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diferenciação nos protótipos de vinculação aos pais.

Capítulo II: Estudo Empírico Resultados e Discussão

23 aos 25 anos, como também a dimensão manutenção do laço, à mãe, apresentam um

6.6. diferenciação nos protótipos de vinculação aos pais.

6.6.1. distribuição dos protótipos de vinculação à mãe e ao pai em função do género do jovem.

Perante os resultados das distribuições dos protótipos de vinculação à mãe e ao pai, em função do género dos jovens, verifica-se que os protótipos de vinculação a ambos pais não se diferenciam em relação ao género dos jovens adultos, pelo que se aceita a hipótese 12. Este resultado é consonante com a literatura, nomeadamente por uma data-análise a 15 investigações, onde os autores concluíram que a vinculação aos pais não se diferencia no género (IJzendoorn & Bakermans-Kranenburg, 2010). Ressalta-se ainda Rocha (2008) que também não verificou no seu estudo junto da população portuguesa, diferenciação significativa entre o género e os protótipos de vinculação aos pais.

6.6.2. distribuição dos protótipos de vinculação à mãe e ao pai em função da idade do jovem.

Como se pôde constatar pelos resultados, os protótipos de vinculação a ambos pais não se diferenciam em relação à idade dos jovens adultos, pelo que se aceita a hipótese 13. Este resultado é reportado por vários estudos, podendo-se referir os estudos de Bastos (2005) e também de Rocha (2008), que constataram esta ausência de diferenciação.

6.6.3. análises diferenciais da adaptação académica em função dos protótipos de vinculação aos pais.

6.6.3.1. diferenças da adaptação académica em função dos protótipos de vinculação à mãe.

No que se refere às diferenças existentes na adaptação académica em função dos quatro protótipos da vinculação à mãe, verificou-se a existência de significância ao nível da

área interpessoal, da área vocacional, da área pessoal e da área estudo. Relativamente à área institucional, as diferenças não são significativas.

No que diz respeito à área interpessoal, constatou-se que o protótipo de vinculação

seguro se diferencia em relação ao protótipo preocupado e também ao protótipo amedrontado, apresentando valores superiores de competências nas relações sociais que

estabelece. Estando o protótipo de vinculação seguro associado a jovens que têm uma representação positiva de si próprios e também dos outros (Bartholomew & Horomitz, 1991) é legitimo que estes jovens se evidenciassem positivamente nos relacionamentos com os outros e estabelecessem relações de maior intimidade no contexto académico (Almeida et al., 2002), comparativamente com o protótipo de vinculação amedrontado, que são jovens que evitam a intimidade e a proximidade com os outros (Bartholomew & Horomitz, 1991), e o protótipo preocupado, que caracteriza jovens que procuram aprovação e atenção nas suas relações interpessoais (Bartholomew & Horomitz, 1991). Autores como Cabral (2011), vêm consolidar esta evidência positiva do protótipo seguro no desenvolvimento psicossocial num estudo constituído por uma amostra de jovens universitários com uma média de idade de 19.38. Henson e Scharfe (2011) num estudo em que pretendiam verificar a associação entre as representações de vinculação do adulto e a evolução académica nos estudantes universitários, verificaram que a ansiedade na relação com as figuras de vinculação, patente em maior intensidade no padrão preocupado, tinha uma associação negativa no percurso académico dos jovens estudantes, nomeadamente no estabelecimento de relações sociais com o grupo de pares. Embora o constructo área interpessoal remeta para as relações estabelecidas entre o jovem adulto e o grupo de pares, também incide nas relações interpessoais de maior intimidade no contexto académico (Almeida et al., 2002). Assim, remetem-se os presentes

