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Usabilidade universal na arquitetura : método de avaliação baseado em heurísticas

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LUCY ANA VILELA STAUT

USABILIDADE UNIVERSAL NA ARQUITETURA:

Método de Avaliação baseado em heurísticas

CAMPINAS

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

LUCY ANA VILELA STAUT

USABILIDADE UNIVERSAL NA ARQUITETURA:

Método de Avaliação baseado em heurísticas

Dissertação de Mestrado apresentada a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do título de Mestra em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, na área de Arquitetura, Tecnologia e Cidade.

Orientadora: Profa. Dra. NÚBIA BERNARDI

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA LUCY ANA VILELA STAUT, E ORIENTADA PELA PROFª. DRª. NÚBIA BERNARDI

Assinatura da Orientadora

CAMPINAS 2014

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v

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade De Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

USABILIDADE UNIVERSAL NA ARQUITETURA: Método de

Avaliação baseado em heurísticas

Lucy Ana Vilela Staut

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

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RESUMO

Como utilizar um edifício de maneira eficiente, eficaz e satisfatória? Esta questão envolve atributos de qualidade funcional e facilidade de uso, aliados ao Desenho Universal entendido como valor de utilidade, eficiência e conforto do espaço construído amplamente utilizável. Esta pesquisa coloca-se na interface entre componentes da acessibilidade espacial e avaliação heurística, como método de inspeção sistemático de usabilidade. O objetivo geral é analisar o potencial de aplicação de uma avaliação heurística modificada como método de inspeção de usabilidade universal, aliada ao percurso pluralístico. A partir do assunto proposto e do contexto no qual se insere, optou-se por realizar um estudo de caso com avaliação através do método baseado em heurísticas modificado em conformação aos princípios do Desenho Universal, em Centro Comercial Planejado, caso selecionado devido à complexidade espacial e escala. A avaliação é composta por três sessões consecutivas: na sessão I, pré-entrevista, cinco avaliadores especialistas interdisciplinares na área de arquitetura e construção foram convidados a responder um formulário, entrevista estruturada, através da análise dos projetos arquitetônicos do centro comercial planejado (plantas, cortes e elevações) em relação aos princípios do Desenho Universal e acessibilidade espacial; em seguida, na sessão II, atividades em cenários, foi solicitado a cada avaliador responder novamente o formulário durante a realização de atividades pré-definidas; na sessão final, sessão III, pós-entrevista, foram respondidos novamente os formulários em uma reanálise dos projetos arquitetônicos. Procurando a utilização de diferentes tipos de habilidades e experiências, a pesquisa utilizou da associação entre a avaliação heurística modificada ao método de inspeção ou percurso pluralístico, colocando o usuário consumidor na execução de cenários pré-definidos. Os resultados demonstraram que a avaliação heurística modificada pode integrar com eficácia a avaliação de projeto antes do fato e na avaliação pós-ocupação, propiciando interação entre análise de projeto arquitetônico e uso do espaço e instalações. O percurso pluralístico permitiu a avaliação de satisfação e preferências do usuário. Através de um processo de avaliação de uma comissão de avaliadores interdisciplinares, processo iterativo combinado com sessões, é possível assegurar uma taxa de erro reduzida para o uso universal de ambientes construídos. A despeito da extensa literatura sobre engenharia da usabilidade, há pouca pesquisa sobre métodos para aplicação de testes de usabilidade em um contexto do projeto arquitetônico. Desse modo, destaca-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre usabilidade universal e sua utilização na

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concepção de ambientes inclusivos. Esta pesquisa apresentou-se como um passo inicial para a avaliação de usabilidade universal na arquitetura e recomenda testes aplicados ao contexto arquitetônico, pois estes ressaltam a importância de análise de elementos interdependentes no ambiente construído e devem ser implementados ao processo de projeto universal.

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ix

ABSTRACT

How to use a building in an efficient, effective and satisfactory way? This issue involves functional quality and ease of use attributes, allied to universal design understood as a value of utility, efficiency and convenience of the widely usable constructed space. This research stands itself in the interface between components of spatial accessibility and heuristic evaluation, as a method for systematic usability inspection. The main goal is to analyze the application potential for a heuristic evaluation modified as a universal usability inspection method allied to the pluralistic method of inspection. From the proposed subject and the context in which it is in, it was decided to conduct a study case with the method evaluation based on heuristics modifying in conformation to the Universal Design principles, in Planed Commercial Center,the case was chosen due to spatial and scale complexities. The evaluation is composed of three consecutive sessions. In session I, pre-interview, five expert interdisciplinary evaluators in the area of architecture and construction were invited to answer a form, structured interview, through the analysis of planed commercial center’s architectonic projects (plans, sections and elevations) concerning of the universal design principles and spatial accessibility; next, in session II , activities in settings, each expert was asked to perform a set of pre-defined activities in settings; post-interview, the forms were answered again in a reanalysis for the architectonic projects. Using different types of abilities and experiences, the research will associate modified heuristic evaluation with the pluralistic method of inspection, placing the user consumer in the pre-defined settings execution. The results showed that the modified heuristic evaluation could instate effectively the project evaluation before the fact and in the post-occupation evaluation, providing interaction between the architectonic project analysis and the space and installations use. The pluralistic method of inspection allowed the user’s satisfaction and preferences evaluation. Through an interdisciplinary evaluator’s committee evaluation progress, interactive process combined with sessions, it is possible to assure a reduced error rate to the constructed environments universal use. In spite of extensive literature about usability engineering, there has been little research on the methods to conduct usability tests in a context of architectural design. Therefore, further studies on universal usability and its use in inclusive environment are of paramount importance. This research presented itself as an initial step for the universal usability evaluation in architecture, recommends applied tests to the architectonic

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x

context, because these highlight the importance of interdependent elements analysis inside the constructed environment, and must be implemented to the universal project process.

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xi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 3

1.1 Objetivos ... 8

1.2 Delineamento da Pesquisa ... 8

1.3 Apresentação dos Capítulos... 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 13

2.1 Percepção Ambiental: conceitos de percepção e cognição ... 15

2.2 Legibilidade do Ambiente e Orientabilidade... 19

2.3 Desenho Universal (DU) ... 22

2.3.1 Princípios do Desenho Universal ... 25

2.3.2 Desenho Universal no Brasil ... 30

2.3.3 Acessibilidade Espacial e seus componentes ... 33

2.3.4 Manuais e guias destinados a acessibilidade e Desenho Universal ... 41

2.4 Usabilidade ... 44

2.4.1 Princípios de Usabilidade e Projeto de interação ... 48

2.4.2 Método de Avaliação de Usabilidade: Avaliação Heurística ... 50

2.4.3 Método de inspeção ou percurso pluralístico ... 53

2.5 Usabilidade Universal ... 55

2.5.1 Avaliação heurística na arquitetura ... 56

3 MÉTODOS E MATERIAIS ... 63

3.1 Estudo de Caso ... 63

3.1.1 Localização Unidade-Caso: Londrina/PR ... 63

3.1.2 Unidade-Caso: Centro Comercial Planejado ... 66

3.2 Metodologia e Técnicas ... 70

3.2.1 Pré-Teste: 1º avaliação do Instrumento de Avaliação Heurística ... 85

3.3 Coleta de Dados ... 88

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 111

4.1 Dados da Sessão I ... 111

4.2 Dados da Sessão II-A – Walkthrough de Especialistas ... 125

(12)

xii

4.4 Dados da Sessão III ... 146

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 149 6 CONCLUSÕES ... 163 REFERÊNCIAS ... 169 APÊNDICE A ... 179 APÊNDICE B ... 187 APÊNDICE C ... 199 APÊNDICE D ... 207 APÊNDICE E ... 215

(13)

xiii

À minha filha, Flávia, por entender e apoiar com muito amor essa nova etapa de minha vida.

