida e inspirado pela «espessura» e «emaranhado de caules e ramos» da mata brasileira, o escritor disse:

Como os cipós que ali davam consistência ao entrançado, também nela havia fios assim enleantes, que a tornavam coesa. (…)

Havia dois, contudo, persistentes e compridos, que vinham de muito longe, enlaçavam, prendiam, atavam, e prometiam continuar. Liames de alma que três letras apenas designavam – Pai e Mãe -, só eles davam verdadeira solidez e significação ao tecido. Travejavam-no de vontade, e entrelaçavam-no de humanidade. Graças a esses vínculos fiéis e firmes, podia agora estender ao sol um pano de inteireza, em vez de uma manta de farrapos… (Torga, 1994a:192-3)

E, já quase com oitenta anos, escreve, em S. Martinho, no poema «Rebate»: Tantas palavras que conheço agora

E malbarato No papel,

Aqui onde só duas aprendi Com eterno sentido: Pai e Mãe!

(…) (Torga, 1999: 1561)

Entre ambos havia uma diferença considerável que Torga descreve recorrendo a Goethe:

De meu Pai tenho a estatura e o sentido sério da vida;

De minha Mãe, a natureza alegre

e o gosto de fabular.» (Torga, 1999: 128)

Após a enorme tensão a que esteve sujeito na Universidade de Coimbra, quando proferiu um dos seus mais profundos e ambiciosos discursos ( no centenário da abolição da pena de morte em Portugal) sentiu a necessidade de procurar «o relaxamento da crispação» em S. Martinho. No Diário, dois dias depois, escreveu:

Só agora é que o pobre do meu espírito compreende porque foi trazido a reboque por aí a cima, antes de ontem, depois da tensão a que o submeti publicamente. Pacificado à sombra da humildade ancestral, verifica mais uma vez que nenhum outro lugar do mundo lhe propicia tão tutelarmente o relaxamento da crispação em que fica quando mede a distância que vai da obra sonhada à obra conseguida. Nem a roca materna, nem a enxada paterna, o remetem para qualquer absoluto. (Torga, 1999: 1117)

Não podemos deixar de discordar desta leitura que Torga faz da «roca materna» e da «enxada paterna». A roca, nas mãos da mãe, e a enxada, nas mãos do pai, remetem para o absoluto da perfeição, da dedicação e do amor, enfim, remetem para a poesia, tal como o tapete de Arraiolos que Torga quase que obrigou «uma velha de noventa anos» a vender-lhe e sobre o qual escreveu: «terei sempre neste pano, vivo e terroso, o rosto

macerado daquela senhora antiga (…), que escreveu talvez com estes fios o único poema da sua vida.» (Torga, 1999: 268)

Esta admiração pelos pais torna-se, porventura, mais evidente e empolgante quando deparamos com referências individuais. Importa, contudo, não avançarmos antes de registarmos que há períodos da relação familiar em que o autor de Contos da Montanha discorda frontalmente dos pais: quando, no início da adolescência, se recusa a continuar no seminário e quando, depois de licenciado em medicina, vive alguns meses em S. Martinho, na casa paterna, e se recusa à unanimidade que o pai exigia no relacionamento com os vizinhos.

A partir daí Torga torna-se compreensivo perante as raras fragilidades paternas e passa somente a valorizar os lados extremamente positivos.

O «Pai» (referia-se aos pais sempre com maiúscula) era um camponês, com muitas semelhanças com Ti António, de Terra Firme, pela ligação à terra, pelo desgosto de ter visto um filho emigrar e não regressar e pela inteligência5.

Pela estatura moral, inteligência e capacidade de trabalho, tornou-se um líder local. Era ele que superintendia nas questões fundamentais para qualquer comunidade eminentemente rural no Portugal da primeira metade do século passado, tais como a distribuição de água para o regadio e a organização das festas comunitárias.

Mas vejamos, de uma forma mais concreta, os traços essenciais de Francisco Rocha: Apesar do «sentido sério da vida», possuía um fino espírito de humor. Um dia, em Coimbra, onde tinha ido passar uma temporada com o filho, assistiu à procissão da Rainha Santa. Num determinado momento os homens que transportavam o andor pararam junto à linha do caminho-de-ferro porque o comboio ia passar. Uma senhora, indignada, protestou:

- Pouca vergonha! Falta de respeito! Fazer isto à Santa! (…) E logo o Velho:

- Bem vê: ele tem horário e ela não. (Torga, 1981: 134-5)

5 Carranca, com pertinência e concisão, escreveu em Torga – o português do mundo: «O poeta retirou de

Inteligência, sabedoria, vontade, generosidade, sensibilidade estética e paixão pela liberdade são outras características de Francisco, que Torga nos mostra com muito poucas, mas suficientes, palavras:

- «Lia nos astros melhor do que eu nos livros. Movia-se no mundo na paz de quem o entendia de todas as maneiras.» (Torga, 1981: 30)

- «Tinha uma sabedoria para cada momento, (…) uma palavra certa para cada hora.» (Torga, 1981: 92)

- «Nunca se desiste…» (Torga, 1981: 29)

- «Flores. Herdei do Velho esta paixão.» (Torga, 1999: 1440)

- «Assim capaz de enfrentar o poder espiritual, o único que para ele tinha verdadeira significação, diante de uma violência profana era de calcular que se portaria melhor ainda.» (Torga, 1971: 122) (Comentário de Torga depois de relatar a desobediência do pai a uma determinação do bispo.)

