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4. RESULTADOS

4.1.4 Análise fatorial da Escala de Autoconsciência situacional

A Tabela 4 acima mostra as cargas fatoriais da Escala de Autoconsciência Situacional- EAS (Nascimento, 2008). Dos 13 itens originais, 7 itens apresentaram cargas fatoriais acima de |.40|. Com critério de Catell foi retido um componente e pelo Critério de Kaiser se reteve um componente com autovalor de 2.749, acima de 1 que explicou 39.27% da variância total, com a solução unifatorial, feita através da Análise dos componentes principais pela rotação do tipo Varimax.. A consistência interna da escala foi aceitável com um Alfa de Cronbach (α) de .73.

Tabela 5. Correlação entre os fatores da EED-M (N = 627) Prazer Vergonha rgulho Ansiedad e Pr azer Pearson Correlation r 1 .247** 270** - .212** p .000 .000 .000 N 627 27 27 627 Ve rgonha Pearson Correlation r -.247** .061 .5 54** p .000 129 .000 N 627 27 27 627 Or gulho Pearson Correlation r .270** 061 1 .2 35** p .000 129 .000 N 627 27 27 627 An siedade Pearson Correlation r -.21** 554** 235** 1 p .000 000 .000 N 627 27 627 627 Nota: ** A correlação é significante em 0.01; p = soma dos sigma

4.2 Correlações entre os fatores da Escala das Emoções de Desempenho na Matemática (EED-M)

A Tabela 5 mostra as correlações entre os fatores da Escala das Emoções de Desempenho na Matemática. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson que revelou correlações significantes entre os fatores da Escala das Emoções de Desempenho. O escore mais alto de correlação ocorreu entre os fatores Ansiedade e Vergonha evidenciando uma correlação positiva entre eles (r = .55, P<.000); e o menor escore, relacionando os fatores Ansiedade e Prazer (r = -.21, p<.000), havendo uma correlação negativa entre estes fatores. Nota-se também que houve uma correlação negativa entre os fatores Vergonha e Prazer (r = -.24, p<.000). A emoção de Prazer de desempenho em matemática obteve também uma correlação positiva com emoção de Orgulho de desempenho matemático. A emoção de Orgulho de desempenho na matemática não apresentou correlação significante com a emoção de Vergonha de desempenho na matemática, ambas as emoções consideradas despertas por objetos sociais (ver Damásio, 2004; Delgado, 1971; Harris, 1996; Vikan &

Dias, 1996).

Tabela 6. Correlação entre os fatores da Escala de Autoconceito Acadêmico em Matemática (AA-M) Fatores CHC CAT CHC-M r p CAT r p 1 .46a .000 .46a .000 1

a A correlação é significante ao nível 0.01 , p = soma dos sigma.

Notas: CHC-M (Crença na Habilidade Cognitiva em Matemática), CAT (Crença na Autoatribuição).

4.2.1 Correlações entre os Fatores da Escala de Autoconceito Acadêmico em Matemática

A Tabela 6 acima apresenta as correlações entre fatores da Escala de Autoconceito Acadêmico em Matemática. O teste de correlação de Pearson mostrou uma relação significante entre os dois fatores da escala, Crença na Habilidade Cognitiva e Crença na Habilidade de Autoatribuição com o escore de r = .46, evidenciando uma ligação entre os aspectos mais gerais do autoconceito com o autoconceito acadêmico na amostra de estudantes pesquisada.

4.2.2 Relações entre a Escala das Emoções de Desempenho na Matemática e as Notas de Matemática dos Estudantes

Tabela 7. Correlação entre os fatores das Emoções de Desempenho na Matemática da Escala EED-M e as Notas de Matemática

Fatores Prazer Vergonha Orgulho Ansiedade Nota de Matemática I r . 19a -.16a .03 -.11a

p .000 .000 .398 .008

Nota de Matemática II r .24a -.18a .07 -.16a

p .000 .000 .092 .000

Nota: a A correlação é significante em 0.01, p = soma dos sigma.

