análises diferenciais das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função das variáveis sócio-demográficas.

Efectuaram-se análises de variância multivariada (MANOVAS) e testes de comparação de médias para amostras independentes (Test-t) entre as variáveis do MITA versão mãe e as variáveis sócio-demográficas.

2.4.1. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função do género.

Relativamente ao género dos jovens e através do Teste-t verifica-se que as diferenças significativas se encontram na dimensão manutenção laço t(394) = -2.481, p = .014; IC 95% [-.274, -.031], em que o género feminino apresenta médias mais elevadas (M = 3.24) em relação ao género masculino (M = 3.09). Relativamente às dimensões individuação bem

t(396) = 1.959, p = .051; IC 95% [-.000, .181], não se verificaram diferenças significativas

(Tabela 53). Tabela 53

Médias e Desvios-Padrão das Dimensões MITA, Versão Mãe, em Função do Género

Género Masculino (1) Feminino (2) IC 95% MITA (Versão Mãe) M DP M DP LI LS Diferenças significativas IBS 3.51 .451 3.60 .489 -.183 .005 n.s NDL 1.79 .453 1.70 .458 -.000 .181 n.s ML 3.09 .632 3.24 .589 -.274 -.031 2>1

Nota. MITA= Munich Individuation Test of Adolescence; IBS= Individuação Bem Sucedida; NDL= Negação do Desejo de Ligação; ML= Manutenção do Laço; n.s= não significativo; IC= Intervalo de Confiança; LI= Limite Inferior; LS= Limite Superior.

2.4.2. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função da idade do jovem.

As diferenças verificaram-se na variável sócio-demográfica idade do jovem F(3, 389) = 2.720, p = .044, η = .021, sendo significativo ao nível da dimensão individuação bem

sucedida F(1, 391) = 6.035, p = .014, η = .015. Sugerindo que os jovens com idades compreendidas entre os 23 e os 25 anos de idade (M = 3.66, IC 95% [3.57, 3.75]) apresentam equilíbrio entre a autonomia e proximidade à mãe superior comparativamente com o primeiro grupo (M = 3.52, IC 95% [3.47, 3.58]), que compreende os jovens mais novos. O mesmo não se verifica na dimensão negação do desejo de ligação F(1, 391) = 2.674, p = .103, η= .007 e na manutenção do laço F(1, 391) = .018, p = .893, η= .00, que não registaram diferenciação significativa (Tabela 54).

Pela análise do valor de Eta, verifica-se um efeito pequeno da variável sócio- demográfica na explicação da variância da variável dependente individuação bem sucedida, 1.5% (η= .015).

Tabela 54

Médias e Desvios-Padrão das Dimensões MITA, Versão Mãe, em Função da Idade dos Jovens

Idade dos Jovens

[18-22] (1) [23-25] (2) MITA (Versão mãe) M (DP) IC 95% M (DP) IC 95% Diferenças significativas IBS 3.52 (.492) [3.47, 3.58] 3.66 (.411) [3.57, 3.75] 2>1 NDL 1.75 (.471) [1.70, 1.81] 1.67 (.419) [1.58, 1.76] n.s ML 3.18 (.606) [3.11, 3.25] 3.19 (.621) [3.08, 3.13] n.s Nota. MITA= Munich Individuation Test of Adolescence; IBS= Individuação Bem Sucedida; NDL= Negação do Desejo de Ligação; ML= Manutenção do Laço; n.s= não significativo; IC= Intervalo de Confiança.

2.4.3. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função das variáveis do contexto familiar.

2.4.3.1. diferenças entre a individuação dos jovens adultos à mãe em função da situação profissional do pai.

As diferenças verificam-se ao nível da situação profissional do pai F(6, 736) = 2.773, p = .011, η = .022, sendo significativo na dimensão de individuação bem sucedida

F(2, 369) = 5.584, p = .004, η= .029 e manutenção do laço F(2, 369) = 3.312, p = .038, η= .018. Já a dimensão negação do desejo de ligação F(2, 369) = 2.250, p = .107, η= .012, não registou diferenças significativas (Tabela 55).

Pela análise do teste post hoc, que determina a direcção das diferenças nos grupos, constatou-se que os jovens cujo pai se encontra empregado (M = 3.59, IC 95% [3.54, 3.65]) têm médias superiores na dimensão individuação bem sucedida em relação aos jovens cujos pais se encontram desempregados (M = 3.36, IC 95% [3.21, 3.50]). Verificou-se ainda, que o grupo 1 (M = 3.21) com IC 95% [3.14, 3.28] é significativamente maior, no que concerne à

manutenção do laço, quando comparado com o grupo 2 (M = 2.95) com IC 95% [2.76, 3.14]

(Tabela 55).

Pela análise ao valor de Eta, verifica-se um efeito pequeno na variância das variáveis dependentes individuação bem sucedida, 2.9% (η= .029) e manutenção do laço, 1.8% (η= .018).

Tabela 55

Médias e Desvios-Padrão das Dimensões MITA, Versão Mãe, em Função da Situação Profissional do Pai

Situação Profissional do Pai

Empregado (1) Desempregado (2) Reformado (3) MITA (Versão mãe) M (DP) IC 95% M (DP) IC 95% M (DP) IC 95% Diferenças significativas IBS 3.59 (.434) [3.54, 3.65] 3.36 (.574) [3.21, 3.50] 3.39 (.795) [3.17, 3.62] 1>2 NDL 1.72 (.445) [1.67, 1.77] 1.87 (.536) [1.72, 2.01] 1.64 (.415) [1.43, 1.86] n.s ML 3.21 (.584) [3.14, 3.28] 2.95 (.710) [2.76, 3.14] 3.15 (.842) [2.86, 3.44] 1>2 Nota. MITA= Munich Individuation Test of Adolescence; IBS= Individuação Bem Sucedida; NDL= Negação do Desejo de Ligação; ML= Manutenção do Laço; n.s= não significativo; IC= Intervalo de Confiança.

