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SPBR (Marcações das circulações feitas pela autora a partir

8. ESTUDOS DE CASO

Os estudos de caso em escolas que atendessem o Ensino Fundamental II foram realizados para observar a sua configuração física e a influência desta nas atividades educacionais observadas. Para tanto, os conceitos de parâmetros de projeto e modalidades de aprendizagem foram essenciais, acrescentando análises com base em behavior settings. Desenvolveu-se quatro estudos, chamados escolas A, B, C e D. Dois destes ocorreram em escolas com modelo arquitetônico considerado tradicional (A e D) e outros dois com configurações físicas diferenciadas (B e C). A nomenclatura das escolas na ordem alfabética apontada foi definida com base na ordem de visita. Os quatro estudos são apresentados, sendo que dois deles possuem análises parciais (A e B) e dois análises completas (C e D) de acordo com a aplicação do protocolo. Decidiu-se apresentar os resultados parciais além dos totais uma vez também são indicativos importantes para a compreensão da arquitetura escolar, com base nos parâmetros de projeto, e sua relação com as modalidades de aprendizagem.

8.1. Escola A

A Escola A foi inaugurada pela FDE em 2015, na cidade de Campinas. Nela estudam 1646 alunos em 3 turnos: 6ºs e 7ºs anos no período matutino, 8ºs e 9º anos no vespertino e Ensino Médio no período noturno. O edifício possui 18 salas de aula, dois laboratórios, biblioteca, sala de computação, quadra, pátio, cantina e setor administrativo e para professores distribuídos em dois pavimentos. Todas as salas de aula estão localizadas no pavimento superior, enquanto os demais ambientes citados se localizam no pavimento térreo. A quadra é rebaixada para que seu pé-direito esteja na mesma altura do total da escola. As

Figuras 25 e 26 apresentam esquemas em planta e corte da escola.

O edifício foi selecionado para a 9ª edição do Prêmio Ibero-Americano de Arquitetura e Urbanismo, o que mostra qualidade arquitetônica, principalmente relacionado às soluções de circulação de ar e acústica.A preocupação ambiental na construção também esteve presente, sendo feitas a gestão de resíduo e preocupações com a qualidade sanitária, entre outras, garantindo o selo de Alta Qualidade Ambiental AQUA-HQE tanto do pré-projeto quanto no projeto. Entretanto, no período pós-ocupação foi levantado, a partir da visita, principalmente através do walkthrough realizado, que o sistema geotérmico adotado para circulação de ar e conforto térmico nunca funcionou efetivamente, e que houve rápida deterioração de forros acústicos, das proteções de sistemas de encanamento, móveis e janelas por atos de vandalismo.

IMPLANTAÇÃO E PLANTA TÉRREO PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

Figura 25 - Implantação e Plantas baixas esquemática do térreo e primeiro pavimentos – Escola A

CORTE AA’

CORTE BB’

Figura 26 - Cortes esquemáticos AA’ e BB’ – Escola A

A primeira visita foi realizada durante o período da tarde e nela realizou-se o

walkthrough, com duração aproximada de 2h. A segunda visita, também com duração

aproximada de 2h ocorreu durante o período da manhã, como recomendado pelo diretor, para observação através de protocolo. No entanto, em função da falta de atividades de ensino, não

foi possível aplica-lo por completo. Durante a primeira visita foram observados os parâmetros de projeto. As modalidades de aprendizagem e mapas comportamentais, que deveriam ser observadas e desenhados, respectivamente, não puderam ser feitos pelas dificuldades existentes.

8.1.1. Parâmetros de Projeto – Escola A

A realização do walkthrough, na primeira visita, permitiu ter um panorama geral da construção, considerando os elementos arquitetônicos, das instalações existentes, e o estado de conservação de ambos. A escola está localizada em bairro de periferia da cidade, o qual possui problemas de violência conhecidos. Esta situação se reflete nas dificuldades que as autoridades, inclusive a direção da escola, encontram em gerenciar e manter a infraestrutura e as atividades de ensino nos padrões desejados. Desta forma, observou-se problemas disciplinares e alto grau de vandalismo.

Nesta primeira visita foram observados os parâmetros de projeto. Estes foram compilados conforme apresentado na Figura 27, que mostra que apenas um parâmetro se destaca como existente, de acordo com a descrição dos autores: área de educação física (PP#7). No caso da escola A, estas áreas foram encontradas distribuídas em áreas cobertas e não cobertas da escola (interno x externo), com existência de quadra poliesportiva. Pela Figura 27 pode-se notar também que 14 PPs foram classificados como parcialmente existentes e outros 14 como não existentes, os quais perfazem quase 50% do número total de parâmetros recomendados.

