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1.2 Os benefícios previdenciários na Constituição Federal e na

1.2.3 Aposentadoria por idade

Estipula a lei de benefícios dois tipos de aposentadoria por idade

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. Na

urbana, o segurado deve ter 65 anos, se homem, ou 60 anos, se mulher, além da qualidade de

Código de Processo Civil, com redação determinada pela Lei n.º 10.444/02. 11. Remessa oficial tida por interposta conhecida e parcialmente provida. Apelação do Réu não provida. (grifo nosso)

32 Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. § 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. § 2º Para os efeitos do disposto no parágrafo anterior, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido.

Art. 49. A aposentadoria por idade será devida: I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir: a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na alínea "a"; II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.

Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação

segurado e da carência. Por sua vez, na rural, a idade é reduzida para 60 anos, se homem, e 55

anos, se mulher, mantidos os requisitos de qualidade de segurado e carência.

A carência no caso da aposentadoria por idade rural foi substituída pelo

efetivo exercício de atividades rurais pelo mesmo período exigido. Mesmo que não tenham

sido realizados os pagamentos, os períodos laborados como rural, rurícola ou volante devem

ser considerados para esse fim.

Nos termos do entendimento jurisprudencial dominante, deve haver razoável

início de prova corroborado por testemunhas idôneas. Como início de prova devem ser

acolhidos quaisquer documentos em que conste a função de rural, rurícola ou volante do

segurado. Acaso existam apenas documentos em nome do marido, a qualidade de rurícola

deve ser estendida à esposa, observada a realidade social da época em que somente o varão

era registrado ou possuía documentos de identificação.

Esclarecemos, no entanto, que o tempo rural sem registro em carteira não

pode ser utilizado para cumprimento da carência em outros benefícios que não seja a

aposentadoria por idade rural, ainda que este tempo possa ser comprovado e contado para

atendimento do total de tempo de contribuição, por exemplo. Referida limitação decorre do

§ 2º do art. 55 da Lei nº 8.213/91.

Importante também destacarmos neste ponto o advento da Lei

nº 10.666/03

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, a qual afastou o requisito qualidade de segurado para a concessão das

aposentadorias por idade a partir de sua publicação, sem exceção de qualquer. Alguns

julgados defendem que a qualidade de segurado foi afastada somente para a aposentadoria

por idade urbana, mas entendemos que se o legislador não excepciona a hipótese, não cabe

ao aplicador do direito fazê-lo.

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trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

33 BRASIL. Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003. Dispõe sobre a concessão de aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 9 maio 2003. Disponível em: <http://planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.666.htm>. Acesso em: 15 maio 2008.

34 Previdenciário e constitucional. Aposentadoria por idade. Trabalhador rural. Início de prova

material. Propriedade de grande porte. Existência de empregados. Ausência da qualidade de segurado especial. 1. Para a concessão do benefício de aposentadoria por idade de trabalhador rural é necessário o implemento do requisito etário bem como comprovação do efetivo exercício de atividade rural, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondentes à carência do benefício pretendido (art. 39, I e art. 48, ambos da Lei nº 8.213/91). 2. Descaracterizada a condição da parte autora de trabalhadora em regime de economia familiar, haja vista a dimensão do imóvel rural de sua propriedade, que é de 1.747,0 ha, correspondente a mais de vinte módulos rurais, além da existência de mão-de-obra assalariada. 3. Apelação do INSS e remessa oficial providas. (grifo nosso)

A renda mensal da aposentadoria por idade rural será sempre de um salário

mínimo, enquanto que a da aposentadoria por idade urbana será de 70%, somada a 1% para

cada período de 12 contribuições, podendo alcançar, à evidência, 100% do salário-de-

benefício nos casos em que o segurado possuir mais de 30 de anos de contribuição.

Nos nossos tribunais, há um número bem menor de lides no tocante às

aposentadorias por idade urbanas, enquanto que a maior quantidade de controvérsias estão

embasadas na comprovação do tempo rural e na questão da qualidade de segurado.

