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A aplicação dos métodos nas empresas permitiu formar considerações gerais sobre o desenvolvimento de cada aplicação.

4.5.1 BIM Assessment Profile

A partir das entrevistas e aplicações do BIM Assessment Profile nas empresas A, B e C, observou-se que o método possui uma aplicação rápida e prática. Nenhuma das avaliações ultrapassou 30 minutos, e como os entrevistados possuíam noções avançadas sobre BIM, não houve problemas na interpretação das questões.

No geral, observou-se que a cadência dos níveis de maturidade se mostraram coerentes, evoluindo à medida que se aumenta o nível de maturidade. Na maioria das questões, o máximo nível de maturidade – otimizado – engloba alternativas que viabilizam a constante atualização e revisão de processos, documentos ou tecnologias. Isto enfatiza a questão de que o nível máximo da maturidade é apenas simbólico, e que os processos devem estar em constante desenvolvimento.

No caso das aplicações em empresas mais maduras, porém, como não existem níveis de grau de maturidade, observou-se que é mais fácil atingir este nível máximo, como foi o caso da empresa C, que atingiu 64% de maturidade. Isto pode afetar a constante avaliação do BIM por esta mesma ferramenta, já que os resultados começam a tender sempre para o nível máximo, desencorajando a organização a avaliar seu processos, e até mascarando as áreas que devem ser aprimoradas, já que todas aparentam estar plenamente desenvolvidas.

Apesar disso, se apresentou como uma ferramenta eficaz para organizações que estão em fases iniciais de implementação do BIM, ou aquelas que não sabem quais os próximos passos para se desenvolver, pois a partir dos resultados demonstrados no gráfico radar, a visualização das áreas para aprimoramento é facilitada. Além disso, a utilização da ferramenta com o auxílio do BIM Planning Guide for Facility Owners funciona como um guia para as fases de implementação e desenvolvimentos iniciais.

4.5.2 BIM Maturity Matrix

A partir das avaliações nas empresas E, F e G verificou-se que no geral as questões seguem uma linearidade crescente dos níveis de maturidade, o que é característico de modelos baseados no método CMM, já destacado no referencial teórico. A empresa E afirmou que as alternativas de resposta da avaliação eram adequadas com o processo de implementação do BIM no escritório, onde cada passo que estavam planejando desenvolver se mostraram condizentes com os níveis de maturidade da avaliação.

Tanto as perguntas quanto as alternativas de respostas indicam passos de uma implementação BIM, o que auxilia na definição de metas para o desenvolvimento da tecnologia nas organizações.

No entanto, percebeu-se que algumas das questões do método avaliativo BIM Maturity Matrix não se enquadram na realidade de organizações de pequeno porte, como foi o caso das três empresas avaliadas. Questões que tratam da constância de programas de treinamentos, alternância da liderança, e controle das práticas de recursos humanos não se mostraram condizentes com a realidade destas organizações.

Quanto a sequência dos níveis de maturidade, notou-se que em algumas questões ocorreram alguns “saltos” de um nível para o outro, como foi o caso da questão relacionada a contratos, que gerou um erro de avaliação na empresa G. Além disso, algumas questões como a de Liderança & Gerenciamento trouxeram diversos conceitos e métricas em uma mesma alternativa de resposta, como “visão BIM”, “BIM como inovação” e “oportunidades de negócio decorrentes do BIM”. Isso ocasionou uma falha de resposta na avaliação da empresa E, onde dois níveis de maturidade foram marcados com a opção “parcial”, indo contra a recomendação do autor da ferramenta.

4.5.3 VDC Scorecard

A avaliações realizadas pelo VDC Scorecard duraram no máximo uma hora e meia de aplicação. As perguntas e respostas eram objetivas, diretas e curtas. Os respondentes, no entanto, precisavam ler as questões mais de uma vez para compreender o que era solicitado, pois não são disponibilizadas explicações ou

exemplos de respostas. A equipe de suporte disponibilizada pela empresa bimScore se mostrou presente e solicita, respondendo a todas as dúvidas por parte da autora desta pesquisa.

No geral, houve certa dificuldade em coletar dados básicos das organizações, como “tipo de contrato” e “método de entrega do projeto”, cujas definições são pouco disseminadas na realidade brasileira. O método de entrega Integrated Project Delivery (IPD), por exemplo, que é um dos métodos mais utilizados em projetos BIM internacionalmente, no Brasil é utilizado primordialmente em contratos de obras de arte (ANDRZEJEWSKI et al., 2017), sendo um conceito pouco difundido no ramo da construção civil, visto que a maioria dos respondentes não conheciam este termo.

Outro fator que se repetiu em praticamente todas as avaliações foi o de que os respondentes não detinham informações da metragem e do orçamento do projeto de prontidão, e tiveram que entrar em contato com outros setores da empresa para coletar a informação. Antes das reuniões, todas as empresas foram alertadas para que selecionassem um projeto realizado em BIM e que tivessem as informações a mão, para facilitar o andamento das avaliações. Isto demonstra uma cultura de falta de centralização das informações.

No caso das avaliações que ocorreram em reuniões separadas, Projetos 2 e 3, houve situações onde as respostas para as questões se desencontraram. Neste caso, recorreu-se a equipe de assistência oferecida pelo bimScore, e a recomendação foi a de que a coleta das informações deveria ocorrer em reuniões onde todos os envolvidos estivessem presentes.

Apesar das dificuldades, o andamento das aplicações foi satisfatório, e gerou resultados condizentes com a realidade das organizações avaliadas.