Através da análise de variância multivariada (MANOVAS), verifica-se que não existem diferenças significativas entre a individuação dos jovens adultos à mãe relativamente à configuração familiar F(3, 389) = 2.207, p = .087, η = .017; idade do pai F(6, 778) =

1.060, p = .385, η= .008; idade da mãe F(6, 778) = 1.033, p = .402, η= .008; escolaridade

do pai F(12, 1095) = 1.086, p = .368, η= .012; escolaridade da mãe F(12, 1146) = 1.035, p = .413, η= .011; profissão do pai F(12, 993) = 1.582, p = .091, η= .019; profissão da mãe

F(12, 1014) = 1.111, p = .347, η= .013; e situação profissional da mãe F(6, 774) = .630, p = .706, η= .005.

2.4.4. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função das variáveis do contexto romântico.

Através da análise de variância multivariada (MANOVAS) e do Teste-t, verifica-se que não existem diferenças significativas entre a individuação dos jovens adultos à mãe relativamente à existência de relação amorosa: individuação bem sucedida t(393) = -.164, p = .870; IC 95% [-.102, .086]; negação do desejo de ligação t(396) = .781, p = .435; IC 95% [- .054, .126]: e manutenção do laço t(394) = -.446, p = .656; IC 95% [-.149, .094]; e duração

da relação amorosa F(9, 633) = 1.404, p = .183, η= .020.

2.4.5. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função das variáveis do contexto académico.

2.4.5.1. diferenças das variáveis da individuação dos jovens adultos à mãe em função do ciclo de estudo dos jovens.

Relativamente ao ciclo de estudo dos jovens F(3, 389) = 2.845, p = .038, η= .021, as diferenças sendo significativas verificam-se ao nível da dimensão de individuação bem

sucedida F(1, 391) = 7.119, p = .008, η= .018. Ao invés da dimensão negação do desejo de

ligação F(1, 391) = 2.262, p = .133, η= .006 e da manutenção do laço F(1, 391) = .159, p = .691, η= .00, que não registaram diferenciação significativa (Tabela 56).

Os jovens que frequentam o 2º ciclo (M = 3.71) com IC 95% [3.59, 3.83] é significativamente maior, apresentando médias superiores de individuação bem sucedida comparativamente aos jovens que frequentam o 1º ciclo (M = 3.53) com IC 95% [3.48, 3.58] (Tabela 56).

Analisando o valor de Eta, verifica-se um efeito pequeno na explicação da variância da variável dependente individuação bem sucedida, 1.8% (η= .018).

Tabela 56

Médias e Desvios-Padrão das Dimensões MITA, Versão Mãe, em Função do Ciclo de Estudo dos Jovens

Ciclo de Estudo dos Jovens

1º Ciclo (1) 2º Ciclo (2) MITA (Versão mãe) M (DP) IC 95% M (DP) IC 95% Diferenças significativas IBS 3.53 (.496) [3.48, 3.58] 3.71 (.305) [3.59, 3.83] 2>1 NDL 1.75 (.471) [1.70, 1.80] 1.65 (.381) [1.54, 1.77] n.s ML 3.18 (.615) [3.11, 3.25] 3.21 (.576) [3.06, 3.37] n.s Nota. MITA= Munich Individuation Test of Adolescence; IBS= Individuação Bem Sucedida; NDL= Negação do Desejo de Ligação; ML= Manutenção do Laço; n.s= não significativo; IC= Intervalo de Confiança.

2.4.5.2. diferenças entre a individuação dos jovens adultos à mãe em função da frequência que vai a casa.

Na variável que foca a frequência que vai a casa F(12, 939) = 2.204, p = .010, η = .027, as diferenças reflectem-se ao nível da dimensão individuação bem sucedida F(4, 313) = 2.558, p = .039, η= .032, da dimensão negação do desejo de ligação F(4, 313) = 3.161, p = .014, η= .039 e da dimensão manutenção do laço F(4, 313) = 2.955, p = .020, η= .036.

Analisando as indicações do teste post hoc através do método de Scheffé, constata-se que as diferenças, embora significativas, não se diferenciaram nos grupos.

Pela análise do valor de Eta, verifica-se um efeito pequeno da variável sócio- demográfica, frequência que vai a casa, na explicação da variância da variável dependente

individuação bem sucedida, 3.2% ( η = .032), negação do desejo de ligação, 3.9% ( η = .039) e manutenção do laço, 3.6% (η= .036).

Através da análise de variância multivariada (MANOVAS) e do Teste-t, verifica-se que não existem diferenças significativas entre a individuação dos jovens adultos à mãe relativamente às variáveis sócio-demográficas do contexto académico, saída de casa: individuação bem sucedida t(393) = .043, p = .965; IC 95% [-.114, .119]; negação do desejo de ligação t(396) = -.494, p = .622; IC 95% [-.139, .083]; e manutenção do laço t(394) = - .328, p = .743; IC 95% [-.174, .124]; e unidades curriculares em atraso F(6, 392) = 1.064, p = .383, η= .016.

2.5. análises diferenciais das variáveis da individuação dos jovens adultos ao pai