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O Capítulo 1, Introdução, apresenta e situa o tema a ser estudado, expõem a relevância do trabalho, as considerações sobre a importância da usabilidade universal no ambiente construído, os objetivos, a metodologia, o delineamento da pesquisa e, finalizando, a estrutura da dissertação.

O Capítulo 2, Revisão da Literatura, é apresentado um panorama do estado da arte de temas relevantes para o embasamento da dissertação: Percepção ambiental, Legibilidade do Ambiente e Orientabilidade, Usabilidade, Desenho Universal, Princípios do Desenho Universal, Acessibilidade Espacial e seus componentes, Avaliação Heurística e Método de Inspeção Pluralístico, Usabilidade Universal.

O Capítulo 3, Métodos e Materiais, apresenta o método de condução do trabalho: avaliação heurística modificada associada ao método de inspeção ou percurso pluralístico e o objeto de estudo de caso desta dissertação, Centro Comercial Planejado. Descreve o processo de avaliação através de heurísticas e a montagem dos instrumentos de avaliação.

O Capítulo 4, Análise dos dados, são apresentados os dados obtidos na aplicação do instrumento de avaliação heurística modificada do estudo de caso. e é apresentada uma análise da coleta de dados.

O Capítulo 5, Resultados e Discussão, são discutidos os resultados do estudo de caso.

O Capítulo 6, Conclusões, apresenta as conclusões da pesquisa e são feitas reflexões sobre estudos futuros. Por fim, são apresentadas as Referências consultadas e expõe em Anexos e Apêndices os documentos comprobatórios das etapas realizadas.

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Objetivos do Capítulo

- Apresentar conceito de Percepção Espacial, Orientação e Legibilidade;

- Apresentar conceitos de Desenho Universal e Usabilidade Universal, seus princípios e diretrizes; - Descrever os componentes de acessibilidade espacial: orientação espacial, deslocamento, comunicação e uso.

- Explicar os métodos de avaliação heurística e de inspeção ou percurso pluralístico;

- Apresentar o método de avaliação heurística modificado utilizado por Afacan e Erbug (2009).

Capítulo 2

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Diversos pesquisadores e arquitetos vem definindo arquitetura no decorrer da história. Vitrúvio discursou sobre o tema e conceitua que “a arquitetura é composta por: ordenamento que os gregos denominam taxis, à disposição (denominada diathesis), a eurritmia, a proporção, a conveniência e a distribuição, que em grego se denomina economia” (COELHO NETTO, 1979, p. 18). A definição clássica da arquitetura está baseada na tríade dos conceitos vitruvianos: utilitas, firmitas e venustas. Mas, Augusto Perret, “propõe um conceito inteiramente adequado de arquitetura: a arte de organizar o espaço que se exprime através da construção” (COELHO NETTO, 1979, p. 20).

Todos aqueles que, ainda que fugazmente, refletiram sobre esse tema, sabem que o caráter essencial da arquitetura – o que a distingue das outras atividades artísticas – está no fato de agir com um vocabulário tridimensional que inclui o homem. A pintura atua sobre duas dimensões, [...]. A escultura atua sobre três dimensões, mas o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as três dimensões. Por sua vez, a arquitetura é uma grande escultura escavada, em cujo interior o homem penetra e caminha (ZEVI, 2009, p. 17).

Toda atividade humana necessita de um ambiente físico para ser realizada, ou seja, do espaço construído. Segundo Arias (2008), o espaço construído é percebido através das informações que chegam ao usuário pelos receptores sensitivos e pelo ambiente, pois é “lido” e “entendido” através de sua imagem. Hetzberger (1999) afirma que o processo do pensar planeja o espaço construído e apresenta-se como o principal instrumento do arquiteto.

Com base na teoria da percepção, o arquiteto pode utilizar recursos construtivos para modificar a percepção dos indivíduos e possibilitar que o usuário utilize o espaço de maneira plena, eficiente e satisfatória, ampliando o valor de utilidade, ou seja, a usabilidade da edificação.

Retornando ao pensamento arquitetônico no decorrer da história, tem-se referência um

homem padrão2, que utiliza os espaços arquitetônicos sem quaisquer limitações, sejam elas físicas, visuais, psicológicas ou auditivas. Porém, a restrição ao homem modular exemplar, deixará de fora usuários potenciais, como crianças, idosos, obesos, grávidas, pessoas baixas, pessoas empurrando ou puxando carrinhos, etc.; e usuários atingidos por algum tipo de deficiência ou perda de habilidade, tornando a acessibilidade uma necessidade humana a ser atendida e demandando o

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desenvolvimento de competências na atuação e formação dos profissionais.

No Brasil, ainda não existe estudos aprofundados que indiquem a quantificação mais detalhada do número de pessoas com deficiências específicas e quais as causas dessas deficiências (CAMBIAGHI, 2007), mas os dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010) informam que 45 606 048 pessoas declararam que possuem algum tipo de deficiência, ou seja, 23,9% da população brasileira. A deficiência visual foi a mais apontada, onde 35 774 392 pessoas declararam ter dificuldade para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato, totalizando 18,8% da população, sendo que 0,3% declararam ser cegas e 3,2% tinham grande dificuldade para enxergar. Em seguida as deficiências motoras, onde 13 265 599 pessoas declararam ter dificuldade de locomoção, representando 7,0% da população brasileira. A deficiência motora severa foi declarada por 4 433 350 pessoas, das quais 734 421 pessoas declararam não conseguir caminhar ou subir escadas de modo algum (0,4%) e 3 698 929 pessoas declararam ter grande dificuldade de locomoção (1,9%). A deficiência auditiva foi declarada por 9 717 318 pessoas, ou seja, 5,1%. A deficiência auditiva severa foi declarada por 2 143 173 pessoas, sendo 344 206 pessoas surdas (0,2%) e 1 798 967 pessoas com grande dificuldade de ouvir (0,9%). A deficiência mental ou intelectual foi declarada por 2 611 536 pessoas, representando 1,4% da população brasileira. Diante dessa realidade, conclui-se que é um mito o referencial do homem-padrão para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo (CAMBIAGHI, 2007).

Em arquitetura e urbanismo, o projeto inclusivo tem sido gradativamente discutido no meio acadêmico e profissional, objetivando a construção de espaços utilizáveis pelo maior número de pessoas possível. A revisão da literatura apresentada aborda os temas pertinentes para a compreensão de elementos envolvidos no contexto da usabilidade de ambientes universais na solução de problemas em arquitetura: 1. Percepção Ambiental, demonstrando o processo mental e sensações que geram expectativas e são traduzidas em atitudes e comportamentos, tema importante para o entendimento da vivência e reconhecimento do ambiente construído e Legibilidade do ambiente e orientabilidade, destacando a percepção espacial e metodologias de interpretação de atributos do espaço urbano, tema importante para o entendimento da orientação espacial e percepção da informação; 2. Desenho Universal (DU): o conceito e seus princípios; como a questão do Desenho Universal está sendo discutida no Brasil; acessibilidade espacial e seus componentes; 3. Usabilidade: o conceito e sua aplicação na arquitetura; Avaliação Heurística e Percurso pluralístico; 4. Usabilidade Universal.

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