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2.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE MATURIDADE BIM

2.5.2 BIM Maturity Matrix (BIM³)

O BIM Maturity Matrix é uma ferramenta construída a partir da “Estrutura BIM” de Succar (2009a), o qual identifica campos, estágios, lentes, passos, fases de ciclo de vida de um projeto, além de uma ontologia conceitual específica para o BIM. A base deste método também é o Capability Maturity Model (CMM) (SUCCAR, 2010).

É uma ferramenta de conhecimento que incorpora diversas estruturas do BIM, com o propósito de medir e melhorar o desempenho de uma organização ou equipes de projeto. As estruturas que compõem a ferramenta são divididas em dois eixos. O primeiro contempla os conjuntos de competências BIM, composto pelos estágios de capacidade BIM e separados pelos passos BIM. Já o segundo eixo é o Índice de Maturidade BIM, que mede a maturidade BIM em cinco níveis. Todos estes elementos foram também desenvolvidos por Succar (2009, 2010 e 2013).

O modelo é composto por três estágios de capacidade, 20 escalas organizacionais, e cinco níveis de maturidade (Succar, 2010).

Além disso, o BIM Maturiy Matrix possui quatro níveis de granularidade, ou seja, é dividido em quatro níveis. Isto proporciona variabilidade de abrangência, detalhamento, formalidade e especialização, e permite a preparação de várias ferramentas de medição de desempenho do BIM, desde avaliações de baixo detalhamento, informais e auto administradas até avaliações de alto detalhamento, formais e conduzidas por especialistas (SUCCAR, 2010).

Até o momento, a única ferramenta disponível para se realizar a auto avaliação é a ferramenta de nível de granularidade 1 (GL1), nomeada “Discovery”, que é uma avaliação de baixo nível de detalhe usada para descoberta básica e semiformal da capacidade e maturidade BIM. As avaliações de descoberta geram uma pontuação numérica básica (SUCCAR, 2010). Já as avaliações de GL 3 e 4 são aplicadas apenas por consultores, e a avaliação de GL 2, que também poderia ser utilizada para uma auto avaliação, ainda está em fase de desenvolvimento, notícia confirmada pelo próprio autor Succar em correspondência virtual.

O resultado da avaliação gera um índice de maturidade, que é dividido em seis níveis, e cada qual corresponde a um estágio de maturidade, como pode se observar no Quadro 9.

Nível Nome do Nível Classificação Textual Classificação Numérica

A Inicial Baixa maturidade 0 – 19%

B Definido Média-baixa maturidade 20 – 39%

C Gerenciado Média maturidade 40 – 59%

D Integrado Média-alta maturidade 60 – 79%

E Otimizado Alta maturidade 80 – 100%

Quadro 9 – Níveis do índice de maturidade BIM Fonte: Adaptado de Succar (2009b, 2010).

Para a melhor compreensão do método, a próxima seção detalha os passos e os estágios de capacidade BIM.

2.5.2.1 Estágios de capacidade BIM

Como já descrito em seções anteriores, Succar (2010) define a maturidade BIM como a qualidade, repetibilidade e grau de excelência de uma capacidade BIM. A capacidade BIM é definida como a mínima habilidade para cumprir uma tarefa. Já os estágios de capacidade do BIM (ou Estágios BIM) definem os principais marcos a serem alcançados por equipes e organizações à medida que adotam tecnologias e conceitos BIM.

A identificação dos estágios BIM possibilita que as organizações aumentem a capacidade e a maturidade BIM de uma maneira sistêmica. Assim, Succar (2009a), propõe três estágios de capacidade do BIM, além de um estágio pré-BIM e um estágio pós-BIM, sendo este o Integrated Project Delivery (IPD), realizado a longo prazo e variável de acordo com as inovações tecnológicas.

Este método possibilita uma análise rápida e precisa de avaliar a capacidade de uma organização em fornecer serviços BIM (SEBASTIAN e VAN BERLO, 2010).

O estágio pré-BIM caracteriza-se pela dependência do 2D. Mesmo que exista um modelo tridimensional, quantitativos e estimativas de custo não são extraídos do modelo, e todos os documentos gerados são adaptados à realidade bidimensional. Esta fase é caracterizada pelo fluxo de trabalho linear, falta de investimentos em tecnologia e não há interoperabilidade entre projetos (SUCCAR, 2009a).

A fase seguinte é o “BIM Estágio 1: Modelagem baseada no objeto”, onde se inicia a utilização de softwares paramétricos baseados em objetos 3D. Caracteriza-se por gerar modelos de apenas uma disciplina, somente para visualização 3D. Os atributos paramétricos não são modificáveis, não existem interoperabilidades significativas e ainda são gerados documentos 2D. Porém, já é possível exportar alguns dados, como tabelas de portas e esquadrias (SUCCAR, 2009a).

A próxima fase proposta por Succar (2009a) é o “BIM Estágio 2: Colaboração baseada no modelo”, onde ocorre uma colaboração entre disciplinas do projeto. A interoperabilidade pode acontecer entre uma ou duas fases do ciclo de vida do empreendimento, seja entre arquivos proprietários, como o “.rvt”, arquivo de projeto em Revit®, ou entre arquivos não proprietários, como o sistema de dados IFC.

Na sequência, alcança-se o “BIM Estágio 3: Integração baseada em rede”, onde modelos integrados são criados, compartilhados e mantidos colaborativamente por todo o ciclo de vida do empreendimento. Nesta fase alcança-se um modelo multidimensional (nD), permitindo análises complexas. São necessárias mudanças contratuais, de análises de risco e fluxos processuais, que só serão alcançadas com a maturidade dos softwares e da rede de envolvidos (SUCCAR, 2009a).

Por fim, o Integrated Project Delivery (IPD), termo popularizado pelo American Institute of Architects (AIA), e que na visão de Succar (2009a) é o ponto onde o domínio de tecnologias, processos e políticas torna-se cada vez mais maduro. O processo de estágios de capacidade do BIM pode ser observado na Figura 13.

Figura 13 – Estágios de capacidade do BIM Fonte: Adaptado de Succar (2010).

Uma limitação para este método é de que como os estágios de capacidade BIM são estabelecidos quando os requisitos mínimos são atendidos, não é possível avaliar as habilidades além desses requisitos mínimos. Ao utilizar este método, não se podem detectar variações no nível de experiência e qualidade de modelagem entre duas organizações que estão no mesmo estágio do BIM (SEBASTIAN e VAN BERLO, 2010).