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1.2 Os benefícios previdenciários na Constituição Federal e na

1.2.10 Salário família

Finalizando os benefícios previdenciários, podemos afirmar que os requisitos

para a concessão do salário família são a existência de filhos ou equiparados de qualquer

47 Constitucional. Previdenciário. Auxílio reclusão. Beneficio destinado a segurado de baixa renda. Remuneração de até R$ 360,00, com revisão idêntica aos demais benefícios. EC 20/98, art. 13. Segurado desempregado quando da prisão. Última remuneração. Adequação ao limite de r$ 360,00 após sua atualização. Apelação e remessa oficial desprovidas. 1. A partir da EC nº 20/98, o benefício previdenciário do auxílio reclusão foi restrito a amparar dependentes de segurado de baixa renda, não se tipificando como prestação universal, como as demais contempladas pelo RGPS. E a este propósito, foi explicita a norma constitucional ao estatuir no art. 13: "Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social". 2. É preciso, porém, contextualizar o ato coator em face de outras premissas igualmente relevantes, tais como a data em que adquirido o direito ao benefício, a legislação a ele aplicável e sua interpretação. 3. A prisão do segurado ocorreu em 25.06.1999, data em que se efetivou o fator determinante para o auxílio-reclusão. Nesta data, apesar de ainda ostentar a condição de segurado por força de disposição legal ao consagrar o período de graça, é fato incontroverso que o cônjuge da Impetrante não percebia remuneração alguma desde agosto de 1.997, por estar desempregado. 4. A finalidade do auxílio-reclusão é amparar o dependente em razão da ausência, temporária, do segurado que não continue a ser remunerado e desde que sua remuneração, no ato da prisão, não seja superior ao limite constitucionalmente estabelecido. No caso, no ato da prisão, remuneração alguma existia. 5. Mas o ato coator reclama análise também sob outro aspecto. Ao estabelecer o limite de remuneração como condição para o auxílio-reclusão, o valor de R$ 360,00, a EC n. 20/98 determinou sua atualização sempre que atualizados os demais benefícios previdenciários. Em junho de 1.999, os benefícios previdenciários foram atualizados com o percentual de 4,61%, por força da Portaria nº PT MPAS 5188, de 6 de maio de 1.999. Percentual que deve ser considerado para a definição do limite estabelecido. Valor dentro de cujo limite certamente se poderia harmonizar a última remuneração percebida pelo segurado (R$ 377,00) restando, também sob este prisma, atendida a exigência para o direito ao benefício. 6. Apelação e remessa oficial, tida por interposta, desprovidas.

Previdenciário. Auxílio-reclusão. Art. 80 e parágrafo único da lei 8.213/91. Recolhimento à prisão. Data do requerimento administrativo. Correção monetária. Juros. Honorários. Custas. 1. Anteriormente à edição da Lei 9.528/97 que alterou o art. 74 da Lei 8.213/91, o pagamento do auxílio-reclusão era devido relativamente ao tempo que o segurado esteve recolhido à prisão, independentemente da data em que foi formulado o requerimento administrativo do benefício, respeitada a prescrição. 2. Estando demonstrado que o segurado permaneceu preso de 29/11/94 a 05/01/95, e de 05/01/95 a 23/03/96, sua esposa, dependente legal perante o INSS, tem direito ao recebimento do auxílio-reclusão relativos a tais períodos, nos termos do art. 80 e parágrafo único da Lei 8.213/91. 3. As parcelas vencidas devem ser corrigidas monetariamente, a partir do seu vencimento. Precedentes do STJ e deste Tribunal. 4. Juros moratórios de 1% a partir da citação, tendo em vista o caráter alimentar do benefício. 5. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 20, §§ 3º e 4º, CPC. 6. Sem custas a reembolsar por estar a autora sob o pálio da justiça gratuita. 7. Apelação provida.

Processual civil e previdenciário. Auxílio-reclusão. Ilegitimidade ativa. Benefício a ser pago aos dependentes do segurado. Art. 80 da lei 8.213/91. Mantida a sentença. I - Nos termos do art. 80 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado, e apenas estes possuem legitimidade para pleiteá- lo. II - Tal interpretação deflui do exame da natureza do benefício em questão, que é o de atender às necessidades dos dependentes do segurado recolhido à prisão que, em razão do comportamento inadequado do segurado, se encontram sem assistência material. III - Apelação a que se nega provimento. (grifo nosso)

condição (enteados e tutelados) menores de quatorze anos, a apresentação de atestado anual de

vacinação para filhos de até seis anos e de atestado semestral de freqüência escolar para os filhos a

partir dos sete anos e a qualidade de segurado do pai ou da mãe, conforme previsão expressa

dos arts. 65 e seguintes da Lei nº 8.213/91.

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O benefício é concedido somente aos segurados de baixa renda, sendo este

limite corrigido anualmente pelo Governo Federal. Atualmente, com base na Portaria

Interministerial 77

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, de 11 de março de 2008, temos a seguinte tabela:

Salário-família – 2008

Valor da Remuneração

Valor da cota

R$ 0,00 até R$ 472,43

R$ 24,23

R$ 472,44 a R$ 710,08

R$ 17.07

R$ 710,09 ou mais

não possui direito

Quadro 2: Escala de remuneração salário-família no ano de 2008

Possui três características que o diferenciam. A primeira delas é a fixação do

seu valor independentemente dos recolhimentos previdenciários, ou seja, não é calculado com

a aplicação de um coeficiente sobre o salário-de-contribuição. Pode ser pago em valor inferior

48 Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria. Art. 66. O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade ou inválido de qualquer idade é de: I - Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta cruzeiros) , para o segurado com remuneração mensal não superior a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil cruzeiros); II - Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), para o segurado com remuneração mensal superior a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil cruzeiros).

Art. 67. O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de freqüência à escola do filho ou equiparado, nos termos do regulamento.

Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento. § 1º A empresa conservará durante 10 (dez) anos os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões correspondentes, para exame pela fiscalização da Previdência Social. § 2º Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o último pagamento relativo ao mês.

Art. 69. O salário-família devido ao trabalhador avulso poderá ser recebido pelo sindicato de classe respectivo, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e de distribuí-lo.

Art. 70. A cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício. 49 BRASIL. Portaria Interministerial nº 77, de 11 de março de 2008. Dispõe sobre o reajuste dos benefícios

pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdência Social - RPS. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 mar. 2008. Disponível em: <http://normaslegais.com.br/legislacao/portarial77_2008.htm>. Acesso em: 30 jun. 2008.

ao salário-mínimo e, por exclusão expressa da lei dos benefícios, “[...] não é devido aos

segurados contribuintes individuais (autônomos e empresários), empregados domésticos,

segurados especiais e facultativos.”

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