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Design de exposições para o público infantil

parte I Estado da Questão

2. Revisão Literária

2.4. Design de exposições

2.4.1. Design de exposições para o público infantil

O museu infantil é o local onde se preza a educação e a cultura de forma criativa e alegre. É onde os mais pequenos aprendem participando, criando e imaginando, desenvolvendo a sua sensibilidade. O processo de aprendizagem é através de jogos e brincadeiras, despertando curiosidade, imaginação e participação, visando facilitar a construção dos seus conhecimentos, sendo o pequeno um participante activo no ambiente expositivo.

O próprio enquadramento do espaço, sua construção, facilita a sua memorização por parte do público, pois os estímulos visuais estão presentes desde a infância, em que somos constantemente bombardeados de comunicação visual. Assim entende-se que uma imagem de fácil percepção pode-se tornar num instrumento rico para o ensino. Actualmente requerem-se espaços de sonho, que incentivam a criatividade, espaços descontraídos, que se aproximam á comunidade numa forma de transmitir sensações. (BREIER)

A autora Breier (2005) compara os museus com as escolas, como instituições educacionais, porém com diferente tipo de relacionamento com o público. O museu é uma instituição cultural onde se adquire cultura e educação. O que as une é o facto de expor objectos transmitindo suas

informações de uma forma educativa. Já a diferença é que o público nos museus varia, enquanto que nas escolas é o mesmo num dado período de tempo.

Enquanto a escola não fornece reincidência, os museus devem suscitar repetidas visitas em toda uma vida.

O museu oferece recursos num determinado espaço sem obrigatoriedade de presença, é como um recurso pedagógico complementar à escola, onde a escola fornece a teoria e o museu possui mecanismos experimentais que a verificam. O museu deve estabelecer programas educativos permanentes em parceria com as escolas, como forma de melhorar a aprendizagem dos alunos, sendo os conteúdos adaptados ás necessidades curriculares. As exposições não devem conter só objectos contemplativos, deve expor a sua historicidade de forma a desenvolver o pensamento crítico por parte dos estudantes, desencadeando uma só forma de interpretação. (BREIER, 2005)

Nestes termos existe relação entre a educação formal dada pelas escolas e a não formal fornecida pelos museus, complementando-se. A educação formal segue umas directrizes e normas num programa sistemático e organizado de ensino, em que vai obtendo graus e títulos profissionais, estando organizado cronologicamente por idades e grupos de alunos. A educação é feita hierarquicamente seguindo um percurso escolar desde o nível pré-escolar ao nível superior universitário, sendo todos os níveis avaliados com recurso a provas e exames, é uma educação de cariz obrigatório. Paralelamente, encontra-se a educação não formal que complementa a anterior. O campo de incidência varia de visitas de estudo, teatro, jogos, lazer, entre outras, porém realizados em grupos e sem níveis obrigatórios a atingir, o educando participa por livre e espontânea vontade. Aqui se enquadram também os museus, como educação não formal, no entanto os museus e as escolas possuem formas especificas de explanar conhecimento e é por isto que devem existir parcerias entre ambas as instituições. Os museus têm vindo a introduzir novos métodos de ensino escolar, contudo também devem abranger a sua variedade de público, mesmo pessoas que já não pertencem ao mundo escolar. Estes espaços devem conhecer o tipo de público que os procura e visita de forma a adequar os recursos pedagógicos.

Os museus têm vindo a criar um vinculo interactivo onde os conteúdos são sistematizados, onde a informação é gerada e são vivenciadas situações problemáticas em que surgem duvidas mas surgem logo respostas, estimulando assim o conhecimento através de questões, propostas, onde se encontram soluções.

Foi a partir da década de 60 que os museus infantis começaram a enfatizar o processo de aprendizagem, que insidia no aprender fazendo, ou hands-on, que criava dinamismo e interactividade. Esta técnica estimulava a criatividade utilizando as próprias mãos como forma de aprender, manipulando determinados objectos inerentes na exposição, tudo auxiliado com vídeos informativos, jogos, teatros, entre outras coisas.

Surge assim uma nova era, os museus transformam-se em centros de experimentações e interactividade, por permitirem a manipulação dos objectos, despertando a curiosidade e espírito científico. Há possibilidade não só de observar como as coisas se comportam, como também de interagir, realizar e pesquisar. É uma forma atraente e lúdica de aprender podendo interagir, observar, mexer, ouvir, experimentar e deduzir. (BREIER, 2005)

Se os objectos forem destinados a crianças, a sua linguagem deve estar de acordo e todos os mecanismos articulados, mantendo o individuo atento e a interagir até o processo cognitivo estar concluído. Toda a forma interactiva torna-se lúdica e agradável, fazendo com que os mais diversos temas cheguem a qualquer cidadão de forma a comunicar e despertar interesse e curiosidade pelos temas, servindo de estimulo para aproximação ao tema.

O processo hands-on é irresistível para as crianças, pois as mãos são como uma extensão natural dos olhos, em que através do tacto, a visão é complementada. Entende-se que o novo caminho e novas forma de aprender, é através da tecnologia que surge com um carácter lúdico. (BREIER, 2005)

O museu infantil não deve ser apenas adequado ás medidas físicas das crianças, mas que enquadre também adultos. A criança necessita de um espaço que faça fluir o imaginário infantil e que prolongue a sua criatividade. Tendem a ser espaços realmente diferentes com determinadas necessidades, fornecendo respostas criativas que vão de encontro ao público infantil. A construção dos próprios edifícios facilita a sua identificação, através de formas geométricas básicas combinadas numa composição volumétrica. A cor está predominante, marcando espaços como a relação com o ambiente. Mesmo espaços amplos também permitem a que a criança determine o seu próprio percurso e usufruía do espaço e objectos experimentais segundo o seu interesse e curiosidade. Todos os museus possuem um carácter simbólico, com mais ênfase nos museus infantis, em que existe maior importância dos valores representativos e metamórficos. (BREIER, 2005)

3. O papel do design de informação no contexto da