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Análise dos conceitos – Parâmetros de Projeto e Modalidades de Aprendizagem

SPBR (Marcações das circulações feitas pela autora a partir

9. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

9.4. Análise dos conceitos – Parâmetros de Projeto e Modalidades de Aprendizagem

As aplicações das ferramentas nas escolas de pré-teste e, posteriormente, nas escolas de estudo de caso, levantaram observações quanto aos conceitos que serviram de base a elas: os parâmetros de projeto e as modalidades de aprendizagem. Nesse processo, percebeu- se que alguns dos parâmetros poderiam ter seus conceitos melhor definidos, com aprofundamento de suas descrições. Essa ação tem como objetivo esclarecer a interpretação que se considerou neste estudo, deixando-a mais objetiva, e tornar esta interpretação base para pesquisas, ou aplicações práticas, futuras. A objetividade das definições não interfere na essência do conceito de parâmetros de projetos como soluções arquitetônicas abertas. Melhores caracterizações também são sugeridas para as modalidades. Estas, porém, objetivam a extensão

da lista de MAs pela observação de uma maior variedade de atividades do que as apresentadas ao longo da pesquisa.

9.4.1. Descrição dos parâmetros de projeto para apoio no processo de projeto

A literatura apresenta 29 parâmetros de projeto para a arquitetura escolar. Pelas observações dos elementos arquitetônicos das escolas dos estudos de caso foi possível analisar a existência destes com base nas definições dos autores Nair, Fielding e Lackney (2013). A

Tabela 8 apresenta a lista com os nomes de cada parâmetro, seguido de sua representação

gráfica e de características, baseadas nas descrições dos autores citados acima. Entretanto, para contribuir efetivamente como apoio ao processo de projeto, considera-se que definições mais detalhadas e claras são importantes para evitar interpretações equivocadas e aplicação mais efetiva dos parâmetros. A Tabela 9 apresenta a lista de parâmetros com destaque, em cinza, para aqueles considerados passíveis de detalhamento. O destaque representa aqueles parâmetros que possuem relação com outros, como o 5 e o 6 e deste com o parâmetro 3. Outras relações podem ser percebidas entre os parâmetros 9, 10 e 12 e assim por diante. Todos estes pontos são analisados e caracterizados.

As primeiras análises dizem respeito ao esclarecimento dos PP#3, PP#5 e PP#6. O parâmetro 5, nomeado “Laboratórios de Ciências e Artes”, é conectado, diretamente, à observação específica da existência de espaços físicos (laboratórios) para a realização de experimentos de ciências ou trabalhos de arte. Além da existência destes espaços, é importante observar suas características internas. Recomenda-se que estes ambientes incluam áreas para a realização de atividades (preparadas, também, para trabalhos sujos), e conecte o interno e o externo da sala de aula. As áreas para debates (onde os usuários possam discutir conceitos, resultados, dificuldades, entre outros pontos) são essenciais, como o são as áreas de estoque e armazenamento de materiais e a área expositiva para trabalhos finalizados. Da mesma forma, é importante a presença de layout flexível. Desse modo, percebe-se que o parâmetro 5 trata de um ambiente específico: uma sala como espaço definido na escola que dê suporte adequado para a realização das atividades de ciências e artes.

Tabela 9 - Parâmetros de projeto com relações entre si* 1. Salas de aula, ambientes de ensino e comunidades pequenas de aprendizado 2. Entrada convidativa

3. Espaços de exposição dos trabalhos dos alunos 4. Espaço individual para armazenamento de materiais 5. Laboratórios de Ciências e Artes

