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Análise de animações didáticas

No documento Animação sobre doença celíaca (páginas 47-53)

3.2 ANÁLISE DE SIMILARES

3.2.2 Análise de animações didáticas

Para a análise de similares de animações didáticas, foram escolhidas duas animações do canal Kurzgesagt (YOUTUBE, 2018). Esse canal é a principal inspiração e referência da autora para a produção desse projeto. “A inspiração é essencial para qualquer atividade criativa, e o design não é uma exceção. A inspiração é fundamental para a produção de ideias de design estimulantes, e os profissionais tiram suas inspirações de inúmeras fontes” (AMBROSE e HARRIS, 2011).

Kurzgesagt é um estúdio de design fundado em 2013, em Munique, na Alemanha, que produz principalmente animações sobre os mais variados temas, científicos, filosóficos, sociológicos, etc. “Estamos vivendo uma época de sobrecarga

de informação” (KURZGESAGT, 2018), portanto é preciso desenvolver materiais que tenham valor, o qual as pessoas notarão e se lembrarão no futuro. Sendo assim, a opinião deles é que não existe assunto chato, só é preciso contar uma boa história sobre ele.

Para essas análises foi observando principalmente a construção do roteiro, o estilo gráfico, o comportamento dos movimentos e as paletas cromáticas aplicadas. Para a análise das paletas cromáticas de cada animação, foram construídas paletas individuais para cenas selecionadas, e posteriormente, essas foram unidas em uma paleta cromática geral da animação, para então serem estudadas.

Addiction (Vício)

Data de publicação: Outubro de 2015. Duração: 5 minutos e 41 segundos. Visualizações: Mais de 16 milhões.

A animação inicia dando um exemplo sobre o assunto (Figura 3.10), logo em seguida indica que essa informação está errada deixando o espectador intrigado e curioso. Então passa uma vinheta padrão do canal, dividindo a introdução do conteúdo da animação.

Figura 3.10: Cena da animação Addiction. Fonte: Kurzgesagt (2015).

diversos exemplos sobre o assunto, e que os personagens citados nos exemplos são aplicados ao longo do vídeo, como protagonistas de uma história. Essa ideia facilitou a conexão entre os argumentos da narrativa e portando o entendimento do conteúdo. Observa-se também que a animação apresenta muitas analogias e eufemismos nas ilustrações, por exemplo, a frase “tudo que sabemos está errado” é retratada com um livro sendo apagado, como se as coisas escritas no livro fossem o conhecimento dos espectadores.

A animação é rica em movimentos, não existem cenas 100% estáticas, sempre há algum elemento em movimento e é isso que deixa o trabalho tão rico, e atraente. A riqueza dos movimentos dos cenários, personagens e transições, criam a sensação de imersão nas cenas, mesmo se tratando de ilustrações bidimensionais chapadas.

A animação encerra com uma frase de impacto, com objetivo de fazer o espectador refletir sobre o assunto que acabou de ver, sugerindo assim uma conexão do assunto do vídeo com a realidade do espectador.

Observa-se na Figura 3.11, as paletas cromáticas construídas a partir de algumas cenas da animação. A partir dessa construção foi possível notar que apesar da paleta cromática geral ter apenas 4 cores principais (desconsiderando as variações tonais), as cenas mais fáceis de interpretar são as cenas com menos cores e com menos elementos visuais, pois tem um efeito imediato na associação do conteúdo. Porém, quanto menos elementos na cena, notou-se menor tempo de duração da mesma, evitando que a informação se torne entediante.

As cenas que utilizam cores complementares e análogas são mais interessantes visualmente do que as cenas que apresentam a paleta cromática completa. Nota-se também que a restrição na quantidade de cores das cenas, torna a animação mais institucional e seria, afastando a ideia de que se trata uma mera animação infantil sem conteúdo relevante.

Figura 3.11: Paleta cromática da animação Addiction Fonte: Autoral (2016) baseado em Kurzgesagt (2015).

What Happened Before History? Human Origins (O Que Aconteceu Antes da História? Origens da Humanidade)

Data de publicação: Junho de 2016. Duração: 10 minutos e 05 segundos. Visualizações: Mais de 7 milhões.

A animação inicia explicando como os seres humanos são hoje, dando exemplo das coisas que eles têm e consomem, logo em seguida fala que nem sempre foi assim, deixando o espectador na expectativa. Então passa uma vinheta padrão do canal, dividindo a introdução do conteúdo da animação.

Durante a explicação do assunto são ilustrados exemplos que indicam exatamente o que está sendo falado, ao pé da letra, e isso colabora para a memorização dos fatos. Não existe nenhum personagem central na narração, porém foram elaborados diversos personagens com personalidades muito fortes, roupas e acessórios detalhados e exclusivos, que ajudam a criar empatia e gerar uma conexão com os espectadores. Sobre a paleta cromática desse vídeo, observa-se cenas com maior quantidade de cores, e essas, portanto, tornam-se mais infantis no aspecto visual (Figura 3.12).

Notou-se a partir dos 5 ou 6 minutos de vídeo, que a animação começou a ficar cansativa, devido a duração muito longa e a quantidade intensa de informações. Esse fato se concretiza a partir da comparação dos números de visualizações. A animação “Addiction” apresenta mais de 16 milhões de visualização, já essa segunda, apresenta apenas 7 milhões, apesar de ter sido lançada apenas 8 meses após a primeira. Os motivos para o sucesso maior da primeira animação podem ser vários, mas a autora acredita que os principais critérios para essa diferença são o tempo de duração e a relevância do tema, pois o tema da primeira animação influencia diretamente na vida e na saúde das pessoas, enquanto a segunda funciona como uma explicação de um fato histórico.

A animação conclui com uma frase positiva sobre o tema abordado, com o intuito das pessoas olharem para suas próprias vidas e compararem com tudo que foi explicado durante a animação. A Figura 3.12 expõem as paletas cromáticas construídas a partir de algumas cenas.

Figura 3.12: Paleta cromática da animação Human Origins. Fonte: Autoral (2016) baseado em Kurzgesagt (2016).

No documento Animação sobre doença celíaca (páginas 47-53)

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