resultados para um estudo de Matos, Barbosa, e Costa (2001), em que na sua investigação com 365 elementos de idades que iam dos 17 aos 22 anos, corrobora esta ideia referindo que os jovens com um protótipo de vinculação preocupado, numa abordagem das relações amorosas, apresentam valores superiores na dimensão dependência o que remete tendencialmente para uma procura exacerbada de proximidade aos pares. Já os jovens com um protótipo de vinculação amedrontado pontuaram na dimensão evitamento, o que infere na necessidade do jovem conciliar a vinculação (ao par amoroso) e a sua independência. Por outro lado Assunção e Matos (2010) e também Matos e Costa (2006) referem que uma qualidade de vinculação aos pais (pautada no protótipo seguro), confere aos jovens competências sociais positivas nos seus relacionamentos. Arseth, Kroger, Martinussen, & Bakken (2009) vêm consolidar a discussão, baseando-se nas conclusões do seu estudo com uma amostra de 100 jovens universitários de idades compreendidas dos 18 aos 29 anos, onde verificaram que jovens com um protótipo de vinculação seguro apresentam maiores capacidades em estabelecer relacionamentos de maior intimidade. À semelhança do que foi reportado, Welch e Houser (2010), num estudo com 268 jovens universitários, aferiram que o estilo seguro manifestava maior satisfação relacional apresentando níveis altos de intimidade com o grupo de pares em comparação com os restantes padrões de vinculação.

Ao nível da área vocacional, o protótipo seguro apresenta médias superiores em relação ao protótipo preocupado e ao protótipo amedrontado. Os jovens adultos mais autónomos e com maior autoconceito (protótipo seguro) conseguem projectar para o seu futuro uma carreira mais sólida, tendo seleccionado um curso que lhe concede satisfação pessoal pela escolha, comparativamente aos jovens que se inserem no protótipo preocupado e amedrontado. Emmanuelle (2009) verificou no seu estudo com uma amostra de 241 adolescentes dos 15 aos 19 anos de idade, que aqueles que se sentiam mais seguros na relação de vinculação com as figuras parentais, apresentavam uma maior vinculação aos pais tinham menos indecisões na escolha vocacional e de carreira. Downing e Nauta (2010) vêm consolidar este resultado através do seu estudo com uma amostra de 285 jovens universitários, acrescentado ao efeito preditor do estilo de vinculação seguro, o papel das relações interpessoais, como sendo cruciais para colmatar indecisões de carreira nos jovens adultos. Deste modo, e como se tem vindo a reportar com base na literatura existente (Welch & Houser, 2010), as relações interpessoais são estabelecidas com maior dificuldade pelos padrões preocupado e amedrontado.

Em relação à área pessoal verifica-se que o protótipo seguro apresenta médias superiores comparativamente ao protótipo preocupado. Por outro lado o protótipo de

vinculação amedrontado evidencia valores médios superiores relativamente ao protótipo

preocupado. A área pessoal é pautada na adaptação académica por percepções de bem-estar

psicológico e físico por parte do jovem adulto, como também questões de autonomia e de autoconceito (Almeida et al., 2002). O protótipo de vinculação seguro remete, como já se referiu, para jovens autónomos, caracterizados por terem uma representação positiva de si e dos outros (Bartholomew & Horomitz, 1991). Posto isto, os jovens que têm uma percepção positiva de si, são jovens com elevada auto-estima e auto-conceito, factores associados ao bem-estar e a aspectos mais emocionais que caracterizam a área pessoal (Almeida et al., 2002). Mikulincer e Florian (2003) através da revisão literária, sustentam esta ideia salientando o papel da vinculação segura (utilizando a classificação de Ainsworth et al., 1978) no bem-estar do jovem adulto. Os autores indicam que a vinculação segura parece servir como factor de resiliência nas adversidades da vida e momentos de stress, além do mais também proporciona níveis elevados de bem-estar. Também Mota (2008) vem consolidar esta ideia referindo, com base na sua investigação, que a qualidade da relação de vinculação com as figuras significativas facilita o desenvolvimento de competências pessoais. O protótipo preocupado caracteriza jovens com representação negativa de si, são jovens que manifestam dependência emocional dos pais e que procuram a aprovação e atenção dos outros (Bartholomew & Horomitz, 1991) não revelando deste modo autonomia na adaptação académica. A diferenciação entre o protótipo amedrontado e o protótipo preocupado, que se registou na área pessoal, é explicada pela percepção negativa de si e positiva dos outros que caracteriza o protótipo preocupado, remetendo para percepções negativas do self, como o auto-conceito, uma vez que tem os outros como melhores que ele. Como o protótipo amedrontado se caracteriza pela visão negativa de si e dos outros este desajustamento percepcional do self não é evidenciado. Mais uma vez, e como já foi referido, estes resultados são consonantes com os que foram obtidos por Cabral (2011) na sua investigação. De ressaltar que Monteiro et al. (2007) no seu estudo com 316 elementos (M = 18.77) verificaram que a ansiedade relativa às figuras significativas, patente no protótipo preocupado, tinha implicações negativas no bem-estar do jovem adulto, levando mesmo em certas situações a produzir sintomatologia psicopatológica.

