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A analise dos indicares financeiros consiste fundamentalmente na confrontação entre diversos grupos ou contas patrimoniais e de resultado, a fim de estabelecer uma relação lógica que possibilite a mensuração econômica/financeira da empresa. Estes são de analises global e a curto, médio e longo prazo da velocidade do giro dos recursos, possibilitando a interpretação da saúde financeira da Empresa, seu grau de liquidez e capacidade de solvência. Na sequencia, se apresenta individualmente cada indicador financeiro.

Tem por escopo apurar a capacidade da empresa saldar suas obrigações com terceiros, ou seja, pagar seus passivos. Por sua vez desdobram-se em: Liquidez Geral, corrente e seca. Estes se apresentam no quadro 13.

A liquidez geral, mostra a capacidade da empresa saldar seus compromissos totais, utilizando seus ativos circulantes mais os recebíveis a longo prazo, ou seja, sem utilizar os itens do imobilizado da empresa. Como apresentado na sequência, a empresa A, detém um índice de LG em 2014 de 2,19 e em 2015, o mesmo representa 1,54, isto significa uma queda na potencialidade da empresa saldar suas duvidas, mas ainda o índice 1,54 representa que a empresa ainda detém R$ 1,54 para cada R$1,00 de compromisso/dívidas totais. De maneira geral, é considerado bom o índice, porém a sua queda é ponto negativo à empresa.

Na empresa B, estes índices são menores, como se apresentam na sequência, aonde em 2014, a empresa detinha R$ 1,21 para cada R$ 1,00 de dividas, em 2015 baixou para apenas R$ 1,15. Mas apesar de baixo, a empresa é capaz de saldar seus compromissos totais sem necessitar mexer em seu imobilizado.

A liquidez corrente, representa a capacidade da empresa em saldar suas dividas de curto prazo. A empresa A, apesar da pequena queda no índice de um exercício para o outro, detém uma boa capacidade corrente de saldar suas dividas com R$ 2,03 para cada um R$ 1,00, estas mesmas em curto prazo.

Na empresa B, a situação se mostra ao contrário da empresa A, no exercício de 2015 houve uma melhora na capacidade financeira para saldar suas dividas, passando de 1,16 para 1,48, onde para cada R$ 1,00.

A expressão destes índices são facilmente identificados nos Balanços Patrimoniais, aonde na empresa A, teve o crescimento da conta Passivo Circulante maior que o crescimento do Ativo Circulante, como têm-se anteriormente na Quadro 1, e na empresa B, o Ativo Circulante cresceu ao um índice superior ao passivo circulante, como apresentado já na Quadro 2.

A liquidez seca, de maneira geral, é capacidade da empresa saldar suas dívidas de curto prazo sem se utilizar da venda dos estoques. A empresa A, mostra uma elevação no índice, apresentando em 2015 a capacidade de saldar a cada R$ 1,00 de dívidas possui R$ 1,49.

Porém, na empresa B, o índice é considerado ruim, apesar de sua elevação de 0,76 para 0,84, mas isso representa que a cada R$ 1,00 a empresa detém apenas R$ 0,84 para saldar suas dívidas caso não vender os estoques, ou seja, há uma falta de R$ 0,16. Isso

representa a empresa, ter que usar a venda de produtos de estoque para a destinação de pagamentos de dívidas.

Quadro 13: Indicares de Liquidez

Liquidez Geral – LG 2014 2015 Empresa A 2,190 1,214 Empresa B 1,545 1,150 Liquidez Corrente – LC 2014 2015 Empresa A 2,146 2,038 Empresa B 1,160 1,484 Liquidez Seca – LS 2014 2015 Empresa A 1,140 1,491 Empresa B 0,766 0,847

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

5.2.2 Análise dos Índices de Retorno

Os índices de Rentabilidade medem o quanto uma empresa está sendo lucrativa ou não, através dos capitais investidos, o quanto renderam os investimentos e, qual o resultado econômico da empresa. O seu conceito analítico é o quanto maior melhor. Estes indicadores a seguir analisados, se apresentam no Quadro 14.

O índice Retorno Sobre Vendas indica o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento líquido. Como apresentado, tem-se uma taxa de retorno em 2014, de 6,04%, porém ao exercício seguinte, 2015, tem uma queda, apenas 0,69%, isso representa uma perda lucratividade. Sob, este índice, pode-se supor que a estrutura operacional da empresa está absorvendo os lucros.

Na sequencia, se apresenta os resultados da empresa B, a qual tem um retorno sobre vendas negativo, o qual resultou em -49,39%, pois o resultado do período de 2014 fechou no prejuízo, negativando assim também o retorno sobre as vendas. No segundo período, o índice de lucratividade é de 7,42%, superando o índice da empresa A, nos dois períodos.

