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O roteiro literário é o texto que irá guiar toda a narrativa da animação. “História contada em imagens, diálogos e descrições, dentro do contexto de uma estrutura dramática” (FIELD, 2005), “... forma escrita de qualquer projeto audiovisual” (COMPARATO, 2000). Logo, nessa etapa a atenção deve ser focada no conteúdo da animação. Por exemplo, quais serão os tópicos de conteúdo a serem abordados, qual será a ordem de apresentação desses tópicos, qual será a linguagem utilizada, qual será o tipo de narração, quais serão as palavras utilizadas pelo narrador, entre outros aspectos textuais.

Nesse projeto não será desenvolvido roteiro técnico, pois por meio do storyboard as cenas são melhores esclarecidas por meio de desenhos. Além de que, o projeto foi inteiramente desenvolvido por apenas uma pessoa, e não necessita da transferência de ideias entre diversos integrantes de equipe, nesse caso seria extremamente importante o detalhamento do roteiro e do storyboard para que não houvessem interpretações equivocadas pelos envolvidos no projeto.

3.4.1 Criação do roteiro

Feitas as análises dos vídeos sobre doença celíaca e aprofundados os assuntos abordados, então é preciso organizar o roteiro literário em partes, dividindo por tópicos. Foram selecionados os seguintes tópicos, com base nos principais assuntos discutidos nos vídeos analisados e pensando no objetivo de ajudar as pessoas a entenderem a gravidade da doença e a necessidade do diagnóstico:

Introdução – O que será abordado no vídeo?

Definição – O que é doença celíaca? O que é glúten?

Funcionamento – Como funciona a doença no organismo?

Cura – A doença celíaca tem cura?

Tratamento – Como funciona o tratamento?

Sintomas – Quais os sintomas da doença celíaca?

Doenças relacionadas – Quais as doenças relacionadas?

Conclusão – Como saber mais informações sobre a DC?

Os tópicos foram organizados nessa sequência, seguindo a estrutura: criação de interesse, problematização geral, resolução geral, identificação pessoal, resolução pessoal e fechamento (Figura 3.28).

Figura 3.28: Assuntos abordados no roteiro. Fonte: Autoral (2016).

Criação de Interesse: A introdução resume o conteúdo que será abordado na animação, mas, ao mesmo tempo, tenta criar interesse no espectador, deixando-o intrigado com o que foi dito até então e fazendo com que ele se sinta convidado a continuar assistindo o vídeo. No caso dessa animação, foram utilizadas perguntas diretas ao espectador, para que esse envolva-se no assunto, reflita e crie curiosidade sobre o tema.

Problematização Geral: Explica o que é o problema e como funciona, nesse caso apresenta a definição da doença e do seu causador, o glúten. Além de explicar o funcionamento da doença no organismo dos celíacos, para melhor compreensão do problema.

Resolução Geral: Explicado o problema, em seguida já mostra o tratamento da doença, que é muito simples. A resolução normalmente é deixada para o final das histórias, para criar suspense, porém, nesse caso a ideia não é complicar a história e, sim, deixá-la o mais claro possível. Até então, o espectador entende o problema,

consegue ter um cuidado maior ao lidar com pessoas já diagnosticadas, porém, não consegue saber se ele mesmo tem ou não a doença.

Identificação Pessoal: Depois que as informações fundamentais sobre a doença foram esclarecidas, vem a parte que fornece detalhes sobre como a doença se manifesta. Nesse momento, o espectador pode começar a se identificar com a doença. Nessa parte, são apresentados os sintomas e as doenças relacionadas.

Resolução Pessoal: Caso o espectador venha a se identificar com os sintomas e ou doenças relacionadas apresentadas na animação, poderá ficar assustado, querendo descobrir logo se tem ou não a doença. Portanto, em seguida da identificação pessoal, vem a resolução pessoal, que é a apresentação de como fazer o diagnóstico da doença. Essa parte irá direcionar os espectadores que se identificaram ao médico, levando consigo o conhecimento apresentado até então sobre a doença.