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(15)

xv

MEUS AGRADECIMENTOS,

À Profa. Dra. Núbia Bernardi, pela orientação constante e crítica, pelos inúmeros ensinamentos e dedicação ao ensino que muito contribuiu para minha formação. Pela amizade e confiança depositada.

À Profa. Dra. Doris Kowaltowski, pelas valiosas sugestões que me proporcionou durante a condução deste trabalho. Às Profas. Dras. Silvia Mikami e Regina Ruschel, pelas considerações e sugestões realizadas no desenvolvimento do projeto desta pesquisa.

A todos os professores da FEC pelo conhecimento adquirido em todas as disciplinas cursadas e pelo acolhimento nesta instituição renomada, e aos colegas, em especial à Claudia Martin, que em pouco tempo tornaram-se grandes amigos, que me apoiaram e incentivaram.

Aos arquitetos, engenheira e usuários que participaram desta pesquisa.

Ao meu amigo e colega de trabalho, Prof. Msc. Fábio Freire pelo incentivo e apoio para iniciar e desenvolver o mestrado na UNICAMP.

Aos meus amigos e colegas de trabalho Carolina Buzzo Bechelli e Lucas Raffo Souza pelo apoio operacional.

Ao amigo Paulo Forte pelo fornecimento dos projetos arquitetônicos necessários para o desenvolvimento desta pesquisa.

À minha mãe, companheira e amiga, que sempre me incentivou em todas as minhas escolhas e metas, e que me ensinou uma das grandes lições da vida: aprender. O meu respeito e amor eterno.

Ao meu irmão, Lucio, pelo apoio e carinho fraterno no momento que mais precisava.

Ao meu marido, Frederico, pelo carinho e apoio manifestado durante minha ausência e pela caminhada de incentivo a cada palavra escrita nessa dissertação.

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(17)

xvii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 – Delineamento da Pesquisa... 8

Figura 2.1 – Mensagem visual ... 17

Figura 2.2 – Conceito de Desenho Universal versus acessibilidade ... 24

Figura 2.3 – Objetivos específicos da Usabilidade: Eficácia e Eficiência ... 45

Figura 2.4 –Affordance real: objetos físicos dispõem de affordances reais ... 49

Figura 2.5 - Estrutura da Avaliação Heurística aplicada em Shopping Center ... 58

Figura 2.6 - Estrutura da Avaliação Heurística aplicada em Shopping Center ... 59

Figura 3.1 – Vista aérea do Município de Londrina/PR ... 64

Figura 3.2 - Mesorregião Norte Central Paranaense ... 65

Figura 3.3 - Estrutura da Avaliação Heurística a ser aplicada ... 71

Figura 3.4 - Relação entre Tarefas e Heurísticas ... 71

Figura 3.5 – Apresentação do Formulário de Avaliação Heurística... 89

Figura 3.6 – Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação ... 93

Figura 3.7 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação relacionado ao Princípio 1 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial .... 94

Figura 3.8 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação relacionado ao Princípio 2 do Desenho Universal ... 95

Figura 3.9 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação relacionado ao Princípio 3 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 96

Figura 3.10 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação relacionado ao Princípio 4 do Desenho Universal ... 96

(18)

xviii

Figura 3.11 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao Princípio 4 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 97

Figura 3.12 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado aos Componentes da Acessibilidade Espacial ... 97

Figura 3.13 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao Princípio 5 do Desenho Universal ... 97

Figura 3.14 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao Princípio 5 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 98

Figura 3.15 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao Princípio 6 do Desenho Universal ... 98

Figura 3.16 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao componente da Acessibilidade Espacial ... 99

Figura 3.17 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 1: Sistema de Circulação

relacionado ao Princípio 7 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 99

Figura 3.18 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 1 do Desenho Universal ... 100

Figura 3.19 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 1 do Desenho Universal ... 100

Figura 3.20 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 1 do Desenho Universal ... 101

Figura 3.21 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 2 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 101

Figura 3.22 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

(19)

xix

Figura 3.23 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 4 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 101

Figura 3.24 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 5 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 102

Figura 3.25 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 2: Entradas e saídas relacionadas

ao Princípio 6 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 102

Figura 3.26 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 3: Wayfinding relacionados ao

Princípio 1 do Desenho Universal ... 102

Figura 3.27 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 3: Wayfinding relacionados ao

Princípio 1 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 103

Figura 3.28 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 3: Wayfinding relacionados ao

Princípio 3 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 103

Figura 3.29 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 3: Wayfinding relacionados ao

Princípio 6 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 103

Figura 3.30 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 1 do Desenho Universal ... 104 Figura 3.31 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 3 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 104

Figura 3.32 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 4 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 105

(20)

xx

Figura 3.33 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 5 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 105

Figura 3.34 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 6 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 105

Figura 3.35 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 4: Obtenção de Produtos e

Serviços relacionados ao Princípio 7 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 105

Figura 3.36 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

ao Princípio 1 do Desenho Universal ... 106

Figura 3.37 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

ao Princípio 1 do Desenho Universal e componente da Acessibilidade Espacial ... 106

Figura 3.38 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

ao Princípio 3 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 107

Figura 3.39 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

ao Princípio 4 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 107

Figura 3.40 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

ao Princípio 6 do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial ... 107

Figura 3.41 - Formulário de Avaliação Heurística para Elemento 5: Serviços Públicos relacionados

(21)

xxi

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 4.1 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 1: Sistema de Circulação

... 114

Gráfico 4.2 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas . 117

Gráfico 4.3 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding ... 119

Gráfico 4.4 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos

e Serviços ... 121 Gráfico 4.5 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos .. 124

Gráfico 4.6 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 1: Sistema de Circulação – Tarefas em cenários ... 126 Gráfico 4.7 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas –

Tarefas em cenários ... 129

Gráfico 4.8 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding – Tarefas

em cenários ... 132

Gráfico 4.9 – Gráfico demonstrativo do resultado Avaliação Heurística modificada em relação ao

Elemento 4: Obtenção de Produtos e Serviços - Tarefas em cenários ... 134

Gráfico 4.10 – Gráfico demonstrativo do resultado Avaliação Heurística modificada em relação

ao Elemento 5: Serviços Públicos - Tarefas em cenários ... 137

Gráfico 4.11 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 01 – Tarefa em cenário ... 140