A admiração de Torga pelo pai cresce à medida que o «Velho» vai entrando na velhice. Vejamos:

- «Envelhecera, e os anos davam-lhe não sei que dignidade intemporal.» (Torga, 1981: 27)

- «O Velho estava cada vez mais puro na sua humanidade, e ao pé dele, mesmo a protegê-lo, sentia-me sempre protegido.» (Carta a Eduardo Lourenço, escrita em 10-5- 1956 e transcrita no Jornal de Letras de 21-2-2001).

Todas estas características explicam o retrato que o escritor faz do pai morto: «Estendido no caixão, sereno, ao mesmo tempo presente e ausente, a infundir ainda mais respeito do que em vida, em vez de um cadáver, parecia uma estátua jacente aureolada por não sei que intangibilidade.» (Torga, 1981: 143)

Ousamos afirmar que para o autor de Cântico do Homem o pai, pela sua sabedoria, bondade e sacrifício, era um Cristo anónimo. Mas voltaremos a este assunto quando abordarmos a questão religiosa.

A «Mãe» (Maria da Conceição) é apresentada como um paradigma da «cordialidade [e da] alegria» (Torga, 1981: 93), do gosto pela leitura [«Lia incansavelmente um resumo da Bíblia que considerava pertença exclusiva, e arrancava dele tesouros inexauríveis» (Torga, 1970: 23)] e como «a eterna mulher entre as mulheres.» («Torga, 1999: 418) ou, com uma só palavra, como a «Pièta» (Torga, 1999: 97), ao colo de quem o poeta morre na prisão, na noite de Natal.

Esta mulher sagrada, «faminta de perfeição» (Torga, 1970: 24), esperava do filho «coisas excepcionais, e nada que eu fizesse a espantava. Vivia convencida de que nascera fadado para altos destinos:

- Falaste-me na barriga, filho! – confidenciou-me um dia. – Nunca o disse a ninguém. Nem ao Pai! Quebrava-se o encanto, se não guardasse o segredo até seres homem…» (Torga, 1970: 44).

E via em todos os seus «trabalhos e vicissitudes sinais do triunfo final (…) E a verdade é que uma tal certeza me dava não sei que inconfessada segurança e, sobretudo, estímulo para não desmerecer do vaticínio.» (Torga, 1974a: 88).

No dia da morte da mãe [«Cuidei que me estalava a alma.» (Torga, 1974a: 92)], Adolfo suplica-lhe que «nem a morte» (Torga, 1991a: 418) a afaste dele. E a morte não a afastou do filho. Aparece-lhe, juntamente com outros antepassados, em S. Martinho, sobretudo nas noites de Natal, ou, solitária, como no poema «Aniversário»

Mãe:

Que visita tão pura me fizeste Neste dia!

Era a tua memória que sorria Sobre o meu berço.

Nu e pequeno como me deixaste, Ia chorar de medo e de abandono. Então vieste, e outra vez cantaste, Até que veio o sono. (Torga, 1999: 423)

Repare-se que este poema é escrito no dia do aniversário de Torga (12 de Agosto) e que a mãe morreu no dia 1 de Junho do mesmo ano.6

6 No Diário surgem mais cinco poemas dedicados à mãe, nas seguintes datas: 3-9-1941; 13-7-1946; 6-5-

1949; 2-10-1953 e 19-7-1984. Podemos ainda considerar que o poema «Pietà», escrito no Natal de 1939, na cadeia do Aljube (e registado, também no Diário), revela uma profunda identificação da mãe com a «Pietà» e do poeta com Cristo.

Pensamos que estas características dos pais justificam, plenamente, a convicção de Torga de que herdou deles «um pano de inteireza [composto de «vontade» e de «humanidade»], em vez de uma manta de farrapos.» (Torga, 1994a: 192-3)

Embora as referências à irmã sejam menos frequentes do que às dos pais, não são, contudo, menos importantes para compreendermos não só o jovem Adolfo Rocha, mas também o escritor Miguel Torga. Totalmente imersa, tal como os pais, no mundo físico e metafísico, que era S. Martinho de Anta(s), terá, certamente, dado ao irmão elementos preciosos para a criação de contos e de notas do Diário. Vejamos:

- «Anos a fio à janela da solidão e observadora realmente excepcional de tudo onde punha os olhos.» (Torga, 1999: 1400);

- «S. Martinho falava pela sua boca mais eloquentemente do que pela minha pena. Numa imagem, num rifão, consubstanciava toda a realidade física e metafísica que a rodeava.» (Torga, 1999: 1480).