No que concerne à área estudo, as diferenças remetem para o protótipo de vinculação

seguro, que se evidencia ao protótipo de vinculação preocupado e ao protótipo de vinculação amedrontado. Jovens adultos com um protótipo seguro à mãe, revelam maiores

competências de estudo e desenvolvem rotinas de estudo e gestão do tempo em relação aos jovens com protótipo de vinculação preocupado e amedrontado. Este aspecto talvez remeta

para o facto dos jovens caracterizados pelo protótipo seguro sejam mais autónomos e mais confiantes, cumprindo eficazmente as tarefas académicas de índole de aprendizagem, ao invés dos jovens de protótipo preocupado e amedrontado. Estes resultados são corroborados por Martins et al. (2008), numa amostra de adolescentes tardios, onde verificaram que os jovens que tinham um padrão de vinculação seguro aos pais apresentavam níveis superiores de envolvimento e satisfação escolar comparativamente com os outros padrões de vinculação.

6.6.3.2. diferenças da adaptação académica em função dos protótipos de vinculação ao pai.

No mesmo seguimento, e em relação à diferenciação entre os protótipos de vinculação ao pai em função da adaptação académica, as diferenças reflectem-se ao nível da área

interpessoal, da área pessoal e da área estudo.

Assim, e relativamente à área interpessoal, constata-se que o protótipo de vinculação

seguro evidencia-se comparativamente com o protótipo de vinculação desinvestido e também

com o protótipo de vinculação amedrontado. Por outro lado o protótipo de vinculação

preocupado apresenta valores médios superiores em relação ao protótipo de vinculação amedrontado. Os jovens que se caracterizam por um protótipo de vinculação seguro são

jovens que desenvolvem facilmente relações interpessoais e de intimidade com os pares (Bartholomew & Horomitz, 1991; Cabral, 2011). É normal que estes jovens possuam mais competências interpessoais e se diferenciem face aos jovens representados quer pelo protótipo de vinculação desinvestido, já que estes são muito independentes e evitam o relacionamento interpessoal, quer pelo protótipo de vinculação amedrontado, que classifica jovens que evitam intimidade e proximidade dos outros (Bartholomew & Horomitz, 1991). Verificou-se ainda que o protótipo de vinculação preocupado se diferenciava do protótipo amedrontado (Matos et al., 2001). Os jovens que se enquadram no protótipo preocupado são jovens que detêm uma elevada dependência emocional aos pais, procurando aprovação nos outros, limitando deste modo as competências de relacionamentos interpessoais associadas, por sua vez os jovens que agrupam o protótipo amedrontado evitam a intimidade e a proximidade (Bartholomew & Horomitz, 1991), características centrais na área da adaptação académica em foco (Almeida et al., 2002).

Em relação à área pessoal verifica-se que o protótipo seguro se evidencia aos restantes protótipo, apresentando valores superiores comparativamente ao protótipo

preocupado, desinvestido e amedrontado. Por sua vez o protótipo de vinculação preocupado diferencia-se relativamente ao protótipo amedrontado. Tal como se verificou

nos protótipo de vinculação à mãe, também nos protótipo de vinculação ao pai se verificou uma diferenciação do protótipo seguro, relativamente aos outros protótipo, na área pessoal. Como já se referiu anteriormente, o protótipo de vinculação seguro inclui jovens que se percepcionam positivamente a eles e aos outros, facilitando o estabelecimento de relações interpessoais e de maior intimidade, características, que por si só, favorecem o bem-estar do jovem. Posto isto, e tendo em conta que os outros três protótipos de vinculação remetem para padrões de vinculação inseguros, não favorecendo a regulação emocional do jovem, é normal que o protótipo seguro se diferencie face a estes. Ainda assim, ao invés do que se verificou nas análises à mãe, os resultados indicam que os jovens que enquadram o protótipo de vinculação preocupado têm níveis de bem-estar superiores relativamente aos jovens com padrão amedrontado.