6. Arte, música e atuação 7. Área de educação física 8. Áreas casuais de alimentação 9. Transparência

10. Vistas interiores e exteriores 11. Tecnologia distribuída

12. Conexão entre espaços externos e internos 13. Mobiliários confortáveis

14. Espaços flexíveis 15. Campfire Space 16. Watering Hole Space 17. Cave Space

18. Projeto para múltiplas inteligências 19. Iluminação natural

20. Ventilação natural

21. Iluminação, cor e aprendizagem 22. Elementos de sustentabilidade 23. Assinatura local

24. Conexão com a comunidade 25. Banheiros como os de casa 26. Professores como profissionais

27. Recursos de aprendizado compartilhados e biblioteca 28. Proteção e segurança

29. Síntese dos parâmetros

*Em cinza, parâmetros destacados com relação próxima com outros e passíveis de detalhamento. O parâmetro (6), “Arte, Música e Atuação”, inclui em sua definição questões artísticas, como o parâmetro anterior, mas de maneira diferente. Esse parâmetro considera a existência de outros ambientes – que não sejam os laboratórios do parâmetro 5 (espaços “formais”) – onde atividades de arte, música e atuação possam ser praticadas e/ou expostas e apresentadas. Incluídos nesses parâmetros está a exposição de elementos de expressões artísticas realizadas pelos alunos em locais específicos do prédio ou sítio escolar, que pode ser uma parede grafitada, uma escultura criada pelos alunos, entre outros. Ademais, o parâmetro 6 integra também espaços com configuração que permita apresentações/práticas espontâneas de performances (uma escada, um nicho, etc.), para um grupo de alunos, ou indivíduos, praticarem pequenas partes de uma peça de teatro ou dança, por exemplo. O teatro (onde também possam ser feitas gravações), como ambiente específico e fechado, mas com possibilidade para abertura para áreas externas, como anfiteatros, são ambientes de interesse. Nesse sentido, esta infraestrutura pode envolver, também, espaços que permitam a construção de cenários e outros elementos ligados ao teatro. Adicionalmente, propõe-se locais onde os alunos possam

desenvolver trabalhos de mídia (estúdios de gravação e de rádio) e jornal da escola, permitindo que estudantes desenvolvam projetos individuais dessa natureza (com integração de espaços de computadores dispostos estrategicamente ao longo da escola, como próximos a bibliotecas).

A partir desta descrição detalhada, é possível criar o diagrama de relações apresentado na Figura 75, o qual demonstra que ambos os parâmetros estão próximos, mas não conectados numa relação de existência mútua. A presença do parâmetro 5, de laboratórios, não conduz, diretamente, à existência do parâmetro 6, mas garante a sua existência ao menos parcial. O parâmetro 6, por sua vez, se conecta ao 5 por este incluir um espaço possível para o desenvolvimento algumas das atividades citadas no PP#6, mas isto não é determinante em sua presença mútua. Assim, a escola pode apresentar todos os elementos definidos no parâmetro 6, mas não apresentar um laboratório como definido no parâmetro 5.

Legenda: Existe Existe parcial Não existe Figura 75 – Conexão de Parâmetros de Projeto – PPs 5 e 6

A segunda conexão, feita especificamente com o parâmetro 6, é do parâmetro 3, de “Espaços de exposição dos trabalhos dos alunos”. Este também está, em alguns aspectos, contido no parâmetro 6 no que se refere a locais de destaque onde são expostos trabalhos de arte. Entretanto, os espaços do PP#3 dizem respeito também a outros trabalhos, podendo ser de trabalhos de ciências, exposição de vídeos em algum equipamento de televisão, computador e equivalentes, e assim por diante. Além disso, estão incluídos nesse parâmetro exposições de fotografias onde aparecem os alunos e funcionários em evento, ou troféus de campeonatos que a instituição participou, etc. No registro do parâmetro 3 em visitas de observação, é necessário analisar especificamente a presença de trabalhos em exposição feitos pelos alunos. As fotografias, troféus e similares, quando existentes, enriquecem o parâmetro, mas por si só não garantem sua existência total. Na relação com o parâmetro de projeto 6, a presença total do PP#3 garante apenas a presença parcial do 6. Por outro lado, em casos onde o parâmetro 6 não seja observado, pode-se afirmar que o 3 não existe ou existe parcialmente (Figura 76).

Legenda: Existe Existe parcial Não existe

Figura 76 – Conexão de Parâmetros de Projeto – PPs 3 e 6

Os parâmetros 6 e 3, masem especial o 3, estão conectados ao parâmetro de projeto 2 (Entrada Convidativa). Para registro deste, durante as observações da conformação física escolar, é analisada a presença de algumas características específicas. Dentre elas, está um elemento de assinatura, que proporcione identidade para a escola, seja a forma do edifício, o acesso, a fachada, ou outras características que particularizem aquela instituição. Adicionalmente, considera-se essencial a presença de uma entrada coberta e ampla para que alunos, pais e/ou funcionários possam aguardar, onde seja incluída área de exposição de trabalhos dos alunos e/ou vistas para atividades destes. Um espaço de transição entre o exterior do sítio da escola e o interior desta é, da mesma maneira, requerido pelas definições do parâmetro 3. A conexão com o parâmetro 3 está na presença de espaço de exposição de trabalhos dos alunos. No caso do parâmetro 2, porém, observa-se especificamente a existência deste elemento, ou a visão para ambientes onde os alunos realizem suas atividades, na área de entrada da escola. Entretanto, mesmo que em ambos os parâmetros exista descrição de espaços de exposição, eles não estão conectados por existência mútua. Deste modo, o parâmetro 2 pode existir e o parâmetro 3 não, ou existir parcialmente, e vice-versa.

