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f) Caso 6 – Análises de diversos museus e exposições em França

4. Análise e pré-resultados

O design interage com diversas disciplinas de forma a ir de encontro com as necessidades dos usuários. Assim, é pretendido tratar dados e transformá-los em compreensíveis, precisos e com rapidez de apreensão.

Para isso é necessário fazer uma selecção da informação, organizar ideias e apresentá-las de forma precisa e neutra, mas capaz de suscitar interesse ao usuário. Aqui não se esquece a interacção com o público, pois é pretendido oferecer-lhes experiências, sendo estudado a melhor forma de o fazer, para que os resultados sejam atraentes visualmente, esclarecedores e eficazes.

É importante que o público consiga percorrer a informação sem se perder, o que designamos por wayfinding, onde absorva a informação intuitivamente e de forma dinâmica, como também se adapte facilmente ao contexto ou ambiente. O ser humano possui habilidades de movimentação em espaços, cabe ao Designer seguir este pressuposto para que o utilizador se movimente naturalmente e intuitivamente, conhecendo de antemão o público a que se pretende comunicar, não descuidando aspectos de identidade que criam relações espaciais, como também certos sinais e sinalização.

O ser humano guarda experiências ao longo da sua vivência, recriando imagens mentais do que observa. São estas imagens que lhes dão destreza para se movimentarem de forma mais hábil, quer num ambiente físico ou hipertextual. Ambos os ambientes contêm informação ou mensagens que se adaptam através de diversos meios ou canais de forma a direcionarem-se e inserirem o utilizador. A informação que é apresentada nos ambientes, são sucessivas ideias estruturadas e organizadas hierarquicamente tendo por base símbolos, signos, sinais, esquemas e infografias. No entanto para o designer transmitir a informação eficazmente é necessário entende-la e percebe-la, só assim as representações serão fiéis e perceptíveis.

Todos os termos anteriores são importantes e pensados na altura de criar uma exposição, para que cumpram o objectivo de complementar a educação dos visitantes e suscitar o interesse e retorno. O Designer de exposições deve ligar a informação com o ambiente, adequando as actividades ao público em questão, educando e instruindo os visitantes. Estes espaços devem comunicar de imediato com o visitante para que se oriente e obtenha progressivamente a informação, condicionando de forma estratégica todo o comportamento de quem visita.

Verifica-se que o público em destaque, o infantil, aprendem mais rápido quando estes podem interagir com o museu, a conhecida abordagem hands-on, onde podem “ver com as mãos”, tornando-se uma forma motivadora para a aprendizagem. É necessário que as exposições sejam pensadas para abrangerem todos os públicos, não cingindo meramente a crianças, para que o factor perceptivo e ergonómico se adapte a todos eles e que surjam estímulos que inter- relacionam tudo o que é comunicado.

Actualmente as crianças ganham especial importância no mundo social e de consumo, acreditando que é de pequenos que começam a desenvolver as suas personalidades e valores perante o que os cercam onde tudo o que acontecerá na infância terá influências futuras.

Portanto é essencial adaptar diversas formas de comunicar, minimizando as dificuldades de concentração e compreensão, expondo os conteúdos e objectos de forma lógica e estética, conseguindo comunicar de forma didáctica.

Percebeu-se que os mais pequenos, progressivamente desenvolvem o pensamento representativo, sendo que as crianças do ensino básico conseguem lembrar-se melhor do conteúdo informativo quando este é contado em forma de história, acompanhado de um ritmo adequado e expressividade.

Verifica-se que os espaços devem ser descontraídos e que incentivem a criatividade, aproximando-se da comunidade com a transmissão de sensações. Assim, tudo o que se encontra exposto deve conter historicidade e desenvolver o pensamento crítico do observador. Efectivamente em muitos museus encontram-se diversas actividades, tornando-os verdadeiros centros de experimentações e interactividade por permitirem manipulação e despertarem a curiosidade e o espírito científico. Os museus infantis são especialmente adequados aos mais pequenos mas também aos adultos. São espaços expositivos marcados pela cor relacionando todo o ambiente, preferindo áreas amplas e de cariz simbólico com valores representativos e metamórficos.

As crianças aprendem observando todos os comportamentos das pessoas que a cercam, inserido numa determinada cultura, desenvolvendo desde então os seus processos cognitivos. Desde pequenos possuem uma capacidade inata de adaptação, demonstrando o prazer de aprender de forma divertida e interagindo com outras crianças ou adultos, e com o mundo em geral. Assim ao brincarem trabalham a sua imaginação e o seu sentido de orientação, fascinando- lhe o desconhecido e aprendendo com jogos de descoberta.

Na análise de diversos parques temáticos e museus, são abordados bons e maus exemplos, verificando semelhanças e diferenças. Todos eles possuem carácter museológico e têm razão de existir contribuindo para a cultura da população. Eles são pensados e organizados seguindo uma continuidade hierárquica, verificado na distribuição da informação. Maioritariamente são guiados por uma ou mais mascotes facilitando a integração e a envolvência com o personagem e o espaço, indo de acordo com o imaginário infantil. Quando os espaços são pensados maioritariamente para crianças é notado de imediato pela forma mágica e igualmente educativa como todos os elementos são tratados, utilizando o mínimo texto possível mas equilibrando com uma boa linguagem cromática e espaços amplos. Portanto, estes ambientes são pensados para que o visitante percorra o espaço de forma intuitiva ligando o lúdico e o didáctico.

Os espaços vocacionados especialmente para adultos possuem uma abundância de informação textual distribuída por placards. Contudo estes espaços tornam-se aborrecidos e maçadores para as crianças. Os miúdos e mesmo os adultos aprendem visualizando imagens representativas e através de experiências ou actividades realizadas por elas, inserindo neste contexto a informação. Alguns espaços museológicos recorrem ao audiovisual, numa forma actual de interagir com os miúdos, estando estes perfeitamente inseridos nas sociedades modernas dependentes dos novos recursos interactivos, os novos media. Em alguns dos espaços analisados, como estudos de caso, existe a possibilidade de ser visualizado uma actividade em tempo real com o recurso a vídeos.

É de notar o serviço educativo em diversos casos de análise. Sendo estes vocacionados em especial para as crianças, verifica-se que a pessoa que as guia no decorrer da visita estabelece diálogo de pergunta resposta com elas, quebrando a monotonia aumentando o nível de atenção. Culmina o percurso expositivo numa sala preparada para a realização de actividades, onde se encontra o material necessário e é possível realizar algo relacionado com tudo o que foi abordado na visita. É uma forma de verificar a importância da visita para os mais pequenos como também verificar o que apreenderam ou retiveram em torno do que foi transmitido no percurso expositivo.

Em alguns casos as visitas são pensadas de modo a que cheguem a toda a família, nomeadamente aos parques temáticos, onde é possível rematar a visita sendo presenteados ou adquirindo lembranças do local.