Divulgação: Encerra o vídeo incentivando a divulgação do vídeo, para alcançar maior público, tenta aliviar o espectador que se identificou com os sintomas, informando que o tratamento para a doença está cada vez mais fácil e acessível e informa sobre futuros outros vídeos com o mesmo assunto que serão postados no canal.

As mensagens não são comunicadas apenas pela semântica pura e simples. Nossa escolha de palavras e linguagem e o tom que as pronunciamos incutem significados mais profundos no que estamos dizendo. [...] Uma mensagem pode ser expressa de muitas maneiras ou com tons de voz diferentes; por exemplo, um tom autoritário, pesaroso ou otimista. Às vezes gostamos de sentir que alguém está no controle, mas outras vezes não gostamos nem um pouco que nos digam o que fazer. É importante encontrar o tom certo para que a mensagem se conecte com o público-alvo e não o afaste (AMBROSE e HARRIS, 2011).

Sobre a escolha das palavras para a redação: “As palavras podem ser utilizadas de diversas maneiras para comunicar uma mensagem: elas podem facilitar o entendimento dessa mensagem ou oferecer inúmeros significados possível” (AMBROSE e HARRIS, 2011). Portanto, para essa animação foi pensado em palavras simples de uso corriqueiro para ser acessível por todas as classes sociais e idades. O uso de termos técnicos foi balanceado, para passar a segurança e a credibilidade suficiente, mas, ao mesmo tempo, não ficar difícil de entender ou parecer chato, uma vez que se trata de uma animação para redes sociais. Primeira versão do roteiro, disponível no Apêndice B.

A ideia é que a animação seja inteiramente narrada por um narrador observador de forma objetiva, e que o seu tempo médio de duração seja de cinco minutos. Para controlar o tempo, conforme o roteiro foi escrito, foram feitas pausas, foi lido em voz alta, e foi cronometrado o tempo de leitura com a ajuda de um cronometro. Nessas leituras, foi preciso pensar nas pausas que seriam feitas durante o roteiro, por exemplo, mudanças de cenas e assuntos, que precisam de um “tempo de respiro”, pois isso também conta no tempo de duração da animação. Se o tempo cronometrado ficasse muito longo, eram feitos ajustes de linguagem, substituição de palavras, frases, ou até mesmo eram excluídas explicações desnecessárias.

3.4.2 Avaliação, correção e reorganização

O roteiro foi enviado para os orientadores do projeto revisarem. A professora coorientadora do projeto, Elisangela Lobo Schirigatti avaliou a organização do roteiro, a linguagem utilizada, entre outros detalhes textuais, deu sugestões de alterações e melhorias. Após isso, a coorientadora nutricionista, Mariane Rovedo, se preocupou em revisar a parte técnica do roteiro, corrigiu algumas informações sobre a doença celíaca e deu sugestões para outras abordagens. O terceiro passo foi revisar o roteiro com o professor de língua portuguesa, Alvaro Augusto de Oliveira, corrigindo erros gramaticais e alterando aspectos da linguagem para que a explicação do conteúdo ficasse mais objetiva. O quarto e último passo foi enviar o roteiro revisado para a presidente da ACELPAR (Associação dos Celíacos do Paraná), Ana Claudia Cendofanti, para a última revisão técnica e aprovação do roteiro para produção.

Versão corrigida do roteiro, disponível no Apêndice C.

3.4.3 ÁUDIO PILOTO

O áudio piloto deve ser gravado sem preocupação com a qualidade do mesmo, pois funciona apenas como um rascunho do tempo de animação. Ele é importante para funcionar de auxílio na etapa de animação, com relação ao timing dos movimentos, e, além disso, informar uma prévia do tempo de duração da animação (BEANE, 2012).

Com o storyboard pronto a próxima etapa é a gravação das vozes, em animação as vozes são sempre gravadas antes do início da animação, pois elas determinam não só tempo das cenas como seu ritmo e o timming da interpretação dos personagens e principalmente o sincronismo labial ou limp

sync (FILHO, 2005).

No caso dessa animação, não haverá fala direta dos personagens, mas sim uma narração em 3ª pessoa, mas de qualquer modo, é necessário o sincronismo entre as cenas e o que está sendo narrado, para que a animação faça sentido.

No documento Animação sobre doença celíaca (páginas 67-71)

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