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diferenças das variáveis da vinculação aos pais em função do género.

Capítulo II: Estudo Empírico Resultados e Discussão

6. Discussão dos resultados

6.2. diferenças das dimensões em estudo em função das variáveis sócio demográficas.

6.2.1. diferenças das variáveis da vinculação aos pais em função das variáveis sócio demográficas.

6.2.1.1. diferenças das variáveis da vinculação aos pais em função do género.

De acordo com as análises efectuadas, verificaram-se diferenças significativas entre a vinculação aos pais em função do género dos jovens adultos, ao nível das três dimensões que compõem o instrumento, inibição da exploração e individualidade, qualidade do laço

emocional e ansiedade de separação e dependência. Assim, constatou-se que o género

masculino apresenta valores médios superiores de inibição da exploração e individualidade, na relação com ambos pais, em relação ao género feminino. Deste modo, os jovens adultos do género masculino percepcionam mais restrições no desenvolvimento da sua individualidade

quer por parte da mãe quer do pai, em relação aos jovens do género feminino. Neste sentido julga-se que os jovens do género masculino podem não se sentir apoiados nas suas iniciativas e exposição de pontos de vista pessoais. Este facto é contraditório com a literatura, sendo mesmo uma mudança dissonante daquilo que se esperava (e.g., Matos, 2003; Oliveira, 2005). Esta revelação talvez se deva à preocupação que os pais têm que os jovens do género masculino iniciem uma vida de excessos, abusando do álcool e experimentando drogas ilícitas. Esta preocupação ocorre devido a uma possível noção generalizada que os pais têm da vida estudantil, associada à liberdade que os jovens têm estando longe deles. Esta preocupação leva a que os pais restrinjam os filhos da exploração do novo contexto em que agora se encontram inseridos. Por outro lado, a razão do género feminino percepcionar restrições menores face ao género masculino por parte dos pais, é possível que se deva a uma questão cultural, maior confiança e abertura por parte dos pais no desenvolvimento pessoal das filhas, depositando mais confiança nas suas acções, comparativamente com os filhos (Oliveira, 2005).

Por outro lado, e indo ao encontro da literatura, os jovens adultos do género feminino, comparativamente aos do género masculino, demonstram um maior reforço na qualidade da relação com ambos pais, percebendo-os como parte importante do seu desenvolvimento e a quem poderão recorrer em situações de dificuldades. Este dado é revelador de que as práticas parentais estão a mudar. O pai, que tradicionalmente desempenhava uma figura autoritária da casa, agora encontra-se mais disponível na relação com as filhas e mais sensível às suas dúvidas e problemas, papel este que a mãe sempre deteve. Importa ainda referir que já por si, os jovens do género feminino, procuram uma maior proximidade emocional do que os jovens do género masculino (Helgeson, 2012; Matos, Barbosa, Almeida, & Costa, 1999; Plancherel & Bologini, 1995).

Pode ainda reportar-se que os jovens adultos do género feminino manifestam níveis de

ansiedade de separação e dependência, ao pai, maiores do que os jovens adultos do género

masculino. Não se observaram diferenças significativas em relação à mãe. Estes resultados poderão indicar que os jovens adultos do género feminino podem ser mais próximas da mãe ou sentirem-se talvez mais seguras na relação com a mesma, o que pode não acontecer com o pai e que dai surja uma relação mais dependente enquanto figura de vinculação, necessitando de uma maior proximidade física e emocional com o mesmo (Moura & Matos, 2008).

Os dados das investigações de Ramalho (2008) no seu estudo com 200 elementos dos 18 aos 25 anos de idade, como também de Cordeiro (2012) no seu estudo com 760 estudantes do ensino superior, e de Cabral (2011), numa amostra de jovens universitários, ou até mesmo

de Oliveira (2005) com uma amostra de 296 sujeitos dos 14 aos 25 anos de idade, corroboram esta ideia dando consistência ao presente resultado.

Perante estes dados pode-se afirmar, que a hipótese 2 é validada no presente estudo e tendo em atenção a interpretação dos resultados, comprovamos a existência de diferenças significativas entre a vinculação aos pais e o género do jovem.

6.2.1.2. diferenças das variáveis da vinculação aos pais em função da idade dos jovens.

