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As competências do Técnico de Turismo 86!

Capítulo 3 A formação no Curso Profissional de Técnico de Turismo 73!

3. As competências do Técnico de Turismo 86!

Segundo as informações prestadas pelo Guia das Profissões, disponível no sítio das Novas Oportunidades, o Técnico de Turismo executa serviços de informação, animação e organização de eventos em empresas de Turismo, em agências de viagens e de receção e acolhimento em unidades turísticas. Este técnico pode, assim, desempenhar funções em empresas de animação e organização de eventos, em empreendimentos turísticos e hoteleiros, câmaras municipais, museus, companhias aéreas, agências de viagens e operadores turísticos.

Entre as funções a desempenhar no local de trabalho salientam-se:

- Prestar informações de caráter turístico sobre o país, a região e o local onde se encontra;

Capítulo 3 – A formação no Curso Profissional de Técnico de Turismo

- Colaborar na organização de eventos, conferências, exposições, viagens…;

- Atender clientes, identificando as suas expetativas e orientando as suas escolhas;

- Efetuar pesquisas de diversos tipos de informação para promover produtos e serviços turísticos;

- Prestar assistência ao cliente;

- Efetuar reservas e emitir documentação relevante para viagens ou serviços a prestar.

As empresas turísticas, adaptando-se à competitividade da globalização e da “sociedade informacional e do conhecimento”, requerem profissionais com uma sólida formação humanística, técnica e prática para responder, com qualidade, às exigências dos diferentes contextos turísticos e dos diferentes segmentos de clientes que, na generalidade, são detentores de conhecimento, informação e “saberes”.

A Portaria nº 550-C/2004, de 21 de Maio, apresenta os objetivos fundamentais a desenvolver pelas componentes de formação sócio-cultural, científica e técnica em todos os cursos profissionais.

A formação sociocultural é uma formação transversal que visa a aquisição de competências e atitudes orientadas para o desenvolvimento pessoal, social e cultural, permitindo aos jovens compreender o mundo em que vivem, integrar-se nele, participar na sua construção e transformação. Esta área de formação desenvolve duas das competências específicas bastante requisitadas no setor turístico: a dimensão comunicativa quer na língua materna quer em línguas estrangeiras e a literacia digital na ótica do utilizador.

A formação científica inclui as disciplinas que promovem saberes e competências específicos a cada curso. Assim, nos cursos de Turismo, as disciplinas integradas nesta componente, são instrumentos para o desenvolvimento de competências específicas exigidas a um profissional como saber tratar fenómenos cartográficos e geográficos; mobilizar conhecimentos que valorizem o património artístico e cultural; dominar ferramentas para

construir, analisar e avaliar dados de natureza quantitativa, como a elaboração de orçamentos.

A formação técnica, que representa 50% do total de horas de formação, engloba as disciplinas instrumentais e estruturantes dos perfis da saída de cada curso. No caso do Técnico de Turismo, a componente técnica insiste no desenvolvimento de estilos e técnicas da comunicação, de relações interpessoais e de formas procedimentais no contexto da empresa turística e, ainda, no domínio de técnicas de informação e animação. A esta componente associa-se, também, o domínio de um segundo idioma. Esta formação completa-se com a Formação em Contexto de Trabalho em empresas/instituições, sob a forma de estágio, para reforçar as competências técnicas, relacionais e organizacionais adquiridas pelos formandos na escola, potencializando, assim, a ligação entre a escola e o mundo empresarial, cultural e associativo, designadamente, de âmbito regional e local, conforme se apela no Relatório da Mesa Redonda dos Industriais Europeus (1995).

No final da formação e após a FCT, o formando apresenta perante um júri uma Prova de Aptidão Profissional. Esta prova consiste na defesa de um projeto, consubstanciado num produto, material ou intelectual, numa intervenção ou atuação, bem como do respetivo relatório final de realização e apreciação crítica que demonstre os saberes e competências profissionais adquiridos ao longo da formação (Portaria 550-C/2004, de 21 de maio).

Os programas das disciplinas que integram o currículo prescrito, homologados, em 2005 e 2006, pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), embora se centrem em focar os conteúdos, também assinalam as competências a desenvolver e as formas de avaliação.

A transversalidade de um conjunto de competências é notória nos diferentes programas disciplinares:

- A comunicação em língua materna, as técnicas de comunicação e de relações públicas;

Capítulo 3 – A formação no Curso Profissional de Técnico de Turismo

- Assumir o dever de cidadania, participando na vida da comunidade e aprendendo a viver bem consigo e com os outros;

- Desenvolver o sentido de responsabilidade, autonomia, criatividade, e iniciativa;

- Promover a capacidade de cooperação/ trabalho em equipa e de empreendedorismo;

- Construir a sensibilidade cultural e o espírito crítico; - Desenvolver o relacionamento cordial e interpessoal.

O domínio de idiomas que permita ao aluno relacionar-se com falantes de outra língua é da competência da língua inglesa e de uma outra língua opcional que pode ser o francês, o espanhol ou o alemão. Além da capacidade de comunicação, estas disciplinas propõem-se, ainda, desenvolver a educação para a cidadania, a capacidade de flexibilidade, a atitude crítica, a autonomia e o sentido de colaboração e responsabilidade.

Trata-se, assim, de “construir” um Técnico de Turismo, detentor de conhecimentos, habilidades, personalidade, atitudes e comportamentos que predigam o êxito profissional. Neste sentido, o Técnico de Turismo não é um trabalhador treinado para executar tarefas pré-determinadas e técnicas de forma repetitiva e rotineira; as competências que lhe são exigidas fazem dele um profissional de ação, realização e inovação. Cabe à escola a tarefa de educar estes novos profissionais para que sejam capazes, não só de lidar com as exigências do setor turístico mas, também, enfrentar as perplexidades contemporâneas.