Legenda: Existe Existe parcial Não existe

Dentre os parâmetros parcialmente existentes, encontram-se os seguintes:

1) Salas de aula, ambientes de ensino e pequenas comunidades de aprendizagem; 2) Entrada Convidativa;

3) Espaços de exposição do trabalho dos alunos; 6) Arte, música e atuação;

10) Vistas interiores e exteriores; 15) Campfire Space;

16) Watering Hole Space; 19) Iluminação Natural; 23) Assinatura Local;

24) Conexão com a comunidade; 26) Professores como profissionais; 28) Proteção e segurança;

29) Síntese dos parâmetros.

De acordo com Nair, Fielding e Lackney (2013), o parâmetro 1, por exemplo, enquadraria livre movimentação dentro dos espaços de ensino-aprendizagem, que deveriam possuir layout modificável para realização de trabalhos individuais ou em grupo, bem como para a realização de variadas atividades ao mesmo tempo, com professores interagindo em ambientes com área de circulação minimizada. Nesta escola, porém, as salas de aula são tradicionais, com baixa variação nas atividades e nos móveis, apesar de poderem serem reorganizados para diferentes tarefas, permanecem na maioria dos espaços alinhados em fileiras. A escola é organizada de modo que estreitos corredores dão acesso a salas de aula em apenas um de seus lados (o que pode ser visto na Figura 25). Estes espaços, que poderiam ser aproveitados para ampliar os parâmetros 3, 15 e 16, como exemplo de uso para atividades sociais positivas para o ensino e aprendizagem. No entanto, esta área é utilizada apenas como circulação.

As vistas interiores e exteriores defendidas no PP#10 são pouco exploradas na escola A, uma vez que mesmo com a existência de grandes janelas nas salas de aula para o lado externo, a visão é obstruída por brises (ainda que considerando que estes foram necessários pelo posicionamento – orientação solar – das aberturas). Além disso, as janelas possuem sistema de abertura com baixa amplitude – por basculante –, o que prejudica também o PP#20 (ventilação natural). A conexão visual internamente entre ambientes, que diz respeito às vistas internas, existe em baixa quantidade no edifício. As salas de aula, por exemplo, não possuem esse tipo de conexão com outras áreas internas da escola. E os corredores superiores possuem pequenas aberturas para os pátios coberto e descoberto. Pelas características gerais do edifício, percebe- se que ele possui identidade e qualidade construtiva, o que garantiu sua indicação ao Prêmio Ibero-Americano de Arquitetura e Urbanismo. Esse fato mostra que alguns dos pontos

relacionados ao PP#23, de assinatura local, são existentes. Contudo, falta maior conexão com a comunidade local, tanto uma conexão física ao centro da comunidade, como social, com as características e necessidades do bairro onde está inserida.

Os parâmetros não existentes são:

4) Espaço individual para armazenamento de material; 5) Laboratório de Ciências e Artes;

8) Áreas casuais para alimentação; 9) Transparência;

1) Tecnologia Distribuída;

12) Conexão entre espaços externos e internos; 13) Mobiliários confortáveis;

14) Espaços flexíveis; 17) Cave Space;

18) Projeto para inteligências múltiplas; 20) Ventilação Natural;

21) Iluminação, cor e aprendizagem; 22) Elementos de sustentabilidade; 25) Banheiros como os de casa;

27) Recursos de aprendizado compartilhados e biblioteca.

Dentre esses, os de maior destaque para uma arquitetura escolar do século XXI são PPs 9 e 12, que trabalham com conexões, sejam visuais ou por aberturas diretas a espaços internos e externos, o que significa conectar mais do que espaços físicos, mas conhecimento, permitindo um processo de ensino-aprendizagem fluido e transparente ao longo de toda a escola, bem como garantindo maior segurança pelo controle visual. Esses aspectos não foram encontrados na escola A, uma vez que esta possui área administrativa fechada em si, com baixa visibilidade para demais áreas da escola e salas divididas entre si e para corredores por paredes opacas. Além disso, a presença da natureza é baixa para garantir uma conexão de espaços internos-externos. Apesar da existência de pátio aberto, este não garante conexão fluida com outros ambientes da escola, especialmente com áreas de estudo.