No que se refere à idade do jovem, verifica-se que os sujeitos mais jovens têm níveis de percepção de inibição da exploração e individualidade, na relação com ambos pais, assim como de ansiedade de separação e dependência, a ambos pais, mais elevados comparativamente com os jovens de idades mais avançadas. Estes dados são consonantes com a literatura que indica que os níveis de percepção de inibição da exploração e individualidade, na relação com ambos pais, e também os níveis de ansiedade de separação e dependência, a ambos pais, vão diminuindo numa perspectiva de desenvolvimento normativo do ciclo vital do jovem adulto, pressupondo que o jovem adulto vai fortalecendo as relações positivas com os outros (e.g., Cordeiro 2012; Oliveira, 2005; Ramalho, 2008).

Os jovens adultos ao longo do seu desenvolvimento, e nomeadamente com a entrada no ensino superior e com todas as adversidades que essa entrada implica (Palmer & Puri, 2006), vão recorrendo às figuras parentais como apoio emocional, embora continuem a constituir uma base segura para os filhos, o apoio é percebido de forma simbólica através de uma representação mental, uma vez que as figuras de vinculação não estão presentes para responder às necessidades do jovem (Mikulincer & Shaver, 2007), transferindo para outras figuras significativas (e.g., pares) a procura de apoio e de segurança física, estabelecendo-se como um porto seguro para o jovem adulto (Fleming, 2005; Trinke & Bartholomew, 1997). Assim, os níveis de ansiedade que advêm de uma situação de separação das figuras parentais, como o caso da entrada na universidade obrigando-o a sair de casa, tendem a diminuir com o passar do tempo, pelo próprio processo de individuação que a experiência acarreta (Machado, 2007). Também esta fase desenvolvimental, devido à sua especificidade, obriga os jovens adultos a tornarem-se mais independentes e autónomos dos pais (Sroufe, Egeland, Carlson, & Collins, 2005), impulsionando-os para a exploração do mundo, referenciando os seus modelos internos dinâmicos (Bowlby, 1982). A autonomia que o jovem adulto vai construindo leva a que este vá alargando o número de figuras significativas, procurando, tal como refere Rocha (2008), proximidade, porto seguro e base segura.

Por outro lado a dimensão qualidade do laço emocional, a ambos pais, não se diferenciou significativamente em relação à idade dos jovens adultos. A qualidade do laço emocional remete para importância da figura de vinculação, em que os jovens projectam uma relação duradoura e de continuidade relacional. Esta relação, quando existente, é tanto mantida na infância como na idade adulta (Matos & Costa, 2001).

A hipótese 3 onde se aguardava que a vinculação aos pais se diferenciasse em função da idade é, assim corroborada. No entanto, constatou-se que a variável idade do jovem, tem um efeito muito pequeno na variância das dimensões inibição da exploração e individualidade, na relação com ambos pais e na ansiedade de separação e dependência, a ambos pais.

6.2.1.3. diferenças das variáveis da vinculação à mãe em função das variáveis do contexto familiar.

De acordo com os resultados obtidos na presente investigação, constatou-se que a vinculação à mãe não se diferencia em função das variáveis do contexto familiar, nomeadamente a configuração familiar, a idade do pai, a idade da mãe, a escolaridade do

pai, a escolaridade da mãe, a profissão do pai, a profissão da mãe, a situação profissional do pai, a situação profissional da mãe.

6.2.1.4. diferenças das variáveis da vinculação à mãe em função das variáveis do contexto romântico.

No que se refere à vinculação à mãe, verificaram-se diferenças significativas ao nível da duração da relação amorosa.

Relativamente ao nível da variável duração da relação amorosa, verificam-se diferenças significativas apenas na dimensão inibição da exploração e individualidade, na relação com a mãe, evidenciando-se a diferenciação entre os jovens adultos que mantêm um relacionamento entre 1 e os 3 anos comparativamente com os que mantêm um relacionamento entre os 3 e os 6 anos. A literatura comprova que os jovens vão criando laços de vinculação com outras figuras significativas ao longo do seu desenvolvimento, hierarquizando-as por ordem de preferência e disponibilidade (e.g., Trinke & Bartholomew, 1997). O relacionamento amoroso, a procura de um par amoroso ou o estabelecimento de relações de maior intimidade é tido como uma questão central nos jovens adultos (Lanz & Tagliabue, 2007). O relacionamento amoroso quanto mais duradouro é, mais forte é a relação com o par romântico, consolidando assim, a vinculação ao mesmo (Feeney, 2008), o que leva a que o

jovem percepcione menos as restrições à sua individualidade pela figura materna. Os pais continuam a ser uma base segura, no entanto o parceiro romântico é tido como figura de vinculação principal (e.g., Trinke & Bartholomew, 1997).