Gráfico 4.12 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

(22)

xxii

Gráfico 4.13 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 03 – Tarefa em cenário ... 145

Gráfico 5.1 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

(23)

xxiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 –Versão revisada das heurísticas de Nielsen ... 52

Tabela 2.2 – Tarefas do método de avaliação heurística ... 52

Tabela 2.3 - As definições e considerações de projeto dos princípios do Desenho Universal

utilizadas como heurísticas – Centro Comercial Planejado... 57

Tabela 3.1 - Considerações projetuais dos elementos essenciais para cidade universal e os

componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao procedimento de avaliação. ... 73

Tabela 3.2 – Relação dos cenários T1 e T2 de atividades e descrição da conformação com as

heurísticas ... 76

Tabela 3.3 – Relação dos cenários T3 e T4 de tarefas e descrição da conformação com as

heurísticas ... 79

Tabela 3.4 – Relação do cenário T5 de tarefas e descrição da conformação com as heurísticas .. 83

Tabela 3.5 – Tabela detalhada demonstrativa dos problemas de Usabilidade encontrados pelo

avaliador em cada sessão. ... 86

Tabela 4.1 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 1: Sistema de

Circulação ... 112 Tabela 4.2 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 1: Sistema de

Circulação ... 114 Tabela 4.3 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas .. 115

Tabela 4.4 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas .. 116

Tabela 4.5 –Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 2: Entradas e

(24)

xxiv

Tabela 4.6 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding ... 118

Tabela 4.7 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding ... 119

Tabela 4.8 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 3: Wayfinding120

Tabela 4.9 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos

e Serviços ... 120 Tabela 4.10 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos

e Serviços ... 121 Tabela 4.11 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 4: Obtenção de

Produtos e Serviços ... 122 Tabela 4.12 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos 122

Tabela 4.13 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos 123

Tabela 4.14 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 5: Serviços

Públicos ... 124 Tabela 4.15 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 1: Sistema de Circulação – Tarefas em cenários ... 125 Tabela 4.16 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 1: Sistema de

Circulação – Tarefas em cenários ... 127 Tabela 4.17 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas –

Tarefas em cenários ... 128

Tabela 4.18 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas –

Tarefas em cenários ... 129

Tabela 4.19 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas –

(25)

xxv

Tabela 4.20 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding – Tarefas

em cenários ... 131

Tabela 4.21 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 3: Wayfinding – Tarefas

em cenários ... 131

Tabela 4.22 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 3: Wayfinding –

Tarefas em cenários ... 132

Tabela 4.23 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos

e Serviços - Tarefas em cenários ... 133 Tabela 4.24 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos

e Serviços - Tarefas em cenários ... 133 Tabela 4.25 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 4: Obtenção de

Produtos e Serviços - Tarefas em cenários ... 134 Tabela 4.26 – Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos -

Tarefas em cenários ... 135

Tabela 4.27 –Avaliação Heurística modificada em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos -

Tarefas em cenários ... 136

Tabela 4.28 – Componentes da Acessibilidade Espacial em relação ao Elemento 5: Serviços

Públicos ... 136 Tabela 4.29 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 01 – Tarefas em cenário ... 139

Tabela 4.30 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 01 – Tarefa em cenário ... 140

Tabela 4.31 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

(26)

xxvi

Tabela 4.32 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 02 – Tarefa em cenário ... 142

Tabela 4.33 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 03 – Tarefa em cenário ... 144

Tabela 4.34 – Dados obtidos na Avaliação Heurística modificada em relação ao Walkthrough do

Usuário 03 – Tarefa em cenário ... 145

Tabela 5.1 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

em relação ao Elemento 1: Sistema de Circulação – Princípios do Desenho Universal ... 149

Tabela 5.2 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

em relação ao Elemento 2: Entradas e Saídas ... 150

Tabela 5.3 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

em relação ao Elemento 3: Wayfinding ... 151

Tabela 5.4 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

em relação ao Elemento 4: Obtenção de Produtos e Serviços ... 152

Tabela 5.5 – Comparação dos Dados obtidos nas três sessões da Avaliação Heurística modificada

em relação ao Elemento 5: Serviços Públicos ... 152

Tabela 5.6 – Comparação entre Avaliação Heurística modificada utilizada por Afacan e Erbug

(2009) e a utilizada pelo pesquisador. ... 155

(27)

xxvii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADA American Disability Act

ADAAG American Disability Act Accessibility Guidelines

ANSI American National Standards Institute

CB Comitês Brasileiros

CE Comissões de Estudos

CEET Comissões de Estudos Especiais Temporárias

DU Desenho Universal

EUA Estados Unidos da América

FEC/Unicamp Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPARDES Instituto Paranaense de desenvolvimento econômico e Social

ICSC International Council of Shopping Centers

ISO International Standards Organization

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

(28)
(29)

1

Objetivos do Capítulo

- Discutir a importância da Usabilidade e Desenho Universal no cotidiano projetual e ambiente construído.

- Apresentar e situar o tema a ser estudado.

- Expor os objetivos, a justificativa e relevância do trabalho.

Capítulo 1

(30)
(31)

3

1 INTRODUÇÃO

A arquitetura sempre apresentou um paradigma inicial em relação ao atendimento às expectativas dos usuários, “[...] desde os aspectos básicos de habitabilidade até a fruição estética que esse abrigo pode proporcionar ao ser humano. Trata-se de um eterno desafio profissional para os projetistas que por vezes priorizam valores estético-formais em detrimento do desempenho do ambiente construído e sua qualidade funcional” (VOORDT; WEGEN, 2013, p.5). Nesse contexto, “a medição de um espaço passa não apenas por entidades sensoriais visuais, como também por volumes de apreensão cognitiva, tátil, olfativa, auditiva e diversos outros fenômenos psiconeurológicos que capacitam o construir, o habitar e o viver humano” (PAULA et al., 2007, p. 204). Devido a essas afirmações, constata-se a extrema importância de verificação se a edificação resultante do processo de projeto atende às expectativas do usuário, ou seja, a qualidade da edificação em relação a funcionalidade ou valor de utilidade, a facilidade de uso e benefícios emocionais (JORDAN, 2000), a usabilidade da edificação.

Segundo a NBR 9241-11 (ABNT, 2002, p. 3) usabilidade é a “medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto de uso específico”. O termo usabilidade tem raízes na Ciência Cognitiva e começou a ser utilizado nas áreas de Psicologia e Ergonomia, no início da década de 1980. A NBR ISO/IEC 9126 – 1991 (ABNT, 2003) foi a primeira norma que definiu o termo usabilidade, ultrapassando “os limites do ambiente acadêmico [...], passando a fazer parte do vocabulário técnico de outras áreas do conhecimento, tais como Tecnologia da Informação e Interação Homem-Computador, tendo sido traduzido literalmente para diversos idiomas” (DIAS, 2007, p. 26). A despeito da extensa literatura sobre engenharia da usabilidade, pode-se destacar testes de usabilidade empregados na área de ergonomia de produtos (DEMIRBILEK; DEMIRKAN, 2004 e BEECHER; PACKET, 2005), mas há pouca pesquisa sobre métodos para aplicação de testes de usabilidade em um contexto do projeto arquitetônico (AFACAN; ERBUG, 2009). A usabilidade da edificação é um dos mais importantes aspectos do desempenho da edificação (KEITH, 2006), pois mede o quanto a edificação está adequada para as atividades previstas em seu interior e deve ser a meta mais importante (VOORDT; WEGEN, 2013), mas frequentemente é negligenciada. “Uma compreensão mais aprofundada do conceito de usabilidade

(32)

4

será útil não só na avaliação de edifícios em uso, mas também uma melhor compreensão do que pode ser de conhecimento relevante para incluir no processo de projeto” (KEITH, 2006, p. 263, tradução nossa).