O índice de Giro do Ativo relaciona o total das vendas com o ativo da empresa, mostrando quantas vezes o ativo girou no período, ou seja, ele mostra a eficiência no uso dos ativos. Contata-se que empresa A tem um excelente giro de ativo, isso representa, que dentro do período de 2015, ela para cada R$ 1,00 de capital empregado no ativo, a mesma vendeu R$ 1,37 em mercadorias. Porém, na empresa B, o número de giros foi de apenas 0,06 no período,

considera-se muito baixo, pois, o mesmo representa que a empresa, detém um montante de vendas produzido, muito inferior aos ativos investidos.

A taxa de retorno sobre o ativo total mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros com seus ativos disponíveis. Esse índice, mostra que a empresa A, gerou no período um lucro de apenas 0,95% do investimento feito no seu ativo, e a empresa B mostra-se com um índice mais elevado, de 1,57%.

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido mensura a rentabilidade de uma corporação ao revelar o quanto de lucro a companhia gera com o dinheiro investido pelos empresários e acionistas. Na empresa A, este retorno é considerado razoável, de 2,22%, já na empresa B, o retorno foi excelente, de 43,29%, pois se no exercício seguinte o mesmo se repetir, a empresa irá se solver com os sócios proprietários em um curto espaço de tempo.

Quadro 14: Índices de Retorno

Retorno Sobre Vendas - RSV 2014 2015

Empresa A 6,04% 0,69%

Empresa B -49,39% 7,42%

Giro Ativo – GA

Empresa A - 1,373

Empresa B - 0,063

Retorno Sobre Ativo

Empresa A - 0,95%

Empresa B - 1,57%

Retorno Sobre Patrimônio Liquido

Empresa A - 2,22%

Empresa B - 43,29%

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

5.2.3 Indicadores de Estrutura e endividamento

Estes indicadores são utilizados para medir a proporção de capital próprio e de capital de terceiros existentes no passivo da empresa. Relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição dos capitais de terceiros em relação ao capital próprio. Os mesmos estão apresentados na sequencia no quadro 15.

A participação de capitais de terceiros indica o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos. Como se apresenta na sequencia, em 2014, 84% do capital com o qual da empresa A

trabalhava era de terceiros, com a maior participação os fornecedores. Porém em 2015, esse índice aumenta para 183,37%, o qual representa que o capital de terceiros é quase duas vezes maior que o capital próprio da empresa. Tanto em 2014 quanto em 2015, a maior participação do capital de terceiros são os fornecedores.

A situação da empresa A, se repete na empresa B, porém em proporções mais elevadas. Em 2014, o índice mostra que participação de terceiros é maior que quatro vezes ao patrimônio da empresa, e em 2015, é superior a seis vezes.

Endividamento Geral indica a proporção dos ativos totais da empresa financiados por terceiros. Em suas composições, na empresa A, no período de 2014, apresentava um índice de endividamento/financiamento de seus ativos, com 45,65%, isto representava que mais que a metade de seus ativos eram pagos com recursos próprios e o restante de terceiros. Porém no próximo exercício, este índice subiu para 64,71%, onde a empresa passa a depender muito dos financiamentos dos fornecedores (capital de terceiros).

A empresa B, mostra-se mais dependente dos credores do que a empresa A, pois, em 2014 o capital de terceiros representa 82,36% de seus ativos, destacando que eram financiados pelos fornecedores, e 2015, este índice subiu para 86,98%, representando uma dependência de capital dos fornecedores.

Ao ponto de vista financeiro, essa dependência das empresas A e B, representam um risco de inadimplência, pois, são obrigações que devem ser liquidadas futuramente. Porém, ao ponto de vista gerencial, esses financiamentos feitos pelos fornecedores representam um

“folego” a empresa, ou seja, um período maior para fazer os valores financeiros girar dentro

da empresa para gerar lucros. Porém devem se analisadas as taxas de juros embutidas nesses financiamentos, pois elas devem ser inferiores as taxas de lucros da empresa, caso contrário, a empresa operará com quedas de lucro.

Conforme Martins e Assaf (1986, p. 252) “todavia, há sempre um risco: um empréstimo hoje favorável poderá amanhã não ser mais, por que a taxa real de juros pode aumentar, ou o retorno dos ativos cair, ou ambas situações, às vezes liquidando com a

empresa”.

O índice de Composição do Endividamento reflete o quanto das obrigações totais da empresa, deverão ser pagas a curto prazo, período menor que um ano. No período de 2014, a empresa A não apresentava nenhuma obrigação a longo prazo, tendo suas dívidas a serem pagas no período de um ano. No exercício de 2015, as obrigações de curto prazo representam 74,96%. Há uma melhora no contexto, pois representa um maior período para empresa levantar fundos financeiros para fazer frente às suas obrigações.

Conforme ocorrido na empresa A, a empresa B detém a mesma situação de composição de endividamento.

Quadro 15: Indicadores de Estrutura e endividamento

Participação de Capital de Terceiros 2014 2015

Empresa A 84% 183,37% Empresa B 467,03% 668,15% Endividamento Geral Empresa A 45,65% 64,71% Empresa B 82,36% 86,98% Composição do Endividamento Empresa A 100% 74,96% Empresa B 100% 75,96%

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).