Relativamente à outra variável sócio-demográfica referente ao contexto romântico,

existência de relação amorosa, não se verificaram diferenças significativas.

6.2.1.5. diferenças das variáveis da vinculação à mãe em função das variáveis do contexto académico.

No que se refere à vinculação à mãe, verificaram-se diferenças significativas ao nível do ciclo de estudo dos jovens e da frequência que vai a casa.

No que diz respeito à diferenciação da vinculação à mãe na variável sócio- demográfica ciclo de estudo dos jovens, os resultados sugerem que os jovens adultos que se encontram a frequentar o 1º ciclo apresentam valores médios superiores de inibição da

exploração e individualidade, na relação com a mãe, como também valores superiores de ansiedade de separação e dependência, com a mãe, comparativamente aos jovens adultos

que se encontram a frequentar o 2º ciclo de estudos. Segundo Sroufe et al. (2005) é normativo um jovem adulto manifestar ansiedade aquando da sua entrada no ensino superior, uma vez que esta entrada é tida e segundo os autores, como uma tarefa desenvolvimental associada à saída de casa. Os jovens adultos que se encontram a frequentar o 1º ciclo, estão ainda numa fase de desenvolvimento adaptativa e é possível que ainda se sintam algo inseguros e ambivalentes pelo que se encontram mais restringidos, também pelos pais, na exploração do contexto, mostrando mais ansiedade de separação, comparativamente com os jovens que já se encontram a frequentar o 2.º ciclo de estudos.

Na variável que remete para a frequência com que o jovem se desloca a casa, as diferenças reflectem-se ao nível da dimensão qualidade do laço emocional, à mãe e da dimensão ansiedade de separação e dependência, à mãe, onde se verifica que os jovens adultos que se deslocam a casa todos os fins-de-semana apresentam valores médios superiores de qualidade do laço emocional comparativamente com os que só se deslocam de mês a mês. Em relação à dimensão ansiedade de separação e dependência, à mãe, as diferenças são significativas, no entanto não surgem diferenças entre os grupos. Segundo Matos e Costa (2001) a dimensão qualidade do laço emocional remete para a importância da figura parental, neste caso a mãe, como figura de vinculação que proporcionará apoio em situações de dificuldade promovendo e desenvolvendo uma continuidade relacional. A qualidade do laço emocional com a mãe é reforçada pelo contacto físico, mantendo uma relação de

vinculação positiva. Muito embora o grupo de pares nunca venha substituir o papel das figuras de vinculação, o jovem ao não ir a casa regularmente, vai procurando junto dos pares um porto seguro, onde encontra apoio físico e social (Fleming, 2005; Mercel, 2006; Trinke & Bartholomew, 1997). Posto isto, é de ressaltar a necessidade do jovem, por se encontrar longe da sua casa e consequentemente da sua mãe, de alimentar as relações com o seu grupo de pares visto se encontrarem mais disponíveis. Assim, é expectável que os jovens adultos que vão a casa com maior regularidade tenham um desenvolvimento da qualidade do laço emocional mais forte e mais seguro promovendo uma relação de proximidade e duradoura em relação aos jovens adultos que só vão a casa de mês a mês.

Relativamente às outras variáveis sócio-demográfica referentes ao contexto académico, unidades curriculares em atraso e a saída de casa (deslocado), não se verificaram diferenças significativas. No entanto, ressalta-se o facto da variável sócio- demográfica que indaga se a entrada no ensino superior implicou a saída de casa do jovem não apresentar diferenças significativas na vinculação à mãe uma vez que se diferenciou na vinculação ao pai. Este resultado parece indicar que a vinculação à mãe não se diferencia, mantendo-se constante quer os jovens adultos tenham saído de casa quer não. Este dado pode pressupor que a relação de vinculação que o jovem estabelece com a mãe não se altera com a sua saída de casa aquando da sua entrada na universidade.

