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parte II Projecto de Investigação

10. Centro de interpretação de Apicultura

10.5. Concepção, do esboço à pré-proposta de Wayfinding

10.5.1. Reformulação da história

Depois de todos os estudos, esboços e da análise da compreensão da história, existiu necessidade de reformular a história por diversos motivos. Motivos esses que vão desde a extensão da história como também da adequação dela às crianças e ao espaço. Como tal, foi invocada a ajuda de especialistas6, nomeadamente, uma que trate do desenvolvimento de histórias infantis em que substitua diversos termos e faça correcções da presente narrativa, conseguindo torná-la entendível para o público em causa.

A reformulação que se segue apresenta as divisões em conformidade com os painéis esquemáticos.

PC1 – Apresentação

““A história da Abelha Meltagus”

Era uma vez uma abelha muito feliz que vivia com a sua família numa bela Colmeia. Esta abelhinha chamava-se Meltagus.

- Olá amiguinhos! Vou-vos contar a minha história.

P1 – Família - Colónia

Eu nasci numa colmeia, muito vistosa e muito bem organizada. Vivo com a minha mãe e com as minhas irmãs e irmãos. À nossa família chamamos Colónia. Este é o meu lar!

A nossa família é muito grande e aqui na nossa colmeia a minha mãe chama-se Rainha e o meu pai, que morreu antes de eu nascer, chamava-se Zangão.

A minha mãe, a Rainha, gosta sempre de ter a casa cheia, por isso ela tem muitos filhos.

Tenho mais irmãs que irmãos, o que é muito bom. Agora tenho 50 000 irmãs e 2mil irmãos. As minhas irmãs e eu somos chamadas de Obreiras e os meus irmãos têm o mesmo nome do meu pai, são chamados de Zangão.

Cada elemento da minha família tem características diferentes. Eu e as minhas irmãs Obreiras medimos cerca de 15 milímetros e vivemos mais ou menos entre 28 a 35 dias. O nosso corpo vai amadurecendo e adaptamo-nos às diferentes tarefas que temos que executar.

6A reformulação contou com a especialista Professora Doutora Maria da Natividade Carvalho Pires que actua na área da

Os nossos irmãos Zangões são um pouco maiores que nós e medem cerca de 18 milímetros.

Como somos mais Obreiras, o trabalho recai todo sobre nós. Os Zangões são uns preguiçosos! A única coisa para que servem é para ajudar a aquecer a nossa casa e andam sempre a viajar à procura de outras meninas rainhas, para poderem tentar a sua sorte e acasalar.

São tão preguiçosos! Ainda roubam o que nós fabricamos, as nossas reservas de mel.

Como trabalham menos, eles vivem mais tempo. Vivem em média entre 50 a 60 dias.

Quando chega o inverno eles desaparecem da nossa casa. Nós, obreiras, ficamos revoltadas por não nos ajudarem, então expulsamo-los durante este período, da nossa colmeia.

Quanto à minha mãe, ela não se mete em discussões. É a mãe de toda a colónia e a sua única preocupação é ter filhos e dar-nos muitos irmãos, então todos os dias coloca ovos.

Todos a reconhecem pelo seu tamanho, é maior que nós Obreiras e que os meus irmãos Zangões.

Como nós Obreiras ajudamos a nossa mãe nas tarefas de casa ela vive muito mais tempo. Ela já fez 4 anos de idade e esperemos que ela dure mais um ano.

P2,2 – Crescimento

Para vos explicar como tudo começou, a minha mãe, a Rainha, conheceu o meu Pai numa viagem que fez pelo Campo. Foi a primeira viagem que ela fez. Imediatamente os dois pensaram em construir uma família, muito grande e muito forte.

O meu Pai acabou por morrer nessa viagem, mas a minha mãe, decidida a cumprir o desejo do meu Pai, voltou para a sua colmeia determinada a criar os seus filhos e manter a sua casa em boas condições.