Nesse contexto, há referência à utilização do espaço pelo usuário: suas expectativas, suas metas, sua compreensão em relação aos processos de tomadas de decisão e, principalmente, suas habilidades. Ambiente construído acessível e projetos de edificações que possam ser utilizados por todos são desafios a serem solucionados pelos projetistas, e necessitam de medidas de usabilidade e dos critérios do Desenho Universal, pois “no atual momento, a avaliação de desempenho com foco no Desenho Universal pode ser considerada crítica e necessita ser desenvolvida” (PREISER, 2010, p. 19). Quando as medidas de usabilidade de prática, ou seja, valor de utilidade da edificação, são definidas como amplamente utilizáveis em termos de Desenho Universal1 e arquitetura dos espaços, pode-se ampliar o conceito para Usabilidade Universal, cujo principal objetivo é permitir que o maior número possível de usuários se beneficiem do acesso, do uso e da obtenção de produtos/serviços do ambiente construído na mais ampla gama de situações (AFACAN; ERBUG, 2009).

Esta pesquisa coloca-se na interface entre acessibilidade espacial e avaliação heurística, como método de inspeção sistemático de usabilidade. O objetivo geral é analisar o potencial de aplicação de uma avaliação heurística modificada como método de inspeção de usabilidade universal, aliada ao percurso pluralístico.

A qualidade funcional do ambiente construído tem sido cada vez mais solicitada e a preocupação em oferecer espaços acessíveis, compreensíveis, seguros e confortáveis é cada vez mais constante. Perante essa argumentação e objetivando a qualidade funcional que edificações devem apresentar, tornam-se necessários estudos e metodologias que avaliem as condições de usabilidade da edificação na prática e acessibilidade espacial, para todos os usuários, independentemente de suas habilidades.

Este estudo parte de questões casuais em nossa rotina diária em relação a usabilidade universal do projeto arquitetônico dos espaços: Como utilizar um edifício de maneira eficiente, eficaz e satisfatória? Como chegar a um determinado lugar com segurança, conforto e

1Nos anos 80, Ron Mace utiliza o termo "Universal Design", que no Brasil é conhecido como "Desenho Universal"

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independência? E questionamento em relação ao processo de projeto desses espaços amplamente utilizáveis: Como ampliar o potencial de inclusão social através da melhoria da qualidade de locomoção e utilização do espaço? Como avaliar problemas de usabilidade universal do espaço arquitetônico na etapa de produto, antes do término da construção?

A arquitetura não pode ser vivenciada e experimentada se o usuário não se movimentar por ela, se não percorrê-la, pois o movimento é a essência da arquitetura, mesmo tendo uma tradição estática, e estar associada ao uso dos espaços (PAULA et al., 2007; AGUIAR, 2007). A preocupação em oferecer espaços cujas condições de utilização sejam confortáveis e seguras é cada vez mais constante, pois os espaços edificados devem possuir acessibilidade plena a todos, e devem permitir a interação livre entre os visitantes, independentemente de sua condição física e social.

Muitas pessoas possuem dificuldades em acessar e percorrer os espaços de edifícios públicos e semipúblicos, como aeroportos, hospitais, escritórios ou centros comerciais planejados. O problema pode estar relacionado aos processos mentais de organização ambiental de percepção e cognição, mas também em uma arquitetura que não compreende as necessidades oriundas das diferentes deficiências para a realização de atividades e a cognição espacial humana (HÖLSCHER et al., 2006). A busca pela acessibilidade plena nas edificações deve ser feita a partir do atendimento das normas existentes que favorecem as pessoas com deficiência, mas deve ir além, através de propostas que se destinam a acolher a todos, inclusive os deficientes (CAMBIAGHI, 2010). Atualmente, a aplicação dos conceitos de Desenho Universal nos espaços edificados na esfera pública e privada, é requisito fundamental para a vivência de um indivíduo em um ambiente, muito embora, as exigências legais fiquem restritas à acessibilidade e ao cumprimento de normas específicas. Ampliar o potencial de inclusão social através da melhoria da qualidade de locomoção deste indivíduo, é dever e desafio para o projetista de espaços construídos (BERNARDI, 2007).

Um dos métodos de inspeção em relação à usabilidade é a Avaliação Heurística que objetiva “identificar problemas de usabilidade que, posteriormente, serão analisados e corrigidos ao longo do processo de desenvolvimento” (DIAS, 2007, p. 62). Essa avaliação é realizada por especialistas em usabilidade, com base em sua experiência e competência no assunto, e o processo se dá através da avaliação baseada em heurísticas. As vantagens da utilização desse método de avaliação são em relação à rapidez e à quantidade de problemas verificados; a desvantagem é de requerer especialistas e como não envolve usuários reais, não descobre problemas em relação a suas

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expectativas (CYBIS et al., 2007).

Afacan e Erbug (2009) em um artigo intitulado An interdisciplinary heuristic evaluation

method for universal building design, desenvolveram um estudo de avaliação heurística

modificada, objetivando avaliar uma edificação em medidas de usabilidade, um shopping center construído em Ancara – Turquia, em conformidade aos princípios do Desenho Universal, conjunto de heurísticas para avaliação de Usabilidade Universal em termos de arquitetura. A avaliação utilizada pelos pesquisadores foi composta por três sessões consecutivas: na fase inicial, cinco avaliadores especialistas interdisciplinares na área de arquitetura foram entrevistados sobre os projetos arquitetônicos (plantas, cortes e elevações) em relação aos princípios do Desenho Universal; em seguida, foi solicitado a cada avaliador a realização de tarefas pré-definidas em cenários em um ambiente construído; na sessão final foram realizadas entrevistas, onde os avaliadores foram convidados a reanalisar os projetos arquitetônicos.

Em ambientes complexos como centros de compras planejados, devido à configuração espacial, programa arquitetônico complexo e escala, os componentes da acessibilidade espacial são essenciais. Para oferecer aos usuários condições de orientação e legibilidade do espaço, as informações dos ambientes devem ser de fácil entendimento, com layout compreensível, elementos referenciais, zoneamento claro e objetos com funções determinadas (RIBEIRO, 2004). Arthur e Passini (2002, p. 37, tradução nossa) concluem que “[...] o desafio do projeto é criar uma configuração de wayfinding interessante que permitam experiências espaciais gratificantes e que sejam seguros, acessíveis e eficientes em wayfinding, mesmo tendo complexidade em sua concepção”.