6.2.1.6. diferenças das variáveis da vinculação ao pai em função das variáveis do contexto familiar.

Relativamente à vinculação ao pai, verificou-se a presença de diferenciações ao nível da idade do pai, da escolaridade da mãe, da configuração familiar e da situação

profissional do pai.

Ao nível da idade do pai, embora com um efeito pequeno, constata-se que a vinculação ao pai apresenta diferenças significativas apenas na dimensão qualidade do laço

emocional, ao pai. As diferenças ocorrem nos jovens adultos cujos pais têm idades

compreendidas entre os 46 e 60 anos, manifestando valores médios superiores de qualidade

do laço emocional, ao pai, comparativamente com os jovens adultos de pais com idades

superiores a 61 anos. Os jovens adultos, como já se referiu, vão criando novas relações de vinculação, hierarquizando-as ao longo do seu ciclo vital (e.g., Mercel, 2006; Trinke & Bartholomew, 1997), e sendo as relações de vinculação relações que servem de base segura, relações com as quais o jovem adulto activa comportamentos de vinculação de procura de apoio e segurança em situações de maior dificuldade (Bowlby, 1982), os jovens adultos com

pais mais novos percepcionam-os como mais capazes e dinâmicos em responder às suas necessidades, talvez pela maior proximidade e similitude de vivências comparativamente a pais de gerações mais velhas. Pode-se ainda acrescentar a existência de uma proximidade geracional entre os jovens adultos e pais mais jovens, que implica uma maior probabilidade de concordância de gostos e actividades de lazer.

Relativamente à escolaridade da mãe, ainda que apresente um efeito pequeno na variância, evidenciam-se diferenças significativas ao nível da dimensão ansiedade de

separação e dependência, ao pai. Jovens adultos cujas mães detenham níveis de escolaridade

secundária, apresentam valores médios superiores de ansiedade de separação e

dependência, ao pai, comparativamente com os jovens adultos cujas mães possuem estudos

superiores. Este resultado é curioso na medida que a escolaridade da mãe remete para a relação de vinculação com o pai. Ressalta-se que mães com um nível de ensino superior podem ser mães mais voltadas para as necessidades dos filhos, estando mais consciencializadas da gestão dos afectos e dos limites ao mesmo tempo, pelo que a relação com estas pode ser mais próxima em detrimento de uma relação com o pai mais pautada pela ambivalência.

Remetendo agora para as diferenças ao nível da variável configuração familiar do jovem adulto, os resultados indicam que os jovens adultos cujas famílias se mantêm intactas, isto é, com ambas figuras parentais, manifestam médias superiores de qualidade do laço

emocional, ao pai, como também de ansiedade de separação e dependência, ao pai,

comparativamente com os jovens cujos pais estão separados, divorciados ou viúvos. Este resultado é consonante com um estudo de Moura e Matos (2008) em que verificaram os mesmos resultados numa amostra de 310 adolescentes, dando suporte ao facto de no caso dos divorciados os resultados serem mais significativos na vinculação ao pai, não se verificando diferenças em relação à vinculação à mãe independentemente da configuração familiar. Além deste estudo, os resultados são congruentes com um número substancial de estudos em que referem a mesma diferenciação na vinculação aos pais em função da configuração familiar (Moreira, 2008; Moura, 2005; Ramalho, 2008; Santos, 2005; Sobral, 2008; Vasconcelos, 2008). Esta diferenciação na vinculação ao pai, parece que se deve, essencialmente, à ausência da figura de vinculação, ou por divórcio, separação ou por morte, uma vez que o contacto se torna cada vez menos frequente. Nestas situações, o jovem adulto mantém-se em proximidade física com a mãe e especificamente em situação de divórcio ou separação, a guarda dos filhos é geralmente dada à mãe, o que conduz muitas vezes o pai a um afastamento da relação com o filho. Este afastamento, separação ou ausência implica que o pai não esteja

presente para responder às necessidades do filho diminuindo o envolvimento e a disponibilidade emocional para com os filhos. Posto isto, neste sentido o divórcio ou separação é tido como efeito negativo no relacionamento dos jovens com a figura paterna (Moura & Matos, 2008).

