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O mercado está cada vez mais global, a concorrência que anteriormente era local agora tornou-se internacional. Segundo Caim e Garcia et al. (2006) basta ter uma marca, um motivo para que esta seja comparada a outra, é o suficiente para haver concorrência. Para Sarmento (2014) outro motivo influente na mortalidade das empresas brasileiras, é não saber lidar com a competitividade. O Brasil está na lista das empresas de menor produtividade e isto pode afetar diretamente o retorno sob o investimento posto na empresa.

A escolha entre diversas opções sempre se baseia nas diferenças, implícitas ou explicitas. Os psicólogos afirmam que as diferenças nitidamente evidenciadas, ancoradas ao produto, conseguem acentuar a memorização, porque podem ser intelectualmente avaliadas. Em outras palavras, você deve dar ao cliente uma razão para comprar o produto, caso o esteja divulgando. Se você ao mesmo tempo conseguir entretê-lo, melhor ainda (TROUT, 2000, p.24).

Desta forma os resultados apresentados a seguir farão uma relação sobre a percepção dos empreendedores quanto ao diferencial do seu negócio e as formas como estes evidenciam o mesmo de forma que o consumidor, ou além dele, a sociedade possa perceber a marca e seu diferencial. Sendo assim, estabelece-se uma relação entre inovação e comunicação integrada de marketing.

Segundo Bygrave e Zacharakis (2010) um negócio deve ser o mais rápido, ou o mais barato, ou o melhor e, foi isto que a questão 16 buscou descobrir, porém o melhor foi substituído pela alternativa “outro”, onde o respondente tinha a opção de descrever qual era o seu diferencial ou, em que ele era melhor. Conforme o gráfico abaixo, 14% dos respondentes alegam não ter um diferencial estabelecido, os mais baratos e os mais rápidos se equiparam em 10% ambos. Entretanto a alternativa outro teve 64% dos respondentes.

Dentre as descrições os termos que mais estiveram presentes foram a qualidade, a exclusividade e a excelência. Outras respostas foram de negócios que apostam seu diferencial no relacionamento com cliente ou, aqueles que possuem seus

produtos e serviços segmentados a um público específico. Esteve presente também a ideia de personalização do produto e adaptação às necessidades do cliente, por fim houveram aqueles que aliaram os termos já citados com a velocidade da entrega ou diminuição do preço.

Figura 19 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa.

A figura 20 representa a questão 17 e, apresenta as formas de demonstração deste diferencial. A questão era múltipla escolha, e a opção que obteve maior número de respondentes foi de negócios que demostram o diferencial a partir do relacionamento com seus clientes, com 48 respondentes. 34 negócios demonstrar seu diferencial no resultado, finalização do produto ou serviço, e menos da metade dos respondentes utilizam a publicidade para expressar seu diferencial.

Figura 20 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa. 14%

10%

12% 64%

16- Qual é o seu diferencial de mercado:

Minha empresa não tem um diferencial estabelecido. Minha empresa é a mais rápida (entrega de produto ou serviço rápido)

Minha empresa é a mais barata. (produto/serviço mais barato que a concorrência) Other 23 25 48 34 14 0 0 10 20 30 40 50 60 Através da publicidade

Durante a venda No relacionamento com o cliente No resultado (finalização do produto) Meu diferencial é perceptível ao cliente, não precisa

de demonstração.

Other

70% 30%

18- Você considera o seu negócio

inovador?

Sim Não

Percebe-se então uma valorização do cliente, uma vez que maior parte dos empreendedores preocupam-se no relacionamento entre seu negócio e seu cliente e, esta preocupação já se apresentava a partir do momento que estes negócios estavam diferenciando seus produtos seja pela velocidade ou preço, ou até mesmo pela segmentação de mercado. Entretanto 14 participantes, responderam que seu diferencial é perceptível ao cliente e, não precisa de demonstração.

Na questão 18, a pergunta era clara e direta, “você é inovador?”, a proporção entre inovadores e não inovadores distribui-se entre 70% daqueles que responderam sim e 30% os que deram resposta negativa, conforme a Figura 21. Considerando que apenas 15% haviam apontado inovação como principal característica o número de respostas positivas está acima do esperado.

Figura 21 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa.

Na questão seguinte, foi solicitado aos participantes da pesquisa que justificassem as suas respostas anteriores. Dentre aqueles que deram respostas negativas, alguns não justificaram e, a maioria, salientou que os trabalhos desempenhados pela empresa eram semelhantes aos da concorrência. Alguns ainda, não se consideravam inovadores no geral, porém as técnicas que utilizavam na realização do trabalho eram diferentes dos demais concorrentes.

Entretanto houveram aqueles que salientaram não ser inovadores, porem estão à procura de algo, ou em processo de experimentação, como é o caso do

seguinte respondente: “faz pouco tempo que iniciei e tem bastante do mesmo no mercado, ainda não consegui achar algo que seja super diferente para investir e fazer a diferença”.

A ideia de inovação enquanto diferencial está bastante presente, uma vez que muitos dos que alegaram serem inovadores justificaram-se com a mesma resposta dada no diferencial. A regionalidade esteve presente também, enquanto houve pessoas respondendo que eram inovadoras na cidade, porém haviam empresas semelhantes no país, ou no mundo.