Desse modo, destaca-se a responsabilidade do arquiteto e sua contribuição na proposição de soluções criativas na concepção de projetos arquitetônicos e a necessidade de estudos mais aprofundados sobre usabilidade universal e sua utilização na concepção de ambientes inclusivos.

Esta pesquisa aponta à análise do potencial de aplicação do método de avaliação de usabilidade modificado baseado em heurísticas, desenvolvido por Afacan e Erbug (2009), pertinente ao contexto arquitetônico. Devido a necessidade de humanizar o processo e verificar problemas em relação às habilidades e expectativas dos usuários, foi proposto a associação da avaliação heurística modificada ao método de inspeção ou percurso pluralístico, colocando usuários e especialistas na análise de cenários de tarefas pré-estabelecidas (DIAS, 2007, p. 63).

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Trata-se de um estudo de caso aplicado em centro comercial planejado, que consiste em avaliação de usabilidade do espaço construído em relação ao projeto arquitetônico (plantas, cortes, elevações e placas de sinalização) e a edificação (pós-ocupação). O instrumento de avaliação utilizado caracteriza-se como entrevista estruturada, através de formulários, em conformação aos componentes da cidade universal (DANFORD; TAUKE, 2001), cenários para as sessões; princípios do Desenho Universal e componentes da Acessibilidade Espacial, utilizados como heurísticas.

A avaliação foi composta por três sessões consecutivas: a primeira sessão, pré-entrevista, grupo de avaliadores interdisciplinares foram convidados a avaliar os cenários pré-definidos no projeto arquitetônico do centro comercial planejado em termos de princípios do Desenho Universal e acessibilidade espacial, através do preenchimento do primeiro formulário individual; a segunda sessão foi realizada em duas etapas: o walkthrough de especialistas, o grupo de avaliadores foi convidado a percorrer pelos cenários pré-definidos e avaliá-los em termos de princípios do Desenho Universal e acessibilidade espacial, através do preenchimento do segundo formulário individual, e o walkthrough de usuários, grupo de usuários consumidores foram convidados a percorrer pelos cenários pré-definidos individualmente, o preenchimento do formulário foi desenvolvido pelo pesquisador durante o percurso; a terceira sessão, pós-entrevista, o grupo de avaliadores foram convidados a reanalisar os cenários no projeto arquitetônico do centro comercial planejado em termos de princípios do Desenho Universal e acessibilidade espacial. Durante todo o processo de avaliação foi solicitado aos avaliadores e usuários consumidores, a narrativa dos problemas observados para serem registrados pelo pesquisador.

Em razão dos argumentos acima apresentados e pela constatação de que uma das dificuldades de integração de conceitos do Desenho Universal no processo de projeto se dá pela inconsistência entre teoria e prática de projeto, devido a falta de conhecimento do conceito de Desenho Universal e usabilidade pelos arquitetos e estudantes de arquitetura, e pela apresentação desses conceitos de forma pictórica, textual e numérica em manuais de acessibilidade, este estudo se justifica também na contribuição para a formação dos profissionais e em função da necessidade futura de elaborar diretrizes projetuais que possam facilitar o processo de projeto dos arquitetos às novas demandas de espaços inclusivos exigidas em termos projetuais, visando à melhoria do ambiente construído e da qualidade espacial de edificações.

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1.1 Objetivos

O objetivo geral da pesquisa é analisar o potencial de aplicação de uma avaliação heurística modificada como método de inspeção de usabilidade universal, aliada ao percurso pluralístico.

Os objetivos específicos desta pesquisa são:

a) Levantar conceitos atuais sobre Usabilidade, Desenho Universal, Acessibilidade Espacial e seus componentes, Usabilidade Universal aplicada ao contexto arquitetônico;

b) Identificar medidas de usabilidade e os componentes da acessibilidade espacial em projeto arquitetônico;

c) Aplicar método de avaliação heurística modificado como um método de avaliação de usabilidade universal no contexto de projeto arquitetônico de Centro Comercial Planejado em associação ao método de inspeção ou percurso pluralístico;

1.2 Delineamento da Pesquisa

A pesquisa caracteriza-se, segundo seus objetivos, como descritiva. Para isso, conta com as informações obtidas através da Pesquisa Bibliográfica somadas às informações do Estudo de Caso, sendo realizada em quatro fases (Figura 1.1):

Figura 1.1 – Delineamento da Pesquisa

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1) Revisão da Literatura – para compreensão do estado atual da arte, permitindo o

estabelecimento de um panorama conceitual de referência para a pesquisa, será apresentado uma investigação sobre: Percepção Ambiental, Legibilidade do ambiente e orientabilidade, temas abordados devido a elucidação de conceitos introdutórios para entendimento da problematização. Investigação sobre Desenho Universal e seus princípios, Acessibilidade Espacial e seus componentes, Usabilidade e seus princípios, Método de Avaliação de Usabilidade, Método de inspeção ou percurso pluralístico, Usabilidade Universal e Avaliação heurística na arquitetura, fatores envolvidos na busca por ambientes universais na solução de problemas em arquitetura. Serão utilizadas fontes como livros, publicações periódicas, artigos, anais de congressos, teses e dissertações para a abordagem mais completa sobre o tema em questão.

2) Estudo de Caso – para definição da unidade de caso será utilizado o critério de seleção

instrumental e número de caso único. Para elaboração do protocolo será utilizado como instrumento de coleta de dados entrevista estruturada tipo focalizada e tarefas em cenários determinados. O instrumento de pesquisa objetiva em primeiro lugar fornecer um roteiro básico, fundamentado nos cinco elementos essenciais de uma Cidade Universal (DANFORD; TAUKE, 2001), utilizados por Afacan e Erbug (2009), e nos componentes da acessibilidade espacial (DISCHINGER et al., 2012), aplicado aos sete princípios do Desenho Universal, heurísticas; e assim obter respostas sobre os problemas de usabilidade universal em Centros Comerciais Planejados. Criação de cenários de tarefas relacionados aos cinco elementos essenciais de uma cidade universal, onde estão referenciados os componentes da acessibilidade espacial e tarefas ligadas aos sete princípios do Desenho Universal, objetivando a realização de observações mais aprofundadas.

3) Análise dos dados – demonstração e análise dos dados coletados na aplicação do estudo de

caso.

4) Resultados e Discussões e Conclusões - tratamento e cruzamento dos dados com base no

referencial teórico e nos dados coletados no estudo de caso para se chegar aos resultados. Os resultados em relação à usabilidade universal desta investigação deverão servir para pesquisas futuras, em especial dentro do processo de projeto e ferramentas de avaliação de

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usabilidade de projetos, com o objetivo de desenvolver métodos de projetos mais inclusivos.

1.3 Apresentação dos Capítulos

O Capítulo 1, Introdução, apresenta e situa o tema a ser estudado, expõem a relevância do trabalho, as considerações sobre a importância da usabilidade universal no ambiente construído, os objetivos, a metodologia, o delineamento da pesquisa e, finalizando, a estrutura da dissertação.