Entre os parâmetros não existentes destaca-se o PP#18, que diz respeito ao projeto para inteligências múltiplas, o que pode ser observado pela baixa variedade de salas de aula, com falta de áreas de estudo informal. Além disso, espaços que poderiam garantir uma variedade relacionada às múltiplas inteligências têm baixa utilização. Dentre eles se encontram: laboratórios de ciências, que poderiam ser utilizados também como laboratórios de artes; biblioteca, que ao ter utilização ampliada auxiliaria no compartilhamento de recursos. A sala de computação, existente no edifício, também poderia auxiliar no desenvolvimento das múltiplas inteligências, entretanto a direção da escola ainda encontra dificuldades para sua

inauguração oficial. Outros espaços poderiam ter sido projetados para garantir ainda maior diversidade, como salas de música e mídia. A falta de tecnologia distribuída na escola também impacta no desenvolvimento de algumas das habilidades do século XXI relacionada as MIs.

Os três parâmetros considerados nessa pesquisa como mais importantes: 15)

Campfire Space, 16) Watering Hole Space e 17) Cave Space, não foram encontrados em sua

totalidade na escola A. Observou-se, em alguns ambientes do edifício, a incorporação de alguns dos elementos destes parâmetros, mas não sua totalidade. As arquibancadas existentes na quadra poliesportiva proporcionam uma área de destaque para utilização ao nível da quadra (correspondente ao parâmetro Campfire), mas há dificuldade para ampliar as atividades. Quanto ao elemento “acústica”, necessário para o funcionamento deste parâmetro, observou-se que outros ambientes da escola não seriam afetados pelos sons produzidos nesse espaço, mas nesta pesquisa não se observou o uso desse espaço para tal finalidade de modo que fossem feitas anotações práticas. Com relação ao PP#16, existem bancos que poderiam facilitar aprendizados informais, mas a localização deles (no pátio aberto), configuração e layout, ligadas as atividades desenvolvidas na escola, não estimula seu uso com a função destacada nesse parâmetro. As características do PP#17 não foram encontradas ao longo da escola.

8.1.2. Modalidades de Aprendizagem – Escola A

Após o agendamento da segunda visita, os materiais para coleta foram organizados, o que incluiu a definição do percurso a ser realizado, ambientes a visitar e observar, tempos de permanência em cada espaço e tempo de permanência total. Foi determinado a duração total da visita de acordo com a duração de duas aulas da escola. Dessa maneira, programou-se a repetição do percurso duas vezes, cada uma durando 50 minutos (tempo de cada aula na escola A). As plantas baixas da escola foram preparadas, para acompanhamento do percurso, apontando a ordem, horários e tempo de permanência em cada ambiente selecionado.

A segunda visita ocorreu em um dos dias que muitos professores não estavam presentes e, dessa maneira, muitos alunos estavam sem aula. De fato, no momento da coleta observou-se (com auxílio das explicações do responsável que acompanhava o processo), que a escola A possui problemas relacionados a falta de professores. Por se tratar de uma escola na periferia da cidade de Campinas, há dificuldade em completar as vagas abertas para professores, ou estes faltam dias de trabalhos, ambos os casos em grande parte relacionados com a localização da escola e seu acesso. Nos dias de maior ausência dos professores, não existem funcionários suficientes para supervisionar as salas, o que foi observado na visita. Em função

da falta de professores e funcionários observou-se também falta de atividades de ensino pleno, o que prejudicou o levantamento de dados. O estudo de caso se mostra válido, contudo, por representar a realidade do ensino atual.

Os dados coletados não foram representativos, porém, do que ocorre no dia-a-dia da escola e, uma vez que não foi possível seguir corretamente o protocolo, não foi possível gerar quantidade suficiente de dados, o que impossibilitou a geração dos gráficos de MA. Observou-se, entretanto, de modo geral, a predominância de atividades expositivas (relacionada à modalidade 5), com aplicação de atividades individuais ou em dupla (quando um aluno precisa de auxílio no desenvolvimento da atividade), que dizem respeito às modalidades 1 e 2 respectivamente. Estas atividades ocorriam com auxílio do professor de em certos momentos, o que se conecta à modalidade 4. Durante a permanência na escola, também foram observadas atividades em grupo (modalidade 3) relacionada a esporte, mas que ocorriam de forma espontânea. As demais modalidades não foram observadas.