Incluem-se também, um grupo de respondentes que alegaram que suas áreas de atuação estavam sempre inovando, portanto exige-se que o profissional esteja alinhado às inovações do mercado. Por exemplo, “a estética é um mercado que pede inovação! Sem inovação, sem a busca pelo novo, a empresa iria ficar pra trás devido à procura das clientes por novidades de mercado, e possibilidades de melhores resultados obtidos de novos produtos e recursos eletro-estéticos da área”.

Nota-se que as percepções de inovação focaram-se em algo voltado ao público externo. Entretanto alguns respondentes estão atentos as exigências do mercado, como é o caso de uma prestadora do serviço do setor de informática, que ao perceber que as pessoas estão cada vez mais dependentes de computadores, transformou seu serviço em atendimento 24h.

Um dos participantes questionou a popularização do conceito de inovação, “Inovação é importante, mas o termo está desgastado. Tenho visto muita inovação e pouca competência por aí”. Novamente, assim como os demais termos estudados nesta pesquisa, o termo acabou sendo usado como sinônimos de outras palavras, perdendo a amplitude do conceito. Cabe relembrar que segundo Bes e Kotler (2011) a principal diferença entre inovação e criatividade é a aplicabilidade da ideia, se não gerar resultados, não é inovação.

A questão 20 e 21 busca descobrir, na perspectiva do empreendedor, qual o valor para a sociedade que o negócio representa, “a sua empresa apresenta algum benefício para sociedade?” esta era a questão, conforme o gráfico abaixo, 14% dos respondentes alegaram que não e 86% dos respondentes disseram que sim. A questão 21, pedia que os participantes da pesquisa justificassem a resposta anterior.

86% 14%

20- A sua empresa apresenta algum

benefício para a sociedade?

Sim Não

Figura 22 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa.

As respostas podem ser segmentadas em grupos com focos diferentes, maior parte dos respondentes ressaltou ter alguma colaboração com a economia, seja fomentando a concorrência, gerando emprego, auxiliando a manter o consumidor informado ou criando rotatividade de produtos. Até mesmo de formas mais simples, ofertando um produto para consumidores que ainda não tinham a atenção do mercado.

Esta última resposta, auxilia tanto para economia, quanto para a felicidade do consumidor, gerando assim o segundo grupo, de saúde e bem estar, dentro deste houveram respostas como “busco a felicidade dos clientes”, “contribuo com a auto estima”, haviam também empresas que auxiliavam a realização de sonhos e desejos dos consumidores e, as empresas do segmento de saúde.

O terceiro grupo é o das causas sociais, foram inclusas neste grupo respostas de empresas que auxiliam em causas sócias, empresas que desenvolvem causas sociais e, empresas que se preocupam com o bem estar social. Também estavam inclusas aquelas que de alguma maneira ofertavam seu produto gratuitamente dentro de uma comunidade.

Responsabilidade ambiental, o quarto grupo, inclui respostas de negócio preocupados com o bem estar ambiental, optavam pela utilização de materiais reciclados para desenvolver seus produtos, e aqueles negócios que

0 5 10 15 20 25 Mercado Saúde e Qualidade de Vida

Causas Sociais Responsabilidade ambiental

Valorização da Cultura

Educação

Contribuição dos negócios com a sociedade

operacionalizavam corretamente o descarte de seus lixos, como é o caso de algumas empresas do segmento da saúde.

No grupo da valorização cultural estavam presentes as respostas de fotógrafos que registram objetos, ou fatos, importantes para a cultura e, uma loja de indumentária gaúcha que vende produtos de um determinado segmento cultural. O último grupo era o da educação, composto por empresas deste segmento.

O gráfico da Figura 23 foi criado a partir destes grupos, alguns empreendedores deram respostas que classificavam suas empresas em dois ou mais grupos, por exemplo: “Utilizamos tecido 100% pet para a confecção das camisetas; contratamos outra empresa para o serviço da confecção (geração de empregos); criamos uma opção de produto para um público que se identifica com estampas que têm um toque mais artístico”.

Figura 23 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa.

Buscou-se então descobrir quais os maiores empecilhos para que a inovação aconteça. Como pode ser conferido na Figura 24, a falta de capital foi considerada o maior empecilho para inovar, com quase metade dos respondentes, falta de mão de obra qualificada teve 24% de representatividade, 6% dos respondentes salientam que seus negócios não precisam inovar. 3% dos respondentes marcaram a alternativa

47%

5% 6%

24%

3% 6%

6% 22- Na sua opinião, qual o maior empecilho para inovar?3%

Falta de capital Falta de financiamentos Falta de mercado

Falta de mão-de-obra qualificada Falta de treinamento da equipe Falta de espaço físico Não preciso inovar Other

outros, esta alternativa permitia uma justificação, um dos respondentes escreveu “falta de novas ideias” e o outro “gostaria de marcar todas as alternativas.

Figura 24 – Análise do Questionário

Fonte: Dados conforme pesquisa.

Uma hipótese a ser levantada, é de que o termo inovação para maior parte dos respondentes está focado em grandes feitos que demandem uma quantidade maior de capital. Entretanto para Druker (2006) inovação não são apenas ideias grandiosas, ou grandes investimentos e, inovação significa melhorias, tanto interna, quanto externa, estas melhorias podem ser uma forma mais rápida ou mais barata de desenvolver o produto, ou a apresentação de um produto ainda não conhecido.