O Capítulo 2, Revisão da Literatura, é apresentado um panorama do estado da arte de temas relevantes para o embasamento da dissertação: Percepção ambiental, Legibilidade do Ambiente e Orientabilidade, Usabilidade, Desenho Universal, Princípios do Desenho Universal, Acessibilidade Espacial e seus componentes, Avaliação Heurística e Método de Inspeção Pluralístico, Usabilidade Universal.

O Capítulo 3, Métodos e Materiais, apresenta o método de condução do trabalho: avaliação heurística modificada associada ao método de inspeção ou percurso pluralístico e o objeto de estudo de caso desta dissertação, Centro Comercial Planejado. Descreve o processo de avaliação através de heurísticas e a montagem dos instrumentos de avaliação.

O Capítulo 4, Análise dos dados, são apresentados os dados obtidos na aplicação do instrumento de avaliação heurística modificada do estudo de caso. e é apresentada uma análise da coleta de dados.

O Capítulo 5, Resultados e Discussão, são discutidos os resultados do estudo de caso.

O Capítulo 6, Conclusões, apresenta as conclusões da pesquisa e são feitas reflexões sobre estudos futuros. Por fim, são apresentadas as Referências consultadas e expõe em Anexos e Apêndices os documentos comprobatórios das etapas realizadas.

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Objetivos do Capítulo

- Apresentar conceito de Percepção Espacial, Orientação e Legibilidade;

- Apresentar conceitos de Desenho Universal e Usabilidade Universal, seus princípios e diretrizes; - Descrever os componentes de acessibilidade espacial: orientação espacial, deslocamento, comunicação e uso.

- Explicar os métodos de avaliação heurística e de inspeção ou percurso pluralístico;

- Apresentar o método de avaliação heurística modificado utilizado por Afacan e Erbug (2009).

Capítulo 2

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Diversos pesquisadores e arquitetos vem definindo arquitetura no decorrer da história. Vitrúvio discursou sobre o tema e conceitua que “a arquitetura é composta por: ordenamento que os gregos denominam taxis, à disposição (denominada diathesis), a eurritmia, a proporção, a conveniência e a distribuição, que em grego se denomina economia” (COELHO NETTO, 1979, p. 18). A definição clássica da arquitetura está baseada na tríade dos conceitos vitruvianos: utilitas, firmitas e venustas. Mas, Augusto Perret, “propõe um conceito inteiramente adequado de arquitetura: a arte de organizar o espaço que se exprime através da construção” (COELHO NETTO, 1979, p. 20).

Todos aqueles que, ainda que fugazmente, refletiram sobre esse tema, sabem que o caráter essencial da arquitetura – o que a distingue das outras atividades artísticas – está no fato de agir com um vocabulário tridimensional que inclui o homem. A pintura atua sobre duas dimensões, [...]. A escultura atua sobre três dimensões, mas o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as três dimensões. Por sua vez, a arquitetura é uma grande escultura escavada, em cujo interior o homem penetra e caminha (ZEVI, 2009, p. 17).

Toda atividade humana necessita de um ambiente físico para ser realizada, ou seja, do espaço construído. Segundo Arias (2008), o espaço construído é percebido através das informações que chegam ao usuário pelos receptores sensitivos e pelo ambiente, pois é “lido” e “entendido” através de sua imagem. Hetzberger (1999) afirma que o processo do pensar planeja o espaço construído e apresenta-se como o principal instrumento do arquiteto.

Com base na teoria da percepção, o arquiteto pode utilizar recursos construtivos para modificar a percepção dos indivíduos e possibilitar que o usuário utilize o espaço de maneira plena, eficiente e satisfatória, ampliando o valor de utilidade, ou seja, a usabilidade da edificação.

Retornando ao pensamento arquitetônico no decorrer da história, tem-se referência um

homem padrão2, que utiliza os espaços arquitetônicos sem quaisquer limitações, sejam elas físicas, visuais, psicológicas ou auditivas. Porém, a restrição ao homem modular exemplar, deixará de fora usuários potenciais, como crianças, idosos, obesos, grávidas, pessoas baixas, pessoas empurrando ou puxando carrinhos, etc.; e usuários atingidos por algum tipo de deficiência ou perda de habilidade, tornando a acessibilidade uma necessidade humana a ser atendida e demandando o

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desenvolvimento de competências na atuação e formação dos profissionais.

No Brasil, ainda não existe estudos aprofundados que indiquem a quantificação mais detalhada do número de pessoas com deficiências específicas e quais as causas dessas deficiências (CAMBIAGHI, 2007), mas os dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010) informam que 45 606 048 pessoas declararam que possuem algum tipo de deficiência, ou seja, 23,9% da população brasileira. A deficiência visual foi a mais apontada, onde 35 774 392 pessoas declararam ter dificuldade para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato, totalizando 18,8% da população, sendo que 0,3% declararam ser cegas e 3,2% tinham grande dificuldade para enxergar. Em seguida as deficiências motoras, onde 13 265 599 pessoas declararam ter dificuldade de locomoção, representando 7,0% da população brasileira. A deficiência motora severa foi declarada por 4 433 350 pessoas, das quais 734 421 pessoas declararam não conseguir caminhar ou subir escadas de modo algum (0,4%) e 3 698 929 pessoas declararam ter grande dificuldade de locomoção (1,9%). A deficiência auditiva foi declarada por 9 717 318 pessoas, ou seja, 5,1%. A deficiência auditiva severa foi declarada por 2 143 173 pessoas, sendo 344 206 pessoas surdas (0,2%) e 1 798 967 pessoas com grande dificuldade de ouvir (0,9%). A deficiência mental ou intelectual foi declarada por 2 611 536 pessoas, representando 1,4% da população brasileira. Diante dessa realidade, conclui-se que é um mito o referencial do homem-padrão para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo (CAMBIAGHI, 2007).

Em arquitetura e urbanismo, o projeto inclusivo tem sido gradativamente discutido no meio acadêmico e profissional, objetivando a construção de espaços utilizáveis pelo maior número de pessoas possível. A revisão da literatura apresentada aborda os temas pertinentes para a compreensão de elementos envolvidos no contexto da usabilidade de ambientes universais na solução de problemas em arquitetura: 1. Percepção Ambiental, demonstrando o processo mental e sensações que geram expectativas e são traduzidas em atitudes e comportamentos, tema importante para o entendimento da vivência e reconhecimento do ambiente construído e Legibilidade do ambiente e orientabilidade, destacando a percepção espacial e metodologias de interpretação de atributos do espaço urbano, tema importante para o entendimento da orientação espacial e percepção da informação; 2. Desenho Universal (DU): o conceito e seus princípios; como a questão do Desenho Universal está sendo discutida no Brasil; acessibilidade espacial e seus componentes; 3. Usabilidade: o conceito e sua aplicação na arquitetura; Avaliação Heurística e Percurso pluralístico; 4. Usabilidade Universal.