A Tabela 7 mostra as interrelações entre as variáveis da Escala das Emoções de Desempenho na Matemática-EED-M e s variável de Desempenho composta pelas notas de matemática dos estudantes que participaram desta pesquisa. O coeficiente de Pearson revelou correlações significantes entre a maior parte dos fatores. O escore mais alto foi de r = .24, p = .000 entre a variável Nota de Matemática II e o fator Prazer, demonstrando uma relação positiva entre estes. O escore mais baixo foi de r = .03, p<.398 indicando que não há correlação significante entre o fator Orgulho a Nota de Matemática I, bem como com a Nota de Matemática II. Nota-se uma correlação significante e negativa entre o fator Vergonha e a Nota de Matemática I com o escore r = -.16, p = .000 e a Nota de Matemática II, r = -.18, p = .000. Evidenciou-se também uma relação significante e negativa entre o fator Ansiedade e a Nota de Matemática I, r = - .11, p<.008; a mesma valência negativa entre este fator e a Nota de Matemática II com o escore r = -.16, p = .000.

Tabela 8. Correlações entre os Fatores do Autoconceito Acadêmico em Matemática da Escala (EAA-M) e as Notas de Matemática

Fatores CHC-M CAT Nota de Matemática I r .31a .13a p .000 .001 Nota de Matemática II r .31a .16a p .000 .000

Nota: a A correlação é significante ao nível 0.01; CHC-M (Crença na Habilidade Cognitiva em Matemática); CAT

(Crença na Autoatribuição); p = soma dos sigma. .

4.2.3 Correlações entre os Fatores do Autoconceito Acadêmico em Matemática da Escala (EAA-M) e as Notas de Matemática

A Tabela 8 mostra as interrelações entre os fatores do autoconceito acadêmico em matemática da Escala (EAA-M) e as notas de matemática (duas médias bimestrais) dos alunos que participaram desta pesquisa. Como se pode observar os escores obtidos através do coeficiente de correlação de Pearson demonstram uma correlação significante e positiva das notas de matemática dos estudantes com a Escala de Autoconceito Acadêmico em Matemática. O maior escore foi a correlação do fator CHC (Crença na Habilidade Cognitiva em Matemática) e as notas de matemática I e II (r = .31, p = .000). O fator CAT (Crença na Autoatribuição) apresentou um escore mais baixo de correlação positiva – r = .13, p < .001 – com a Nota de Matemática I e r = .16, p = .000, com a Nota de Matemática II..

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 Nota de matemática1 2 Notaa de matemática 2 .59b 3 Sexo .01 .05 4 Idade -.12b .02 -.02 5 Renda -.07 .20b ..10a .22 6 Escola Particular .09a -.26b .10b .19 .72 7.Prazer .19b .24b .15 -.00 .09 -.04 8 Vergonha .16b .18b .18b .02 .00 -.04 .24 9 Orgulho .03 .07 .12b .08 .14 .10 .27 .06 10 Ansiedade .11b .16b .25b .08 .09 .18 .21 .55b .23

11 Crença na habilidade cognitiva .31b .31b .26b .08 .00 -.0 .57 .46b .19 .42

12 Crença na Autoatribuição .13b .16b .03 -.03 .09 .13 .34 .22b .27 -.06 .46 13 Autoimagem Independente -.00 -.00 .11b .05 .14 .17b .02 -.02 .20 .16 .10 .36 14.Autoimagem Interdependente .07 .03 .03 -.04 -.00 .03 .09 .08a 08. a .14 .01 .05 .27b 15 Autoconsciência Situacional -.03 -.01 .12b -.06 -.01 .08 .04 .16b .18 .26 -.03 .14 .31 .16 b Correlação é significantiva em 0.01 a Correlação é significantiva em 0.05

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 Nota de matemática1 2 Notaa de matemática 2 .59b 3 Sexo .01 .05 4 Idade -.12b .02 -.02 5 Renda -.07 .20b ..10a .22 6 Escola Particular .09a -.26b .10b .19 .72 7.Prazer .19b .24b .15 -.00 .09 -.04 8 Vergonha .16b .18b .18b .02 .00 -.04 .24 9 Orgulho .03 .07 .12b .08 .14 .10 .27 .06 10 Ansiedade .11b .16b .25b .08 .09 .18 .21 .55b .23

