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Antibióticos nas plantas

No documento Plantas Que Curam (páginas 92-95)

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PK

Este processo tem lugar no intestino gros- so, pelo que a sua a c ç ã o laxante ou purga- tiva se manifesta a partir de seis h o r a s após terem sido ingeridos.

Têm as seguintes acções:

• Laxante ou p u r g a n t e ( c o n f o r m e a dose). Efeito seguro e p o t e n t e . Actuam estimulando OS movimentos pcrisláhicos do intestino grosso e d i m i n u i n d o a ab- sorção de água. C o m o r e s u l t a d o , as te- zes passam mais r a p i d a m e n t e e são me- nos secas.

• Digestiva, colcrética e colagoga. Km geral desaconselha-se o seu uso pelas grávidas, d u r a n t e a m e n s t r u a ç ã o , em caso de cólicas, ou q u a n d o se sofra de h e m o r - róidas (ver pág. 9 9 ) .

As plantas mais ricas em glicósidos an- traquinónicos são: aloés, amieiro-negro, ca- nafísiula. cáscara-sagrada, espinheiro-cer- val, granza, r u i b a r b o e sene-da-índia.

G l i c ó s i d o s c a r d i o t ó n i c o s

A genina dos glicósidos c a r d i o t ó n i c o s é formada por um n ú c l e o ciclopentano-per- hidiofenanti e n o , q u i m i c a m e n t e s e m e - lhante aos sais biliares, ao c o l e s t e r o l , às hormonas sexuais e a outras substâncias de grande actividade b i o l ó g i c a . O a ç ú c a r constituinte é a glicose, a galactose ou di- versas pen toses.

A sua acção c o n s i s t e em a u m e n t a r a força contráctil do c o r a ç ã o , e em regular o seu ritmo. As suas substâncias são m u i t o potentes, com r e s u l t a d o s e s p e c t a c u l a r e s em muitas afecções do coração. Dcvcm-sc dosear e administrar c o m p r u d ê n c i a , e sem-

pre sob vigilância m é d i c a .

A planta mais usada pelos seus glicósidos cardiotónicos é a dedaleira, insubstituível no tratamento de muitos d o e n t e s . O u t r a s são: adónis-da-itália, asclépia, cacto-gran- difloro, ceboia-albarra, gracíola e lírio-dos- -vales.

Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por seres vivos, ge- ralmente vegetais, que são capazes de destruir ou de deter o crescimento de outros seres vivos como bactérias, vírus e outros microrganismo. Luís Pasteur, o grande biólogo francês do século XIX, já previu que «a vida pode destruirá vida», embora naquela época não se tivessem ainda descoberto os antibióticos.

A maior parte dos antibióticos que se usam em terapêutica procedem de vegetais inferiores, como as bactérias ou os fungos. Não obstante, as plan- tas superiores também produzem antibióticos, ainda que em quantidades muito pequenas. Estes têm uma estrutura química mais complexa que a dos produzidos pelos vegetais inferiores, e nalguns casos é pouco conhecida.

Tudo isto dificulta o seu isolamento, a sua dosagem e utilização clínica. Tal- vez por isso, os antibióticos produzidos pelas plantas superiores são pou- co conhecidos e utilizados. A investigação química e farmacêutica está a desenvolver-se neste campo, e são de esperar interessantes progressos num futuro próximo.

G l i c ó s i d o s c i a n o g e n é t i c o s

A g e n i n a dos glicósidos c i a n o g e n é t i c o s é o ácido c i a n í d r i c o , substância m u i t o tóxi- ca, q u e p o d e libertar-se m e d i a n t e a masti- g a ç ã o , c o m o a c o n t e c e c o m a s a m ê n d o a s

amargas, as s e m e n t e s das a m e i x a s e de ou- _ , . . . _ ,

. c T , - • i r» - °s glicósidos contidos na

trás plantas da família b o t â n i c a das Rosa- d e d a f e i r a r Digitalis

ceas. Em doses altas p o d e provocar intOXl- purpúrea' L.l exercem um cações. notável efeito sobre o

coração, a u m e n t a n d o a força das suas contracções.

C a p . 4 : P R I N C Í P I O S A C T I V O S

V

A hera (Hedera Helix' L.) é

mu/to rica em saponinas de acção cicatrizante e analgésica. Por isso se aplica localmente sobre a pele.

Os glicósidos cianogenéticos de interesse medicina! obtêm-se das folhas do louro-ce- rejo ou loureiro-real, assim como a casca da cerejeira-da-virgínia. Têm acção sedati- va e aiitíespasmódica.

Glicósidos cumarínicos

A genina dos glicósidos cumarínicos, também denominados lactónicos, assim como os seus derivados, são as substâncias responsáveis pelo típico cheiro a feno que exalam certas plantas herbáceas. Estes gli- cósidos possuem propriedades anticoagu- lantes (a vitamina K ou dicumarol é um de- rivado da cumarina), antiespasmódicas (por exemplo, a bisnaga, útil na angina de peito), antibióticas (bardana, pilosela) e sobretudo venotónicas (castanheiro-da-ín- dia). melilolo, gilbarbeira).

A esculina é o derivado cumarínico mais activo sobre o sistema nervoso. Encontra- se sobretudo no castanheiro-da-índia, e fez parte de vários preparados farmacêuticos contra as varizes, hemorróidas e edemas.

Glicósidos fenólicos

Os glicósidos fenólicos libertam a genina hidroquinona, de potente ac cão anti-séptica c anti-inflamatória sobre os órgãos uriná- rios. O mais importante destes glicósidos é

a arbutina, contida sobretudo na uva-iusi- na, e também na damiana, no medronhei- ro e na urze.

Glicósidos flavonóides

A genina dos glicósidos flavonóides é for- mada pela ílavona e seus derivados. Cons- tituem um amplo grupo de substâncias químicas, cuja propriedade comum é a de reforçar a parede dos capilares, melho- rando os intercâmbios de substâncias nu- tritivas e de oxigénio entre o sangue que por eles circula e os tecidos. São também diuréticas (por exemplo, a cavalinha), to- nificantes do coração (pilriteiro), hemos- táticas (como a bolsa-de-pas(or, devido ao flavonóide diosmina) e anti-infiamatórias. A rulina, também chamada rutósido ou vitamina P, é um dos glicósidos flavonóides mais activos. Encontra-se na arruda, no es- pargo, na gilbarbeira, na laranjeira e outras plantas cítricas, na pimenta-d'água, no sa- bugueiro e na tussilagem.

Glicósidos saponínicos

As geninas dos glicósidos saponínicos, chamadas sapogeninas ou saponinas, são geralmente derivados tcrpénicos. Têm a propriedade de diminuir a tensão superfi- cial da água, provocando a formação de es- puma como faz o sabão. In vitro produzem hemólise (destruição dos glóbulos verme- lhos).

As suas acções mais importantes são: • Expectorantes: fluidificam as secreções

mucosas, facilitando assim a sua expec- toração (por exemplo: alcaçuz, polígala- -da-virgínia, primavera, saponária, ver- basco, violeta).

• Diuréticas (como a salsapai rilha-baslar- da).

• Cicatrizantes e analgésicas (hera).

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S

1 " P a r t e : G e n e r a l i d a d e s

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Nas últimas décadas, a investigação químico- -farmacêutica tem feito notáveis progressos, identificando a maior parte dos princípios activos presentes nas plantas medicinais. Agora sabemos como e porquê actuam a maior parte das plantas que antigamente eram usadas simplesmente por tradição ou intuição.

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Procedimentos para

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