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2.1 Percepção Ambiental: conceitos de percepção e cognição

Espaço, tempo e matéria constituem os elementos básicos com que o arquiteto-urbanista pensa e concebe um espaço. O inter-relacionamento entre os componentes determina a essência e a qualidade de um projeto e representa três importantes estímulos para que se tenha consciência do uso dos ambientes como experiência. A forma, definida pela geometria, constrói ambientes extraídos da matéria (substância, textura e cor). E esta se traduz em elementos que, em conjunto, vão oferecer condições (adequadas ou não) para que um espaço possa ser percebido pelo ser humano, estimulando respostas positivas ou negativas diante do mesmo (LAKI; LIPAI, 2007, p.17).

A sociedade contemporânea convive em ambientes modificados pelo homem, vivenciando espaços projetados com variedades de características que serão experimentadas e vivenciadas pelo usuário e promoverão diferentes impressões, “[...] uma vez que cada indivíduo é um ser único, com suas particularidades e individualidade, mesmo pertencendo a um mesmo grupo social. Assim, dessa maneira, cada indivíduo percebe, atua e reconstrói diferentemente um mesmo ambiente” (BLOWER, 2008, p.24). O homem percebe à sua volta as características das edificações e das cidades que o rodeiam e, de maneira natural, ao se reter em algum deles, estará formando juízo de valor em relação àquilo que vê. A experiência espacial arquitetônica se dá no interior da edificação e no espaço urbanístico, sendo assim, apenas a interpretação espacial de um edifício não é suficiente como instrumento crítico para um julgamento da obra arquitetônica (ZEVI, 2009). Cabe aos profissionais de arquitetura adotar conceito de espaços pluridisciplinares, com abordagem psicológica, sociológica e histórica. “É preciso tempo para se conhecer [...] temporalizar o espaço: romper sua monotonia, deixar de lado um espaço que se vê para adotar um espaço que efetivamente se percorre, um espaço onde o movimento é não só possível como exigido, um espaço enfim vivido (COELHO NETTO, 1979, p. 78). O espaço é o elemento básico do arquiteto e deve atender às necessidades dos usuários, resultando em espaço arquitetônico sensível, da comunicação e da arquitetura (OKAMOTO, 2002).

O termo percepção, do latim perceptĭo, ōnis (compreensão, faculdade de perceber), é o “ato, efeito ou faculdade de perceber” (FERREIRA, 2008, p. 622), que significa ter conhecimento através dos sentidos. Percepção é uma resposta direta a um conjunto ou combinação de estímulos sensoriais presentes naquele momento, e apresenta-se como muito mais do que recepção passiva de estímulos. Os estímulos necessitam ser ativamente conectados com algo mais, antes de serem assimilados, pois toda reação cognitiva humana é um esforço à procura de algum significado (BARTLETT, 1950).

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O estudo inicial da percepção humana deu-se em um laboratório de psicologia experimental, cujo foco eram os estímulos externos e internos responsáveis pelos comportamentos dos organismos. A superação deu-se com a adoção do supersoma da Gestalt3, que formulou princípios de organização perceptiva baseados em estudos empíricos e neurofisiológicos.

Percepção é o processo mental que facilitará a relação do homem e seu contexto, e não deve ser compreendida como um processo passivo de registro de estímulos e uma combinação de elementos sensoriais, mas como uma disposição ativa da mente, de modo a formar uma experiência coerente (SCHULTZ; SCHULTZ, 2005). A percepção é o meio pelo qual um indivíduo vai integrar aferições sensoriais para construir uma representação, imagem ou esquema geral do mundo exterior adaptada ao seu esquema corporal, ao seu sentido de orientação e posição, à sua capacidade de performance específica, ou seja, possibilidades de desempenho e comportamento, e às suas intenções de ação.

Resulta diretamente de um padrão de estímulos provocados, por exemplo, pelo objeto arquitetônico, enquanto a cognição consiste no armazenamento e interpretação da informação recebida, na qual significado é atribuído com base em conceitos extramórficos tais como experiência prévia, cultura e valores (REIS, 2002, p. 6).

A comunicação visual se dá por meio de mensagens visuais (Figura 2.1) pertencentes à família das mensagens que afetam os nossos sentidos: térmicas, sonoras, dinâmicas, etc. Para que isso aconteça é necessário que um emissor emita mensagens e que um receptor as receba. Contudo, o receptor encontra-se num ambiente cheio de perturbações que poderão alterar ou mesmo anular as mensagens. A mensagem visual bem projetada evita deformação durante a emissão, mas ao chegar ao receptor encontrará outros obstáculos. O receptor encontrará filtros, através dos quais a mensagem terá de passar para ser recebida. Os filtros podem ser de caráter sensorial, funcional e cultural (MUNARI, 1997). Pode-se dizer que “o homem tem a visão mais completa entre os animais, porque seu cérebro está organizado para dar prioridade ao processo de informação visual antes daquelas relacionadas aos demais sentidos” (PAULA et al., 2007, p. 203).

3Gestalt é um termo da psicologia que significa "todo unificado". Refere-se a teorias de percepção visual desenvolvidos

por psicólogos alemães na década de 1920. Essas teorias tentam descrever a forma como as pessoas tendem a organizar os elementos visuais em grupos ou conjuntos unificados quando certos princípios são aplicados – Estudos gerais da forma.

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Figura 2.1 – Mensagem visual

Fonte: MUNARI, 1997, p. 70.

Cognição é o processo onde as sensações adquirem valores, ou seja, envolvem a construção do sentido, adquire significados e a formação de uma imagem no universo de conhecimento do indivíduo, envolvendo reconhecimento (familiaridade), memória (experiência prévia) e pensamento. Gerando dessa forma expectativas, que se traduzem nos usuários através de atitudes e comportamentos (REIS; LAY, 2006).

O ambiente construído é percebido através das informações que chegam ao usuário pelos receptores sensitivos e pelo ambiente. “Uma grande quantidade de informações é recebida pelos sentidos e usada para organizar o comportamento e a interação com o ambiente. Os sentidos dão informações do estado físico do corpo e do ambiente” (ARIAS, 2008, p. 68). “Tudo o que o homem é e faz está associado à sua experiência do espaço construído. O sentido que o ser humano confere ao ambiente é uma síntese de muitos estímulos sensoriais, associados a sua cultura” (LAKI; LIPAI, 2007, p. 19).

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convivência humana, onde se dá a estreita relação entre ambiente e comportamento humano, proporcionando humanidade ao ato de projetar e aproximando definitivamente a “interatividade entre indivíduo e o ambiente vivenciado” (BLOWER, 2008, p. 24). A experiência e vivência do ambiente construído se dá através dos sentidos humanos (visão, tato, audição, olfato, paladar e cinestesia4), ou seja, através da percepção há a organização e interpretação de impressões sensoriais que atribuem significado a seu meio; e também pelas informações contidas nesse ambiente. Gibson (1986) defende o conceito ecológico da informação, declarando que as propriedades informativas estão no ambiente e não necessitam de processos cognitivos para serem detectadas. O processamento da informação se dá inicialmente através das sensações (entrada dos inputs sensoriais), posteriormente ocorre a percepção (organização dos inputs sensoriais) e finalizando, destaca o conhecimento (operações mentais e resolução de problemas).