11 Crença na habilidade cognitiva .31b .31b .26b .08 .00 -.0 .57 .46b .19 .42

12 Crença na Autoatribuição .13b .16b .03 -.03 .09 .13 .34 .22b .27 -.06 .46 13 Autoimagem Independente -.00 -.00 .11b .05 .14 .17b .02 -.02 .20 .16 .10 .36 14.Autoimagem Interdependente .07 .03 .03 -.04 -.00 .03 .09 .08a 08. a .14 .01 .05 .27b 15 Autoconsciência Situacional -.03 -.01 .12b -.06 -.01 .08 .04 .16b .18 .26 -.03 .14 .31 .16 b Correlação é significantiva em 0.01 a Correlação é significantiva em 0.05

4.2.4 Correlações entre as emoções de desempenho na matemática-EED-M, autoconceito acadêmico em matemática-CHC-M, autoimagem, autoconsciência, nível socioeconômico e o desempenho

Como já foi explanado nas sessões anteriores, houve uma correlação significante das variáveis da Escala das Emoções de Desempenho na Matemática – EED-M e as Notas de Matemática I/II – medidas de desempenho dos estudantes examinados nesta pesquisa acadêmica. O mesmo ocorreu entre as variáveis da Escala do Autoconceito Acadêmico em Matemática – EAA-M e tais medidas. Segue abaixo, a apresentação da segunda parte do estudo correlacional entre as variáveis em estudo.

A Tabela 9 mostra o estudo correlacional entre o conjunto das variáveis em estudo. Estes resultados estatísticos, obtidos pelo teste de Pearson demonstram que:

- A Emoção de Prazer na Matemática com o sexo, correlaciona-se de forma significante e positiva com r = .15, ou seja os meninos estão mais propensos a sentirem prazer em matemática do que as meninas, na amostra pesquisada.; Relaciona-se de forma negativa e significante com o fator Renda Familiar – r = -.09 (medida de nível socioeconômico – Questionário Sociodemográfico); com o fator Tipo de Escola (pública/particular), também componente da variável Nível Socioeconômico não houve correlação significante.

- A Emoção de Vergonha na Matemática teve correlação significante e negativa com sexo (r = -.18), os meninos estão menos propensos a sentirem vergonha de desempenho matemático do que as meninas, na amostra pesquisada. Não houve correlação significante com os fatores Renda Familiar e Tipo de Escola (pública/particular) componentes da variável Nível Socioeconômico.

- A Emoção de Orgulho na Matemática não apresentou correlação significante com as Notas de Matemática I e II como já foi visto anteriormente. Está relacionada de forma negativa e significante com o sexo (r = -.12) as meninas pesquisadas tendem a sentir mais emoção de orgulho de desempenho na matemática do que os meninos; também com a Idade11 dos alunos (r = -.08); com os Fatores da variável Nível Socioeconômico: Renda Familiar (r = .14), Tipo de Escola - pública/particular (r = .10 ), ou seja, os estudantes de Nível Socioeconômico mais elevado tendem a sentir mais orgulho de desempenho em matemática, na amostra pesquisada.

- A Emoção de Ansiedade na Matemática apresenta correlação significante, negativa com o sexo (r = -.25), as adolescentes da nossa amostra estão mais propensas a sentirem ansiedade de desempenho matemático do que os adolescentes; correlação significante e positiva com a Idade ( r= 08);com os fatores da variável Nível Socioeconômico,a Renda Familiar (r = -.09), Tipo de Escola pública/particular (r = -.18), isto é, os estudantes da amostra pesquisada de nível socioeconômico mais elevado tendem a sentir mais ansiedade de desempenho matemático do que os de Nível Socioeconômico mais baixo.