E estas afinidades, a que poderíamos chamar literárias, eram reforçadas por um profundo afecto: «Gostávamos um do outro como dois cúmplices do mesmo mistério sagrado, feito de raízes e vínculos. Tudo nela era, como em mim, ligação à terra, às tradições, às origens.» (Torga, 1991b: 1480)

O irmão constitui um mistério da investigação sobre Miguel Torga. Nada se sabe sobre ele, com a excepção de que emigrou para o Brasil, não tendo regressado a Portugal. Pensamos, como já referimos quando traçámos o retrato do pai do autor de Terra Firme, que o irmão terá inspirado o retrato que Miguel Torga fez do filho de «Ti António».

No S. Martinho de Anta de Torga havia, para além da mãe e da irmã, mais duas figuras femininas que o marcaram para sempre. Na sua obra há somente uma referência para cada uma dessas mulheres, mas não são necessárias mais para compreender o quanto essas senhoras foram importantes para o escritor: uma ama e a «Ti Maria Ambrósia».

A alusão à ama é de uma importância capital para compreender o extremo afecto que rodeou a infância de Torga, mas também para entendermos o poder que o escritor atribuía à «ternura feminina»:

Queluz, 25 de Fevereiro de 1968 - Visita à minha velha ama. Abraçámo-nos e beijámo- nos comovidamente (…).

Um homem nasce quantas vezes a ternura feminina quer. Assim o compreendi quando nos despedimos e, já na rua, dei conta que olhava o sol da vida com o deslumbramento de quem tinha acabado de ser parido pela segunda vez. (Torga, 1999: 1124)

A descrição da Ti Maria Ambrósia (quando ele se despedia dela, antes da partida, por cinco anos, para o Brasil) fala-nos igualmente de afecto (muito afecto) mas também dum enorme encantamento, só igualado pelo do avô paterno:

Tão velha e curvadinha, que quase batia com a testa no chão. Sabia histórias maravilhosas e, a não ser meu avô paterno, ninguém encantou tanto a minha meninice. (…)

Numa ternura de fada concreta, meteu-me às escondidas um cruzado na mão, a que juntou, à vista de todos, uma toalha de linho fino do seu bragal. Quando me disse adeus, apertou-me ao coração, e as lágrimas de minha Mãe não me pareceram mais quentes do que as suas. (Torga, 1994: 104-5)

Podemos concluir que a «meninice» de Adolfo Rocha apesar de ter sido ensombrada por fome, frio e trabalho excessivo e perigoso, foi fortemente apoiada por muita «ternura», encantamento e «inteireza».

As nossas referências a Andrée Crabbé (mulher do poeta) serão essencialmente feitas no capítulo sobre Coimbra.

Registem-se, contudo, dois factos:

- Após o casamento, Torga decide apresentar Andrée aos seus pais e irmã, pelo que se desloca a S. Martinho. Regista essa apresentação no Diário, com uma nota muito curta, mas que por ser genuinamente torguiana nos diz muito: «S. Martinho de Anta, 21 de Setembro de 1940 - Aqui estou. Vim mostrar a mulher aos velhos, à Senhora da Azinheira e ao negrilho. Gostaram todos.» (Torga, 1999: 121). Repare-se na espantosa importância que Torga atribui à Senhora da Azinheira e ao negrilho.

- Em nossa opinião, Andrée não deverá ter tido uma profunda empatia/compreensão com/de S. Martinho. Caso contrário não teria desfigurado acentuadamente o exterior da casa, que mais parece uma casa de praia.7

A filha do poeta surge, até à adolescência, frequentemente e com uma comovente força e beleza na obra de Torga. São referências que têm quase todas como espaço geográfico localidades que não S. Martinho. Contudo, Clara é citada duas vezes na terra dos avós paternos: «Semanas antes, tinha ido pôr-lhe nos braços a neta – que desejara em vão tantos anos, mas a que, pudicamente, nunca aludira – para que alguma da sua grandeza humana se transmitisse àquele frágil rebento que me nascera tardiamente.» (Torga, 1981: 143) e: «Aqui estou a enraizar a filha, a mergulhá-la na terra como meu Pai fazia às pernadas tenras dum rododendro de estimação. Quero dela também o prolongamento da rubra vitalidade de alguns cromossomas honrados e obstinados.» (Torga, 1999: 833)

É a partir da casa paterna que Adolfo Rocha parte ao encontro de S. Martinho que, como inúmeras outras aldeias do Portugal torguiano «pulsa ao ritmo das seivas e dos sinos e mede o tempo no relógio das estações e dos astros.» (Torga, 1989: 51-2).

7 Hercília Agarez falou sobre as obras da casa com a viúva de Torga e esclarece-nos nos seguintes termos:

«deu-lhe este carta branca quanto às obras a fazer, exigindo, apenas, a manutenção da traça original. Foi ela que escolheu a cor das portas e janelas que lhe fora sugerido por uma casa da praia.» (Agarez, 2007b:

No documento José Manuel Cymbron (páginas 70-80)