Ao chegar a sua casa, a nossa colmeia, encheu-a de perfume, preparou-a e nunca mais voltou a sair. Pôs-se logo a procurar o local mais indicado para fazer o ninho e colocar os seus ovos.

É verdade, todos nós nascemos de um ovo. A minha mãe coloca desde então cerca de 2 000 ovos por dia. Ela escolhe o centro da colmeia para pôr os ovos, colocando-os em alvéolos limpos para que se desenvolvam na sua normalidade.

Assim, tudo começa com a colocação do ovo pela rainha no fundo do alvéolo (do favo), este é de cor pérola. O que acontece depois, é que o ovo após 3 dias vai sendo dissolvido até expor a larva.

Quando são larvas elas não têm pêlos, nem olhos, nem antenas, mas têm uma boca para poderem comer e devorar grandes quantidades de alimento. Como o ninho é sempre enorme, quem trata de cozinhar e dar a comida para elas somos nós, as obreiras, as suas futuras irmãs.

A minha mãe não consegue dar conta de tantas abelhas bebés. Elas crescem muito rápido!

Para acabarem de crescer, as pequenas crias chamadas larvas, são cobertas por uma camada fina de cera que fecha o alvéolo de forma a ficarem protegidas, envolvendo-se num casulo em que passam ao estado de pupa. É nesta altura que se acaba de desenvolver o seu esqueleto com a cabeça, olhos, antenas, a boca, o seu tronco, as patas e as asas. Também deixam a cor pérola e começam a escurecer até obter a cor que eu tenho agora.

Já me esquecia de dizer! Somos nós que alimentamos as larvas. As Obreiras quando mudam para o estado de larva, ao quarto dia, são alimentadas durante dois dias com Geleia Real e nos três dias seguintes com a mistura de mel, pólen e água. Se formos alimentar as larvas que originarão os Zangões, em vez de três são quatro dias alimentados com a mistura de mel, pólen e água. Se por acaso existir um alvéolo real com uma larva que originará uma Rainha, esta é alimentada 8 dias só com Geleia Real. Por fim, quando já estão desenvolvidas furam a camada fina de cera que as cobre e saem.

A Geleia Real é uma receita exclusiva da nossa cozinha, só a confeccionamos em ocasiões especiais e a receita não divulgamos a ninguém.

PC2 – Ficha médica

Seguindo com a nossa ficha médica, quase todo o nosso corpo contém pêlo para nos protegermos do frio e ajudar a aquecer colónia.

A nossa cabeça possui dois olhos, as antenas que são muito importantes para comunicar, que são os nossos órgãos sensoriais, e uma boca com uma língua que suga o néctar do cálice das flores.

No nosso tórax encontram-se as patas e nas costas as asas. O resto do nosso corpo é o abdómen que é composto por vários segmentos. O último segmento tem um ferrão, que é o nosso órgão de defesa.

Como acontece com todas as Obreiras, assim que nascemos são-nos logo impostas tarefas e começamos de imediato a trabalhar com a família.

As tarefas que vamos fazendo na nossa casa são determinadas pela nossa idade. Assim, mal nós nascemos, começamos logo com a limpeza dos alvéolos e de todo o ninho. A partir dos 6 dias de idade até aos nossos 16 dias cuidamos das crias dando alimento às larvas e também à nossa mãe Rainha.

Quando já temos 8 dias até aos nossos 17 dias, para além de tratarmos da alimentação começamos a fabricar cera para cobrir os alvéolos e os favos das nossas reservas, designamos a tarefa como opercular.

Quando chegamos ao décimo primeiro dia até ao décimo sexto, também começamos a receber das nossas irmãs Obreiras o néctar e o pólen e cabe a nós armazená-lo.

Com 18 dias cabe-nos a tarefa de ventilar, isto servirá para arrefecer a colónia e diminuir a humidade.

Também temos que guardar as entradas da nossa colmeia. Fica esta actividade para as Obreiras que têm entre os 12 dias e os 25 dias de idade. Cabe a estas minhas irmãs garantirem que não entram intrusos.