- O Fator Crença na Habilidade Cognitiva em Matemática (CHC-M) da Escala do Autoconceito Acadêmico em Matemática – EAA-M – além das emoções de desempenho e

11 A variável Idade foi incluída nesta pesquisa apenas para efeito complementar. Pois visto que os sujeitos

pesquisados, são adolescentes e estão ainda, em seu estágio de desenvolvimento, em fase de crescimento, achou- se interessante verificar sua associação com as variáveis que constituem o foco deste estudo. No entanto, não nos aprofundaremos na sua análise, pois foge ao escopo deste estudo.

das Notas de Matemática I/II como foi visto na sessão anterior – correlaciona-se de forma significante e positiva com a variável sexo dos estudantes (r = .26), isto é, os adolescentes da amostra estudada, estão mais propensos a terem um autoconceito acadêmico de habilidades em matemática mais alto do que as adolescentes. Houve também uma correlação significante e negativa com suas Idades (r = -.08), ou seja os estudantes adolescentes mais velhos da amostra estudada tendem a ter um autoconceito acadêmico em matemática mais baixo do que os mais novos. Não houve correlações significantes deste fator com os fatores Renda Familiar e Tipo de Escola da variável Nível Socioeconômico.

- O Fator Crença na Autoatribuição (CAT) da EAA-M, além das correlações já apresentadas na sessão anterior com as emoções de desempenho em matemática e com as Notas de Matemática I e II, confirmando a relação de aspectos mais gerais do autoconceito com desempenho, pelo menos na amostra pesquisada. Houve correlação significante e negativa deste fator com os fatores da variável Nível Socioeconômico Renda Familiar, com r = -.09; com o fator Tipo de Escola (pública/particular) com r = -.13, indicando que, na amostra estudada, existe uma tendência dos estudantes de nível socioeconômico mais alto a terem menos crença nas autoatribuições. Não houve correlação significante com o sexo e a idade

- O Fator Autoimagem Independente da Escala de Autoimagem de Gouveia (2002), correlacionou-se significante e positivamente com as emoções de desempenho na matemática orgulho (r = .20) e ansiedade (r = .16). Correlacionou-se também de forma negativa e significante com o sexo dos alunos (r = -.11) – os garotos da amostra estudada tendem mais a ter um tipo de autoimagem independente do que as garotas. Houve correlação significante e negativa com as variáveis de medida de Nível Socioeconômico – Renda Familiar dos alunos pesquisados (r = -.14) e Tipo de Escola (r = - .17), indicando que os estudantes com nível socioeconômico mais alto da amostra estudada, estão mais propensos a possuírem um tipo de autoimagem do self independente dos aspectos coletivos do seu meio sociocultural do que os estudantes de nível socioeconômico mais baixo. Não houve correlação significante deste fator com as variáveis de desempenho matemática Notas I/II; com a idade; com as emoções de prazer e vergonha.

- O Fator Autoimagem Interdependente da Escala de Autoimagem de Gouveia (op.cit.) também está relacionado positiva e significantemente com as emoções de desempenho em matemática Prazer (r = .09), Vergonha (r = .08), Orgulho (r = .08 ) e

Ansiedade (r = .14); com a Renda Familiar e com o tipo de Escola – pública/particular, medidas de nível socioeconômico, não houve correlação significante.

- O Fator Autoconsciência Situacional da Escala de Autoconsciência de Nascimento (2008), correlacionou-se com as emoções de desempenho na matemática Vergonha (r =.16 ), Orgulho (r = .18) e Ansiedade (r = .26). Foi também correlacionado significante e positivamente com o fator Crença na Autoatribuição – componente ligado a aspectos mais generalizados do autoconceito e que também ajudam a compor o autoconceito acadêmico. Houve uma correlação positiva e significante com os fatores Autoimagem Independente (r = .31) e Interdependente (r = .16). Foi correlacionado de forma negativa e significante com o sexo (r = -.12), ou seja, as meninas da amostra pesquisada estão mais propensas a terem autoconsciência situacional do que os meninos. Houve também correlação negativa e significante com os fatores Renda Familiar (r = -.10) e o Tipo de Escola-pública/particular (r = -.08) – os estudantes de nível socioeconômico mais alto, da amostra em questão, estão menos propensos a terem autoconsciência situacional do que os de nível socioeconômico mais baixo. Não houve correlação significante deste fator com a emoção de Prazer desempenho em matemática; com o fator CHC-M (Crença na Habilidade Cognitiva em Matemática) e com a variável de desempenho composta pelos fatores Nota de Matemática I/II.

A sessão a seguir tratará dos fatores que podem ser preditores das variáveis que são foco principal deste estudo.