8.2. Escola B

Selecionou-se a escola B pelo reconhecimento, no Brasil, de seu sistema educacional, que busca ser diferenciada com relação ao modelo tradicional. Trata-se de escola em espaço considerado de arquitetura não convencional. Este fato é percebido pela escola ocupar construções previamente utilizadas como chácara residencial, com construções datadas da década de 1960. Dessa maneira, destaca-se que as edificações no terreno não foram projetadas para fins de educação, passando por algumas reformas de adaptação pela própria instituição de ensino. Inaugurada em 1995, a escola foi transferida para as atuais instalações em 2012, o que a enquadrou no período de tempo proposto para a seleção dos estudos de caso.

A construção possui sete blocos nos quais se dividem área de salas de estudo (espaços de aprendizagem), biblioteca, laboratórios de arte, áreas de suporte e administração e recreação. Ademais, é proporcionado aos usuários extensa área de utilização externa. A instituição educacional situada em Cotia, parte da grande área metropolitana de São Paulo, atende aproximadamente 200 alunos entre 3 e 18 anos (com inauguração o Ensino Médio – EM – em 2017). Estes alunos não são divididos em classes, de acordo com suas idades, mas por grupos, chamados comunidades de aprendizagem, conforme o desenvolvimento individual dos estudantes. A passagem de um nível para o próximo depende da evolução dos próprios alunos pela realização de suas tarefas e sua capacidade de gerenciamento destas ao longo dos anos. As

IMPLANTAÇÃO E PLANTA TÉRREO

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

CORTE AA’

CORTE BB’

Figura 29 – Cortes esquemáticos AA’ e BB’ – Escola B

Por se tratar de uma escola com grande demanda de visitação, foi estabelecido um único dia por semana de abertura para estas atividades. Dessa maneira, o walkthrough inicial para reconhecimento e percepção geral de parâmetros foi condensado em uma única visita ao mesmo tempo que eram observadas e coletadas as modalidades de aprendizagem. A visita, considerando o percurso e conversa final durou aproximadamente 3h. A dificuldade de seguir o protocolo neste caso ocorreu por ter sido pré-estabelecido, pela administração da escola, o horário de visitação, o tempo de permanência total e por ambiente e o percurso. Assim, coletou- se observações sobre os parâmetros de projeto e anotou-se as modalidades observadas, mas com apenas um percurso. Os mapas comportamentais não puderam ser desenvolvidos, já que para a completa realização deles, o percurso deveria ter sido realizado ao menos duas vezes.

8.2.1. Parâmetros de Projeto – Escola B

Na visita à escola B percebeu-se maior variedade nos espaços existentes, bem como na sua disposição. Estes apresentam funções distintas, seja para estudos em grupo, para estudos individuais ou atividades de artes, variando também em ambientes mais fechados ou abertos, em contato direto com a natureza. Entretanto, poucos parâmetros foram observados em sua totalidade de acordo com as descrições de Nair, Fielding e Lackney (2013), o que significa que estes espaços ainda devem ser melhor adequados para abrigarem corretamente os parâmetros

de projeto, buscando que um maior número destes esteja presente. A análise dos PPs pode ser encontrada na Figura 30, onde se destacam quatro parâmetros totalmente presentes, 20 parâmetros parcialmente existentes e cinco não existentes. Apesar de o total de parâmetros existentes e parcialmente existentes corresponder a mais de 80% deles, ainda é necessária a evolução no sentido de proporcionar maior qualidade arquitetônica.

Os quatro parâmetros existentes são:

1) Salas de aula, ambiente de ensino e pequenas comunidades de aprendizagem; 7) Área de educação física;

12) Conexão entre espaços externos e internos; 23) Assinatura local.

Dentre esses, o parâmetro de mais clara percepção é o de conexão entre espaços externos e internos e este fato está de acordo com a pedagogia e a maneira que esta é aplicada. Muitos ambientes possuem conexão física direta com o espaço externo, ao ar livre e outros possuem visibilidade para tais áreas. Além disso, aos alunos é permitido percorrer com liberdade toda a escola, o que reitera a fluidez dos espaços. O PP#1 também tem destaque, pois é de grande importância para a pedagogia da escola proporcionar espaços de aprendizagem que são mais que salas de aula tradicionais. Estes garantem maior integração e proporcionam a realização de atividades variadas, além da maior possibilidade de interação dos professores com os alunos.

