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Partes das plantas

No documento Plantas Que Curam (páginas 32-37)

O s p r i n c í p i o s activos d i s t r i b u e m - s e d e forma desigual pelas diferentes partes ou ó r g ã o s da p l a n t a , d e v i d o à especialização das suas células. N ã o basta saber q u e a va- leriana é um b o m sedativo; é preciso sabei' q u e p a r t e da p l a n t a se d e v e utilizar. Nal- g u n s casos, t o d a s a s p a r t e s d a p l a n t a c o n t ê m os m e s m o s princípios activos, sen- do indiferente utilizar unias ou outras. Mas t a m b é m se d ã o os seguintes casos: • Q u e os p r i n c í p i o s activos medicinais se c o n c e n t r e m n u m a única p a r t e d a planta. P o r e x e m p l o , só a raiz do g i n s e n g con- tém substâncias tonificantes. • Q u e c a d a p a r t e da planta p r o d u z a subs- tâncias diferentes, e t e n h a p o r t a n t o pro- p r i e d a d e s diferentes. As flores da laran-

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera como planta medicinal' t o d o o vegetal que contenha, em um ou mais dos seus órgãos, substâncias que possam ser usadas com finalidades terapêuticas ou que sejam precursoras na semi-s/ntese quimico-farmacèutica.

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Tubórcufo

Raiz

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A S A Ú D E PELAS P L A N T A S MEDICINAIS

Io P a r t e : G e n e r a l i d a d e s

jeira são sedativas; os seus frutos, as la- ranjas, são tonificantes; e a casca das mes- mas é digestiva e aperitiva.

• Que umas p a r t e s p r o d u z a m princípios medicinais, e n q u a n t o o u t r a s p a r t e s d a mesma planta e l a b o r e m substâncias tó- xicas. E este o caso da rai/ da consolda, que é um g r a n d e cicatrizante, d e v i d o à alantoína que c o n t é m ; e n q u a n t o n o seu caule e folhas se e n c o n t r a um alcalóide que os torna muito tóxicos.

Por tudo q u a n t o Uca d i t o , c o n v é m co- nhecer e saber identificar c a d a u m a d a s parles ou ó r g ã o s c o n s t i t u i n t e s de u m a planta.

Raiz

A raiz é o órgão encarregado de extrair do solo os sais m i n e r a i s e a á g u a . e de bombeá-los para as folhas, com o fim de ali- mentar toda a planta. Km g e r a l , t o d a s as plantas produzem e a r m a z e n a m na sua raiz. amido, inulina e outros glícidos (a q u e ge- ralmente se dá o n o m e de hidratos de car- bono) c o m o por e x e m p l o a alcachofra, a bardana, a rarlina, o cersefi-bastardo, a chi- cória, o dente-de-leão, a e q u i n á c e a , a jala- |),i c ,i ratânía.

No e n t a n t o , na raiz de o u t r a s p l a n t a s também se p r o d u z e m a l c a l ó i d e s ( p o r exemplo: ipecacuanha, rauvólfia). glicósi- dos (por exemplo: acónito, cinoglossa, equinácea, saxífraga) ou v i t a m i n a s ( p o r exemplo: a c e n o u r a ) .

Nalguns casos, a p e n a s se aproveita a cas- ca da raiz, por se a c u m u l a r e m nela os prin- cípios activos, c o m o no caso da bérberis, do buxo, do chá-dc-nova-jcrsey ou da goia- beira.

R i z o m a

O rizoma é um caule s u b t e r r â n e o , q u e tem aparência de raiz, p o r é m na realidade não cresce para baixo mas sim horizontal- mente. Também a c u m u l a glícidos (hidra- tos de carbono) e substâncias de reserva.

assim c o m o o u t r o s princípios activos. F.m m u i t o s casos é p r e f e r i d o à raiz. p r o p r i a - m e n t e dita ( h i s t o r i a , c á l a i n o - a r o m á t i c o . cúrcuma, polipódio, ruibarbo).

Bolbo

Chamasse b o l b o a u m e n g r o s s a m e n t o s u b t e r r â n e o d o caule, f o r m a d o p o r n u m e - rosas c a m a d a s s o b r e p o s t a s . No b o l b o en- contram-se essências enxofradas (alho, ce- b o l a ) , substâncias a r o m á t i c a s ( a ç u c e n a ) , o u a l c a l ó i d e s ( o c ó l q u i c o o u a ç a l í ã o - -bastardo). Tubérculo Um t u b é r c u l o é um c a u l e s u b t e r r â n e o especializado em a r m a z e n a r substâncias de

A bardana (Arctium lappa L.') é uma das plantas cuja raiz é mais rica em princípios activos: contém substâncias antibióticas, diuréticas e

hipogficemiantes (que fazem descer o nível de glicose no sangue).

C a p . 1 : O MUNDO V E G E T A L

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Além de beleza e aroma agradável, as flores oferecem numerosos princípios activos de acção medicinal: óleos essenciais, alcalóides, pigmentos, glicósidos e outros.

reserva. Assim, por exemplo, o do satirião- -macho, uma orquídea de cujo tubérculo se extrai uma farinha medicinal.

