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Vantagens e inconvenientes dos extractos

No documento Plantas Que Curam (páginas 67-69)

Os extractos constituem uma forma artificial de preparar as plantas medicinais, com as suas vantagens e inconvenientes que convém conhecer.

Vantagens:

Maior concentração: Com o extracto consegue-se uma maior concentração de certos princípios activos da planta, precisamente os que são solúveis no dis- solvente empregado para a extracção. Isto faz que o extracto tenha, em geral, uma acção mais potente que a da planta inteira.

Maior disponibilidade: O extracto pode estar dispo- nível em qualquer época do ano e em qualquer mo- mento do dia, sendo o seu uso tão fácil como tomar umas gotas. Pelo contrário, preparar um sumo fresco ou uma infusão de plantas não está sempre ao nosso alcance.

Inconvenientes:

Maior risco de toxicidade: Desde o momento em que se altera o equilíbrio natural dos componentes de uma planta, extraindo ou purificando alguns dos seus prin- cípios activos, aumenta o risco de se produzirem efei- tos tóxicos. Portanto, as doses de extractos devem ser cuidadosamente respeitadas. Existem duas razões para isso:

1. Maior concentração de determinados componen- tes (os princípios activos).

2. A falta de outros componentes que acompanham os princípios activos da planta no seu estado natu- ral, cuja função é precisamente a de compensar ou diminuir os possíveis efeitos tóxicos dos princípios activos.

Isto explica, por exemplo, o facto de que as essências (extractos muito concentrados) tenham de ser usadas com grande precaução, especialmente quando são in- geridas, pois podem produzir facilmente intoxicações (ver pág. 97).

Maior possibilidade de degradação dos princípios activos: Se o extracto não tiver sido obtido num labo- ratório especializado e pelos métodos correctos, corre- -se o risco de destruir certos princípios activos da plan- ta sensíveis ao calor ou aos dissolventes utilizados. Presença de dissolventes: O dissolvente que mais se emprega é o álcool etílico. Os restos dele que po- dem ficar no extracto representam um inconveniente para as crianças e para determinadas pessoas a quem o álcool se torna especialmente nocivo, mesmo em do- ses pequenas.

Os extractos de plantas medicinais devem ser considerados como fármacos para todos os efeitos, t a n t o q u a n t o às suas vantagens como q u a n t o aos seus possíveis efeitos indesejáveis.

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A SAÚDE P E L A S F L A U T A S M E D I C I N A I S

1 • " P o r t e : G e n e r a l i d a d e - . V

L i n i m e n t o s

Os linimentos são u m a m i s t u r a (emulsão) de extractos de plainas medici- nais com a/.eite e / o u álcool, de fraca con- sistência, que se aplicam s o b r e a p e l e acompanhados de u m a massagem suave. ÂSsubstâncias activas p e n e i r a m nos tecidos profundos. Os linimentos usam-se s o b r e - luclo nas afecções reumáticas e musculares.

Extractos

Os extractos obtêm-se pela acção de um dissolvente sobre as p a n e s activas da plan- ta. No fim pode eliminar-se o dissolvente, ficando unicamente os p r i n c í p i o s activos da planta. Como dissolventes utilizam-se o álcool etílico, o propilenglicol, o éter, a gli- cerina, diversos óleos e a água.

Tipos de extractos

O líquido extractivo resultante p o d e con- centrar-se em diferentes graus, com o q u e se obtêm diferentes tipos de extractos: • Extractos líquidos: têm a consistência de

um líquido ligeiramente espesso. • Extractos fluidos: têm a consistência do

mel fresco. São os mais utilizados, devi- do à sua facilidade de uso e à sua b o a conservação. Nos e x t r a c t o s fluidos, o peso do p r o d u t o o b t i d o é o m e s m o q u e o da planta seca utilizada para a sua ob- tenção.

• Extractos moles: têm consistência pas- tosa, s e m e l h a n t e à do mel. ( ' o n t e m como máximo 2 0 % de água.

• Extractos secos: p o d e m ser r e d u z i d o s a pó. Contém c o m o m á x i m o 5% de água. A sua vantagem é a g r a n d e c o n c e n - tração de p r i n c í p i o s activos q u e a p r e - sentam (I g de extracto seco equivale a 5 g d a planta).

• Ncbulizados: V. u m a d a s técnicas mais modernas para a o b t e n ç ã o de extractos. Consisto em atomizar ou vaporizar a so- lução extractiva e s u b m e t ê - l a e n t ã o a

u m a c o r r e n t e de ar a alta t e m p e r a t u r a . Deste m o d o se c o n s e g u e q u e o dissol- vente se evapore de forma rápida e d e - sapareça p o r c o m p l e t o .

T i n t u r a s

As t i n t u r a s são s o l u ç õ e s alcoólicas c o m q u e s e c o n s e g u e u m a c o n c e n t r a ç ã o m u i t o alta de certos princípios activos da planta, precisamente os q u e são solúveis em álcool. Preparam-se d e i x a n d o m a c e r a r a p l a n t a , bem seca e triturada, em álcool, à tempera- tura a m b i e n t e , d u r a n t e dois ou três dias, ou até 15 dias c o m o no caso da arnica.

I lá dois motivos pelos quais as tinturas se devem usar com g r a n d e p r e c a u ç ã o : 1. A sua elevada c o n c e n t r a ç ã o de d e t e r m i -

n a d o s princípios activos. Por isso, não s<- d e v e u l t r a p a s s a r a d o s e p r e s c r i t a , q u e n o r m a l m e n t e é de 15 a 25 gotas (de 3 a 7 para as crianças p e q u e n a s ) dissolvidas em água, três vezes ao dia.

Os usos externos são a forma mais segura de aplicar as tinturas. Ingeridas por via oral, devem ser empregadas com muita precaução, dado o seu conteúdo alcoólico.

Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO

Nos unguentos, pomadas e cremes, os princípios activos acham-se dissolvidos n u m excipiente gorduroso, o que facilita a sua absorção pela pele.

2. O seu conteúdo alcoólico: Mm hora a quantidade de álcool que se ingere ao tomar umas golas de tintura não seja muito elevada, pode ser suficiente paia produzir intolerância digestiva em pes- soas sensíveis. As tinturas são contra-in- dicadas em caso de afecções hepáticas. Em geral, recomendamos que as tinturas se administrem unicamente em doentes com padecimentos muito concretos, e sem- pre sob indicação e vigilância médica. Em

nenhum caso se devem administrar a crian- ças pequenas. O mais recomendável é uti- lizá-las unicamente por via externa, como por exemplo as de acónito, alecrim, arnica ou cânhamo.

U n g u e n t o s

Nos unguentos, os princípios activos cu- cou tram-se dissolvidos numa substância gorda. As gorduras mais usadas tradicio- nalmente têm sido a vaselina, o azeite, a la- nolina e o sebo animal. Os unguentos são sólidos à temperatura ambiente, e amole- cem quando se estendem sobre a pele com uma fricção suave. As pomadas e os cremes preparam-se com outros excipientes gor- dos elaborados pela indústria farmacêuti- ca moderna.

O unguento popúleo, que se prepara com os brotos tenros rio choupo-negro, tem um eleito muito benéfico contra as he- morróidas (ver pág. 760). Os unguentos de meimendro e de acónito, plantas tóxicas por via interna, usaram-se durante muito tempo como calmantes de nevralgias, ciá- ticas e dores rebeldes.

No documento Plantas Que Curam (páginas 67-69)