Quanto às diferenças encontradas na variável situação profissional do pai, os resultados sugerem que os jovens cujo pai se encontra empregado apresentam valores médios superiores de qualidade de laço emocional, ao pai, e de ansiedade de separação e

dependência, ao pai, em relação aos jovens adultos que têm o pai em situação de

desemprego. O desemprego na vida adulta é tido como um factor de risco em perturbações de humor, nomeadamente na depressão (Walsh, 2009). Ao que parece, um pai em situação de desemprego pode demonstrar alguma fragilidade na relação estabelecida com o filho devido à sua situação de desempregado, não estando disponível, emocionalmente, para lhe dar o apoio necessário (Walsh, 2009). Acrescenta-se ainda que se a figura de vinculação se encontra em situação de desemprego, não poderá responder às necessidades que a fase desenvolvimental em que o jovem adulto se insere acarreta, nomeadamente o apoio financeiro. Deste modo, o jovem adulto não percepciona o pai como alguém a quem poderá recorrer em situações de dificuldade. Esta interpretação pode ser fundamentada por um estudo de Kenyon e Koerner (2009), que englobava uma amostra recolhida num período de pré-ingressão à universidade, com 204 jovens adultos e 226 pais de jovens adultos, onde referem que os jovens adultos esperam pela ajuda financeira dos pais, aquando do seu ingresso na faculdade.

É de ressaltar ainda o facto de esta variável não se diferenciar na vinculação à mãe o que pode ser explicado por uma questão cultural ou social em que compete à figura paterna a sustentabilidade financeira do agregado familiar.

Não se verificaram diferenças na vinculação ao pai nas variáveis do contexto familiar ao nível da idade da mãe, da escolaridade do pai, da profissão do pai, da situação

profissional da mãe e da profissão da mãe.

Estes resultados vêm indicar que na presente amostra a vinculação ao pai apresentou diferenças significativas em função de algumas variáveis sócio-demográficas referentes ao contexto familiar, ao contrário da vinculação à mãe que não se diferenciou a este nível. Este dado sugere que a relação de vinculação que o jovem adulto estabelece com o pai é pautada por características familiares diferenciando-se em vários factores, o mesmo não acontece com a mãe, enquanto cuidadora principal a relação de vinculação que estabelece com o filho não se diferencia a este nível.

6.2.1.7. diferenças das variáveis da vinculação ao pai em função das variáveis do contexto romântico.

Relativamente à vinculação ao pai, verificou-se a presença de diferenciações ao nível da duração da relação amorosa e da existência de relação amorosa.

Relativamente à existência de relação amorosa, verificou-se, através das análises efectuadas, que os jovens adultos, que no momento da recolha dos dados não mantinham uma relação amorosa, apresentavam níveis mais elevados de inibição da exploração e

individualidade, na relação com o pai, em relação aos que mantinham um relacionamento

amoroso. Estes resultados podem ser explicados pelo facto do parceiro romântico, na vida do jovem adulto, poder funcionar como figura significativa e inclusivamente desenvolver relações de vinculação, por isso mesmo, estes jovens, tornam-se mais seguros e consequentemente, mostram menor inibição na sua individualidade, proporcionando-lhe o apoio necessário ao vinco da sua identidade e à exploração do seu meio (e.g., Mercel, 2006; Trinke & Bartholomew, 1997).

Ainda neste seguimento e no que respeita à duração da relação amorosa na

vinculação ao pai, esta revelou diferenças significativas na dimensão inibição da exploração e individualidade, na relação com o pai. Tal como na análise à vinculação à mãe,

verifica-se que os jovens adultos que mantêm um relacionamento há menos tempo, parecem apresentar níveis de percepção de inibição e restrição à sua individualidade no comportamento do pai, em relação aos que mantêm um relacionamento mais duradouro.

6.2.1.8. diferenças das variáveis da vinculação ao pai em função das variáveis do contexto académico.

Relativamente à vinculação ao pai, verificou-se a presença de diferenciações ao nível do ciclo de estudo dos jovens e da saída de casa (deslocado).

No que diz respeito à diferenciação da vinculação ao pai na variável sócio- demográfica ciclo de estudo dos jovens, as diferenças verificam-se na inibição da

exploração e individualidade, na relação com o pai, e na ansiedade de separação e

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