C ó r t e x

O córtex ou casca é a camada que cobre o caule e a raiz. Nela se acumulam abun- dantes princípios activos (amieiro, amiei- ro-negro, caneleira, carvalho, cáscara- -sagrada, condurango, quina, tília, etc.)

Caule

O caule serve de comunicação entre a raiz e o resto da planta, e nalguns casos contém princípios activos (alcachofra, cana-de-açúcar, cavalinha, costo-espigado, éfedra, espargo). O caule pode ser herbá- ceo (no caso das plantas chamadas herbá-

ceas)) ou lenhoso (com madeira), como nas árvores e arbustos. A madeira usa-se pela sua essência (canforeira, cipreste, guaiaco, quássia) ou então para queimar e preparar carvão vegetal (choupo-negro, faia).

G e m a

Cada gema é o esboço de um futuro ramo. Contém resinas e essências. Km fito- terapia usam-se, por exemplo, as gemas de abeto-branco, hétula, choupo-negro e pi- nheiro.

F o l h a s

Podemos dizer que as folhas são o labo- ratório químico por excelência da planta. Nelas se realiza a fotossíntese, isto é, o con- j u n t o de reacções químicas mediante as

quais a planta produz substâncias comple- xas a partir das substâncias inorgânicas da terra e do ar. As células das folhas contêm clorofila, qtie capta a energia da luz solar e a transforma em energia química.

As folhas produzem a maior parte dos princípios activos das plantas, especial- mente os alcalóides, essências, glicósidos e taninos. Por isso são a parte mais usada das plantas medicinais. Algumas das folhas mais úteis em fitoterapia são as de: aloés, aveleira, boldo, damiana, dedaleira, uva- -ursina, hamamélia, loureiro, nogueira, oliveira, silva, videira e visco-branco

Flores

As llores são o órgão reprodutor da plan- ta. Contêm numerosos princípios activos: óleos essenciais (acácia-basiarda, açucena, chagas, tanaceto, tília), alcalóides (buglos- sa, papoila, passiflora), pigmentos (lidal- guinhos, roseira), glicósidos (cacto, laran- jeira, lúpulo, maravilha, sabugueiro), e

muitos outros.

• Estigmas: De algumas flores, como as do açafrão OU do milho, usam-se apenas os

A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S 1 * P a r t e : G e n e r a d a d e s

Os frutos fornecem sobretudo vitaminas, sais minerais, açúcares e ácidos orgânicos. Alguns, como os da tramazeira (Sorbus aucuparia' L.J, chamados sorvas, contêm ainda pectina, fibra vegetal solúvel de acção laxante, e taninos de acção adstringente. O resultado desta combinação de princípios activos é um efeito regulador e normalizador do trânsito intestinal.

estigmas (parte superior do pistilo ou órgão feminino da flor).

• Àinentilhos: São cachos pendentes for- mados por flores quase sempre unisse* xuais. Usam-se, por exemplo, os da ave- leira.

Fruto

O fruto é o órgão vegetal que procede da flor e que envolve as sementes.

Os frutos carnudos contêm abundantes ácidos orgânicos, açúcares e vitaminas (arando, bérberis, caiuito, cerejeira, pilri- teiro, sabugueiro, silva); outros são secos, tomo os das Umbelíleras. e contêm óleos essenciais (anis-verde, cominho, salsa); e alguns usam-sc pelo látex que produzem

(dormideira).

A baga é um fruto carnudo, mas sem ca- roço.

Pedúnculos

C) pedúnculo é a ramificação do caule que segura a flor, o fruto, OU a folha (nes- te caso chama-se peciolo). Por exemplo, usam-se os pedúnculos (ou pés) da cereja e os da avenca.

S u m i d a d e

Chama-se sumidade à parte superior de uma planta, em que se encontram peque- nas folhas e flores que se usam conjunta- mente (absinto, alecrim, orégão, tomilho, urze, vara-de-ouro e, em geral, todas as plantas da família das Labiadas). Quando contém muitas dores, dá-se-lhe o nome de

sumidade florida.

S e m e n t e

Em cada semente encontra-se o gérmen da futura planta e um ou dois cotilédones com substâncias de reserva. As sementes proporcionam glícidos e lípidos (aveia, aveleira, cacau, milho, noz), mucilagens (alíorva. linho, zaragatoa) e óleo (dormi- deira, linho, onagra, rícino, videira).

As sementes dos cereais chamam-se grãos.

S e c r e ç õ e s

As secreções não se podem considerar propriamente partes de uma planta,já que se trata de substâncias líquidas mais ou me- nos viscosas produzidas pelo vegetal:

Cap. 1: O MUNDO VEGETAL

Os nomes científicos das plantas, em latim, baseiam-

-se no sistema binomial de

Lineu: primeiro o género e depois a espécie.

Ao contrário do nome vulgar, cujo âmbito de validade é local, o n o m e cientifico é utilizado em todo o m u n d o . Desta forma é m u i t o facilitado o entendimento entre especialistas de diferentes

países.

Somente uma parte das mais de 390 000 espécies vegetais que povoam o planeta Terra foram identificadas e classificadas. Quantos segredos por descobrir guarda ainda o m u n d o vegetal!

No documento Plantas Que Curam (páginas 32-37)