A percepção constitui-se no produto elaborado e depende dos objetos, dos espaços, “[...] portanto, é através da Percepção Ambiental e da mediação da interação social que o ser humano toma consciência do meio com o qual está interagindo. A forma como o vivencia [...] estabelece relações que virão a influenciar seu comportamento” (BLOWER, 2008, p. 25). As sensações constituem a matéria prima da experiência humana. Bernardi et al. (2011, p. 266), afirma que:

O homem é modelador do ambiente natural na busca pelo conforto, e também é modelado pela sua criação. Environmental numbenss5 refere-se à percepção inativa do ambiente físico. Acontece quando o usuário está em um local onde se sinta desconfortável, como em ambientes públicos, e raramente exerce alguma atitude de modificação para melhorar seu conforto. O conceito environmental numbenss é a percepção ativa do ambiente físico; a ação dessa consciência é importante pela abertura que o ambiente proporciona para a manipulação, evocando a percepção do usuário e considerando a importância da sua participação.

A percepção ambiental conduz o indivíduo a vivência e reconhecimento do ambiente construído. O espaço arquitetônico é percebido através dos sentidos e transformado em imagem mental, ou seja, converte o espaço simbólico, em espaço pensado e o representa na mente. A interpretação do espaço simbólico, através da consciência e do pensamento, leva o usuário a uma tomada de decisão, ao comportamento, transformando o espaço arquitetônico em espaço vivencial

4Sentido responsável pela percepção dos movimentos musculares, do peso e da posição dos membros num corpo.

Por meio da cinestesia que tomamos consciência de nossa força e postura.

5 Conceito demonstrado por GIFFORD, no artigo: Environmental Numbeness in the classroom, publicado em The

Journal of Experimental Education, Helfred Publication, Washington, D.C., 1976. A teoria da Gestalt permitem a

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(CARLIN, 2004, p. 50). Coelho Netto (1979, p. 78) ao diferenciar os espaços vistos dos espaços vividos, afirma que “a vida não é um teatro – pelo menos não sempre, e o ver precisa ser substituído pelo viver, pelo sentir, e que em arquitetura se define pelo experimentar, tocar, percorrer, modificar: numa palavra, ação”. A arquitetura não pode ser vivenciada e experimentada se o usuário não se movimentar por ela, se não percorrê-la e isso se dá através da leitura do ambiente e a orientação.

Diversos autores desenvolveram metodologias de leitura e interpretação do espaço urbano. Podemos citar propostas por Kevin Lynch (LYNCH, 2010), Christian Norberg-Schulz (NORBERG-SCHULZ, 1975), Thomas Gordon Cullen (CULLEN, 1971), Edmund N. Bacon (BACON, 1976) e Ignasi de Solà-Morales Rubió (SOLÀ-MORALES, 2002), partindo do princípio de que a percepção possibilita a compreensão do espaço construído, ou seja, sua condição geométrica e sua relação com o meio.

2.2 Legibilidade do Ambiente e Orientabilidade

Em geral, todos se sentem melhor quando a disposição da edificação é inteligível. A disposição compreensível facilita saber onde estamos e como chegar aonde queremos. [...] A edificação bem projetada pode dar uma contribuição significativa à orientação espacial (VOORDT; WEGEN, 2013, p. 185).

Em 1960, o arquiteto e urbanista norte-americano Kevin Lynch em seu livro The Image of the City (LYNCH, 2010) desenvolve critérios claros para a legibilidade ou clareza de bairros e cidades, definida como a “facilidade com que suas partes podem ser reconhecidas e organizadas num modelo coerente (LYNCH, 2010, p. 3), e utiliza pela primeira vez o termo way-finding descrevendo como a navegação individual na cidade utiliza referenciais urbanos e reconhece um padrão relativo à percepção da cidade, desenvolvendo uma classificação dos referenciais urbanos em cinco elementos (LYNCH, 2010, p. 52-53): vias, limites, bairro, pontos nodais e marcos.

Lynch (2010) discorre que a percepção espacial se desenvolve de maneira diferente para cada observador, a imagem é a interação entre o observador e o objeto observado que filtra objetos, barreiras e campo visual distinto. Foi o primeiro a reconhecer a importância da imagem que as pessoas fazem dos ambientes para encontrarem seu caminho e sua pesquisa é baseada no conceito de orientação espacial e em seu quesito anterior, o mapa cognitivo, ou como Lynch (2010, p. 7) se referia, a “imagem”.

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As imagens ambientais são o resultado de um processo bilateral entre o observador e seu ambiente. Este último sugere especificidades e relações, e o observador - com grande capacidade de adaptação e à luz de seus próprios objetivos - seleciona, organiza e confere significado àquilo que vê. A imagem assim desenvolvida limita e enfatiza o que é visto, enquanto a imagem em si é testada, num processo constante de interação, contra a informação perceptiva filtrada. Desse modo, a imagem de uma determinada realidade pode variar significativamente entre observadores diferentes.

“Estruturar e identificar o ambiente é uma capacidade vital entre todos os animais que se locomovem. Muitos tipos de indicadores são usados: as sensações visuais de cor, forma, movimento ou polarização da luz, além de outros sentidos como o olfato, a audição, o tato, a cinestesia” (LYNCH, 2010, p. 3). Esse conceito traduz a orientabilidade utilizada para determinar direcionamento espacial, proporcionando a facilidade ou não de orientar-se no espaço. Também pode ser compreendido como uma reunião de informações e processo de tomada de decisão que as pessoas utilizam para movimentar-se e deslocar-se no espaço, ou seja, como as pessoas se deslocam de um local para outro. “Um ambiente ordenado pode [...] servir como um vasto sistema de referências, um organizador da atividade, da crença ou do conhecimento” (LYNCH, 2010, p. 4-5).

Christian Norberg-Schulz em seu livro Existencia, Espacio y Arquitectura (NORBERG-SCHULZ, 1975), reflete em suas pesquisas os problemas de orientação e sistemas de referência destacados por Lynch, considerando que uma parte necessária da orientação do usuário está na interpretação de esquemas ambientais ou imagens, baseando-se nas teorias de Piaget e na Gestalt. Define os esquemas elementares da organização do espaço e argumenta que a orientação decorre da compreensão das relações de natureza topológica, ou seja, da definição de lugares (fatores de proximidade), caminhos (fatores de continuidade) e regiões (fatores de configuração), e suas inter-relações.

Gordon Cullen em seu livro Paisagem Urbana (CULLEN, 1971) discute a cidade como objeto de percepção entre seus habitantes, “efetivamente, uma cidade é algo mais do que o somatório de seus habitantes: é uma unidade geradora de seu excedente de bem-estar e de facilidades que leva a maioria das pessoas a preferirem – independentemente de outras razões - viver em comunidade a viverem isoladas” (CULLEN, 1971, p. 9), propondo um conceito de paisagem urbana como elemento organizador e recorrendo a três aspectos: ótica, “[...] a paisagem

Referências

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