Legenda: Existe Existe parcial Não existe

Analisando os parâmetros parcialmente existentes, estes foram:

2) Entrada convidativa;

3) Espaço de exposição dos trabalhos dos alunos; 5) Laboratórios de Ciências e Artes;

6) Arte, música e atuação; 8) Áreas casuais de alimentação; 9) Transparência;

10) Vistas interiores e exteriores; 11) Tecnologia distribuída; 13) Mobiliários confortáveis; 14) Espaços flexíveis;

15) Campfire Space; 16) Watering Hole Space; 17) Cave Space;

18) Projeto para múltiplas inteligências; 19) Iluminação natural;

20) Ventilação natural;

24) Conexão com a comunidade;

27) Recursos de aprendizado compartilhado e biblioteca; 28) Proteção e segurança;

29) Síntese dos parâmetros.

Dentre estes, os parâmetros de destaque são aqueles relacionado a conexão visual e física entre os ambientes. Se, por um lado, nota-se o avanço na existência de transparência (PP#9), com visibilidade na entrada para áreas de ensino-aprendizagem informal, bem como visibilidade entre algumas classes e entre essas e outros espaços informais, ainda é possível melhor desenvolver essas conexões, principalmente visuais e no que diz respeito às áreas administrativas. Da mesma maneira, as vistas interiores e exteriores (PP#10) podem ser ampliadas, investindo na existência dessa característica em mais salas de estudo da escola B.

Uma vez que a escola considera cada aluno por suas qualidades individuais, pela pedagogia aplicada, recomenda-se que se desenvolvesse mais o PP#18, que diz respeito ao projeto para inteligências múltiplas. Para tanto, é necessário investir também nos parâmetros 5, 6 e 11 que trabalham diretamente com a diversidade das formas de ensino e aprendizagem: atividades de ciências, artes, música, teatro e aquelas voltadas para tecnologia. Além desses, porém, os parâmetros Watering Hole e Cave Space, quando desenvolvidos, proporcionam oportunidades distintas de organização dos alunos para realização das atividades de modo a estimular maior variedade de habilidades, pelo trabalho em grupo ou individual, o que impacta no desenvolvimento das MI.

Na lista dos parâmetros não encontrados, de acordo com as definições, estão:

4) Espaço individual para armazenamento de materiais; 21) Iluminação, cor e aprendizagem;

22) Elementos de sustentabilidade; 25) Banheiros como os de casa; 26) Professores como profissionais.

A partir da análise dos elementos não existentes e buscando analisar aqueles com maior conexão com a pedagogia aplicada, acredita-se que aqueles que poderiam ser focados, a curto prazo, seriam os parâmetros 22 e 25. Esforços em direção ao desenvolvimento PP#22 estão foram percebidos a partir de parceria externa com outras escolas que já possuem conhecimento da inclusão da sustentabilidade na escola, associando a atividades educativas. O desenvolvimento do segundo ampliaria a valorização, já existente, com relação aos professores do colégio.

Com relação aos parâmetros 15, 16 e 17 (Campfire, Watering Hole e Cave Space, respectivamente), destaca-se o fato que estes não foram encontrados totalmente, apesar da arquitetura escolar menos tradicional e o sistema educacional aplicado que proporciona liberdade de uso dos espaços e livre caminhar dos alunos. Percebeu-se que um possível espaço para Campfire, na área central da escola, pode ser traçado, mas sua infraestrutura ainda é insuficiente para ampliação das atividades, como para uso de equipamentos de projeção. Os alunos se organizam em atividades em grupos que possuem as características de Watering Hole, mas este parâmetro propriamente não foi encontrado no formato de nichos criados para este fim, o que também acontece com o Cave Space.

8.2.2. Modalidades de Aprendizagem – Escola B

A coleta das modalidades de aprendizagem ocorreu por observação ao mesmo tempo que os ambientes eram apresentados, o que teve duração aproximada de 1h30. O resultado geral pode ser encontrado na Figura 31, que mostra o número de vezes, em porcentagem, de cada uma das 18 MAs. Nessa análise foram realizadas 38 marcações de modalidades, com uma variedade correspondente a 10 modalidades de aprendizagem, o que corresponde a mais de 55% delas. Ainda assim, mesmo apresentando maior variedade quando comparada à Escola A, esperava-se que este número fosse maior devido à proposta educacional que a escola possui.