Um dos elementos do parâmetro 2 é, da mesma maneira, considerado no PP#23, “Assinatura Local”: a necessidade de algum aspecto que garanta identidade à escola. Para que este parâmetro seja considerado como completo, entretanto, há de se observar, ainda, a expressão da pedagogia e valores da instituição. A organização do edifício, disposição/existência de salas de aula, circulação, pátios, além da existência de elementos simbólicos, sejam eles internos ou externos ao prédio considerado, são consideradas. O elemento simbólico, quando externo, pode estar localizado na entrada do edifício e, assim, contribuir para a existência tanto deste parâmetro (23) quanto para o 2. Todavia, essa relação de causalidade “existência-existência” não é, necessariamente, obtida sempre que este elemento

esteja presente na escola. Nas circunstâncias que ele esteja posicionado em outro local que não a entrada, por exemplo, o parâmetro de “Assinatura Local” tem um de seus itens atendidos, o que não ocorre com o de “Entrada Convidativa”. A relação que se obtém entre os parâmetros é apresentada na Figura 77: Observando-se o parâmetro 23 por completo em visitas à edifícios escolares, o parâmetro 2 pode existir, existir parcialmente ou não existir, enquanto a presença total do parâmetro 2 implica na presença completa ou parcial do parâmetro 23.

Legenda: Existe Existe parcial Não existe

Figura 77 – Conexão de Parâmetros de Projeto – PPs 2 e 23

Os parâmetros 9, 10 e 12 (Transparência, Vistas interiores e exteriores e Conexão entre espaços internos e externos, respectivamente) foram considerados os mais próximos e mais propícios a interferência mútua na compreensão de suas definições, o que gerou desafios para análise da existência ou não de cada um deles. Dessa maneira, propõe-se definições que consigam distinguir as características observadas para a verificação da presença de cada um deles. A partir de suas representações gráficas da Tabela 8, percebe-se que os três devem apresentar elementos de conexão visual.

No PP#9, o foco foi dado na análise em algumas áreas específicas, como o parâmetro 5, que analisa laboratórios. Neste caso, porém, é observada com maior interesse a área administrativa e sua conexão física (sem paredes) e visual (por meio do uso de grandes janelas ou paredes de vidro) com as áreas sociais e de estudo. Ademais, incluídos no parâmetro 9 estão a visibilidade da área de entrada para ambientes de estudo (aspecto que integra também o parâmetro 2, de entrada convidativa), bem como o tipo de elementos arquitetônicos que conectam estes ambientes. O contato, facilitado por aberturas, das áreas de estudo para outras adjacentes de aprendizagem informal (corredores, pátios, entre outros) e a presença de luz natural em corredores (ou espaços de conexão) são elementos necessários ao parâmetro 9. A ausência de qualquer um destes itens ocasiona o registro da existência parcial do parâmetro, por exemplo: a observação da área administrativa com visual bloqueado para demais ambientes é

um indicativo de não existência do parâmetro, assim como salas de aula tradicionais com janelas apenas para áreas externas da escola também não se adequam ao especificado neste parâmetro. Por outro lado, caso as salas de aula possuam, por exemplo, aberturas que garantam visibilidade para áreas adjacentes e sejam distribuídas ao redor de uma circulação para estudos informais, significa que um dos itens da descrição do parâmetro 9 foi encontrado.

Enquanto no parâmetro 9 são observados alguns ambientes específicos, para as considerações do parâmetro 10 foram considerados a existência de elementos arquitetônicos (janelas/portas/paredes) que propiciam vistas. De acordo com as definições deste parâmetro, a conexão pode ser unicamente visual, sem que os espaços estejam conectados fisicamente (pela ausência de barreiras, como paredes). As vistas para descansar a visão e o uso de vidro são os elementos básicos observados e, por isso, deve-se considerar o alcance da vista. Assim, em um caso onde as únicas janelas da sala têm visual para a parte a parte externa da escola, mas interna do sítio com alcance para os muros, este parâmetro fica comprometido. Da mesma forma, se existem janelas tanto para o exterior, quanto para o interior, mas estas são janelas com peitoril maior do que o ideal para garantir vistas (1,10 a 1,20m), também significa falha neste parâmetro, já que os horizontes de visão são restritos. Em alternativa, ao existir grande janela de um ambiente estudo para outro adjacente, o parâmetro pode ser percebido, enquanto no caso de esta janela se voltar para um corredor usado apenas como passagem, a conexão é falha, e, por isso, o parâmetro 10 é registrado como encontrado parcialmente (o elemento arquitetônico existe, mas o ponto de conexão não proporciona vistas de interesse).