Só começamos a recolher o néctar, o pólen e o própolis a partir de 23 dias de idade. Recolhemos e deixamos isto às minhas irmãs responsáveis pelo armazenamento. Faremos isto até o fim dos nossos dias.

P3 – Industria do mel

Nas nossas tarefas, está também incluído o trabalho na nossa indústria familiar, a indústria do mel. Quando as obreiras mais velhas, que têm 23 dias, encarregues da recolha do néctar e pólen começam o seu trabalho, trazem a matéria prima para a colmeia e as que estão em casa, as obreiras de 11 dias, tratam do armazenamento, começando de imediato a fabricar os diversos produtos e a armazená-los.

Todas as famílias de abelhas têm uma indústria deste tipo e produzem o mel, o pólen, o própolis e a cera. Para conseguirmos os diferentes produtos, possuímos diferentes contentores, um para cada substância, para que a mistura se prossiga com as quantidades certas, para outros contentores que designamos de favos.

Para a produção de mel é como se tivéssemos uma fábrica dentro da nossa colmeia. O pólen, o néctar e a água são enviados para o favo, através de uns tubos especiais. Depois cada favo é tapado com uma camada fina de cera, deixando repousar até ganhar consistência e uma cor amarelada.

Quando o nosso desejo é só obter pólen, este, recolhido em pequenos grãos, seguirá por um canal até uma gaveta.

O própolis também é recolhido das plantas, quando as minhas irmãs obreiras a trazem colocam-na num recipiente, para podermos dar ao apicultor quando nos visita.

Já a cera é feita com substâncias químicas também produzidas pelas abelhas, que saem de tubos de ensaio por canais especiais que ganham consistência em moldes de favos.

PC3 – Polinização

Todas nós contribuímos para tornar a nossa natureza mais bonita, porque praticamos a polinização. Eu vou explicar-vos o que fazemos.

Quando vamos recolher o pólen das flores para levá-lo para a nossa indústria, espalhamos alguns dos grãos que levamos pela natureza. É como sementes. Isto faz com que cresçam muito mais flores.

Assim, também contribuímos para a beleza da natureza!

P4 – Viagem

Vou-vos contar um segredo! Faltam poucos dias para uma parte de nós migrar, ou seja, fazermos uma viagem. Vamos para outra casa.

Como nós somos uma colónia muito forte e bem organizada, já não cabemos todos na pequena colmeia. Assim, algumas de nós vamos partir para outro sito e levaremos uma Rainha, para que assim se crie uma nova colónia. Mas deixamos uma outra Rainha no lugar desta para que as nossas irmãs tenham outra mãe.

Nós iremos sair em breve. Vamo-nos concentrar no ramo da macieira antes de irmos até à nossa nova casa.

PC4 – (Interior da colmeia)

A nossa nova casa é parecida à que já temos mas com uma construção moderna. Ela vai possuir alças, uma para nós vivermos e construirmos o nosso ninho e outra para a nossa indústria e armazenamento. Cada uma das alças vai ter quadros feitos de madeira com cera, para que se possam construir os favos e os opérculos. Teremos também uma prancha de voo na entrada da colmeia, para que nós possamos fazer as nossas saídas.

P5 – Apicultor

Os Apicultores são as pessoas que cuidam de nós. Não me posso esquecer de falar do nosso amigo. Ele deixa-nos descansar no inverno mas chega à primavera vem-nos visitar, para ver se precisamos de algo e se estamos bem.

Verifica o nosso estado de saúde, se precisamos de medicamentos ou alimento, placas de cera, se a nossa colónia é forte, se precisamos de novas casas e se o mel está maduro.

O apicultor quando nos recolhe o Mel, leva a nossa alça onde se localiza o armazenamento do mel. Retira a camada fina de cera que se localiza por cima dos favos do mel, e retira o mel com um aspirador que suga mel.

Como o apicultor quer dar o mel a muitas pessoas que gostam do produto que fazemos, vai colocá-lo em frasquinhos.

Esta é a minha história! Espero que tenham gostado. Obrigado por me terem ouvido!”