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35Previdenciário. Processo civil. Aposentadoria por idade rural. Carência. Não comprovação. Aposentadoria por

idade urbana. Presença dos requisitos. Concessão. À concessão de aposentadoria por idade exige-se que o requerente tenha implementado a idade mínima de 65 (sessenta e cinco) anos, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher, e atinja um número mínimo de contribuições previdenciárias, para efeito de carência. Ao trabalhador rural, suficiente o implemento do requisito etário - 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos, se homem - e a demonstração do exercício da atividade rurícola pelo prazo da Lei, não se exigindo o recolhimento de contribuições previdenciárias. Prova oral colidente com os documentos carreados, revelando-se inapta a confirmar labor rural, pelo interregno de carência exigido (art. 142 da Lei n° 8.213/91). O magistrado, em casos de benefícios previdenciários, não está adstrito à conformação jurídica, almejada pela parte, desde que preenchidos os requisitos à outorga da benesse. Completados 65 (sessenta e cinco) anos, no curso da lide, e a carência, legalmente exigida, devida a aposentadoria por idade urbana, a contar da data do implemento do requisito etário. Consectários do sucumbimento de acordo com previsões legais e reiterada jurisprudência da 10ª Turma deste Tribunal, nos termos do voto. Apelação do Autor, parcialmente, provida. Sentença reformada, para julgar procedente, em parte, o pedido. Implantação imediata do benefício previdenciário (art. 461 do CPC).

Previdenciário e processual civil. Remessa oficial. Sentença proferida após a vigência da lei nº 10.352/01. Condenação inferior a sessenta salários mínimos. Não conhecimento. Aposentadoria por idade. Diarista. Reconhecimento da condição de rurícola. Comprovação de atividade. Provas material e testemunhal. Comprovação da atividade no período imediatamente anterior ao requerimento. Inexigibilidade. Perda da qualidade de segurado. Irrelevância. Recolhimento de contribuições. Desnecessidade. Benefício vitalício. Abono anual. Termo inicial. Correção monetária. Juros de mora. Honorários advocatícios. Presença dos requisitos legais para a antecipação de tutela. Concessão de ofício. I - Descabe o reexame por força do art. 475, §2º do CPC, com redação alterada pela Lei 10.352/01. II - Certidão de casamento, certidão de óbito do marido e registro na carteira de trabalho configuram prova material suficiente para a comprovação do exercício de atividade rural como diarista, nos termos do art. 106 da lei 8213/91 e da jurisprudência dominante. III - Prova testemunhal que confirma o início de prova material do efetivo exercício da atividade rural. IV - A consulta ao CNIS não demonstra que o(a) autor(a) ou seu marido tenha anotações de vínculos de natureza urbana que pudessem descaracterizar sua condição de rurícola. V - A carência estatuída no artigo 25 da Lei 8.213/91 não tem sua aplicação integral imediata, devendo ser escalonada e progressiva na forma descrita no artigo 142 da referida lei. VI - Não é juridicamente legítima a exigência posta no artigo 143 da Lei 8.213/91, posto que a sua aplicação, de acordo com sua literalidade, causaria tratamento injusto a segurados que por algum motivo deixaram de trabalhar, após o labor por períodos superiores aos exigidos no artigo 142 da referida lei. VII - Comprovado o exercício da atividade rural e a idade, não há que se falar em perda da qualidade de segurado. VIII - O conceito de carência, para o diarista e para o segurado especial, tem conotação peculiar, que se satisfaz com o exercício da atividade, dispensando o pagamento das contribuições previdenciárias. IX - O benefício, com renda mensal de um salário mínimo,pode ser requerido até 15 anos após a data da vigência da Lei nº 8.213/91 e, uma vez concedido, será pago até a data do falecimento do segurado. X - O abono anual decorre da Constituição Federal e da Lei nº 8.213/91, sendo devido independentemente de requerimento. XI - Termo inicial fixado na data da citação nos termos do art. 219 do CPC. XII - A correção monetária das parcelas em atraso é devida nos mesmos índices de reajuste usados na atualização de benefícios previdenciários, segundo a Lei nº 8.213/91 e alterações posteriores, observada, ainda a orientação da Súmula nº 08 desta Corte e Súmula nº 148 do STJ. XIII - Os juros moratórios são fixados em um por cento ao mês, a partir da citação, por força dos artigos 406 do novo Código Civil e 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, não incidindo durante o trâmite do precatório, conforme entendimento do STF (RE nº 298.616/SP - Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 31.10.2002, Tribunal Pleno, DJ 03.10.2003, p. 10), aplicado, por analogia, às requisições de pequeno valor, sendo que eventual atraso no pagamento deverá ser discutido em fase de Execução. XIV - Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre as parcelas vencidas até a sentença, conforme a Súmula 111 do Superior Tribunal de Justiça. XV - Presentes os requisitos do art. 461, § 3º, CPC, é de ser deferida a antecipação de tutela, para