No que diz respeito ao parâmetro 12, há outra abordagem para as observações. As considerações dizem respeito a alguns ambientes específicos, como no parâmetro 9, mas com relação a ambientes externos e sua conexão aos internos. Nesse parâmetro deve ser possível o contato (conexão física, acesso) a elementos naturais, seja hortas, jardins, áreas arborizadas, entre outras. Recomenda-se que toda a implantação da escola tenha como base um projeto paisagístico com áreas livres com vegetação. Além disso, deve haver conexão física direta (sem paredes) e, por consequência, visual entre áreas internas e externas (como uma sala que se abre para um jardim, um terraço, varanda, por meio de abertura generosa, ou pela criação de salas ao ar livre, em espaços abertos. Essas conexões físicas devem ser facilitadas, sem barreiras, como portas permanentemente fechadas ou contato apenas por janelas. A relação entre os três parâmetros (9, 10 e 12) pode ser vista na Figura 78.

Legenda: Existe Existe parcial Não existe

Figura 78 – Conexão de Parâmetros de Projeto – PPs 9, 10 e 12

Outros parâmetros possuem conexão, entretanto, apresentou-se aqui aqueles que, durante os estudos de caso, mais causaram dúvidas na forma de abordagem. Cada escola visitada apresentava conformação arquitetônica diferenciada, mesmo aquelas projetadas e construídas pela mesma Fundação. Por este motivo, foi necessário estabelecer um critério objetivo para julgamento da existência dos parâmetros, levando em consideração as definições dos autores-base. Contudo, as observações sobre os parâmetros de projeto recaem, muitas vezes, na maneira de uso das áreas. Apesar de saber a importância que tem a utilização dos ambientes, para esta análise de configuração buscou-se concentrar as observações mais nos elementos físicos e sua disposição, do que na realização das atividades e como aconteciam no espaço.

9.4.2. Descrição das modalidades de aprendizagem para apoio no processo de projeto

O levantamento das modalidades de aprendizagem, a partir das visitas às escolas, foi realizado tendo em mãos a lista apresentada na Tabela 4. Neste processo, anotações foram feitas pela percepção da necessidade de ampliações e melhores detalhamentos no conceito de modalidades. As propostas neste sentido buscam enquadrar maior variedade de atividades, evitando também ambiguidades de interpretação. A Tabela 10 aponta, em cinza, aquelas modalidades para as quais foram sugeridas alterações, seja por subdivisão ou por ampliação da compreensão do conceito a ela relacionado.

Tabela 10 - Modalidades de aprendizagem com propostas de alteração* 1. Estudos independentes

2. Tutoria entre alunos

3. Trabalho em grupos de tamanho médio e grande (2-6 pessoas) 4. Aprendizado individual com o professor

5. Palestras com professor ou especialista 6. Aprendizado por projeto

7. Aprendizado por tecnologia, com notebooks 8. Ensino à distância

9. Pesquisas na Internet 10. Apresentações

11. Aprendizado por performances e música 12. Aprendizado por seminários

13. Ensino colaborativo 14. Aprendizado pela natureza 15. Aprendizado social/emocional 16. Aprendizado pela arte

17. Storytelling

18. Aprendizado por projetos manuais

*Em cinza, modalidades destacadas passíveis de alteração.

A modalidade 4 diz respeito ao “Aprendizado individual com o professor”. Essa atividade é claramente identificada, durante as visitas, nos momentos que ocorre. Entretanto, algumas situações apresentaram variação deste parâmetro, que estariam ao mesmo tempo que conectadas à modalidade de número 4, ligadas à MA 2 ou 3 (“Tutoria entre alunos” e “Trabalho em grupos de tamanho médio e grande”), a depender do caso. Ao encontrar uma situação em que o professor auxilia uma dupla de alunos ou um grupo, sem se direcionar especificamente para um deles, no que seria o aprendizado individual correspondente à MA#4, percebeu-se a necessidade de uma definição mais clara. Assim, a subdivisão desta modalidade é indicada, pela ampliação das categorias “Aprendizado em dupla com o professor” e “Aprendizado em pequenos grupos com o professor”. Dessa forma, é possível valorizar a presença do professor em cada situação.