Relativamente à área estudo verificam-se diferenças ao nível do protótipo

preocupado, apresentando valores superiores comparativamente com o protótipo desinvestido e com o protótipo amedrontado. O protótipo de vinculação preocupado é

caracterizado pela procura de aprovação e atenção dos outros, assim os jovens procuram encontrar essa atenção através do aproveitamento académico. Ao que parece, estes jovens ao serem bons alunos (e.g., competências de estudo, rotinas de estudo, gestão de tempo) conseguem aumentar o seu auto-conceito, o que se prende também com a aceitação e reconhecimento dos outros, comparativamente aos outros jovens com protótipo de vinculação desinvestido e amedrontado.

Tendo presente os resultados, constata-se que a hipótese 14 foi validada, na medida em que os protótipo de vinculação à mãe e ao pai se diferenciaram em função da adaptação académica.

Este resultado é consistente com vários argumentos teóricos, no entanto ressalta-se Cabral (2011) que verificou no seu estudo a evidência positiva do protótipo seguro no desenvolvimento psicossocial do jovem estudante nas relações interpessoais que estabelece com o grupo de pares. Segundo a autora, o grupo de pares e as relações positivas que o jovem mantém, desempenham um papel importante na adaptação académica, o que sugere e segundo Welch e Houser (2010) que o grupo de pares funciona como porto seguro dando-lhe o apoio e o suporte emocional necessário para ultrapassar as vicissitudes académicas.

Machado (2007) num estudo em que elaborou uma revisão de estudos recentes que incidiam nas relações entre a representação da vinculação aos pais e a adaptação ao ensino

seguras (utilizando a classificação de Ainsworth et al., 1978) têm uma maior propensão para ultrapassar as dificuldades que advêm das mudanças que marcam a entrada para o ensino superior, nomeadamente a saída de casa, no entanto, adianta a autora, os jovens adultos continuam a recorrer aos pais em situações de maiores dificuldades.

Os jovens estudantes que têm uma vinculação segura com as figuras de vinculação, estão mais propensos no seu desenvolvimento e adaptação às dificuldades e desafios académicos. Por outro lado, os jovens que revelam vinculações inseguras manifestam maior dificuldade em gerir relações interpessoais, tarefas académicas e até mesmo, adiantam os autores, situações de regulação pessoal (Mattanah et al., 2004).

Em contraste com o que foi reportado, Lapsey e Edgerton (2002) no seu estudo com uma amostra de 156 jovens estudantes referem que jovens com um estilo de vinculação seguro, são socialmente e emocionalmente melhor adaptados ao ensino superior. Também Frey, Beesley, e Miller (2006) num estudo com uma amostra de 245 jovens estudantes, dizem que um estilo de vinculação seguro é susceptível de ter menos stress e consequentemente uma maior adaptação académica.

Também Bernier, Larose, Boivin, e Soucy (2004) no seu estudo com uma amostra de 102 jovens adultos, constataram que um estilo de vinculação preocupado (segundo tipologia AAI) estava negativamente relacionado com a adaptação académica, ajustamento pessoal, bem como com a vinculação institucional (subescalas do Student Adaptation to College

Questionnaire, SACQ). Estes dados sugerem que um estilo de vinculação preocupado está

relacionado a dificuldades e desprovimento de estratégias de coping essenciais para transição e adaptação ao contexto universitário. Á semelhança destes autores, Ferraz e Pereira (2002) referem no seu estudo, com uma amostra de 346 jovens universitários, que os jovens adultos que consigam colmatar as saudades dos pais com o investimento nas relações com o grupo de pares, estão mais propensos a adaptarem-se ao contexto académico, ao invés dos jovens estudantes que não estabeleçam relacionamentos com o grupo de pares.

Conclusão

Nesta fase conclusiva do presente estudo, pretende-se de modo sistemático, tecer algumas considerações dos resultados obtidos, referir algumas limitações inerentes ao estudo como também sugestões para futuras investigações da temática.