A discussão sobre a MA#5, de “Palestras com professor ou especialista”, pode também incluir uma subcategoria, ao serem observadas circunstâncias em que ocorre interação dos alunos com o professor. Foram presenciados ambos os casos durante as visitas e percebeu- se que, apesar de fazerem parte do mesmo modelo geral (relação do professor como elemento central), a postura de participação dos alunos é diferente em ambos os casos. A modalidade 5, da maneira como é considerada atualmente corresponde a uma situação expositiva, na qual os alunos são receptores do conhecimento, enquanto na subcategoria proposta, há dinâmica de relacionamento entre as explicações do professor e a reação dos estudantes. Além deste acréscimo, um segundo é sugerido. O aprendizado no formato de palestras com professore ou

especialista pode ocorrer com participação dos alunos quando estes realizam atividades propostas pelo professor, como pequenas pesquisas para o assunto abordado, ou projeto manual de curta duração para o momento da aula.

Notou-se a ausência de modalidades de aprendizagem voltadas especificamente a atividades físicas (como nas aulas de Educação Física) ou relacionadas a jogos. No momento das observações, estas atividades foram consideradas inseridas nas modalidades 2 ou 3, a depender do exercício e em aprendizado social/emocional, MA#15. Em alguns casos, também houve registro destas como performance, da modalidade 11. Entretanto, notou-se que uma nova modalidade para enquadrar as atividades físicas e jogos melhor descreve o que de fato ocorre nesses casos.

Há duas modalidades cujos conceitos demandam melhor definição de significado: “Aprendizado por performances e música” e o “Aprendizado por arte”, correspondentes às modalidades 11 e 16 respectivamente. Na primeira, considerou-se também as questões de atividades físicas. Além disso, considerou-se performance toda expressão artística similar a teatro ou dança. Para os trabalhos de arte da MA#16, ampliou-se seu entendimento para além de pinturas (quaisquer tipos de pintura, com tintas, giz de cera, lápis, entre outros). Entendeu- se arte também como o contato e produção de esculturas, cerâmicas, trabalhos com tecidos, vídeos, filmes, entre outros. Apesar de se considerar música e performance como parte de expressões artísticas, aqui elas permaneceram separadas, consideradas apenas na MA#11, a fim de seguir o raciocínio do autor-base (LIPPMAN, 2003).

Pelas observações e reflexões feitas as modalidades de aprendizagem, considerou- se também ampliação de conceito da modalidade 15. A princípio, entendia-se o “Aprendizado Social/Emocional” como algo que seria visto especificamente neste contexto, em atividades de descanso, conexão interior, ou dinâmicas de cooperação. Entretanto, ao serem observados os alunos em suas atividades em casos reais, percebeu-se que o aprendizado social está presente em toda relação com o próximo, seja por trabalhos em dupla ou grupos e em contextos variados: tocando instrumentos juntos, resolvendo um problema de matemática, construindo uma maquete, etc. Por este motivo, o aprendizado social teve presença forte nos casos em que foram observados trabalhos em grupo.

Outros desafios foram percebidos na classificação e registro das atividades como MA#7 ou MA#9. A forma que estas acontecem é muito próxima, o que causa dificuldades em sua diferenciação pela observação dos alunos ao realiza-las. Para sua distinção, é necessário o posicionamento do pesquisador ao lado do aluno, para que seja possível contato visual do equipamento utilizado e sua destinação. Outra maneira de ter ciência da atividade realizada

(modalidade 7 ou 9), é pelo questionamento ao professor ou ao próprio aluno sobre o trabalho em andamento. Além deste esclarecimento, propõe-se que a modalidade 7 tenha seu nome modificado para enquadrar outros tipos de tecnologia, que não apenas notebooks, mas também por tablets e similares, passando a ser apenas “Aprendizado por tecnologias”. Dessa maneira, sua representação também passou por modificação.

Nair, Fielding e Lackney (2013) acrescentaram, na última edição de seu livro, duas modalidades de aprendizagem. O aprendizado colaborativo, do parâmetro 13, foi considerado por estes autores no parâmetro 19, enquanto o 13 foi nomeado de ensino interdisciplinar. Na

Tabela 11, o PP#13 permaneceu com o mesmo nome, de acordo com a ordem de Lippman