Com a realização desta investigação foi possível verificar o forte contributo que as relações estabelecidas entre os jovens adultos e as figuras de vinculação têm no seu desenvolvimento, nomeadamente nos processos de individuação e na adaptação ao contexto

académico, enquanto tarefa normativa do jovem. Considera-se que com a realização desta investigação, ficaram patentes factos que vêm reforçar o estudo da vinculação nos jovens adultos em prol da sua adaptação e sucesso académico.

Relativamente à vinculação, constatou-se que comportamentos de restrição por parte das figuras de vinculação, que impedem o jovem adulto a desenvolver um estilo pessoal, se encontravam associados negativamente com a maioria das dimensões, dificultando o relacionamento com as figuras parentais, inibindo os processos de individuação e até mesmo a adaptação académica do jovem. Por outro lado, a qualidade relacional que os jovens mantêm com as figuras de vinculação, percebendo-as como importantes para o seu desenvolvimento e servindo de base segura, estava correlacionada positivamente com a maioria das dimensões em estudo. Este facto leva a concluir que um bom relacionamento com as figuras parentais, promove um processo de individuação bem sucedido e também um bom ajustamento académico. Por último e relativamente à dimensão que incide na ansiedade de separação e dependência aos pais, verificou-se que tinha associações negativas na adaptação académica mas foi notória a sua associação positiva com a individuação bem sucedida, o que pressupõe que esta variável, quando moderada, é saudável nos processos de individuação do jovem adulto.

No que respeita à individuação, importa referir que uma individuação bem sucedida favorece a adaptação do jovem adulto à universidade, ao contrário do mecanismo defensivo do jovem adulto aos pais, patente na negação do desejo de ligação, que dificulta a mesma adaptação.

Quer a vinculação aos pais, quer a individuação aos pais, se diferenciaram em função do género, o que implica que o estilo educativo ainda se diferencia no género, no entanto de forma inversa. O que se aferiu foi um padrão mais restritivo aos rapazes, percepcionando mais limitações que as raparigas. Em contraste com este resultado verificou-se que as raparigas também se diferenciavam na individuação bem sucedida em detrimento dos rapazes. Estes dados levam a concluir que o modo distinto como os pais se relacionam com os filhos e com as filhas, têm futuras implicações nos processos de individuação, ou seja, as limitações feitas pelos pais aos rapazes, talvez por questões de protecção e segurança, têm repercussões negativas num processo de individuação que se quer saudável e normativo.

Em relação à idade verificou-se que os jovens adultos mais novos percepcionam mais restrições e manifestam maior dependência às figuras de vinculação em relação aos mais velhos. Este facto remete outra vez para uma possível sobreprotecção parental. Estes resultados quando analisados a par com a individuação, remetem para um processo de

individuação melhor sucedido nos jovens mais velhos, uma vez que manifestam menos impedimentos na sua individualidade por parte dos pais. Mais uma vez se constatou a vertente negativa da dimensão em causa no desenvolvimento dos jovens.

Durante a investigação houve um dado que ressaltou das análises diferenciais à vinculação aos pais, a existência de diferenças significativas em função das variáveis sócio- demográficas referentes ao contexto romântico, ao nível da dimensão inibição da exploração e individualidade. Constatou-se que os jovens que mantêm um relacionamento mais duradouro percepcionavam menos restrições dos pais em comparação aos que não mantêm. Este dado dá consistência à importância das relações interpessoais no desenvolvimento saudável dos jovens adultos uma vez que se tornam mais seguros e percepcionam os comportamentos e as relações parentais de um outro prisma.

Foi curioso verificar na individuação aos pais, que a saída de casa do jovem adulto para frequentar o ensino superior que implica separação dos pais, não ostentava diferenças significativas, enquanto variável independente. No início do presente estudo especulava-se que a separação dos pais poderia impulsionar os processos de individuação dos jovens adultos, facto que não se verificou.

Um outro resultado que se conjecturou inicialmente era o de que um processo de individuação bem sucedido aos pais conduzisse a uma melhor adaptação ao contexto universitário. Pelas análises que se realizaram constatou-se que um processo de individuação bem sucedido não previa a adaptação do jovem ao contexto académico, ao invés da vinculação aos pais, que se mostrou mais influente na predição da adaptação. Por sua vez, a individuação aos pais é influenciada pela qualidade da relação de vinculação que o jovem

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